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METODOLOGIA DO TREINO

PRINCÍPIOS DO TREINO

Princípios ou Leis do treino – são um


conjunto de princípios (biológicos,
metodológicos, pedagógicos) a que os
exercícios de treino devem obedecer, que
têm por objetivo fundamental direcionar,
orientar e controlar a atividade prática de
forma a conferir uma maior eficácia na
sua aplicação.
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PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 Princípio da sobrecarga
 Princípio da especificidade

 Princípio da reversibilidade

 Princípio da heterocronia

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Princípio da Sobrecarga

- O exercício de treino só poderá provocar


modificações no organismo dos praticantes
melhorando a sua capacidade de
rendimento, desde que seja executado numa
duração e intensidade suficientes que
provoque uma ativação ótima dos
mecanismos informacionais, energéticos e
afetivos.

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- Segundo Burk ”as adaptações que beneficiam
a actividade humana só se produzem quando
respondem a tensões aplicadas a níveis
superiores aos limites, mas sempre dentro dos
limites de tolerância. Os níveis abaixo destas
tensões aos quais o organismo se adaptou não
são suficientes para produzir adaptação ao
treino”

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Cargas de fraca intensidade - provocam uma
atrofia e perda de capacidades (diminuição
da actividade do organismo);

Cargas de média intensidade - mantém o


mesmo nível estrutural e de capacidade de
rendimento (não têm consequências no
treino);

Cargas de intensidade forte - provocam uma


melhoria funcional (têm efeito de treino);
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Cargas de intensidade demasiado fortes
- provocam o esgotamento e a perda de
capacidades.

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Princípio da Especificidade
- Matveiev “ este princípio estabelece que a
concentração de tempo e esforço numa
determinada modalidade desportiva é uma
condição objetiva e necessária para se poder
alcançar resultados elevados”.
- Neste contexto, as modificações que se
produzem no organismo através do treino têm
um caráter perfeitamente dirigido a objetivos
concretos.

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- O conceito de especificidade do exercício é
reforçado pelo facto de existirem fontes
específicas de energia, dentro de cada
músculo que respondem a exercícios
específicos. Ou seja, existe uma diferença
entre os tipos de produção de energia
necessária para as diferentes atividades
físicas.

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Princípio da Reversibilidade
- As alterações do organismo adquiridas ao
longo das atividades inerentes aos exercícios
de treino são transitórias. Mas também, não
podemos afirmar o desaparecimento total da
adaptação, até aos níveis iniciais.
Neste contexto, pode-se afirmar:
- Cargas de grande volume e baixa
intensidade têm um efeito de treino +
prolongado;

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- Cargas de grande intensidade e baixo
volume têm um efeito mais breve;

- As aquisições que levam mais tempo a ser


obtidas, mantêm-se durante mais tempo;

- Os decréscimos dos efeitos da adaptação


da carga, será tanto maior quanto + recente
e menos consolidados forem os níveis de
adaptação.

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Princípio da Heterocronia

- Entre o momento em que se executa os


exercícios de treino e o aparecimento
do correspondente processo de
adaptação existe um desfasamento
temporal.

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- Com efeito, depois da aplicação de um ou
série de exercícios de treino surge inicialmente
uma perda de capacidades que são devidas
à utilização dos recursos informacionais e
energéticos e que se traduzem num estado
denominado de fadiga.
- O organismo, como que numa atitude de
auto-defesa às “agressões” regenera-se
ultrapassando o nível inicial consubstanciando
momentaneamente uma maior capacidade
do praticante.
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PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 Princípio da relação ótima entre


exercício e repouso
 Princípio da continuidade da aplicação
do exercício de treino
 Princípio da progressão da carga de
treino

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 Princípio da individualização do
exercício de treino
 Princípio da alternância ou ciclicidade
do exercício de treino
 Princípio da multilateralidade ou da
relação ótima entre a preparação geral
e específica.

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Princípio da relação ótima entre exercício
e repouso

- O estudo do princípio da relação


óptima entre o exercício e o repouso
centra-se fundamentalmente no
organismo do praticante, sendo regido
por leis biológicas.

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Assim, surgem 2 questões essenciais que é


necessário equacionar:
- a determinação do exercício ótimo;
- a determinação do momento ótimo de
aplicação de um novo exercício.

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Determinação do exercício ótimo

- A determinação do estado das estruturas


informacionais, energéticas e afetivas dos
praticantes, constitui o factor decisivo na
seleção e aplicação do exercício ótimo, que
visa a obtenção de um determinado efeito,
concordante com os objectivos traçados.

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- A avaliação do praticante e a determinação
do exercício ótimo é uma questão de
capacidade e experiência do treinador, em
relação à especificidade da modalidade
desportiva em causa.
- Quanto mais componentes do exercício de
treino se aproximam do valor ótimo relativo à
capacidade do praticante “no momento da
carga ”, melhor se processa a adaptação. Ao
contrário quanto maior for a diferença em
relação a esse valor ótimo menos eficiente
será a adaptação.

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Determinação do momento ótimo de
aplicação de um novo exercício

- O tempo de recuperação entre a aplicação


das cargas de treino é determinada pela
mútua relação entre os processos de fadiga e
o restabelecimento das capacidades
funcionais do organismo.

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- A aplicação de cargas em intervalos ótimos,
provoca a melhoria progressiva das
potencialidades do praticante. Isto deverá
acontecer, quando a nova unidade de
treino é aplicada no momento, em que
ainda não desapareceram todas as sequelas
do treino precedente.

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Princípio da continuidade da aplicação
do exercício de treino

- Para existir adaptação, os exercícios de treino


devem ser aplicados regularmente, isto é, a
sistematização do trabalho programado não
deverá permitir uma quebra de continuidade
da aplicação da carga.

- A interrupção demasiado prolongada do


processo de treino, leva a um retrocesso de
capacidades de rendimento do atleta
(princípio
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da reversibilidade). 21
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O princípio da continuidade assenta em 3
pressupostos:
1 - o treino desportivo consiste, na realidade, num
encadeamento de máximo efeito da especialização
desportiva;
2 - a ligação entre vários elos desse encadeamento é
garantida na base da continuidade dos efeitos de
treino imediatos, atrasados e acumulados;
3 - os intervalos entre as sessões de treino são
mantidos entre os limites que asseguram, como
tendência geral, um desenvolvimento constante do
nível de preparação.
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- Continuidade significa igualmente repetição
sistemática das diferentes actividades
consubstanciadas pelo exercício, na medida
que esta repetição é essencial para que os
efeitos de treino “não se percam”.
- Contudo, esta repetição não se processa ao
acaso mas devidamente adaptada às
circunstâncias e objectivos a atingir.
- A eficiência das “respostas” depende da
fixação e integração, as quais por sua vez,
dependem de uma periodicidade mínima na
execução dessas actividades.
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Princípio da progressão do exercício de
treino

- Para que o organismo possa suportar o regime


de intensidade preconizada, sem perigo para
a saúde e normal desenvolvimento das
capacidades, tem de se definir esse regime
de modo progressivo e de acordo com a
melhoria da adaptação funcional.

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- O aumento da carga de treino sem que
tenha em conta esta adaptação, pode
representar um estímulo excessivo e conduzir
a uma diminuição das capacidades para
além de outros efeitos prejudiciais.

- Logo, a progressão das cargas deve respeitar


os mecanismos de regeneração, ou seja a
capacidade que o indivíduo possui de
recuperar do esforço.

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Princípio da individualização do exercício
de treino
- A eficiência funcional de cada praticante é
diferente ( cada praticante reage e adapta-
se de forma diferente aos estímulos), logo, a
aplicação de qualquer exercício de treino
requer uma estreita individualização dos
meios e métodos a utilizar, os quais deverão
corresponder às capacidades individuais dos
praticantes tendo em conta os aspectos
orgânicos, adaptativos e os seus ritmos de
evolução (aprendizagem, aperfeiçoamento).
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Princípio da alternância ou ciclicidade do
exercício de treino

- O aumento das capacidades funcionais do


praticante, que corresponderá ao
melhoramento do seu rendimento, tem um
caráter essencialmente cíclico (alternância),
assim como a estrutura (objetivos, conteúdo,
forma, nível de performance) dos exercícios
ou séries de exercícios que constituem as
unidades de treino necessárias para o atingir.
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- Cada ciclo sucessivo é uma repetição parcial
do anterior, exprimindo as tendências da
evolução do processo de treino, difere assim
do anterior, pelo seu conteúdo renovado,
pela modificação parcial de meios e métodos
utilizados, pelo incremento das cargas.

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Principio da multilateralidade ou da
relação ótima entre preparação geral e
específica
Existem 3 proposições fundamentais na unidade
da preparação geral e da preparação
específica dos praticantes:
1 – A inseparabilidade da preparação geral e da
específica;
2 – O intercondicionalismo do conteúdo da preparação
geral e da específica;
3 – A incompatibilidade da preparação geral e
específica

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1 – A inseparabilidade da preparação geral e
da específica

- A especialização desportiva não exclui o


desenvolvimento múltiplo do praticante. Pelo
contrário, o progresso máximo num
determinado desporto só é viável, através do
desenvolvimento múltiplo das possibilidades
técnicas, tácticas, físicas e psicológicas.

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- Este princípio é explicado, pela unidade do


organismo que consiste na
interdependência orgânica de todos os
seus elementos, sistemas e funções no
processo da actividade e no seu
desenvolvimento.

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2 – O intercondicionalismo do conteúdo da
preparação geral e da específica

- O conteúdo da preparação especial depende


dos pré-requisitos criados pela preparação
geral. Todavia, o conteúdo da preparação
geral adquire particularidades que são
determinadas pela especialização desportiva.

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3 – A incompatibilidade da preparação geral e
específica

- A preparação geral e específica tem de ser


compreendidas como uma unidade, logo
isto levanta um problema de combinação
ótima da p. geral com a p. específica, ou
seja, a medida da sua correlação.
Ex. um volume excessivo de pg acarreta a
diminuição da pe, influenciando os resultados
do treino, sucedendo o mesmo de forma
inversa.
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PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

 Princípio da atividade consciente


 Princípio da sistematização

 Princípio da actividade apreensível

 Principio de estabilidade e
desenvolvimento das capacidades do
praticante

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Princípio da atividade consciente

- A atividade deve ser organizada visando o


empenhamento ativo e consciente dos
praticantes na execução das exigências
determinadas pelo exercício de treino, o que
pressupõe a compreensão clara dos objetivos
operacionais, dos conteúdos para a
concretização destes, e os níveis de
performance, isto é, da avaliação dos
resultados positivos.
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Princípio da sistematização

- Para a aquisição de uma capacidade


específica, os praticantes passam por um
conjunto de etapas traduzidas pela
aplicação de um conjunto de exercícios de
treino aplicados de forma sistematizada e
integrados num todo. Neste sentido, para se
atingir um objetivo mais elevado devemos
estabelecer um processo de progressão
pedagógica, previsto antecipadamente.

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Princípio da atividade apreensível

- Este princípio estabelece um compromisso


entre a complexidade e a dificuldade dos
exercícios de treino, com a capacidade
(habilidade) dos praticantes. As exigências
do exercício deverá estabelecer-se do
simples para o complexo, do conhecido
para o desconhecido, do pouco para o
muito, do concreto para o abstracto.
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Princípio da estabilidade e desenvolvimento das
capacidades do praticante

- Para que o exercício tenha êxito é necessário


que os praticantes passem por um ciclo de:
aquisição – estabilização – desenvolvimento,
sem o qual a evolução da capacidade de
rendimento será irremediavelmente
equacionada.

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