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TREINAMENTO EM NATAÇÃO

TREINAMENTO EM NATAÇÃO
 Andriver et alii- Treinamento é o conjunto de procedimentos tendentes a
conduzir um ser humano ao máximo de suas possibilidades.
 Fauconier – O treinamento é o conjunto de atividades às quais se
entrega um indivíduo a fim de desenvolver progressivamente suas
qualidades, tanto mental como físicas, aplicando-se adequadamente as
características individuais.
 Matveev- Treinamento desportivo, como fenômeno pedagógico, é
processo especializado da educação física orientada, objetivando
alcançar resultados desportivos elevados. A preparação desportiva
compreende o aproveitamento de todo o conjunto dos meios que
asseguram a obtenção e a elevação da predisposição para alcançar
resultados esportivos.
(IOB, 2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO
Princípios gerais do treinamento
 De concepção PEDAGÓGICA:
• Princípio da participação ativa e consciente;
• Determinar para o atleta um objetivo de rendimento;
• Oferecer ao atleta conhecimento relativo à sua tarefa;
• Formular exigências que requeiram reflexão, iniciativa e responsabilidade;
• Educar o atleta para que seja capaz de se avaliar;
• Confiar responsabilidades;

 Princípio da transferência do treinamento;


• Pode ser: positiva, negativa ou nula.
• De acordo com a transferência: horizontal ou vertical.
(IOB, 2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO

Princípios gerais do treinamento


 Princípio da periodização;
 A periodização do treinamento desportivo pode ser entendida
como uma divisão organizada do treinamento anual ou semestral
das equipes ou dos atletas,... (Dick, 1988; Forteza, 1997).
 Devido a limitações fisiológicas, o atleta não pode manter a forma
por muito tempo.
 As trocas periódicas da estrutura e o conteúdo do treinamento são
condição necessária ao aperfeiçoamento atlético.
(IOB, 2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO

Princípios gerais do treinamento


• Princípio da adequação
 Existe um ponto ideal de treino no qual a solicitação
não pode ser baixa a ponto de provocar uma
desmotivação no atleta, nem excessivamente forte a
ponto de prejudicá-lo ou induzi-lo também a uma
condição desmotivante.

(IOB, 2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO
Princípios gerais do treinamento
• De base BIOLÓGICA:
• Princípio da unidade funcional;
 O organismo funciona como um todo indissolúvel;
 O treinamento deve ser abordado a partir de uma perspectiva global;
 Devemos da atenção ao desenvolvimento harmônico dos diferentes
sistemas.

• Princípio da individualidade biológica;


 os organismos reagem de formas diferentes a um mesmo estímulo;
 É determinado pelas características morfofisiológicas e funcionais do atleta.
(Granell &Cervera, 2003)
(IOB,2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO
Princípios gerais do treinamento
• De base BIOLÓGICA:
• Princípio da adaptação;
 A adaptação é a lei mais universal e importante da vida. (Weineck, 1999);
 “Adaptações biológicas” são alterações dos órgãos e sistemas funcionais,
que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas.
(Weineck, 1999);

• Princípio da multilateralidade;
 Atletas que têm um domínio mais amplo de movimentos apresentam uma
diversidade maior de ação motriz, por isso são mais capazes de assimilar
novas técnicas e métodos de treinamento mais complexos.
(IOB,2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO
Princípios gerais do treinamento
• De base BIOLÓGICA:
• Princípio da especificidade;
 O treinamento deve ser específico e buscar reproduzir, da forma mais confiável
possível, as condições reais da competição.

• Princípio da sobrecarga;
 A capacidade de assimilar esforços crescentes só será adquirida se o atleta se
submeter a uma carga de treinamento organizada, de acordo com o processo
contínuo e permanente de aumento do esforço. As características do Princípio da
sobrecarga são:
a)Desgaste:
A fadiga provocada pela aplicação de uma carga conduz a uma diminuição da capacidade
funcional a níveis inferiores ao início do estímulo.
(IOB,2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO

Princípios gerais do treinamento


b)Recuperação:
A fadiga atua como estimulador da reação orgânica. Após a sessão de
treino inicia-se a recuperação do organismo, para a qual são
determinantes alimentação e repouso. A recuperação e adaptação
levam o atleta a um nível de preparo físico superior àquele em que
ele começou.
c) Supercompensação:
O organismo não se limita a repor as energias despendidas ao longo do
treino, mas atinge um nível de capacidade funcional que é superior
ao do início da sua condição física anterior.
(IOB,2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO
Princípios gerais do treinamento
• De base BIOLÓGICA:
• Princípio da continuidade;
 O treino só produz adaptações se for realizado de forma
sistemática, ou seja, se houver solicitação repetida ao longo de
um espaço de tempo significativo.
 Segundo Gomes (1999), nas condições de treinamentos regulares
realizadas em longo prazo, bastam alguns dias de interrupção
para que o grua de “treinabilidade”, de preparação ou, no
mínimo, de manutenção do nível alcançado comece a diminuir.
(IOB,2012)
TREINAMENTO EM NATAÇÃO
Princípios gerais do treinamento
• De base BIOLÓGICA:
• Princípio da progressão;
 O efeito de uma carga de treino não é constante e imutável;
 Com o efeito do treinamento as cargas não se revestem de igual
impacto sobre a homeostase e produzem modificações cada vez
menos marcadas no equilíbrio bioquímico do organismo.
• Princípio da reversibilidade;
 O princípio da reversibilidade do treino é a redução das condições
ocasionada pela inatividade ou diminuição do treinamento.
(IOB,2012)
Zonas de Trabalho
• OXIDATIVA
1.Fonte de energia principal: Oxigênio
2.Priorizar método contínuo ou com pausas breves
3.Intensidades de 60% a 90% de seu máximo. (FC,
VO2 máx., tempo de prova)
4.Tipos de treinos: sublimiar anaeróbico, limiar
anaeróbico, supra limiar anaeróbico.
Esforço Aeróbio – A1
Aeróbio 1 (A1)– Sublimiar
Intensidade: Moderada.
Tempo de recuperação: 24horas
Meta fisiológica: Eficiência Aeróbia
Intensidade: 60 a 74%
Tempo de trabalho: 10 a 120min.
Hora utilizada: Na sequência do aquecimento.
Formas de utilização: Nadado, perna, braço.
Tiros preferencialmente de 200 metros pra cima,
sem divisão de série.
Efeitos fisiológicos: stady state. Velocidade La
e Lan.
Intervalo: De 10 à 30 seg.
(Gomes, 2012)(Maglisho, 2000)
Exemplo de Série

• 10 x 100 c/20”
• FC = 121 a 140 bpm
• Acidose = 2,5 a 3,0 Mmol
• Fonte = Oxigênio
Esforço Aeróbio – A2
Aeróbio 2 (A2)– Limiar anaeróbio
Intensidade: Mais forte que o ritmo de A1.
Tempo de recuperação: 36 horas.
Meta Fisiológica: Eficiência Aeróbia e capacidade Aeróbia
Hora utilizada: Após o aquecimento,
após série de velocidade alática.
Tempo de Trabalho: 30min a 90 min
Formas de utilização:
Tiros de 50 a 800 m, com divisão de séries.
Pode ser série de “perna”, “braço”.
Efeitos fisiológicos: manutenção do consumo máximo de
Oxigênio e aumento da velocidade do MEEL.
Intervalo: De 15 à 45 seg.
Intensidade: 75 a 89%
(Gomes, 2012)(Maglisho, 2000)
Exemplo de Série

• 8 x 100 c/30”
• FC = 141 a 160 bpm
• Acidose = 3,5 a 4,0 Mmol
• Fonte = Oxigênio
Esforço Aeróbio – A3
Aeróbio 3(A3) - Supra limiar
Intensidade: mais forte que o A2.
Tempo de recuperação: 48 horas.
Meta Fisiológica: Potência aeróbia.
Hora utilizada: Logo após o aquecimento, logo após série de
velocidade alática.
Tempo de Trabalho: 20 a 30min.
Formas de utilização: Nadado, perna,
com divisão de séries, tiros preferencialmente
de 100 à 800 m
Efeito Fisiológico: representa o nível de VO2máximo,
capacidade para produzir máxima energia aeróbia por
unidade de tempo.
FC: 180, 190.
Intensidade: 90%
Intervalo:1 pra 1 nos tiros; 1 pra 1 entre séries.
(Gomes, 2012)(Maglisho,
• 6 x 100 c/45”
• FC = 161 a 180 bpm
• Acidose = 4,5 a 6,0 Mmol
• Fonte = Misto – Oxigênio/Glicogênio
Zonas de Trabalho
• GLICOLÍTICA
1.Fonte de energia principal: glicogênio/glicose
2.Priorizar método intervalado com pausas de
recuperação incompleta e/ou completa
3.Intensidades acima de 90% de seu máximo. (FC, VO2
máx., tempo de prova)
4.Tipos de treinos: tolerância ao lactato, produção de
lactato, resistência anaeróbica, potência anaeróbica
Esforço Anaeróbio – AN1
Resistência Anaeróbia ( AN1)
Intensidade: 90 à 95 % do ritmo de 100 m.
Tempo de recuperação: 48 a 72 horas.
Meta Fisiológica: Potência Glicolítica.
Hora utilizada:
Logo após aquecimento e breve série de velocidade alática.
Tempo de trabalho: estímulos de 45seg.
Formas de utilização: tiros de 25, 50, 75, 100 m, “broken”.
Efeito fisiológico: Qtde máxima de energia que pode ser
gerada
Pelo sistema anaeróbio glicolítico.
Metragem: 300 à 600 m.
FC: Máxima.
Intervalo: 1 pra 3; 1 pra 4.
• 4 x 100 c/3’
• FC = 181 a 190 bpm
• Acidose = 6,5 a 9,0 Mmol
• Fonte = Glicogênio
Esforço Anaeróbio – AN2
Tolerância Anaeróbia (AN2)
Intensidade: 95 à 98% do ritmo de 100 m.
Tempo de recuperação: 72horas
Meta Fisiológica: Capacidade Glicolítica.
Hora utilizada: Logo após o aquecimento e breve
série de velocidade alática.
Tempo de Trabalho: estímulos de 1’15”.
Formas de utilização: tiros preferencialmente de
25 a 200, “broken”.
Efeito Fisiológico: duração máxima em que a
glicólise opera como fonte principal de
fornecimento de energia.
Metragem: 300 à 500 m.
FC: Máxima.
Intervalo: 1 pra 6.
Exemplo de Série

• 3 x 100 c/5’
• FC = 191 a 200 bpm
• Acidose = + 9,5 a 12,0 Mmol
• Fonte = Glicogênio
Esforço Anaeróbio – AN3
Potência Anaeróbia (AN3)
Intensidade: 100% ou mais.
Tempo de Recuperação: 24 a 72 horas.
Meta Fisiológica: capacidade alática e potência
Glicolítica.
Hora utilizada: logo após o aquecimento e série de
velocidade alática.
Tempo de trabalho: 20 a 60 seg.
Formas de utilização: Tiros de 25 à 100, “broken”.
Efeitos Fisiológicos: duração máxima em que a
potência alática se
Mantém muito alta. Qtde máxima de energia que pode ser
gerada
Pelo sistema anaeróbio glicolítico.
Metragem: 200 à 400 m.
FC: Máxima.
Intervalo: 1 pra “livre”.
Exemplo de Série

• 4 x 50 c/5’
• FC = + 200 bpm
• Acidose = + 12,5 Mmol
• Fonte = Glicogênio
Zonas de Trabalho
• ALÁTICA
1.Fonte de energia principal: ATP-CP
2.Priorizar método intervalado com pausas de
recuperação incompleta e/ou completa
3.Intensidades próximo dos 100% de seu máximo. (FC,
VO2 máx., tempo de prova)
4.Tipos de treinos: depleção completa ou incompleta
dos estoques de ATP – CP nas células.
Esforço Anaeróbio - AA
Velocidade
Intensidade: Máxima!
Meta Fisiológica: Potência alática.
Hora utilizada: Logo após o aquecimento.
Tempo de Trabalho: 04 a 12 seg.
Formas de utilização:
tiros de 12,5, 15, 20, 25 e até 35 m, perna, elástico,
nadadeira, etc.
Efeito Fisiológico: Ponto máximo da
decomposição da Creatina Fosfato.
metragem: 100 à 300 m.
Intervalo: depende da intenção.
Exemplo de Série

• 4 x 25 c/1’
• FC = 160 bpm
• Acidose = 2,5 a 3,0 Mmol
• Fonte = ATP/CP
• Esforço A0
• Aquecimento/Regenerativo
Regenerativo ou Solto (A0)
Intensidade: Fácil.
Meta fisiológica: Consumo de
oxigênio.
Hora utilizada:Após série principal, ao
final de cada treino.
Efeito fisiológico: Recuperação ativa.
Formas de utilização: Nadado, perna,
braço.
Tempo de Trabalho: 20 a 60 min.
FC: “livre”. (70 a 120 bpm)
Metragem: 100 à 1000.
Exemplo de Série
• 10’ nadando sem parar;
• 1000 metros variando nados;
• 600 livre + 400 medley;

• FC = 70 a 120 bpm
• Acidose = 1,5 a 2,0 Mmol
• Fonte = Oxigênio

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