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9.

PRINCÍPIOS DO TREINO
Licenciatura em Equinicultura
Introdução
 A preparação de um cavalo para uma competição
resulta sempre de uma conjugação entre treino e
ensino.
 O ensino (ou melhor, a aprendizagem do cavalo)
leva à coordenação motora e à disciplina mental;
 O treino leva à manutenção do estado físico e à
maximização do desempenho desportivo.
Tipos de treino
 O processo do treino compreende 3 áreas distintas, embora
complementares:
 Treino cardiovascular (velocidade/resistência): capacita os sistemas
respiratório, cardiovascular e muscular para produzirem energia pelas
vias metabólicas adequadas.
 Treino de força: destina-se a aumentar a potência ou a resistência dos
principais grupos musculares necessários para modalidades
específicas.
 Exercícios de elasticidade: têm como objetivo aumentar a amplitude
de movimento das articulações, o que torna o cavalo mais atlético,
melhora a estética dos exercícios e reduz o risco de lesões.
Resposta dos tecidos
 O sucesso do programa de treino depende
fundamentalmente da resposta dos tecidos ao stress
imposto pelas sessões regulares de exercício.
 Cada sessão provoca sempre um determinado nível
de danos reversíveis, que são reparados nas horas,
ou dias, seguintes;
 Através de ciclos repetidos de lesão-reparação, os tecidos vão-se
adaptando à carga de esforço de forma mais permanente.
 A natureza das adaptações a curto ou a longo prazo depende do tipo
de exercícios e da frequência das sessões de treino.
 Se as sessões de exercício regulares cessarem ou forem reduzidas em
volume, as alterações provocadas pelo exercício revertem.
Resposta a curto prazo
 O exercício extenuante tem efeitos variados sobre
o organismo:
O consumo rápido dos substratos energéticos diminui
a glicémia e consome as reservas de glicogénio;
 Acumulam-se detritos metabólicos;

 Algumas fibras sofrem rotura nos músculos, tendões e


ligamentos;
 Quando se perdem grandes quantidades de suor,
altera-se o equilíbrio hidro-eletrolítico.
Resposta a curto prazo
 Entre as sessões de treino, o organismo recupera.
 Este ciclo de lesão e reparação dos tecidos é fundamental
para o processo de treino, já que cada processo de reparação
fortalece os tecidos.
 É importante que se dê tempo suficiente para a recuperação completa entre 2
sessões de treino exaustivo (geralmente 2 dias, ou mais, dependendo do grau
de lesão).
 O exercício ligeiro acelera o processo de recuperação; por esse motivo, não é
necessário parar completamente o cavalo nos dias de recuperação.
 No entanto, se as sessões de treino exaustivo não tiverem o
espaçamento suficiente entre si, a taxa de dano aos tecidos
excede a taxa de reparação, predispondo o cavalo a lesões.
Resposta a curto prazo
 O exercício intenso tem um efeito adverso sobre o
sistema imunitário: a elevação do cortisol
sanguíneo aumenta a suscetibilidade do cavalo a
infeções, particularmente a infeções respiratórias.
 Demora aproximadamente uma semana a
recuperação pulmonar de uma viagem longa, e
durante este período o cavalo está particularmente
sensível (“Febre dos transportes”).
Resposta a longo prazo
 Os diferentes tecidos do organismo variam, em termos da
velocidade da sua adaptação ao exercício.
 No cavalo, o sistema cardiovascular e o músculo respondem
rapidamente, verificando-se alterações significativas em
poucas semanas.
 Este facto contrasta com a duração do período de adaptação
das estruturas de suporte (cascos, ossos, cartilagens,
ligamentos e tendões), que se adaptam lentamente, ao largo
de vários meses.
Resposta a longo prazo –
cardiovascular e músculo
Hipertrofia cardíaca ↑ da eficiência da
circulação

↑ do hematócrito e da
↑ da capacidade de
concentração de
transporte de O2 AUMENTO
hemoglobina
DO
CONSUMO
Proliferação dos ↑ da capacidade das MÁXIMO DE
capilares musculares fibras musculares
receberem O2 O2
↑ do nº de
mitocôndrias e da ↑ da capacidade de obter
concentração de energia por via aeróbia
enzimas oxidativas
Resposta a longo prazo –
estruturas de suporte
Osteogénese em
Aumento da densidade
resposta a estímulos
da matriz óssea
mecânicos

O programa de treino deve iniciar-se cedo (animais jovens), mas ser introduzido de forma
moderada ao longo do tempo (carga cíclica de períodos curtos) – saltos, dressage, CCE,
corrida…
Resposta a longo prazo –
estruturas de suporte

 TAC do metacarpo (B) e do carpo (C) de um PSI


(esquerda – antes do treino; centro e direita – após o
treino de 13 semanas); nas zonas de stress existe
neoformação óssea.
Resposta a longo prazo –
estruturas de suporte

A B C D
 Corte transversal da morfolgia das fibrilhas de colagénio:
(A) Tendão flexor digital superficial de um poldro recém-nascido;
(B) Tendão flexor digital superficial de um cavalo adulto;
(C) Tendão flexor digital profundo de um cavalo adulto;
(D) Ligamento suspensor do boleto de um cavalo adulto;
 No poldro, as fibrilhas são unimodais, enquanto no adulto há fibras de grande e pequeno
calibre;
 Nas no TFDP maior % de fibras de grande calibre (estrutura de suporte), quando comparadas
com o TFDS (estrutura de acumulação de energia).
Resposta a longo prazo –
estruturas de suporte
 Há estudos que mostram que
o diâmetro das fibrilhas na
porção central do TFDS é
inferior em cavalos treinados
em treadmill, enquanto as
diferenças na região periférica
não são significativas;
Resposta a longo prazo
 O objetivo é condicionar todos os sistemas do
organismo, de forma a suportar o nível crescente de
exercício, sem provocar o colapso de qualquer deles.
 Consequentemente, o treinador tem de trabalhar
dentro da capacidade cardiovascular do cavalo nas
fases iniciais do treino, dando tempo às estruturas
de suporte para se fortalecerem.
 Ou seja, a duração das sessões e o nível de exigência dos
exercícios é condicionado, não pela tolerância do cavalo ao
esforço cardiovascular, mas pelo grau de adaptação das
estruturas de suporte.
Volume de exercício
 O volume de exercício realizado durante um dado
período de tempo é função de:
 Intensidade

 Duração

 Frequência
Volume de exercício
 Intensidade: depende da quantidade de energia
consumida por período de tempo.
A frequência cardíaca é um bom indicador.
 A velocidade é a maior determinante.

 A uma dada velocidade, a intensidade do exercício


aumenta em função da impulsão, do peso suportado
ou da elasticidade do piso (terrenos “pesados”).
 A temperatura e a humidade relativa também fazem
variar a intensidade.
Volume de exercício
 Duração: depende do objectivo e da fase do treino.
 Em função do objectivo:
 Longa duração/baixa intensidade para trabalhar a resistência;
 Curta duração/alta intensidade para trabalhar a força e a
velocidade.
 Em função da fase do treino:
 Primeira fase: manter a baixa intensidade, aumentando a duração;
 Fases seguintes: manter a duração, aumentando a intensidade;
 Fase final: específica de cada modalidade; a duração do exercício e
da recuperação tendem a mimetizar a competição.
 Treino intervalado - rácio trabalho:recuperação
 Entre 1:1 e 1:2 para o treino aeróbico
 Entre 1:5 e 1:6 para o treino anaeróbico.
Volume de exercício
 Frequência: descreve o nº de sessões de treino durante um
período de tempo.
 Depende de se o objetivo é melhorar, manter ou reduzir o nível de
forma num dado momento.
 A frequência excessiva gera problemas de sobrecarga (overloading).
 Quando o objetivo é melhorar a forma, a frequência recomendada
para o treino cardiovascular e de força é de 2 a 3 vezes por semana,
com pelo menos um dia de intervalo entre sessões.
 Para manutenção, um a dois treinos semanais é suficiente.
 Todos os dias da semana se devem praticar exercícios de flexibilidade.
Carga progressiva
 Para obter o efeito de treino, o organismo tem de ser sujeito
a aumentos graduais da carga de trabalho; após cada
aumento, a carga é mantida para permitir a adaptação do
organismo, antes de voltar a aumentá-la.
 À alternância entre aumentos de carga e períodos de
adaptação chama-se carga progressiva.
 No treino cardiovascular, a carga progressiva obtém-se por aumentos graduais
na duração ou na velocidade, semanalmente.
 No treino de força, obtém-se por aumentos semanais na intensidade ou no
número de repetições.
 Nos exercícios de flexibilidade, a carga progressiva representa um aumento no
grau de alongamento (stretching).
Carga progressiva

3 Duração
Intensidade
2

0
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6
Sobrecarga (overloading)
 Sobrecarga do treino cardiovascular:
 Inapetência,
diminuição do rendimento e
aumento do hematócrito.
 Sobrecarga do treino de força:
 Ao nível do músculo (distensões musculares de
grau variável);
 Ao nível das estruturas de apoio (fraturas, roturas
e processos inflamatórios de tendões e
ligamentos).
Sobrecarga (overloading)
 Para evitar a sobrecarga, o programa de treino tem
de contemplar o facto das estruturas de apoio
terem um período de adaptação mais longo do que
os sistemas cardiovascular e muscular.
 Regra geral, o cavalo não deve realizar o mesmo
tipo de sessão de treino em dias consecutivos,
para permitir tempo de recuperação suficiente
entre sessões para a reparação de microlesões.
Sobrecarga (overloading)
 Os primeiros sinais de sobrecarga podem ser detetados pela
palpação diária das extremidades dos membros, antes e
depois da sessão de treino.
 Os aspetos a ter em atenção são:
 Deteção de calor anormal nos cascos;
 Exploração do pulso digital (em repousa, quase não se sente num
cavalo saudável);
 Palpação dos 2º e 4º metacarpianos e metatarsianos;
 Palpação do ligamento suspensor do boleto e dos tendões flexores
com o membro em apoio.
Perda de forma
 Cada vez que se interrompe o treino, o cavalo
perde forma.
 A velocidade a que se perde a condição
cardiovascular e musculo-esquelética e a
elasticidade determina o tempo necessário para o
recondicionamento do cavalo após um período de
repouso.
 Este é um fator importante a ter em conta durante
a recuperação de lesões.
Perda de forma
 Um período de inatividade de um mês (ou inferior) causa
perdas mínimas do condicionamento cardiovascular; deve no
entanto reintroduzir-se o ritmo de trabalho ao longo de
alguns dias.
 Paragens de duração superior levam a uma perda apreciável
da forma cardiovascular, embora esta se recupere de forma
razoavelmente rápida.
 Deve sempre ter-se em conta que o ritmo deve ser
estabelecido pela capacidade de adaptação das estruturas de
apoio (mais lenta).
Conceção de um programa de treino

 O programa de treino deve ser concebido tendo


em conta que cada conjunto cavalo-cavaleiro é
único, e portanto o programa de treino deve
ponderar as características individuais.
 Devem ter-se em conta os seguintes factores:
 Cavalo
 Modalidade
 Cavaleiro
 Ambiente
Fatores do cavalo
 Raça e tipo morfológico (ex. no puro-sangue a adaptação
cardiovascular demora menos tempo do que em cavalos de
sangue mais frio; estes exigem um maior volume de trabalho
para obter o mesmo estado de forma)
 Idade
 História prévia de treino (na primeira vez, a adaptação é mais
lenta)
 Nível de forma actual
 Lesões anteriores (em cavalos em recuperação, tem de haver
cuidados acrescidos na reintrodução ao programa de treino).
Fatores da modalidade
 Tipo de modalidade
 Nível de competição (idealmente o programa de
treino está integrado com o programa de ensino,
para permitir que a forma física vá acompanhando
a subida de exigência no nível competitivo).
 Calendarização das provas (intervalo entre provas,
distâncias a percorrer).
Fatores do cavaleiro
 Disponibilidade (horários…); muitos cavaleiros são
amadores, e têm outras ocupações profissionais.
 Experiência/capacidade técnica
 Peso corporal e forma física
Fatores do ambiente
 Clima (possibilidade de trabalhar no exterior;
importância do binómio temperatura-humidade
relativa).
 Pisos (utilidade da existência de pendentes –
trabalho de “sobe e desce” permite reduzir a
duração e/ou a intensidade; qualidade dos
pisos/volume de trabalho).
 Instalações disponíveis (treadmill, piscina)
Modulação do “pico” de forma e tapering

 Para que no momento da prova o cavalo se encontre nas melhores


condições, é necessário que se conjugue:
 A otimização da execução técnica (dependente da adequação do
programa de treino e da resposta individual do cavalo – aprendizagem,
nível de stress, ligação do cavalo ao cavaleiro);
 A otimização da resposta orgânica ao treino (dependente da resposta
dos sistemas orgânicos ao programa de treino – nível de
condicionamento dos tecidos em função das exigências);
 A otimização da condição física (dependente do grau de reparação dos
tecidos, do equilíbrio dos níveis de fluidos e eletrólitos e da reposição
das reservas energéticas);
 Como se compreende, para que se reúnam estas condições, é importante
que o treino preveja períodos de recuperação (com redução do volume
de exercício);
Modulação do “pico” de forma e tapering

 O pico de forma deve coincidir com o período em que têm


lugar as provas mais importantes.

120
100
80
60
40
20
0
Prova Prova Prova
1 2 3

Volume de exercício (%)


Modulação do “pico” de forma e tapering

 Estudos recentes
provam que programas
de treino que
intercalam 2 semanas
de treino com 1
semana de
recuperação (carga de
trabalho reduzida)
provocam subidas
mais consistentes da
VLa4 do que programas
sem períodos de
Referência: Boffi et al. 2011
recuperação. (http://dx.doi.org/10.1016/j.jevs.2011.05.005)
Modulação do “pico” de forma e tapering

 De forma a garantir que os tecidos estão convenientemente


reparados, os níveis de fluidos e eletrólitos estão equilibrados
e as reservas de glicogénio estão repostas antes da prova,
prevê-se geralmente uma redução do volume de exercício
nos dias anteriores a cada prova - TAPERING.
 O termo “taper” foi utilizado pela primeira vez em 1947 pelo
treinador olímpico australiano de natação Forbes Carlile, que
descobriu que os seus nadadores tinham um desempenho
muito melhor quando diminuíam a intensidade dos treinos
nas últimos três semanas antes de uma competição. Foi só
mais tarde que esta descoberta também foi utilizada noutros
desportos de resistência, como a corrida.
Modulação do “pico” de forma e tapering

 Exemplos clássicos da eficácia do tapering em


atletas humanos:
 Carlos Lopes venceu a Maratona Olímpica de
1984 após um acidente que o impediu de fazer
qualquer treino durante os últimos 10 dias antes
do evento.
 No mesmo ano, Joan Benoit venceu a Maratona
Olímpica depois de uma cirurgia ao joelho 2
meses antes da prova a ter forçado a reduzir o
seu treino.
 O imortal corredor checo Emil Zatopek tornou-
se o campeão da Europa em 1950, nos 5.000 e
10.000 metros. Teve alta do hospital apenas
dois dias antes do evento, após uma doença o
ter obrigado a passar duas semanas inteiras de
cama, impedindo-o de fazer qualquer treino.
Modulação do “pico” de forma e tapering

 Nos atletas humanos, este mecanismo tem sido utilizado, e


sabe-se que:
 A redução do volume de exercício deverá fazer-se à custa de
diminuição de duração e frequência, e não de intensidade do
exercício (a manutenção da intensidade é o que permite otimizar a
performance);
 O período de tapering deverá ter uma duração proporcional à
exigência do treino (quanto maior o volume de treino, mais longo o
período de tapering), havendo estudos que indicam vantagens em
períodos de tapering de 7, 14 e mesmo 21 dias;
 A diminuição do volume de exercício deverá ser gradual,
progressiva, e não súbita;
Modulação do “pico” de forma e tapering

 Nos atletas equinos, o efeito do tapering não está tão bem


estudado; no entanto, estes princípios serão provavelmente
aplicáveis;
 Aponta-se para um período de redução do volume de
exercício entre 3 a 5 dias, no caso de modalidades que
envolvam menor volume de treino, e de 5 a 10 dias nas
modalidades que envolvem maior volume de treino
(Endurance, CCE ou CCA).
Treino intervalado
 Princípio: permitir que o cavalo realize trabalho mais
intenso ao longo de vários períodos de curta
duração, do que seria possível ao longo de uma
sessão de treino contínuo;
 Objetivo: recrutamento do sistema cardiovascular
com períodos de velocidade intercalados por
períodos de recuperação lenta, que permitem a
descida da FC para níveis ligeiramente acima dos
normais antes de iniciar o próximo período ativo;
Treino intervalado
 Este tipo de treino melhora a velocidade, a condição
física e atlética do cavalo, e está indicado para
qualquer modalidade em que se exijam “picos” de
velocidade;
 Embora tradicionalmente o treino intervalado seja
mais utilizado pelas modalidades de resistência (CCE,
Raids), ele adequa-se a qualquer modalidade, desde
que proporcionado à exigência do nível competitivo.
Treino intervalado
 Na prática, e dependendo do condicionamento
pretendido, os períodos ativos de repouso podem
variar entre combinações de trote e passo a séries
intensas de galope com recuperação a trote, por ex.;
 O método da recuperação incompleta significa que
cada período ativo de velocidade seguinte se torna
progressivamente mais exigente, levando a um
fortalecimento do coração, pulmões e músculos,
ajudando-os a adaptar-se ao stress e a acomodar
esforços subsequentes;
Treino intervalado
 À medida que o nível de condicionamento físico do
cavalo vai aumentando, pode aumentar a exigência
do treino intervalado:
 Aumentando a intensidade dos períodos ativos;
 Aumentando o nº de repetições;

 Diminuindo a duração dos períodos de recuperação;

 ATENÇÃO! O treino intervalado é um trabalho


exaustivo para o cavalo – deverá representar
apenas 1 a 2 dias num esquema de trabalho
semanal (6 dias de trabalho, 1 dia de descanso);
Periodicidade anual
 Os programas de treino têm geralmente uma periodicidade,
tendo em conta o período de paragem que geralmente dá
oportunidade a cavalos (e cavaleiros) recuperarem mental e
fisicamente do stress das deslocações e da competição.
 Esta paragem deve consistir em repouso ativo, com duas ou
três sessões semanais de trabalho ligeiro, de lazer, mas que
permita ao cavalo preservar a força e a flexibilidade, o que
permite alguma redução no período de reintrodução ao
treino.
 A paragem total deve reservar-se para a recuperação de
lesões graves…

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