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História da

Educação Física
Material Teórico
Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Thelma Hoehne Peres Polato

Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Os Fundamentos da Teoria da História
e a História da Educação Física

• O que é História?
• As Raízes da Educação Física brasileira

OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Compreender a História e a história da Educação Física como pro-
cesso dialético e não como uma sucessão de fatos.
··Compreender as raízes da Educação Física brasileira.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

Contextualização
Veja a tirinha abaixo: a situação nela retratada lhe parece familiar?
Explor

https://goo.gl/LIFKLY

A escolha dessa tirinha, de Calvin e Haroldo, do autor Bill Watterson, se deu


para pensarmos sobre o porquê estudar a história da Educação Física.

Você ainda deve estar se perguntando: o que essa história em quadrinhos tem a ver
com o estudo que se inicia nesta unidade? Diria que tem tudo a ver. Vamos analisar?

Um garoto, com uma bola na mão aguardando o 5° tempo, que aparentemente


parece ser a aula de Educação Física. Chega então o garoto “grandalhão” e ameaça
o menor sinalizando o 5° tempo ou, a aula de Educação Física. O garoto pequeno
pensa: - estou frito!! E finaliza relacionando a Educação Física com “estudos sobre
terrorismo de Estado Contemporâneo”, ou seja, para ele a Educação Física será
o momento em que ele vai ser ridicularizado, excluído, talvez por ser pequeno ou
pouco habilidoso.

Poderíamos ler outra tirinha, do Calvin e Haroldo também:


Explor

https://goo.gl/5vFjwg

A pergunta que devemos fazer é: quando a Educação Física passou a ter essas repre-
sentações? Existem outras representações sociais para a Educação Física? Será que
estudar a história da Educação Física nos ajuda a compreender essas representações?

Representações Sociais: O conceito de representação social está diretamente relacionado à


Explor

apropriação ou à reapropriação de significados historicamente consolidados, como forma de


conhecimento para a construção da realidade comum a um conjunto social (Jodelet, 2002).
De acordo com Moscovici (1978), representação social está relacionada ao estudo das
simbologias sociais, como uma modalidade de conhecimento particular que tem a função de
elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos).

Afinal, em que contribui o estudo da história da Educação Física na formação


profissional? De que maneira o estudo da história contribui com a atuação do
professor de Educação Física?

Na sua atuação você necessitará de um conhecimento que vai além do conteúdo


técnico ou prático relacionado à profissão. Você deve ser capaz de recriar sua atua-
ção levando em consideração, constantemente, as circunstâncias que o cercam, ou
seja, as determinações históricas, culturais, políticas e econômicas que interferem
diretamente na sua profissão e, consequentemente, na sua atuação profissional.

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O gráfico abaixo representa o que devemos considerar quando pensamos a
história da Educação Física:

Contexto
histórico,
político e
econômico

Discurso
oficial do Contexto
poder público cultural
e privado Educação
Física

Ação/
intervenção Representações
dos sujeitos sociais

Podemos perceber, a partir dessa representação, os vários determinantes que


agem sobre a Educação Física quando pensada enquanto área acadêmica e/ou de
atuação profissional. É impossível entender a Educação Física – ou qualquer outro
campo – sem relacioná-la aos diferentes contextos históricos, políticos, culturais e
econômicos que permearam o seu desenvolvimento, seja a Educação Física sofrendo
influências, seja ela respondendo a essas determinações/intervenções.

Por isso, a importância do estudo da história da Educação Física, pois assim


podemos perceber e compreender como, nos diferentes períodos e contextos
históricos, a Educação Física foi se caracterizando, a fim de compreendermos não
só o passado, mas também o presente, podendo assim perspectivar o futuro.

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

O que é História?
Iniciaremos agora o estudo sobre história da Educação Física, mas antes
precisamos nos perguntar: O que é História? Para quem é a História? Para que
serve a História?

História: Definição presente no Dicionário Houaiss, história é: “1. conjunto de conheci-


Explor

mentos relativos ao passado da humanidade, segundo o lugar, a época, o ponto de vista


escolhido. 2. ciência que estuda eventos passados com referência a um povo, país, período
ou indivíduo específico. 3. a evolução da humanidade ao longo de seu passado e presente;
sequência de acontecimentos e fatos a ela correlatos. 4. compêndio histórico que trata
desses fatos e eventos 5. o julgamento da posteridade; a memória dos homens. 6. a origem
e a evolução de uma ciência, de uma arte, de um ramo do conhecimento...” (DICIONÁRIO,
2001, p. 1.543).

Fonte: Adaptado de Commons/Wikimedia e iStock/Getty Images

Quando nos propomos a entender a História, podemos partir do pressuposto


de que cada geração possui sua forma de relatar o passado, de acordo com suas
experiências e opiniões.

Mas, será que estudar a História significa apenas conhecer os acontecimentos


passados? O que a História nos permite saber?

Para o historiador Jenkins (2001), há uma diferença entre passado e História.


O passado já aconteceu, já passou, e só podemos trazê-los de volta mediado por
alguma leitura sobre ele, por meio de livros, artigos, documentários, arte, etc. nunca

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como acontecimento presente. Se a História tem por objeto de estudo o passado,
este só pode ser alcançado por meio de discursos, da leitura e da elaboração de
textos, do trabalho de interpretação. Nas palavras do autor, “o mundo ou o passado
sempre nos chegam como narrativas e que não podemos sair dessas narrativas para
verificar se correspondem ao mundo ou ao passado reais, pois elas constituem a
‘realidade’” (idem, p. 28).

O que podemos entender com essa colocação é que o estudo historiográfico


está relacionado às interpretações feitas pelos historiadores dos fatos históricos,
construídos a partir das correntes teóricas desses historiadores, das opções de
recortes da realidade e/ou das formas de observação escolhidas pelos historiadores.

Você Sabia? Importante!

Que o historiador Heródoto, que viveu aproximadamente entre 485 e 425 a. C., e
também é conhecido como pai da História, em sua obra já apresentava um conceito
de História em que apontava que a “observação” e o “ouvir dizer” são fontes essenciais
das leituras historiográficas. Para saber mais sobre Heródoto acesse:
https://goo.gl/MtaEtZ

Consideramos assim que o passado não é um objeto estático a espera de ser


desvelado, o fato histórico não pode ser visto como uma verdade absoluta: reta,
plana, linear. Se considerarmos que a concepção de História e da relação do
Homem com o passado, bem como a interpretação desse passado pelo historiador
muda com o decorrer do desenvolvimento das sociedades, não é possível uma
única definição de História, nem uma única interpretação do fato histórico.

Na medida em que as interpretações criadas sobre o passado só podem ser


confrontadas com outras interpretações, o passado é apenas parcialmente
recuperado e está sempre sujeito a revisões. Nessa perspectiva, a verdade histórica
é “criada” e não “descoberta”, pois se trata de um exercício de interpretação.

Essa interpretação de História nega a possibilidade de neutralidade. O passado não


pode ser modificado, mas o conhecimento sobre esse passado está incessantemente
em progresso, se transformando e se aperfeiçoando. Descrevemos os acontecimentos
do passado, refletimos e analisamos esses acontecimentos, inserindo-os no contexto
social, como um dentre os diversos discursos possíveis.

Dessa forma, podemos entender que a História existe duplamente:


·· Uma História real, concreta, que é traduzida por meio dos acontecimentos
do dia-a-dia;
·· Uma História que interpreta, problematiza, constrói explicações e busca dar
inteligibilidade à História real, ou seja, a História como modo de conheci-
mento, de estudo.

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

A História como conhecimento é construção dos historiadores, e é determinada


pelas condições em que estes vivem, por isso a ideia anteriormente apresentada
de interpretação.
[...] É a partir da maneira como estes se inserem na sociedade, do modo
como participam e se comprometem com seu tempo histórico, que
atribuem significados ao dado real, que elaboram suas interpretações
históricas. Neste sentido não há uma única História. A História real é
interpretada, escrita e reescrita sob vários pontos de vista, de geração a
geração, variando, ampliando seus objetos, métodos, segundo condições
historicamente determinadas. (CAETANO, 1998, p.86)

Ao estudar e interpretar os fatos históricos, procura-se seus elementos contradi-


tórios, buscando aquele elemento responsável pela sua transformação.

Basearemo-nos, então, na ideia da História como uma forma de discurso,


uma maneira de descrever o mundo na perspectiva de desvelar o passado, nunca
esquecendo que os discursos históricos falam sobre o passado, mas não são o
passado, pois esse discurso depende da abordagem do historiador.

É interessante pensar que a interpretação dos fatos históricos nos seja


apresentada em narrativas, em retrospectos do passado, pois isso nos faz perceber
que muito provavelmente sabemos mais do passado do que os que lá viveram,
pois, atualmente, podemos tomar à mão elementos, fatos, meios de se investigar o
passado não disponível antes.

Parece-me que até aqui conseguimos responder a uma das três perguntas feitas
no início da leitura, qual seja, “o que é História?”. Vamos nos ater agora à segunda
pergunta, “para quem é a História?”.

Partindo do pressuposto de que a História nos é narrada de acordo com o


recorte, o olhar, os interesses e a escolha dos instrumentos de observação dos
historiadores, podemos então considerar o caráter ideológico desse processo.

Ideologia (fr. idéologie) 1. Termo que se origina dos filósofos franceses do final do século
Explor

XVIII, conhecidos como “ideólogos” (*Destutt de Tracy, *Cabanis, dentre outros), para os
quais significava o estudo da origem e da formação das ideias. Posteriormente, em um
sentido mais amplo, passou a significar um conjunto de ideias, princípios e valores que
refletem uma determinada visão de mundo, orientando uma forma de ação, sobretudo uma
prática política. Ex.: ideologia fascista, ideologia de esquerda, a ideologia dos românticos
etc. (JAPIASSÚ e MARCONDES, 2001, p. 99).

Tomemos como exemplo o cenário político brasileiro. É possível perceber,


claramente, o posicionamento político dos veículos de informação (jornal, rádio, TV,
internet, revista) na forma com a qual divulgam as notícias. Apesar de não ser explícito,
para um atento observador, é perceptível a intensão apresentada nas narrativas,
indicando posicionamentos a favor ou contra determinados sujeitos políticos e que,
de certa forma, leva os leitores também a um determinado posicionamento.

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Fonte: veja.abril.com.br Fonte: cartacapital.com.br

O mesmo acontece com o contar da História, identificar o caráter ideológico da


História significa entender que
[...] ela está sendo constantemente retrabalhada e reordenada por todos
aqueles que, em diferentes graus, são afetados pelas relações de poder –
pois os dominados, tanto quanto os dominantes, têm suas próprias versões
do passado para legitimar suas respectivas práticas [...]. Nesse sentido,
reordenar as mensagens a serem transmitidas [...] é algo que precisa ser
continuamente elaborado, pois as necessidades dos dominantes e/ou
subordinados estão sempre sendo retrabalhadas no mundo real, à medida
que eles procuram mobilizar pessoas para apoiarem seus interesses.
(JENKINS, 2001, p.40).

Sendo assim, podemos entender que quando a História é contada ela pode
revelar diferentes interesses, ou seja, ela pode se apresentar como uma história
em que o conflito e a angústia estejam ausentes, como uma história que leve à
passividade, como uma história que expresse um vigoroso individualismo, como
uma história que ofereça estratégias para uma revolução, ou ainda como uma
história que forneça base para uma contra revolução.

Ao refletir e interpretar um fato histórico, tomamos uma posição e, a partir disso,


o conhecimento é produzido, pois interagimos com as condições superiores a que
estamos submetidos, de natureza econômica, social, política, cultural, ideológica e,
assim, fazemos a História e podemos determinar o seu rumo.

A História sempre se destina a alguém, os significados dados ao passado são


sempre significados dados por agentes externos, como uma forma de legitimação de
seus posicionamentos em relação ao real e aos próprios fatos ocorridos. A História
é o meio pelo qual as pessoas criam e registram suas identidades.

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

É fácil perceber que a história contada pelo discurso dominante é diferente


daquela contada pela voz dominada.
[...] quem controla o presente controla o passado e quem controla o
passado controla o futuro. [...] Assim, as pessoas no presente necessitam
de antecedentes para localizarem-se no agora e legitimarem seu modo de
vida atual e futuro. [...] Portanto, elas sentem a necessidade de enraizarem
o hoje e o amanhã em seu ontem. [...] Esses passados são usados para
explicar existências presentes e projetos futuros. (JENKINS, 2001, p. 41)

Estamos caminhando então para dar resposta à ultima pergunta feita: para que
serve a História?

Seguindo a aproximação a um conceito de História, podemos dizer então


que a História serve para que, em posse do conhecimento dos acontecimentos
passados, dominemos melhor o conhecimento sobre o presente e, assim, possamos
perspectivar o futuro baseados então nessas condições. Dessa forma, reforçamos a
ideia de que a História deve sempre ser reinterpretada.

À medida que consideramos que toda construção histórica depende de atitudes


e opiniões dos historiadores e que essa condição está atrelada à realidade e
necessidades do presente, qualquer alteração nessas condições leva a uma
modificação das atitudes e das opiniões dos historiadores e, inevitavelmente, leva
a uma outra seleção dos instrumentos de observação do passado, bem como a
uma outra atitude perante os fatos históricos. Dessa forma, afirmamos que toda
construção histórica é seletiva, porque tudo depende dos critérios de seleção do
qual os historiadores lançam mão na interpretação do passado.

É importante destacar que os critérios de avaliação dos acontecimentos


passados variam no tempo e, por isso, a percepção e a seleção dos fatos históri-
cos mudam e permitem então que a própria imagem da História seja modificada,
ou seja, uma nova narrativa é feita.

Em geral, em períodos de crise, em que o descontentamento com o presente é


aflorado, há uma tendência a se ter também um descontentamento com o passado,
o que leva à sua reinterpretação.

Outro ponto a se considerar é o fato de novos efeitos dos acontecimentos


passados aparecerem constantemente no presente. A partir dessa visão, temos
como realidade um novo contexto social, um novo contexto histórico. Esses novos
efeitos, que levam à constituição de um novo contexto nos obrigam a realizar um
novo olhar sobre o passado, nos possibilitando percebê-lo de outra maneira.

Isso reforça a tese de que interpretamos melhor a História na perspectiva do


tempo, pois constantemente novos efeitos dos acontecimentos passados vão
surgindo e alterando o presente.

Possivelmente a geração futura entenderá melhor o momento presente do


que nós, que somos sujeitos desse presente, que vivemos a realidade presente.

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A geração futura terá maiores possibilidades de interpretar os fatos ocorridos em
nosso presente que poderá fazer uso de informações e de elementos relacionados
a determinados fatos históricos que, atualmente, não temos conhecimento, porque
ele ainda não surgiu como efeito no presente. Da mesma forma, podemos olhar
o passado e interpretá-lo com mais riqueza, porque possuímos um número de
informações sobre esse passado maior do que aqueles que lá viveram.

Uma fase superior de desenvolvimento vai permitir melhor compreender fases


anteriores desse próprio desenvolvimento. Observem a imagem a seguir:

Adaptado de lesavoirperdudesanciens.com

A ideia colocada no parágrafo anterior, de que a fase superior de desenvolvimento


é quem permite conhecer fases anteriores, permite a possibilidade de invertermos
essa imagem – que representa a Teoria da Evolução de Charles Darwin –, como
se pudéssemos colocá-la de ponta cabeça. Só conseguimos identificar, analisar e
conhecer fases ou processos de desenvolvimento quando uma fase superior desse
desenvolvimento se consolida. Tomando a imagem como exemplo, não é o macaco
primitivo quem explica a evolução do Homem, mais o inverso, ou seja, somente a partir
do momento que um estágio de evolução humana superior se consolida enquanto tal
é que é possível perceber e identificar as fases que se antecederam, e não o contrário.

Por isso essa variabilidade da imagem do passado, por isso a ideia de que a História
está viva, porque acontece diariamente e não está petrificada no passado. Por isso
a ideia de que a História está sempre inacabada e subordinada a reinterpretações,
como um processo e não como uma imagem definitivamente acabada.

Dessa forma, o processo de conhecimento da História deve se dar a partir de


um processo dialético, ou seja, passível de constantes reinterpretações, e não como
um processo linear, como se fosse possível apenas criar uma linha imaginária de
evolução, a partir do reconhecimento linear dos fatos históricos.

O conhecimento da História deve servir para que possamos compreendê-la e


melhor compreender, a partir de então, o nosso presente, nos enriquecendo de
elementos na tentativa de melhor perspectivar o futuro.

No caso da Educação Física, conhecer sobre sua história significa encontrar


sua identidade, entender suas representações no cenário social, buscar uma leitura
da história que nos permita entender, de acordo com Castellani Filho (1991), às
necessidades estruturais e conjunturais que a Educação Física respondeu em seus
diferentes momentos históricos.

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

As Raízes da Educação Física brasileira


É quase um consenso na Educação Física brasileira que o século XIX possui
uma particular importância para a compreensão do surgimento da Educação
Física, e também para o conhecimento das pretensões que se criaram sobre esse
campo a partir de então. Isso porque, conforme Soares (2001), foi nesse século
que se elaboraram conceitos básicos sobre o corpo e sua utilização como força
de trabalho.

No livro Educação Física: raízes europeias e Brasil (2001), da autora


Carmem Lúcia Soares, é possível entender como o processo de constituição
da Educação Física se deu pautado nas teorias científicas que deram base à
implementação do capitalismo na Europa dos séculos XVIII e XIX. Nesse
processo, viu-se a necessidade de investir na construção de um Homem que
fosse capaz de atender às novas determinações dessa sociedade, ou seja, que
pudesse suportar a nova ordem política, econômica e social impostas por esse,
então, novo modelo de organização societária.
É nessa perspectiva que podemos entender a Educação Física como a
disciplina necessária a ser viabilizada em todas as instâncias, de todas as
formas, em todos os aspectos onde poderia ser efetivada a construção
desse homem novo: no campo, na fábrica, na família, na escola. A
Educação Física será a própria expressão física da sociedade do capital.
Ela encarna e expressa os gestos automatizados, disciplinados, e se faz
protagonista de um corpo “saudável”; torna-se receita e remédio para
curar os homens de sua letargia, indolência, preguiça, imoralidade, e,
desse modo, passa a integrar o discurso médico, pedagógico familiar.
(SOARES, 2001, p.05)

Ainda hoje encontramos na Educação Física uma visão de corpo que se


constrói baseada em uma concepção biológica de mundo. Esta forma de pensar
o corpo está pautada em uma visão positivista de ciência, que serviu de base
para a consolidação do capitalismo e da burguesia enquanto classe, na Europa
do século XIX.

Positivismo é uma corrente filosófica que surge na França do século XIX e se expande para
Explor

a Europa, a partir da metade do século XIX e início do século XX, período em que também
chega ao Brasil. Os principais representantes da ciência positivista são Augusto Comte e
John Stuart Mill. Para Comte, o conhecimento científico teria de ser baseado na observação
dos fatos e nas relações entre eles. A denominação positivo: útil, certo, preciso, relativo e
real, descreveria as qualidades do conhecimento a ser produzido. Caberia ao conhecimento
científico então, reconhecer a ordem da natureza e utilizá-la em benefício do homem, em
contraposição às explicações metafísicas e abstratas. Para Comte o conhecimento científico
é a única forma de conhecimento verdadeiro.

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Explor
De acordo com o Dicionário Básico de Filosofia (JAPIASSU e MARCONDES, 2001, p.153):
Positivismo (fr. positivisme) I. Sistema filosófico formulado por Augusto *Comte, tendo como
núcleo sua teoria dos três *estados, segundo a qual o espírito humano, ou seja. a sociedade,
a cultura, passa por três etapas: a teológica, a metafísica e a positiva. As chamadas ciências
positivas surgem apenas quando a humanidade atinge a terceira etapa, sua maioridade,
rompendo com as anteriores. Para Comte, as ciências se ordenaram hierarquicamente
da seguinte forma: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia; cada
uma tomando por base a anterior e atingindo um nível mais elevado de complexidade. A
finalidade última do sistema é política: organizar a sociedade cientificamente com base nos
princípios estabelecidos pelas ciências positivas.
2. Em um sentido mais amplo, um tanto vago, o termo “positivismo” designa várias doutrinas
filosóficas do séc. XIX, como as de Stuart *Mill, *Spencer, *Mach e outros, que se caracterizam
pela valorização de um método empirista e quantitativo, pela defesa da experiência sensível
como fonte principal do conhecimento, pela hostilidade em relação ao *idealismo, e pela
consideração das ciências empírico-formais como paradigmas de cientificidade e modelos
para as demais ciências. Contemporaneamente muitas doutrinas filosóficas e científicas são
consideradas “positivistas” por possuírem algumas dessas características, tendo este termo
adquirido uma conotação negativa nesta aplicação.
3. Positivismo lógico: o mesmo que *fisicalismo.
Positivo (lat. positivos) 1. Que existe, que é real, palpável, concreto, fatual.
2. Segundo *Comte, “todas as línguas ocidentais estão de acordo em conceder ao termo
positivo e a seus derivados os dois atributos de realidade e de utilidade, cuja combinação
por si só é suficiente para definir o verdadeiro espírito filosófico, que no fundo é apenas o
bom senso generalizado e sistematizado” (Discurso sobre o conjunto do positivismo).
3. Existente de fato, estabelecido, instituído. Ex.: direito positivo, religião positiva. Oposto a natural.

Sobre Augusto Comte leia:


Explor

FERRARI, M. Augusto Comte, o homem que quis dar ordem ao mundo.


https://goo.gl/8DET0m

A sociedade burguesa e a ciência positivista deram aos fatos sociais um caráter de


neutralidade, criando o que Soares (2001) chama de “social biologizado”, ou seja,
nesse processo de reconstrução, o Homem passa a ser definido nos limites biológicos,
e não como um ser que se humaniza, a partir das relações sociais que estabelece.

A filosofia positivista, em seu caráter social, fundamenta-se nas seguintes premissas:


A sociedade é regida por leis naturais, invariáveis, independentes da
vontade e da ação humanas e na vida social reina harmonia natural.
(...) A sociedade pode ser estudada pelos mesmos métodos e processos
empregados pelas ciências da natureza. (...) As ciências da sociedade,
assim como as da natureza, devem limitar-se à observação e à explicação
causal dos fenômenos, de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos
de valores ou ideologias, descartando previamente todas as pré-noções e
pré-conceitos (LOWY apud SOARES, 2001, p. 17).

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

Esse tipo de análise resultou na explicação das desigualdades sociais como sendo
desigualdades biológicas e assim, portanto, desigualdades naturais que permitem
pensar o Homem por meio de uma dicotomia que separa seu corpo de sua razão.
O desenvolvimento e a complexificação dessa sociedade, das leis da economia, da
exploração desenfreada do capital em relação ao trabalho, exigiam novas formas
de pensar a sociedade, a natureza e as relações entre os Homens.

A Educação Física absorveu da ciência positivista a concepção de que o Homem


é um ser puramente biológico e orgânico, que precisa ser adestrado e disciplinado.
Como dito anteriormente, com a consolidação do capitalismo e a construção da
nova sociedade, em meados do século XVIII e início do século XIX, o Homem
passa a preocupar essa nova sociedade. Para isso era preciso criar um Homem
que se adequasse à nova ordem política que se formava. Esse Homem passa a ser
explicado e definido a partir de seus limites biológicos.

Por estar pautada no pensamento positivista de ciência, nesta sociedade, o


sujeito era considerado como um ser independente da cultura e dele era abstraído
o elemento histórico-social que o determinava, ou seja, o Homem estava reduzido
à sua existência biológica, na qual apenas registrava e transformava os impulsos
vindos do mundo exterior.
A sociedade passa, então, a ser comparada ao orgânico e vista como um
grande organismo vivo que evolui do inferior ao superior, do simples ao
complexo. Consolida-se a ideia de que é regida por leis naturais invariáveis
e independentes da ação humana, porque até mesmo o homem fica
reduzido aos seus determinantes biológicos. (SOARES, 2001, p.14)

As desigualdades sociais que surgiam em decorrência da nova ordem política eram


explicadas como desigualdades biológicas. Para Soares (2001), a elaboração de uma
explicação neutralizada de sociedade se colocava como necessária, pois cada vez mais a
sociedade se apresentava de forma contraditória. Nunca se viu tanta riqueza acumulada
ao mesmo tempo em que a população estava cada vez mais sujeita à miséria, uma
miséria que se apresentava de forma cada vez mais generalizada. As grandes vitórias
da indústria vinham acompanhadas de grande degradação social.

Para saber mais sobre o assunto ler o capítulo I do livro Educação Física: raízes europeias
Explor

e Brasil (2001).

Neste período é que surge a Educação Física, como área profissional necessária
para a construção desse novo Homem. A importância do vigor físico para o
trabalho em uma sociedade regida pelas leis do capital começa a ser percebido pela
classe que está no poder. O corpo dos indivíduos, portanto, passa a ser o foco das
preocupações dessa classe, que passa a investir naquele que representa um forte
instrumento de produção e que, dessa forma, contribui de forma significativa para
o avanço e o acúmulo do capital.

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Porém, esse investimento é feito de forma que adestre e discipline o corpo, para
que desde cedo incorporem sua função na sociedade que é a de produção e de
reprodução do capital. Aos sujeitos não era permitido ir além de uma compreensão
de que dependiam de um corpo saudável para a manutenção de sua sobrevivência,
alienando o próprio Homem de suas ações e do papel que representa, enquanto
sujeito que pertence a uma determinada sociedade.
Esse tipo de relação reforça a visão dicotomizada de Homem (copo x mente) que
carregamos até hoje, pois no sistema capitalista, os seres humanos são tratados
enquanto corpos produtivos, sendo que a estes corpos não está vinculada a sua
subjetividade, a sua consciência.
As leis biológicas aprisionam o homem ao seu organismo, percebem as
suas necessidades apenas como necessidades orgânicas e biológicas,
“esquecendo-se” de que, embora algumas necessidades sejam dessa ordem,
elas são satisfeitas socialmente. (SOARES, 2001, p. 16)

A visão biologicista de ciência e de sociedade, que enxerga o corpo apenas em


seus aspectos anátomo-fisiológicos, e que trabalha sempre com o ideal de adquirir
um corpo perfeito para se alcançar uma saúde perfeita, contribui para a construção
de uma concepção de mundo que transforma o ser humano em objeto, por meio
de técnicas que reforçam a alienação na própria técnica.
Diante das desigualdades que vão surgindo com o desenvolvimento da sociedade
burguesa do séc. XIX, a burguesia reforça seu aparato ideológico e científico. Deter-
minar “cientificamente” o “lugar de cada um” torna-se inevitável. Era a ciência, na sua
abordagem positivista, que iria fornecer as “fórmulas” e as “leis” capazes de manter a
ordem natural dos fatos, bem como o desenvolvimento, também natural, da socieda-
de. O destino dos Homens nessa sociedade não depende mais da ordem estabelecida,
mas das capacidades individuais que cada indivíduo consegue atingir.
Com esse tipo de pressuposto, a burguesia irá acentuar o “esforço pessoal” e
o valor individual de cada um, afirmando, ainda, que os mais aptos vencem,
portanto “competem”. Competição e concorrência, grandes eixos do
capitalismo, serão entendidos como naturais e não como produto de um
processo histórico de desenvolvimento da sociedade. (SOARES, 2001, p.17)

O fato de a grande maioria não conseguir atingir um grau mais elevado na


escala social se justificava pela sua falta de capacidade pessoal que o condenava,
juntamente com a hipótese de uma “herança racial”, não sendo justificado com
base na forma como a sociedade estava sendo organizada.
Teorias raciais foram criadas nesse período, principalmente as que davam grande
ênfase à raça e ao nascimento, como a eugenia, e foram utilizadas como forma de
intervenção na sociedade.
Vencendo a “competição” da vida nesta “seleção natural”, os “mais aptos”
irão melhorar a raça que, geneticamente, irá se depurando e... teorias
científicas que comprovassem a ideia de “melhoramento” e da “depura-
ção” da raça foram sendo desenvolvidas. (SOARES, 2001, p. 18)

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

Você Sabia? Importante!

O teórico inglês, Francis Galton, nascido em 1822, cria uma teoria, a eugenia, que
considera ser possível realizar o aperfeiçoamento da raça pelo nascimento. Os estudos
de Galton contribuíram com outras teorias raciais surgidas nesse período (séc. XIX),
alimentando, inclusive, as teorias nazistas e fascistas.
Assista ao documentário Homo Sapiens 1900, para saber mais sobre as teorias raciais
e eugênicas.
https://www.youtu.be/TPSjjElIIZM

De acordo com Soares (2001), as diferenças hereditárias e genéticas compro-


vadas pela ciência davam às desigualdades sociais e às diferenças de classes, as
suas justificativas. Essas desigualdades e diferenças eram, dessa forma, passadas de
geração para geração, sem qualquer possibilidade de serem alteradas, pois eram
diferenças biológicas, genéticas e hereditárias, reforçando, dessa forma, a domina-
ção da classe burguesa sobre a população de um modo geral, mas, principalmente,
sobre a parcela pobre dessa sociedade.

É nesse contexto que surge a Educação Física. É ela um dos principais


instrumentos dessa nova sociedade, para a transformação e a dominação social.
Ao possibilitar a intervenção no “corpo individual”, se alcançava uma intervenção
no “corpo social”. O corpo biológico precisa ser cuidado para que o corpo social
se apresente de forma saudável, sem qualquer patologia. É a Educação Física que
é a responsável por transformar e preparar os Homens, ou seus corpos, para
o atendimento às novas demandas da produção, que se intensificaram com a
Revolução Industrial.
O controle da sociedade sobre os indivíduos não se opera simplesmente
pela consciência ou pela ideologia, mas começa pelo corpo, com o corpo.
Foi no biológico, no somático, no corporal que antes de tudo investiu a
sociedade capitalista. (FOUCALT apud SOARES, 2001, p. 20).

A Educação física aparece então como meio de instrumentalização do corpo


como força de trabalho, aceitação e reprodução do capital. Por isso a afirmação
de que a Educação Física brasileira possui raízes europeias, pois, de acordo com
Soares (2001, p. 14):
A Educação Física, seja aquela que se estrutura no interior da instituição
escolar, seja aquela que se estrutura fora dela, será a expressão de
uma visão biológica e naturalizada da sociedade e dos indivíduos. Ela
incorporará e veiculará a ideia de hierarquia, da ordem, da disciplina,
da fixidez, do esforço individual da saúde como responsabilidade
individual. Na sociedade do capital, construir-se-á em valioso objeto de
disciplinarização da vontade, de adequação e de reorganização de gestos
e de atitudes necessários à manutenção da ordem. Estará organicamente
ligada ao social biologizado, cada vez mais pesquisado e sistematizado ao
longo do século XIX.

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Se é por meio do corpo biológico, físico, que a sociedade burguesa investirá na
transformação da sociedade do século XIX, a Educação Física se apresenta como
um valioso remédio para curar qualquer “patologia social”, pois é a ferramenta
principal de construção do corpo saudável.

Uma das principais formas de se preparar esses corpos pela Educação Física
foram os métodos ginásticos europeus, que garantiam o melhor rendimento
do corpo, bem como seu adestramento social. Um corpo saudável obediente,
disciplinado e dócil. Os modelos ginásticos visavam instrumentalizar e mecanizar os
gestos, realizando uma educação do corpo, a educação do “físico”, criando novos
hábitos não só de saúde, mas também novos hábitos morais.

Uma das principais influências e meios de intervenção utilizados pela sociedade


burguesa e, como consequência, pela Educação Física, foi do pensamento médico
higienista, a partir de políticas de saúde, como forma de definição dos hábitos da
população para um melhor controle urbano.
Efeito do investimento do corpo pelo poder: a ginástica, os exercícios,
o desenvolvimento muscular, a nudez, a exaltação do belo corpo... [...]
através de um trabalho insistente, obstinado, meticuloso, que o poder
exerceu sobre o corpo das crianças, dos soldados, sobre o corpo sadio.
(FOUCAULT apud SOARES, 2001, p.21).

Podemos dizer, com base em Soares (2001) que a regeneração da sociedade e


o esforço em disciplinar os corpos legaram à Educação Física amplas pretensões
políticas: a higienização dos corpos e a produtividade para o trabalho. É a Educação
Física a responsável pela construção dos corpos saudáveis, como instrumento
moralizador e disciplinador, vinculada às teorias eugênicas e higienistas, com o
propósito de contribuir com a “seleção natural” da sociedade e com a saúde do
“corpo social”.

O investimento no “corpo” pelo Estado, assim como demonstrado até então,


é uma das formas que pudemos citar de adestramento e de disciplinarização da
sociedade. Porém, não podemos deixar de citar outra instituição social que também
foi fundamental para esse processo e do qual a Educação Física aparece como
elemento fundamental, que é a Instituição Escolar.

É no seio da Instituição Escolar, por meio da aproximação das políticas de


educação e de saúde, que podemos analisar a utilização do “exercício físico” como
forma de preparação moral e física da população a partir de conceitos médicos.
[...] é importante saber como ele contribuiu para veicular, entre outras,
a ideia da saúde veiculada ao corpo biológico, corpo a-histórico, não
determinado pelas condições sociais que demarcam o espaço que irá
ocupar na produção... corpo de um “bom animal”. (SOARES, 2001, p.34)

A educação escolar, nesse período, traz uma preocupação com o Homem


“natural”, “biológico”, como um meio de desenvolvimento de suas aptidões,
talentos e vocações, para que ele possa participar de forma mais adequada da vida

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

em sociedade. O pensamento liberal foi a base para a construção das concepções


de educação nesse período. Locke, Rousseau e Pestallozzi são alguns dos principais
pensadores que contribuíram com a constituição da educação na Europa dos séculos
XVIII e XIX.

No interior da educação escolar, a Educação Física foi se caracterizando por


seu viés biológico, estando sempre vinculada à saúde biológica e sendo, dessa
forma, protagonista no processo de higienização da sociedade, e contribuindo
assim com o processo de “seleção natural”. A Educação Física se sistematiza por
meio de métodos que garantem a constituição do tão almejado “corpo saudável”,
principalmente os métodos ginásticos, como citado anteriormente.
A Educação Física, construída de maneira autônoma em
relação à sociedade que objetiva o corpo dos indivíduos em
configurações precisas e determinadas historicamente, coloca-
se como uma prática “neutra”, capaz de alterar a saúde, os
hábitos e a própria vida dos indivíduos. E é assim que ela
começa a ser veiculada como uma necessidade, passando a
integrar o conjunto de normas que tratam dos “cuidados com
o corpo” [...] (SOARES, 2001, p. 51).

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Uma Cidade sem Passado
Filme: Uma Cidade sem Passado (1990), de Michael Verhoeven, para reflexão sobre
o método na pesquisa histórica.
https://youtu.be/kKiykbMCtRM
Tempos Modernos
Filme: Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin, para reflexão sobre o modelo
capitalista de produção e a exploração do trabalhador.
https://youtu.be/CozWvOb3A6E
Escolarizando o Mundo – O Último Fardo do Homem Branco
Documentário: Escolarizando o Mundo – O Último Fardo do Homem Branco,
para refletir sobre o modelo de educação ocidental e como, ao longo dos últimos
séculos, a educação serviu para a colonização e a homogeneização cultural.
https://youtu.be/6t_HN95-Urs

Leitura
Notas sobre a Educação no Corpo
Artigo: SOARES, C. L. Notas sobre a Educação no Corpo. Educ. rev., Curitiba, n.16,
p.43-60, Dezembro de 2000.
https://goo.gl/CyOG2s

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UNIDADE Os Fundamentos da Teoria da História e a História da Educação Física

Referências
ALBUQUERQUE, D. M. História: a arte de inventar o passado. In: Cadernos de
História, UFRN, v. 2, n. 1, jan. 1995.

CAETANO, C. G. História como ciência humana. In: MARCELLINO, Nelson C.


(Org). Introdução às ciências sociais. 7. ed. Campinas: Papirus, 1998. p. 85-89.

FEDERICI, C. A. G. O que não é educação física. Revista Movimento &


Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.4, n.4/5, jan./dez. 2004. Disponível
em http://ferramentas.unipinhal.edu.br/movimentoepercepcao/include/getdoc.
php?id=90&article=24&mode=pdf. Acessado em 20/04/2016.

JAPIASSÚ, H. MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro:


Zahar, 3. ed. rev. e ampl., 2001.

JENKINS, K. A História repensada. Tradução de Mario Vilela. Revisão Técnica


de Margareth Rago. São Paulo, Contexto, 2001.

JODELET, D. Representações sociais: um domínio em expansão. In: JODELET,


D. (org.). As Representações sociais. Rio de Janeiro: Eduerj, 2002, p.17-44.

MOSCOVICI, S. A Representação Social da Psicanálise. Rio de Janeiro:


Zahar, 1978.

SOARES, C. L. Educação física: raízes européias e Brasil. 2. ed. revista. Campinas:


Autores Associados, 2001.

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