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Manifestações

Gímnicas
Material Teórico
Movimento Humano

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dra. Renata Aparecida Miyabara

Revisão Textual:
Prof. Ms. Fátima Furlan
Movimento Humano

• Movimento
• Estudo do Movimento Humano
• Evolução do Movimento Humano
• Fases da Infância
• Desenvolvimento Motor Infantil
• Fases do Desenvolvimento Motor
• Movimentos Básicos primários e secundários
• Elementos Corporais Ginásticos

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender a evolução do movimento humano e dos movimentos
básicos primários e secundários.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Movimento Humano

Introdução
Os movimentos corporais estão presentes antes do nascimento, são parte
integrante do nosso ser, da mesma forma que precisamos do alimento, da água, de
afeto, necessitamos dos movimentos para nossa sobrevivência. A criança utiliza os
movimentos para suprir suas necessidades básicas e é através deles que medimos o
progresso no desenvolvimento da criança. Os movimentos possibilitam uma maior
proximidade com o mundo da criança, melhora a condição física e de saúde, ajudam
a desenvolver os comportamentos motor, cognitivo e afetivo-social. A educação
física é uma atividade dinâmica que contribui na formação ampla dos sujeitos,
bem como no desenvolvimento de seu lado individual, através de oportunidades
lúdicas que proporcionam equilíbrio entre corpo, mente e espaço. Desenvolve as
habilidades motoras de todos os sujeitos, além de manter elementos terapêuticos,
sejam eles emocionais ou físicos.

Movimento
Para a filosofia, o movimento é um dos problemas mais tradicionais da cosmologia,
pois envolve a questão da mudança na realidade. Para a escola eleática (escola
filosófica pré-socrática, da cidade Eleia), o movimento é ilusório, e a verdadeira
realidade imutável. (HALLIDAY et al, 2016)
Aristóteles definiu o movimento como passagem de potência a ato,
caracterizando-o como deslocamento no espaço, mudança ou alteração de uma
natureza; como crescimento e diminuição; bem como geração e corrupção
(destruição). (HALLIDAY et al, 2016)

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

Movimento, em Física, é a variação de posição espacial de um objeto ou ponto


material em relação a um referencial no decorrer do tempo. Para a física da
relatividade, o movimento nada mais é do que a variação de posição de um corpo
relativamente a um ponto chamado “referencial”. (HALLIDAY et al, 2016)

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O movimento é fonte de estudos na Física, existem várias ramificações neste
sentido, o ramo da Física que estuda o movimento é chamado: Mecânica, a qual
se preocupa tanto com o movimento, quanto com o que faz o movimento iniciar
ou cessar. Já a Cinemática (em grego kinema, significa movimento) abstrai as
causas do movimento e se preocupa apenas com a descrição dele, se acaso
fosse compreender as causas do movimento, as forças que iniciam ou cessam os
movimentos dos corpos, a esta parte da mecânica, dá-se o nome de Dinâmica
(em grego dynamis, significa força), o não-movimento, os corpos parados também
possui seu ramo de estudo, denominado Estática (em grego statikos, significa
ficar parado). Sendo que, a estaticidade (movimento estástico) é uma propriedade
altamente específica, pois só se apresenta para referenciais muito especiais, de
forma que, para nós, o comum é que que os corpos estejam sempre em movimento
constante. (HALLIDAY et al, 2016)

Estudo do movimento humano

Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images

O movimento já foi, e tem sido, definido de várias formas por diferentes autores,
para Newell (1978) apud Betti (2013), caracteriza-se pelo deslocamento do corpo
e ou de partes dele, produzido como uma consequência do padrão espacial e
temporal advindo de uma contração muscular, sendo também um comportamento
observável e mensurável.

O movimento já nasce com o ser humano. Qualquer indivíduo, em qualquer


lugar do planeta se movimenta. Por meio do movimento, o homem se expressa.
A existência de todo ser humano é caracterizada pela motricidade que carrega ao
longo da vida, por suas experiências, existindo plena conexão entre o que somos,
pensamos, acreditamos ou sentimos, com aquilo que expressamos, através de
pequenos gestos, atitudes, posturas ou movimentos mais amplos. (BETTI, 2013)

Na história da humanidade, sempre houve a presença do movimento, pois o


homem, para sobreviver, precisava caçar, pescar, correr, lançar, entre outros tantos
movimentos que, quando em sociedade movimentavam-se de forma diferenciada,

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UNIDADE Movimento Humano

já com uma organização, um desses momentos eram as danças em agradecimento


aos deuses por um feito comemorável. (BETTI, 2013)

O homem pré-histórico, como visto, já praticava atividades físicas, o que torna


a Educação Física uma prática muito antiga, além disso, pode-se perceber que
o homem já possuía boa resistência aeróbia, pois caminhava grandes percursos,
praticamente o dia todo em busca de sua sobrevivência, pode-se supor também,
que desde então já se tinham ótimos velocistas, já que o homem precisava ser mais
veloz que sua presa, e isso devia ser uma tarefa bastante árdua. (BETTI, 2013)

Entre as práticas próprias da Educação Física, próprias da busca pela aptidão


física já existiam registros de atividades semelhantes às existentes hoje, assim como
o Wushu, originário da China e semelhante ao Kung Fu e também o Ioga, ambos
praticados no Brasil. (BETTI, 2013)

Mesmo com estas práticas já ocorrendo em diferentes localidades, na Grécia foi


onde a ideia mais concreta de Educação Física como instrumento de formação dos
jovens, propriamente dita, deu início, com os filósofos: Platão, Sócrates, Aristóteles
e outros. Para eles “o homem educado fisicamente é verdadeiramente educado e,
portanto, belo” como esclarece Sócrates “o belo é idêntico ao bom”. A Grécia
Antiga foi então, a grande precursora do esporte educacional, no Ocidente, onde
eram realizadas comemorações esportivas em agradecimento aos deuses, dos quais
aquele povo venerava. (ARANTES, 2005)

Nestas comemorações aos deuses do povo grego eram evidenciadas disputas de


corridas, de saltos, de lançamentos, de lutas e pentatlo, os quais mostravam seus
atletas, os campeões e heróis, representando suas cidades-estados, com as regalias
que assim mereciam. Estas práticas terminaram com a dominação dos romanos
sobre o povo grego. (ARANTES, 2005)

Após este período, mais precisamente na Idade Média, a Igreja, com a grande
influência que exercia sobre as pessoas, começa a ver o culto pelo corpo como algo
mundano, fruto de pecado, passando a ser a alma, o princípio de todas as coisas,
fazendo com que apenas as práticas militares e para a formação de cavalheiros
fossem permitidas (os torneios equestres, substituídos pelos torneios modernos e
as justas). (ARANTES, 2005)

Na Idade Moderna, começam várias mudanças no mundo, a Educação Física e


o exercício físico retomam sua importância para o homem, até então perdida para
a Igreja, começara a época do Renascimento. Surge então, com grande poder
econômico e social, a burguesia, a qual valorizava enormemente a prática dos
exercícios físicos, aparecem novas práticas como: a natação, a equitação, as lutas,
as corridas, entre outras, buscando reascender o ideal grego de que o esporte é
muito importante para a formação educacional. (ARANTES, 2005)

Nesta época, grandes pensadores passam a se dedicar ao verdadeiro valor da


Educação Física para a formação educacional da sociedade ocidental. Um deles,
Rousseau, dentre outros pensadores contemporâneos, em seu livro Emílio, destacou

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a importância do exercício físico na formação cidadã, daí surgiram muitos outros
pensadores, Pestalozzi que passou a orientar as pessoas para a prática regular de
exercícios físicos e aos cuidados com a higiene. (ARANTES, 2005)

Renascimento ou Renascença, é o período de transição entre a Idade Média e a Idade


Explor

Moderna, que ocorreu principalmente na Itália, e se alastrou por toda a Europa. Importantes
acontecimentos artísticos e culturais marcaram esse momento, e invadiram o ocidente do
século XV. O desenvolvimento das artes, da ciência, da economia e da política fez adormecer
na eternidade os pensamentos medievais. O desenvolvimento comercial, o início das
grandes navegações e a agitada atividade cultural do ocidente fez nascer um sentimento de
humanidade, em que as ações fossem voltadas para o homem. Esse pensamento já vinha
se transformando desde o enfraquecimento da Igreja Católica, que praticamente dominava
toda a cultura na Idade Média com uma visão teocêntrica.

A Educação Física possui a característica de valorizar, principalmente, os


movimentos voltados ao desporto, porém, como podemos perceber, toda
atividade do homem é carregada dos mais diversos movimentos que seu corpo é
capaz de realizar, e pode-se dizer que qualquer movimento, do mais simples ao
mais complexo e técnico é composto de, praticamente os mesmos movimentos,
diferenciando-se no modo com que foram aprendidos, processados e utilizados,
pois quanto maior for a especificidade do movimento, mais específica será sua
solicitação. (TANI, 1988)

Quando se trata de especificidade do movimento, A Educação Física pode contar


com áreas afins para melhor compreensão, tais como: a Performance Humana, a
Engenharia Humana, a Ergonomia e a Psicologia Experimental, fazendo com que
o indivíduo compreenda claramente e se aprofunde em tais conhecimentos sobre
o movimento humano. (TANI, 1988)

Pode-se dizer que o movimento possui dois aspectos diferentes, um deles diz que
é um comportamento observável e o outro, que é produto de todo um processo que
acontece no interior de cada indivíduo. Para contribuir com a compreensão destes
dois aspectos, Marteniuk (1975) apud Betti (2013) criou um modelo composto
de cinco mecanismos, interligados através do fluxo de informações, onde cada
informação depende da outra, envolvidos na execução do movimento.

Nosso sistema central, em consonância com os estímulos do meio ambiente,


age com os órgãos do sentido, transformando os diferentes estímulos que
recebemos em energia para o sistema nervoso, e deste para o exercício,
codificando as informações dos estímulos em variações do impulso nervoso, os
quais são transmitidos ao sistema nervoso central, processados, iniciando-se o
processo de percepção, que através dos processos de discriminação, identificação
e classificação, fornece informações detalhadas sobre o meio ambiente externo e
interno, para iniciar o processo de decisão, tais informações seguem também para
a memória, onde serão armazenadas e utilizadas quando solicitadas. É durante
o processo de decisão que se escolhe o plano motor mais adequado. Welfo´d

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UNIDADE Movimento Humano

(1968) apud Betti (2013). 0 conceito de plano motor foi derivado do conceito de
plano, apresentado por Miller, Galanter e Pribram (1960) apud Betti (2013), que
significa o processo organizacional que controla a ordem em que uma sequência
de operações é executada. (BETTI, 2013)

Evolução do movimento humano


O ser humano é dotado de uma série, inesgotável, de comportamentos; tais
comportamentos pertencem à um dos nossos três domínios: cognitivo, afetivo-
social ou motor.

Sob o domínio cognitivo encontramos as operações mentais como a descoberta


ou reconhecimento de informação, a retenção ou armazenamento de informação,
a geração de informações a partir de certos dados e a tomada de decisão ou o
julgamento acerca da informação. (MAGILL, 1980)

Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images

Tem-se ainda, sob o domínio cognitivo, a taxonomia de Bloom, o qual elaborou


um estudo aprofundado acerca deste domínio, ordenando as diferentes operações
mentais. Bloom identificou cinco categorias que julgou principais: receber,
responder, valorizar, organizar e categorizar um valor ou complexo de valores.
(BLOOM, 1956)

Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para


Explor

definição de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, v.17, n.2, p.421-431, 2010.
Disponível em: https://goo.gl/33AQZ4

Nossos sentimentos e emoções estão sob o domínio afetivo-social, os quais,


de acordo com Krathwohl, Bloom e Masia (1964), são adquiridos pelo processo
de aprendizagem, no qual, aspectos como motivação, interesse, responsabilidade,
cooperação e respeito ao próximo estão sempre presentes e devem ser trabalhados
adequadamente.

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Os nossos movimentos estão sob o domínio motor ou psicomotor, pelo
envolvimento cognitivo, onde se incluem três tipos básicos de comportamento:
contatar, manipular e ou mover um objeto; controlar o corpo ou objetos quando em
equilíbrio mover ou controlar o corpo ou parte do corpo no espaço, com timing,
num ato ou sequência breve ou longa, sob situações previsíveis e ou imprevisíveis.
(SINGER, 1980)
Como já fora dito, na maioria dos comportamentos, existe a participação de todos
os três domínios, sendo que a predominância de um deles é dada pela conveniência
do movimento. Por exemplo: o comportamento de uma pessoa jogando xadrez
é predominantemente cognitivo, embora os domínios motor e afetivo-social
também estejam envolvidos, já no halterofilismo, predomina-se o motor assim
como a maioria das habilidades desportivas. A interação entre os três domínios
do comportamento pode ser claramente compreendida no modelo sistêmico do
comportamento humano de Heimstra e Ellingstad (1972), onde os processos de
identificação, interpretação e memória que antecedem o comportamento observável,
são operações mentais ou cognitivas que se processam a nível do sistema nervoso
central, e ainda a identificação e a interpretação influenciam ou são influenciadas
pela energização, um processo motivacional, do domínio afetivo-emocional.
0 movimento ocorre a partir de complexas interações que ocorrem no sistema
nervoso central e periférico, os quais processam as informações sensoriais,
e outros impulsos originados no próprio sistema, resultando em um padrão de
impulsos nervosos que atinge outros os órgãos efetores envolvidos no movimento:
músculos, sistema cardiovascular e outros, sendo que da contração muscular resulta
o movimento, enquanto os outros sistemas encarregam-se de proporcionar as
condições favoráveis para a sua realização. (MAGILL, 1980)
Também se faz necessário compreender o papel desempenhado pelas estruturas
fisiológicas no comportamento motor, para tal, passemos a compreender um
pouco mais sobre as fases de desenvolvimento da criança, pela visão de Gallarue,
que trata das fases do desenvolvimento motor.

Fases da infância

Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images

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UNIDADE Movimento Humano

Segundo Gallahue (2005), o período da infância é de 2 aos 10 anos de idade,


que é dividida em três fases, o período de aprendizagem (24 – 36 meses), a infância
precoce (3 – 5 anos) e a infância intermediário-avançada (6 – 10 anos).

Nos primeiros anos de vida, a criança se desenvolve muito, seja por meio da
execução de diversas formas de movimento, como no desenvolvimento de sua
imaginação, nas brincadeiras de faz de conta, momentos estes os quais a criança
melhora sua coordenação e aprimora sua precisão nos movimentos. Até os seis
anos de idade, a criança está no seu melhor momento de aprendizado motor, neste
período, as experiências motoras vividas, serão as que ele carregará por toda a vida
adulta. (TANI, 1988)

Em meados desta faixa etária, por volta dos quatro a cinco anos a criança já
possui melhor compreensão sobre o mundo, sobre o que a cerca, sabe que ela
não é a única criança no mundo, mas que existem outras pessoas à sua volta.
A Educação Física, com seu caráter lúdico, tem papel fundamental nesta fase,
fazendo com que a criança se desenvolva a partir de sua própria cultura corporal e
dessas experiências naturais da própria fase. (HARROW, 1983)

Nessa fase do desenvolvimento infantil, muitas vezes, antes da criança ingressar


na escola, seu repertório motor será formado pelos movimentos básicos, através
do andar em diferentes direções livremente, do correr, dos pequenos saltos, etc.
Quanto mais experiências ela tiver, mais facilidade terá nas aulas de Educação
Física. (HARROW, 1983)

A criança é naturalmente ativa, vive a explorar o mundo que a cerca e


aprendendo que há coisas que ela pode fazer e há coisas que ela não pode fazer.
Desde muito cedo já podem desenvolver aspectos simples de responsabilidade
e de independência, preparando-se para os anos iniciais do ingresso na escola.
(HARROW, 1983)

Desenvolvimento motor infantil


Gallahue descreveu uma teoria do desenvolvimento motor, dividida em fases
e com as devidas habilidades envolvidas, para o estudioso grande parte dos
movimentos executados pelas crianças, envolve a estabilidade, pois dependem do
equilíbrio. (GALLAHUE, 2005)

Os movimentos do tronco ou dos membros, quando executados em posição


estática, como alongar-se, girar, virar-se e curvar-se, são movimentos axiais. O
modo com que estes movimentos são executados (rolar, sentar-se, parar, subir,
equilibrar-se, balançar-se etc.), com projeção do corpo no espaço em plano
horizontal, vertical ou diagonal, faz, naturalmente, a manutenção do equilíbrio
dinâmico e estático. (GALLAHUE, 2005)

Ao movimentar-se a criança se locomove, movimentos simples como: andar,


correr, saltar e saltitar sãomovimentos locomotores básicos e fundamentais.
(GALLAHUE, 2005)

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Movimentos locomotores podem ser executados isoladamente ou combinados
com outros manipuladores (manusear algum objeto) ou com os estabilizadores
(caminhar sobre uma linha), desenvolvendo duas habilidades ao mesmo tempo,
numa única atividade combinada. (GALLAHUE, 2005)

A manipulação está dividida em dois tipos de movimentos, os propulsores e os


amortecedores, onde os primeiros são atividades em que o objeto é movimentado
para longe do corpo (arremessar, chutar, rolar e bater), e os demais são atividades
em que o corpo ou parte dele se direciona no caminho do objeto que está em
movimento, na tentativa de parar ou desviar o trajeto desse objeto (apanhar, aparar
e desviar). (GALLAHUE, 2005).

Enquanto as habilidades locomotoras e estabilizadoras ainda estiverem


em desenvolvimento, a criança não consegue boa eficiência nos movimentos
manipulativos. Portanto, nas aulas de Educação Física, na faixa etária de 4 a 5 anos,
devem primeiramente se desenvolver o equilíbrio e as habilidades locomotivas,
para então buscar perfeição nas manipulativas. (GALLAHUE, 2005)

Fases do desenvolvimento motor

Figura 5 - Fase do desenvolvimento motor


Fonte: Acervo do Conteudista

Gallahue dividiu o desenvolvimento motor em quatro fases distintas, as quais ele


demonstrou na ampulheta acima, as fases foram divididas em:

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UNIDADE Movimento Humano

·· Fase motora reflexa, que são os primeiros movimentos que o feto faz, é
involuntária que formam a base para o desenvolvimento motor.
·· Fase de movimentos rudimentares, são os primeiros movimentos
voluntários realizado pela criança do nascimento até por volta dos 2 anos
de idade, são movimentos necessários para sua sobrevivência.
·· Fase de movimentos fundamentais são movimentos consequentes dos
movimentos rudimentares, é a fase que a criança explora, descobre
e experimenta as capacidades motoras de seus corpos. Esta fase,
Gallahue subdividiu em três estágios: o inicial, o elementar e o maduro.
(GALLAHUE, 2005)
·· No estágio inicial, foram estabelecidos os movimentos fundamentais, seriam
as primeiras tentativas da criança, visando o objetivo de desempenhar
uma habilidade fundamental. Nesta fase encontram-se as crianças de,
aproximadamente, 2 anos, com algumas exceções de crianças que podem
estar além deste estágio.
·· Já o estágio elementar envolve maior controle e melhor coordenação
rítmica dos movimentos fundamentais. A sincronização dos elementos
temporais e espaciais dos movimentos se aprimora, mas os padrões de
movimento neste estágio ainda são restritos ou exagerados, porém, melhor
coordenados. Muitas crianças e até alguns adultos não se desenvolvem
além do estágio elementar (GALLAHUE, 2005).
·· O estágio maduro, a fase de movimentos fundamentais, é caracterizado
por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados.
Geralmente as crianças têm potencialidade de desenvolver se para o estágio
maduro quase com 5 ou 6 anos de idade, este estágio é quando a criança
tem maior controle de execução, coordenação e eficiência mecânica na
maioria das habilidades fundamentais. Alguns indivíduos não conseguem
alcançar este estágio e permanecem no estágio elementar pela sua vida
toda. (GALLAHUE, 2005).
·· A fase de movimentos especializados é quando as habilidades
estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são
progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em
situações crescentemente exigentes. (GALLAHUE, 2005).

Sugestão de leitura: FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação


Explor

Física. Editora Scipione, 2011

Este e todos os outros estudos do movimento nos levam a acreditar que a


Educação Física é a educação de corpo inteiro, onde há uma relação com outros
corpos e objetos, no espaço. Neste contexto, o movimento não acontece isolado,
mas sim com intenção, sendo expressivo ou funcional, dependendo de sua

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dimensão cultural, seja uma dança, um jogo ou qualquer gesto, ou movimento com
significado. (GALLAHUE, 2005)

A criança adquire muitos benefícios através do brinquedo e da brincadeira, pois


é brincando que a criança se movimenta das mais diversas formas possíveis, é nesta
brincadeira que o professor pode explorar não somente o lúdico ou a atividade
motora, mas outros aspectos da criança, como o cognitivo, onde ela imagina o
mundo real e também convive com as relações com o outro, unindo-se vários
aspectos à uma única atividade corporal. (GALLAHUE, 2005)

A criança tem a capacidade de transformar o que ela vive na fantasia, em


experiência corporal, com isso, o que era imaginário ela transforma em experiência
corporal. O movimento na educação infantil seria um instrumento utilizável para
facilitar a aprendizagem de outros conteúdos. (FREIRE, 2003)

A Educação Física, na fase da Educação Infantil é um espaço onde a criança


aprende brincando por meio da linguagem corporal, com seu próprio corpo, com
o movimento que produz, visando proporcionar-lhes experiências que auxiliem
no desenvolvimento motor, com objetivo do desenvolvimento motor, bem como o
conhecimento do próprio corpo. (FREIRE, 2003)

No período da infância, a criança dá início à construção de suas experiências


motoras, ocorrendo então, uma junção de movimentos aprendidos, outros tantos
criados por ela mesma. O desenvolvimento desse repertório motor dependerá
tanto dos recursos biológicos e psicológicos, como das condições do meio em que
ela vive. (FREIRE, 2003)

A Educação Física possui papel fundamental na estruturação de um meio


ambiente adequado ao desenvolvimento da criança, oferecendo-lhe experiências,
que lhe auxiliarão no desenvolvimento humano, principalmente no desenvolvimento
motor, garantindo-lhe aprendizagem de habilidades especificas. (PAIM, 2003)
Para a criança se adaptar ao mundo e agir sobre ele, transformando-o e resolvendo
problemas, é necessário que ela construa seu próprio movimento corporal, através
de seus esquemas próprios de ação, pois através deles o ser humano expressará
seus movimentos em todos os momentos de sua vida, sendo que a primeira fase
da infância é crucial, pois é a partir dela que se desenvolvem as movimentações
básicas de movimentação corporal. (FREIRE, 2003)
Na etapa dos 4 a 5 anos, as atividades começam a ter suas regras melhor aceitas
e passam a ser compreendidas melhor, elas já começam a apresentar a maior
atenção e concentração, a se organizar em grupos, passam a aceitar a convivência
em grupos. (FREIRE, 2003)
O professor de Educação Física, na fase infantil, deve exercer o papel de mediador
e transmissor de conhecimentos, nessas aulas a criança brinca e ao mesmo tempo
conhece seus próprios movimentos. O professor precisa respeitar o interesse do
aluno e trabalhar a partir de atividades espontâneas, e interessantes, ouvindo seu
aluno, tirando suas dúvidas e formulando desafios para a adaptação da criança.
(FREIRE, 2003)

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UNIDADE Movimento Humano

Na fase de construção do conhecimento da criança, a relação de respeito


entre as crianças e delas com o professor, de afeto e confiança para fortalecer o
desenvolvimento da autonomia da criança, cabe ao professor elaborar atividades
significativas, fazendo a criança se sentir confiante, estabelecendo estratégias para
que as crianças possam interagir de forma confiante com o meio, satisfazendo
sua curiosidade, descobrindo, imaginando, construindo seu próprio conhecimento.
(FREIRE, 2003)

Ao professor cabe a função de elaborar atividades de caráter educativo e lúdico


ao mesmo tempo, pois na fase de 4 a 5 anos, a criança brinca e tem prazer no que
faz, cabe ao professor desenvolver brincadeiras e jogos educativos com objetivo de
ampliar o conhecimento corporal e geral da criança. (FREIRE, 2003)

O desenvolvimento motor na criança se dá a partir de um objeto, que transmite


informações para a criança, facilitando sua assimilação, por meio da manipulação
e observação, vale lembrar que é fundamental que o professor esteja por perto
para orientar e transmitir informações quando necessário e auxiliar o aluno quando
necessário. (FREIRE, 2003)

Sempre se falou sobre o papel do professor de Educação Física na educação


infantil, pois a criança teria aulas de todas as disciplinas com apenas um professor
(pedagogo), e essa situação era considerada a mais adequada para uma educação
eficiente. (FREIRE, 2003)

Porém, o professor de Educação Física pode mostrar seu trabalho eficiente com
esta faixa etária, evidenciando o quanto é importante um trabalho mais específico,
voltado ao desenvolvimento motor, sendo que o mais importante e fundamental é
que a criança não seja privada da educação física a que tem direito, com eficiência,
qualidade e dedicação. (FREIRE, 2003)

Toda criança tem direito ao movimento, direito a experimentar novos


movimentos para então formar sua rede de conhecimentos e renová-los, conhecer
suas possibilidades corporais, sociais e intelectuais. Sendo o movimento a base do
conhecimento, cabe ao professor de Educação Física estruturar suas aulas tendo o
movimento como eixo principal. (FREIRE, 2003)

As aulas podem ser ministradas baseadas em brincadeiras e jogos, com objetivo


de atender o foco da ludicidade, de modo que as brincadeiras sejam muito naturais
e nunca mecanizadas, pois caso o professor desenvolva as atividades de forma
repetitiva, as crianças se desmotivarão, perderão o interesse e consequentemente
começarão a se afastar das aulas. Existem várias formas de tornar uma aula
interessante para as crianças, à ponto de este não desistir de aprender. O
profissional desta área pode encontrar diversas formas de promover estímulos que
levam ao desenvolvimento de uma forma descontraída. (MOURA et al, 2007)

O professor de Educação Física deve ter bem claro seus objetivos, sua forma
de abordagem e sua relação com a criança, devem ser profissionais conscientes,
ativos, dinâmicos, realizadores e transformadores, a fim de oferecer à criança uma
aula transformadora. (MOURA et al, 2007)

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As primeiras experiências motoras que a criança vive são de fundamental
importância para o desenvolvimento cognitivo, pois o movimento é a essência da
infância, ele é fundamental para o ser humano, pois é assim que o homem aprende
sobre o mundo exterior. (MOURA et al, 2007)

O movimento é carregado de significados, todos têm uma intenção, determinada


por sua expressão cultural, seja na dança, no jogo, na ginástica, ou outra expressão.
(NEIRA e MATTOS, 2005)

Para que a criança conquiste seu repertório motor e consiga realizar movimentos
cada vez mais complexos, resultando em uma sequência de desenvolvimento motor,
é importante que se tenham inúmeras experiências motoras. Estas experiências
serão oferecidas pela Educação Física, da forma mais adequada. (NEIRA e
MATTOS, 2005)

A ordem em que essas atividades irão se desenvolver dependem mais da


maturação de cada criança, enquanto que o grau e a velocidade em que ocorre o
domínio dependem das experiências e diferenças individuais, ou seja, a execução
de uma sequência de movimentos dados a um indivíduo pode ser a mesma, o que
difere é as velocidades de progressão em que são realizados, a qual varia de um
indivíduo para outro indivíduo. (KEOGH, 1977)

Esta capacidade natural de interagir com o meio físico e social é essencial ao


homem, pois diariamente é necessário recrutar algum conhecimento adquirido
anteriormente e que irá se combinar com outro no presente, a maneira de se
expressar, criar, e desenvolver seu próprio movimento depende de cada indivíduo.
A Educação Física tem papel importantíssimo à medida em que ela pode dar
estrutura ao ambiente adequado a criança, oferecendo experiências, e promovendo
desenvolvimento. (TANI, 1988)

Na realidade, a Educação Física busca sempre uma melhor forma de


compreender as reais necessidades da criança, compreendendo e auxiliando em suas
características de crescimento e desenvolvimento, pois um dos principais objetivos
da Educação Física é atender as necessidades do próprio processo de mudança
no comportamento motor de cada criança, ao longo de seu desenvolvimento,
possibilitando que se obtenha um maior resultado em adquirir um repertório de
habilidades básicas durante o seu desenvolvimento motor. (TANI, 1988)

Importante! Importante!

Lembrando que depende muito do professor para que este processo aconteça, pois
é ele que estabelece as atividades, de acordo com a necessidade de cada turma, de
cada criança, respeitando seus limites durante a execução de movimentos motores.
(TANI, 1988)

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UNIDADE Movimento Humano

Movimentos Básicos primários e secundários


Como fora dito anteriormente, a criança tem o seu ápice do desenvolvimento
motor, entre os 4 e 5 anos de idade, fase em que se apresentam os movimentos
básicos, puros, advindos de seus próprios conhecimentos. Cabe ao professor, estimular
a prática destes movimentos e suas combinações, nas aulas de Educação Física.

A palavra básico significa: tudo o que é fundamental para realizar uma


determinada tarefa; um pré-requisito para uma determinada tarefa que exija
conhecimentos específicos. Podemos dizer então que se caracteriza por atividades
utilizadas para manutenção e desenvolvimento das necessidades primárias do ser
humano, destacando-se: o andar, o correr, o saltar, o saltitar (como sendo primários)
e também o lançar, o arremessar, o quadrupedar, o escalar, o rastejar, o rolar, entre
outros (os secundários).

Esses elementos e tantos outros fazem parte do repertório de movimentos de


qualquer indivíduo, desde muito pequeno, e não apresentando nenhum problema
no seu aparelho locomotor. Contudo, esses movimentos corporais poderão ser
experimentados de diferentes formas, conforme os estímulos oferecidos a cada
criança, ou com as características socioculturais que carregam ao longo da vida.
Podendo ser combinados entre si, gerando novos modos de movimentar-se.
(SOARES, 2002)

Além das atividades do dia a dia, onde esses elementos estão sempre presentes,
eles também estão inseridos nas várias atividades expressivo-comunicativas, tendo
na ginástica um significado próprio, a ser discutido nas aulas. A diversificação de
movimentos contribui para que o aluno amplie o seu repertório de movimentos e
tenha mais autonomia nas suas ações corporais. (SOARES, 2002)

A partir desses movimentos básicos e suas combinações, foram criados muitos


outros, tais como os elementos corporais ginásticos.

Elementos Corporais Ginásticos


Os elementos corporais ginásticos são criados a partir dos movimentos naturais
de um indivíduo. Porém eles são acrescidos de técnicas que na ginástica possui, com
significado estético próprio, no entanto, podem estar presentes em outras tantas
formas de expressão corporal, ou até mesmo nas diversas modalidades gímnicas,
que podem ser trabalhados a partir das características de cada uma, explorando-se
as suas variáveis, sem generalizações. (SOARES, 2002)

Existem uma variedade enorme de possibilidades de movimentos nas modalidades


gímnicas, passaremos à falar de alguns deles:
·· Saltos: caracteriza-se pelo ato de desprender-se da ação da gravidade, a
partir de um impulso, perde-se o contato com o solo, retorna ao contato,
amortecendo com o flexionamento dos joelhos. Eles também podem ser

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realizados sobre obstáculos, ou até mesmo com o apoio de aparelhos.
Podem ter diferentes denominações, de acordo com a postura no ar:
carpado, grupado, estendido etc.
· Saltitos: assemelham-se aos saltos, contudo, a perda de contato com a
superfície atinge menor altura, a diferença está na amplitude do movimento.
Exemplos: passé; galope; tesoura.
· Equilíbrios: consiste em dominar o corpo, vencendo a ação da gravidade,
podendo ser executados numa superfície limitada ou em deslocamento,
o executante pode buscar o equilíbrio com o corpo em diferentes apoios,
posições e níveis. Exemplos: avião, vela, parada de mãos etc.
· Giros: são voltas executadas em torno de um eixo do próprio corpo,
podendo variar de acordo com o ponto de apoio, ou o nível, ou ainda a
posição de tronco e pernas e até mesmo quanto ao número de voltas.
Exemplos: arabesque e giro em aparelhos.
· Balanceios: caracterizam-se por movimentos pendulares (de vai-e-vem)
com o corpo ou partes dele. Exemplos: pêndulo dos braços de um lado,
alternando a direção de cada braço; pêndulo com o tronco de um lado
para o outro ou da frente para trás e vice-versa.
· Circunduções: são movimentos circulares completos (360 graus), tendo-
se uma articulação como ponto de fixação. Pode-se variar no número de
voltas, nos planos de execução, na simetria e na assimetria.
· Marcações ou poses: são as posturas fora de padrões, geralmente
indicam o início ou a finalização de um elemento ou de uma sequência de
elementos. As poses são muito utilizadas durante a execução de uma série.
· Passos: consistem em deslocamentos na posição em pé, variam quanto
ao movimento das pernas. Exemplos: passo une passo; passo com as
pernas estendidas; passo cruzado.
· Corridas: correspondem a deslocamentos rápidos com o apoio alternado
dos pés, perdendo ligeiramente o contato do corpo com a superfície.
Podem também variar quanto ao modo de execução. Exemplos: com
pernas estendidas; com pernas flexionadas, elevando calcanhares.
· Ondas: são movimentos do corpo ou partes dele, fazendo-o conduzir-se de
uma extremidade à outra, com movimentos ascendentes ou descendentes
arredondados. Podem ser feitos, por exemplo, com dois apoios e flexão
do tronco ou sentado nos calcanhares elevando o quadril e o tronco.
· Apoios: envolvem a manutenção do peso do corpo sustentado pelo
contato de uma ou mais de suas partes em uma superfície. Exemplos:
parada de três apoios; esquadro.
· Rolamentos: referem-se a dar voltas em um dos eixos do corpo sobre
uma superfície. Exemplos: rolamento para frente grupado; rolamento
para trás com as pernas estendidas.
· Reversões: são rotações de 360 graus, ligadas por uma translação
em plano vertical ou inclinado. Elas se sucedem nas fases apoiadas ao
redor dos eixos transversal e anteroposterior temporariamente fixo e nas

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UNIDADE Movimento Humano

fases não apoiadas, ao redor dos eixos livres, denominadas como saltos.
Exemplo: flic-flac. (DIECKERT & KOCH, 1986).

Para execução dos elementos corporais gímnicos, numa aula, é preciso que o
professor respeite alguns procedimentos básicos, que são:
a) Organização: deve-se ter para a realização de qualquer metodologia.
b) Explicação: transmitir ao aluno, de forma clara, precisa e progressiva,
os conteúdos referentes aos exercícios ginásticos a serem executados
durante uma aula ou sessão.
c) Demonstração: de fundamental importância para as aulas de Ginástica,
pois certamente irá potencializar o procedimento da explicação. Deve-se
dividir a demonstração em três etapas:
·· Repetição: para que o movimento seja realizado com a técnica
correta mínima necessária.
·· Correção: para que o movimento tenha grande eficiência e
mínimo de gasto energético.
·· Progressão: para que o aluno venha a executar movimentos
mais complexos no decurso natural do tempo destinado às aulas.
(SOARES, 2002)

Os elementos gímnicos são um primeiro contato com a sistematização científica


da atividade física, pois se apresentam como um conjunto específico de prescrições
e justificativas desenvolvidas através do estudo e conhecimento científico movimento
corporal. A partir de muitas propostas pedagógicas, se desenvolveram vários grandes
métodos relacionados a uma sistematização científica das atividades físicas no mundo
ocidental, tais foram construídos a partir de relações cotidianas, divertimentos, festas
culturais e espetáculos corporais, agregando ordem e disciplina, tais atividades
apresentam particularidades de seus países de origem, porém acentuavam finalidades
e semelhanças, tais como regenerar as populações, promover a saúde, combater
vícios gerais e posturais, bem como, acentuar a eficiência dos gestos executados,
tendo como proposta: transformar, desenvolver a vontade, a coragem, a força e a
energia de viver. (SOARES, 2002)

Por outro lado, a aplicação dos métodos de prática de exercícios físicos busca a
melhora da aptidão física, onde se pressupõe um estado salutar, com elevado grau de
desenvolvimento de suas funções cardiovasculares e respiratórias, complementado
por resistência muscular, mobilidade articular e equilíbrio psicológico. (GRAFF, 2006).

Alguns desses métodos, ainda hoje, possuem objetivos militares em sua essência
e passaram, ao longo dos anos, por uma série de adaptações para que pudessem ser
aplicados no âmbito escolar. Com relação à aptidão física, ela pode estar relacionada
à saúde (elementos fundamentais para a vida ativa com menos riscos de doenças
hipocinéticas), e relacionada aos aspectos motor ou atlético (fatores de performance
do grupo de interesse). (NAHAS, 2001).

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Renascimento ou Renascença, é o período de transição entre a Idade Média e a Idade
Explor

Moderna, que ocorreu principalmente na Itália, e se alastrou por toda a Europa. Importantes
acontecimentos artísticos e culturais marcaram esse momento, e invadiram o ocidente do
século XV. O desenvolvimento das artes, da ciência, da economia e da política fez adormecer
na eternidade os pensamentos medievais. O desenvolvimento comercial, o início das
grandes navegações e a agitada atividade cultural do ocidente fez nascer um sentimento de
humanidade, em que as ações fossem voltadas para o homem. Esse pensamento já vinha
se transformando desde o enfraquecimento da Igreja Católica, que praticamente dominava
toda a cultura na Idade Média com uma visão teocêntrica.

Importante! Importante!

Lembrando que depende muito do professor para que este processo aconteça, pois é ele
que estabelece as atividades, de acordo com a necessidade de cada turma, de cada criança,
respeitando seus limites durante a execução de movimentos motores. (TANI, 1988)

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UNIDADE Movimento Humano

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física
FREIRE, J. B. Editora Scipione, 2011.

 Leitura
Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos
instrucionais
Gestão & Produção, v.17, n.2, p.421-431, 2010.
https://goo.gl/33AQZ4

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Referências
ARANTES, Ana Cristina. Trabalho apresentado na IV Jornada de Estudos
Antigos e Medievais na UEM – Universidade Estadual de Maringá - 2005.
Disponível em: <http://www.anacrisarantes.pro.br/trabalhos/a%20cultura%20
e%20a%20educacao%20fisica%20na%20grecia.pdf>.

BETTI, Mauro. Educação Física Escolar. Ensino e pesquisa-ação. – 2.ed. – Ijuí:


Editora Unijí. 2013.

BLOOM, B. S. et al. Taxonomy of educational objectives, the classification of


educational goals – Handbook I: cognitive domain. New York: Mc Kay, 1956.

DIECKERT, J.; KOCH, K. Ginástica Olímpica. Rio de Janeiro, 1986.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. 4. ed. São Paulo: Scipione,
2003.

GALLAHUE, David. L.; OZMUN, John. C. Compreendendo o desenvolvimento


motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Ed. Phorte, 2005.

HALLIDAY, Fundamentos de Física Volumes 1, 2, 3 e 4 – 9.ed. 2016

MAGILL, Richard A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo:


Edgard Blücher, 1980

MATTOS; Mauro G.; NEIRA, Marcos G. Educação física infantil: construindo o


movimento na escola. 5. ed. Editora Phorte, 2005.

MOURA, C. M. S.; TRINDADE. D. S.; SANTOS, W. F. O papel da educação


física no desenvolvimento motor e social na pré-escola. Aracaju, 2007.

NAHAS, M.V. (2001). Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e


sugestões para um estilo de vida ativo. 2. ed. Londrina, PR, 2001

PAIM, M. C. C. Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática?


Revista Digital, Buenos Aires, año 9, n.61, junio, 2003.

SOARES, A. F. Os Projetos de Ensino e a Educação Física na Educação


Infantil. Pensar a Prática, Goiânia, 5: 15-38, Jul./Jun. 2001-2002.

TANI, Go. MANOEL, E.J.; KOKUBUN, E.; PROENÇA, J.E. Educação física
escolar: fundamentos para uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/
EDUSP, 1988.

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