Você está na página 1de 11

Apostila - Roteiro de estudos

Disciplina: Atividades de Dança - Profa. Ma. Marília B. Silveira

Dança e a Educação
A dança está inserida nos contexto escolar através da lei de diretrizes e bases de 1996
(LDB/96) e reforçada na lei nº13.278 de 2 de maio de 2016. Contemplando a educação e
as artes.

A dança no contexto escolar tem a missão de dialogar com o ser humano que irá criar, se
expressar, se socializar, e portanto, a dança precisa subsidiar recursos que auxiliem as
crianças neste processo. O sistema educacional brasileiro ainda vem buscando formatos
que correspondam as demandas do sistema social. Mas, o maior número de propostas que
se tem atualmente ainda privilegiam estudantes com corpos disciplinados, com pouca
espontaneidade e criatividade. Os alunos são conduzidos aos movimentos voluntários e
dirigidos, é os exercícios de raciocínio logico parecem representar uma maior valia para
a escola.

A dança na educação precisa encontrar seus próprios caminhos para ofertar estímulos
aos alunos para que eles possam alcançar benefícios de domínio cognitivo, sócio-afetivo
e psicomotor, além dos aspectos corporais e culturais. E principalmente, valorizar as
novas experimentações, criações e movimentos espontâneos das crianças.

Dança e a Educação Física


É comum nas duas áreas a promoção e a estimulação dos aspectos cognitivos, sócio-
afetivos e psicomotores do ser humano, e cabe ao profissional da área, buscar a coerência
entre o processo educativo e social.
Característica do ritmo:

Marcação do tempo forte e fraco que determina cada forma musical.

 Compasso: unidade métrica de uma peça musical - binário, ternário e quaternário.

 Frase musical: composta de 8 tempos.

 Bloco musical: 4 frases musicais compondo 32 tempos.

Treinamento do ritmo:

 Visual (trabalho desenvolvido com material): Espelho, Vídeos, DVDs, Figuras

 Auditivo: Música, Percussão, Instrução verbal

 Cinestésico: Passar o movimento com indicativo corporal, dançar junto, tocar na


pessoa, dirigir o movimento.

Processo de aprendizagem:

 Atenção;
 Identificação das dificuldades;
 Aumento da consciência corporal;
 Refinamento das habilidades;
 A antecipação, ações e reações melhoram;
 Automatização de novos movimentos;
 Aumento do acervo motor;
 Respeitar os estágio de aprendizagem;
 Planejar sequencias pedagógicas;
 Melhora do ritmo e musicalidade;
 Domínio de técnicas.
Estilos de dança
 Ballets, Dança Moderna, Dança Contemporânea, Jazz, Sapateado
 Danças Urbanas
 Dança de Salão
 Danças Circulares
 Danças Étnicas
 Danças Populares

A cultura erudita: É aprendida e divulgada na escola ou por intermédio de instituições por


elas reconhecidas como legítimas. Aprendida nos livros, com o auxílio de um professor
ou orientador instruído. A cultura erudita instrui, ensina. GUIMARÃES (2002).

A cultura popular: É aprendida de maneira informal na convivência do homem com seus


semelhantes, do nascimento até a morte. PEREIRA (1986).

Principais características das danças clássicas:

BALLET

 Significado da palavra: derivado do italiano, significa bailar.

 Mais de 500 anos atrás

 A princípio só dançado por homens.

 Primeiro Ballet registrado 1489.

 Terminologia basicamente em Francês.

 Existem 5 posições básicas de pés e braços.

Ballet de Repertório: baseado em um enredo que reporta histórias clássicas ou


famosas, geralmente grandes peças tradicionais.
Ballet Clássico: Preocupa-se em contar uma história, como a de contos de fadas,
“Lago dos Cisnes”, ”A Bela Adormecida”, entre outros. Roupa - tutu prato (saia
curta de tule) e sapatilha de ponta.

Ballet Romântico: ênfase romântica, sempre frisando a fragilidade, delicadeza,


suavidade de movimentos da protagonista, como “Gizelle”, “La Sylfhides”, entre
outros. Roupa - tutu romântico (saia mais longa, geralmente florida) e sapatilha
de ponta.

Ballet Moderno ou Contemporâneo: baseado no ballet clássico, coreografias com


ideologias diferentes, não há mais uma sequência de fatos lógicos, coreografias
com passos de ballet misturado com sentimentos, como “Serenade”, “Agon”,
“Apollo”, entre outros. Roupa - collant e malha e sapatilha de ponta.

Dança Moderna: Esquece os passos clássicos, dando ênfase somente aos


movimentos corporais. Trabalhando contrações e descontrações, torções,
desencaixes, etc. O estilo dá ênfase aos sentimentos, sonhos, teatralizando-os
através de movimentos corporais. Roupa livre e pés descalços. Isadora Duncan,
Marta Grahan.

Dança Contemporânea: É marcada pela inovação e criatividade. Busca explorar


os movimentos com maior liberdade, englobando influências de outros tipos de
dança e do teatro. Com raízes na dança moderna de Martha Grahan, a dança
contemporânea surgiu na década de 60 como uma forma de protesto ou
rompimento com a cultura clássica. A dança contemporânea não possui uma
técnica única estabelecida.

Jazz: Forma de expressão corporal criada e sustentada pelo improviso, trabalhada


em grupo com coreografias de movimentos idênticos. Na atualidade já tem uma
variação coreográfica dentro do próprio grupo desenvolvendo um trabalho mais
rico pela variação de movimentos e espaço.

Sapateado: inicialmente era só masculino. Movimenta os pés de maneira ágil e


hábil perfeitamente ao ritmo da música. Sapato com solado de metal que produz
um som especial quando atinge o solo. Utilizado em grandes musicais: Gene
Kelly, Ginger Rogers, Ann Muller, Fred Astaire e na atualidade o Tap Dogs
(sapateado americano), Riverdance e Michael Flatley (sapateado irlandês).
Danças Circulares

Danças realizadas em círculos com a repetição de algumas movimentações e


deslocamentos. Desenvolvem consciência corporal, orientação espaço-temporal,
percepção, concentração e atenção. Experimentamos alguns sentimentos e emoções que
unem o grupo, possibilitando a abertura de novos relacionamentos. Desenvolvem o apoio
mútuo, a integração e a cooperação.

Bernhard Wosien (coreógrafo alemão) procurava encontrar um maior significado para


dança e ao mesmo tempo torná-la mais acessível a todos. Visitou vários países da Europa
pesquisando as danças e o bem que faziam para seus praticantes. Em 1976 levou para
Findhorn (Escócia) uma coletânea de algumas danças que hoje são ensinadas pelo mundo
todo.

Danças urbanas

HIP HOP: É um movimento cultural com 4 elementos principais:

 Rap - tipo de letra de música, fala ritmada e rimada, refletindo a realidade


jovem.

 Grafites - representa a arte plástica, expressada por desenhos, geralmente


em paredes.

 Danças urbanas.

 DJ´-Discotecários, com aparelhagem de som, mixagem.

A dança originalmente possuía 4 estilos – (Old School):

 Locking: baseado no Funk, movimentos de braços, mãos, dedos com muito funk
nos pés.
 Popping: caracterizado pela mímica, ondas e contração muscular.

 Break: disputa de movimentos.

 Freestyle: (estilo livre) dançado não só no break (batida da música), mas também
nas convenções vocais e instrumentos musicais.
Sua evolução é crescente e com advento das tecnologias novos estilos surgem – (New
School): Vogue, Waacking, Sliletto, e outras.

Dança Criativa
É uma atividade de exploração livre do movimento criativo do educando. Aborda o
conhecimento das funções psicomotoras: esquema corporal, noção espaço temporal,
lateralidade, equilíbrio, ritmo entre outros. Possibilita através da expressão que o
educando desenvolva aspectos biológicos, psicológicos, sociais e motores. Proporciona
ao educando a capacidade de criar coreografias individuais ou de grupo com base na
orientação do professor.

Dança de Salão
As primeiras danças sociais surgiram no século XIV com a aristocracia e os nobres. Sua
popularização foi o minueto dançado com algum contato entre dama e cavalheiro. No
início do século XIX houve transformações no estilo de dança, surgiu a valsa considerada
a primeira dança “enlaçada”, seguida pela polka, tango, Fox, etc., passando a ser chamada
internacionalmente como ballroom dance.

No Brasil, a dança veio como dança social apresentada pela família real Brasileira, e
enquanto dança de salão foi introduzida em 1914, com a suíça Louise Poças Leitão
(popularmente Madame Poças Leitão). Fugindo da primeira guerra mundial veio para São
Paulo, ensinando etiqueta e dança de salão para a sociedade paulista.

Estilos:

MERENGUE:

 origem República Dominicana


 característica ritmo veloz e malicioso

 compasso binário

 Nomes famosos na música: Juan Luís Guerra, Elvis Crespo


FORRÓ:

 origem brasileira

 característica nordestina

 compasso quaternário,

 Nomes famosos na música : Luiz Gonzaga, Fagner, Elba Ramalho,

Fala Mansa, Magníficos, etc.

 o nome surgiu nos bailes fechados que os engenheiros britânicos, que estavam
trabalhando na construção de uma ferrovia em Pernambuco, faziam durante os
fins de semana. Os funcionários ficavam olhando de longe, até que um dia abriram
”para todos” da empresa, ou seja, “for all”.

SAMBA:

 origem brasileira

 característica influência da cultura negra, origem da palavra umbigada

 compasso quaternário

 Nomes famosos na música :Adoniram Barbosa (samba liso), Jorge Aragão,


Martinho da Vila e Beth Carvalho (gafieira), Molejo e Fundo de Quintal (pagode),
Jorge Bem Jor, Seu Jorge (samba rock)

FOX:

 origem norte americana

 característica shows da Broadway, bailes de gala

 compasso quaternário

 Nomes famosos na música: Ray Conniff, Frank Sinatra, Michael Bublé


ROCK:

 origem norte americana

 característica não se dança juntinho

 compasso quaternário

 Nomes famosos na música :Elvis Presley, Chuck Berry, Bill Halley

SALSA:

 origem porto-riquenha

 característica caribenha, influência cubana

 compasso quaternário

 Nomes famosos na música :Célia Cruz e Gloria Estefan

VALSA:

 origem austríaca

 característica girar pelo salão

 compasso ternário

 Vienense (andamento rápido)

 Francesa (andamento moderado)

 Inglesa (andamento lento)

 Nomes famosos na música : Compositor Strauss

TANGO

 origem Argentina (Buenos Aires)

 característica : drama, paixão


 estilos: Salão, Milongueiro, Tango Show

 compasso quaternário

 Nomes famosos na música:Carlos Gardel e Astor Piazzolla

Etiqueta da Dança de Salão em pista:

o boa postura;

o higiene;

o gentileza (agradecer no final da dança) e acompanhar a dama ao seu lugar.

o evitar na pista copos e bolsas;

o reconhecimento do ritmo;

o proteger a dama;

o circular sentido anti-horário;

o fazer variações sem deslocamento na área interna da pista;

o quem circula mais rápido vai pelo lado de fora;

o dançar até o final da música.

Organização para aulas de dança de salão:

1 Conhecer o público alvo;


2 A escolha dos gêneros musicais e ritmos

3 A escolha do repertório; incluir gosto musical do momento

4 Verificar andamento das músicas;

5 Escolher ritmos iniciais binários;

6 Utilizar mais ou menos 3 ritmos por aula.


Divisão para aula:
 Parte inicial: desbloqueio das articulações ou dança mais descontraída;
 Parte principal: ritmo já conhecido em seguida novos exercícios e ritmo novo;
 Parte final: mais descontração (preferência do grupo, por exemplo).

DANÇA ESPORTIVA
É uma forma competitiva de Dança de Salão. Podendo ser em casal ou equipes de até 8
casais. Obedece as regras internacionais da IDSF (Internacional Dance Sport Federation).
Iniciou-se nos anos 30 na Inglaterra, é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional.
O regulamento também serve como base para a Dança Esportiva em cadeiras de rodas.

Categorias:

Ritmos Standard: Valsa Lenta, Valsa Vienense, Slow Fox, Tango e Quickstep.

Ritmos Latinos: Cha Cha Cha, Samba, Paso Doble, Rumba e Jive.

Referências para os estudos

ARTAXO, Inês & MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e movimento. São Paulo:
Phorte, 2000.

DE SOUZA PEREIRA, Niomar. Folclore: teorias, conceito, campo de ação.


Companhia Editora Nacional, 1986.

FELDENKRAIS, Moshe. Consciência pelo movimento. São Paulo, Summus Editorial,


1977

GIFFONI,M.A.C. Danças folclóricas brasileiras e suas implicações educativas. São


Paulo. Companhia Melhoramentos, 1973.

GUIMARÃES, J. Gerardo M. Repensando o folclore. Manole, 2002.


LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus Editorial, 1978.

LE BOULCH, J. Rumo a uma ciência do movimento humano. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1987.

NANNI, Dionísia. Dança educação: princípios, métodos e técnicas. Sprint, 2002.

NEIRA, Marcos Garcia & NUNES, Mario Luiz Ferrari. Pedagogia da Cultura
Corporal: críticas e alternativas. 2ed.-São Paulo: Phorte, 2008.

PERNA, Marco Antonio. Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira.


publisher not identified, 2002.

RIED, Bettina. Fundamentos de dança de salão. Londrina: Midiograf, 2003.

VERDERI, E. B. L. P. Dança na escola. Rio de Janeiro: Sprint 19998 (2000).

Você também pode gostar