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CULTURAIS RÍTMICAS E
EXPRESSIVAS
E-book 3
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO����������������������������������������������������������� 3
A EXPRESSÃO CORPORAL NA FORMA
DA DANÇA����������������������������������������������������������������� 4
O ENSINO DA DANÇA NO BRASIL��������������������� 6
OS GANHOS DO CORPO��������������������������������������18
A mente�����������������������������������������������������������������������������������18
O corpo������������������������������������������������������������������������������������24
CONSIDERAÇÕES FINAIS�����������������������������������29
SÍNTESE�������������������������������������������������������������������� 32
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INTRODUÇÃO
Neste e-book você aprenderá como a expressão
corporal está relacionada ao dançar. Estudaremos
também que a dança, no contexto das expressões
corporais conduzidas, é uma arte que ganhou ares
acadêmicos e hoje é objeto de estudo mundo afora,
porém, o caminho para essa conquista foi longo.
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A EXPRESSÃO
CORPORAL NA FORMA
DA DANÇA
A expressão corporal, como já pudemos discutir, é a
manifestação do corpo de modo que um sentimen-
to, uma ideia ou um pensamento é representado.
Aprendemos que ela pode aparecer na forma de um
gesto, de uma representação, de uma coreografia ou
até mesmo de uma simples careta.
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Note como o verbete associa todo o conhecimento
que adquirimos até aqui: cultura, movimento e músi-
ca. Mas, note também as palavras sublinhadas. Ao
tratarmos da dança como uma arte e/ou uma técni-
ca, é preciso que ela seja ensinada, certo? Embora
a dança possa surgir como algo espontâneo, como
em uma festa, por exemplo, ela também aparece em
palcos e apresentações – o que demanda treinamen-
to, empenho e um complexo processo de ensino e
aprendizagem. Não à toa pessoas dedicam a vida
a essa arte.
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O ENSINO DA DANÇA NO
BRASIL
Você deve se recordar do termo “neoclassicismo”,
correto? Basicamente, ele diz respeito à influência
eurocêntrica que perpetuou muitos de seus valores
em nossa arte, cultura e sociedade, e alguns per-
sistem até mesmo nos dias atuais. Em relação ao
ensino da dança em nosso país isso não foi diferente.
Antes de chegarmos ao Brasil, vamos conhecer as
origens dos valores europeus do que era belo e do
que deveria ser ensinado.
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A visita dos bailarinos, sobretudo russos, foi primor-
dial para o estabelecimento do ensino da dança em
terras brasileiras. Maria Olenewa, russa radicada no
Brasil, apresentou ao governo uma proposta até en-
tão inovadora: a criação de uma escola de formação
de bailarinos. O objetivo era que fosse montado um
corpo de baile próprio, para que a contratação de
dançarinos estrangeiros não fosse necessária para
as apresentações. Também objetivava a criação de
um repertório próprio.
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mais abastados tinham as condições necessárias
para praticá-lo. Refletindo tais valores, as escolas
de dança – que em geral se resumiam somente ao
balé clássico – também ensinavam etiqueta, boas
maneiras e a prática de atividades físicas. Nesse
sentido, o balé serviu como instrumento excludente
das elites em detrimento daqueles que não podiam
pagar pelo seu estudo.
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tabeleceu um verdadeiro marco na história da dança
de salão nacional. Ainda recém-chegada ao Brasil,
chocou o conservador e elitizado colégio católico
em que lecionava na capital paulista ao ser flagra-
da ensinando às suas alunas uma “dança sensual,
ousada e provocativa”, o tango.
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Leitão, ao observar esse fato, resolveu promover
encontros semanais entre membros desse seleto
círculo social, nascendo assim as domingueiras no
Palácio Trianon, espaço hoje ocupado pelo Museu
de Arte de São Paulo, o MASP, na tradicional Avenida
Paulista.
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O avanço do tempo e a adoção de novas tendências
permitiram que novas danças fossem incorporadas
ao repertório das escolas, como o sapateado. O es-
tilo, originado por irlandeses e posteriormente in-
fluenciado por africanos, desenvolvido nos Estados
Unidos, ganhou o mundo entre as décadas de 1930
e 1950, graças ao cinema.
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No Brasil, o sapateado foi muito difundido nas gran-
des capitais, porém pouco se sabe sobre seu históri-
co e métodos de ensino na época. Antes da internet
ou da globalização, a troca de informações e acesso
a materiais era bastante difícil, o que limitava o seu
ensino. Outro ponto é que se o balé foi beneficia-
do pela imigração de artistas e bailarinos vindos
da Europa, onde a prática já era ampla e difusa, o
mesmo não aconteceu com o sapateado. Grandes
mestres e professores mantiveram suas raízes em
solo norte-americano e alguns poucos migraram
para o continente europeu, deixando o mercado la-
tino sem a presença desses profissionais, salvo em
poucas visitas.
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após aparições em um comercial de televisão na
extinta TV Tupi. O agora reconhecido professor de
sapateado passou a dar aulas para diversos públicos,
o que incluía as filhas da famosa família Matarazzo
e outras moças da elite paulistana.
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novidade: começava a era disco. A efervescência das
discotecas mudou por completo a forma dos mais
jovens dançarem. Se antes formavam pares, agora
dançavam sozinhos passos pré-coreografados. Com
maior liberdade e menor preocupação com a técnica,
não foram necessárias escolas de dança para ensiná-
-los. Isso marca uma importante característica da
década de 1970: a ruptura com as tradições, apesar
da ditadura que insistia em existir no Brasil.
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ciedade. Por exemplo, se uma novela lançava uma
tendência, logo todos passavam a reproduzi-la –
fosse uma roupa, um gesto, um bordão ou um estilo
musical. O mesmo valia para a dança. É por isso
que, a partir dos anos 1980, observamos um período
de ascensão e declínio muito rápidos em relação à
moda e ao comportamento, o que naturalmente inclui
o ensino de certos estilos de dança. Ultimamente,
como parte da nostalgia dos que viveram os anos
1990, é possível encontrar inúmeros vídeos e posta-
gens relacionados à década pela internet. Fossem
os programas de TV, as músicas ou as vestimentas,
o período foi marcado por inúmeros grupos de axé.
O ritmo baiano ganhou o Brasil com vários suces-
sos e levou todos a aprenderem os seus animados
passos. As letras, muitas vezes provocativas e bem-
-humoradas, eram acompanhadas de coreografias.
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para esses locais em busca de trabalho e melhores
condições de vida. Além da esperança, levaram na
bagagem toda a riqueza cultural de seus estados
natais. E foi assim que o forró reviveu nos primeiros
anos da década de 2000 o seu apogeu, graças aos
shows realizados ao longo de 1990 no circuito univer-
sitário. Nascia assim o chamado “forró universitário”.
O sucesso do estilo musical levou inúmeras pessoas
a procurarem academias e escolas de dança a fim
de aprenderem a novidade. Atribui-se a São Paulo a
criação dos passos do forró universitário, dançado
em casais.
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dinâmico e espontâneo. As escolas e instituições
voltadas ao ensino da dança continuam firmemente
a existir e a formar bailarinos, porém não somen-
te. Muitos hoje em dia procuram tais lugares como
forma de melhorar a saúde física e mental, ter mais
qualidade de vida, socializar ou buscar objetivos es-
pecíficos como aprender uma coreografia para uma
data especial, prática bastante comum entre noivos e
debutantes. Um verdadeiro contraste com as escolas
do passado, voltadas para a elite e o ensino da dança
e das boas maneiras.
Podcast 1
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OS GANHOS DO CORPO
A mente
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Depressão
No ano de 2018, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) estimou que em 2020 a depressão seria a
doença mais incapacitante do mundo. E ela não es-
tava errada.
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constante, apatia, dores e diminuição na capacidade
de concentração. Em casos mais graves, a pessoa
pode se ferir ou até mesmo chegar ao suicídio.
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tração, do aspecto cognitivo, do autoconhecimento,
da confiança, da memória e do repertório motor, além
da socialização. Melhora também a autoimagem,
através do estímulo das percepções, sensações
cinestésicas e visuais, que orientam o tempo e o
espaço durante o dançar.
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Ansiedade
A ansiedade é um sentimento comum e inerente aos
seres humanos. Seja a expectativa que antecede uma
prova, uma viagem ou um momento importante, ela
faz parte e se faz presente em todos nós. É uma re-
ação natural do corpo que serve para nos auxiliar em
novos desafios e situações de perigo, uma vez que
ela serve como resposta para situações de estresse.
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ambientais e emocionais – como estresse no tra-
balho, uma crise conjugal, um trauma, uma crença
desenvolvida durante a vida etc.
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dança de forma regular apresentam menores níveis
de ansiedade e melhores valores relacionados às
variáveis respiratórias.
O corpo
O corpo, condutor e força motriz do movimento, tam-
bém se beneficia da dança em diferentes aspectos.
Dançar requer muito além da técnica, é necessário
um bom condicionamento que permita sua execução.
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cios de musculação, exercícios funcionais, pilates e
o uso de materiais alternativos como a faixa elástica.
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fácil de executar, graças a esse armazenamento de
memórias.
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gem do aluno, do toque, da percepção de movimento
e de materiais alternativos, dentre outros.
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Figura 4: Hoje, mais do que nunca, a dança é vista como algo de-
mocrático e busca-se cada vez mais a diversidade de corpos em seu
meio, uma vez que todos podem se beneficiar dela. Fonte: Belem.gov
Podcast 2
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo pudemos concatenar os conheci-
mentos adquiridos ao longo dessa jornada. Vimos
que a dança é uma importante forma de expressão
corporal, podendo ela ser espontânea, como dan-
çar em uma festa, ou ensinada, quando há técnica
envolvida.
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de São Paulo. Esse estilo promoveu o aspecto social
da dança, porém ainda de forma muito elitizada e
restrita somente aos mais abastados.
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companhias de dança, além daqueles que espontane-
amente procuravam aulas para aprender os passos.
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SÍNTESE
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
RÍTMICAS E EXPRESSIVAS
Os ganhos do corpo
• A mente
• O corpo
Referências
bibliográficas
& consultadas
ARAÚJO, U. F. Temas transversais, pedagogia
de projetos e mudanças na educação: práticas e
reflexões. São Paulo: Summus, 2014. [Biblioteca
Virtual].