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MANIFESTAÇÕES

CULTURAIS RÍTMICAS E
EXPRESSIVAS

Ana Roberta Almeida Comin

E-book 3
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO����������������������������������������������������������� 3
A EXPRESSÃO CORPORAL NA FORMA
DA DANÇA����������������������������������������������������������������� 4
O ENSINO DA DANÇA NO BRASIL��������������������� 6
OS GANHOS DO CORPO��������������������������������������18
A mente�����������������������������������������������������������������������������������18
O corpo������������������������������������������������������������������������������������24

CONSIDERAÇÕES FINAIS�����������������������������������29
SÍNTESE�������������������������������������������������������������������� 32

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INTRODUÇÃO
Neste e-book você aprenderá como a expressão
corporal está relacionada ao dançar. Estudaremos
também que a dança, no contexto das expressões
corporais conduzidas, é uma arte que ganhou ares
acadêmicos e hoje é objeto de estudo mundo afora,
porém, o caminho para essa conquista foi longo.

Aprenderemos, ainda, como se estabeleceu o ensino


da dança em nosso país – uma longa jornada da qual
hoje colhemos muitos frutos.

Neste e-book você também conhecerá os benefícios


da dança em relação ao corpo e à mente. Vamos
discutir a dança como terapia para os principais
acometimentos psicológicos, como a depressão e
a ansiedade, e também os benefícios fisiológicos
do dançar.

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A EXPRESSÃO
CORPORAL NA FORMA
DA DANÇA
A expressão corporal, como já pudemos discutir, é a
manifestação do corpo de modo que um sentimen-
to, uma ideia ou um pensamento é representado.
Aprendemos que ela pode aparecer na forma de um
gesto, de uma representação, de uma coreografia ou
até mesmo de uma simples careta.

As expressões corporais também surgem como uma


manifestação espontânea ou podem ser conduzi-
das e ensaiadas, como em uma peça de teatro, por
exemplo. Nesse contexto, relacionando música e
movimento, surge a dança.

Assim como a musicalidade, a dança existe desde


tempos primórdios e acompanha a história da huma-
nidade. Dançava-se para saudar deuses, para intimi-
dar inimigos, para celebrar momentos importantes
e para marcar rituais. Hoje dançamos por arte, por
lazer, por saúde, por socialização, por fins religiosos
e por mais uma infinidade de motivos – o que não
nos torna tão distantes de nossos ancestrais.

O dicionário Michaelis nos traz como definição de


dança “1. Arte e/ou técnica de dançar, conforme
determinadas modalidades ou padrões culturais
específicos; 2. Sequência de passos e movimentos
corporais ritmados, geralmente ao som de música”.

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Note como o verbete associa todo o conhecimento
que adquirimos até aqui: cultura, movimento e músi-
ca. Mas, note também as palavras sublinhadas. Ao
tratarmos da dança como uma arte e/ou uma técni-
ca, é preciso que ela seja ensinada, certo? Embora
a dança possa surgir como algo espontâneo, como
em uma festa, por exemplo, ela também aparece em
palcos e apresentações – o que demanda treinamen-
to, empenho e um complexo processo de ensino e
aprendizagem. Não à toa pessoas dedicam a vida
a essa arte.

Hoje nosso país conta com inúmeras escolas e com-


panhias de dança, abraçando um público bastante
heterogêneo. A importância do tema o fez ganhar
o ambiente acadêmico com a criação do curso su-
perior na área, além de pós-graduações lato sensu
(especialização) e stricto sensu (mestrado e douto-
rado). Apesar do estabelecimento da dança como
um objeto de estudo teórico e não somente prático,
como muitos erroneamente imaginam, nem sempre
foi assim. A dança e os seus adeptos e profissionais
seguiram um longo caminho para este reconheci-
mento, especialmente em nosso país, como obser-
varemos a seguir.

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O ENSINO DA DANÇA NO
BRASIL
Você deve se recordar do termo “neoclassicismo”,
correto? Basicamente, ele diz respeito à influência
eurocêntrica que perpetuou muitos de seus valores
em nossa arte, cultura e sociedade, e alguns per-
sistem até mesmo nos dias atuais. Em relação ao
ensino da dança em nosso país isso não foi diferente.
Antes de chegarmos ao Brasil, vamos conhecer as
origens dos valores europeus do que era belo e do
que deveria ser ensinado.

Atribui-se à Itália o que conhecemos por balé, os


graciosos movimentos da dança surgiram durante
o Renascimento e espalharam-se por diversas cor-
tes europeias, refletindo os valores da aristocracia.
Apesar da origem italiana, nesse período era a França
que ditava a moda, a arte, a cultura e os costumes
para os demais países europeus.

No Brasil, a origem do processo de ensino da dança e


da criação das escolas dedicadas à sua prática está
relacionada ao surgimento das escolas de ensino de
balé. Nosso país teve o seu primeiro contato com
essa forma de dança em 1813, no antigo Real Theatro
de São João (atual Teatro João Caetano), no Rio de
Janeiro; no entanto, sua difusão só viria a acontecer
um século mais tarde, quando importantes artistas
do balé europeu visitaram o Brasil.

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A visita dos bailarinos, sobretudo russos, foi primor-
dial para o estabelecimento do ensino da dança em
terras brasileiras. Maria Olenewa, russa radicada no
Brasil, apresentou ao governo uma proposta até en-
tão inovadora: a criação de uma escola de formação
de bailarinos. O objetivo era que fosse montado um
corpo de baile próprio, para que a contratação de
dançarinos estrangeiros não fosse necessária para
as apresentações. Também objetivava a criação de
um repertório próprio.

Foi graças à obstinação da bailarina russa que a pri-


meira escola de dança no Brasil foi criada, sendo a
aula inaugural realizada em 11 de abril de 1927. Em
19 de novembro a escola realizou seu primeiro espe-
táculo, com o balé Les Sylphides e Divertissements,
no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Seguindo as
ideias de Olenewa, três anos mais tarde, no mesmo
lugar, foi apresentado o espetáculo “Arirê e o Pássaro
Ferido”, assinado por Naruna Corder – finalmente
uma obra brasileira.

Maria Olenewa deixou um legado fantástico para a


nossa cultura. Não somente pela semente plantada
nos longínquos anos 1920, que deu origem a tantas
outras escolas e companhias de dança, mas pelos
incontáveis bailarinos, professores e ensaístas que
ainda hoje se formam em sua escola e ganham os
palcos nacionais e mundiais.

Apesar da sua premissa cultural, mesmo em solo


brasileiro, o balé continuou a manter o seu status
de classe e refinamento. Não por acaso, apenas os

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mais abastados tinham as condições necessárias
para praticá-lo. Refletindo tais valores, as escolas
de dança – que em geral se resumiam somente ao
balé clássico – também ensinavam etiqueta, boas
maneiras e a prática de atividades físicas. Nesse
sentido, o balé serviu como instrumento excludente
das elites em detrimento daqueles que não podiam
pagar pelo seu estudo.

Estamos tratando de tempos em que o abismo social


era ainda mais profundo e à alta sociedade eram
reservados luxos e privilégios desfilados em bailes,
jantares e eventos beneficentes. Nesse período, espe-
cialmente nas primeiras décadas do século passado,
saber dançar era considerado requisito da boa edu-
cação, afinal frequentavam eventos como os bailes
somente as famílias mais importantes e influentes.

Além de parte da educação formal, uma vez que


escolas da elite poderiam ofertar a dança de salão
como componente curricular, existiam ainda profes-
sores e professoras particulares, que frequentemente
ofertavam seus serviços a este seleto público. Em
geral, eram imigrantes europeus que traziam seus
conhecimentos em estilos como a valsa (considera-
do o primeiro de tantos), a polca, a quadrilha, o xote,
dentre outros.

Aqui cabe citarmos uma personagem de grande


importância para o processo de ensino da dança
em nosso país, a Madame Poças Leitão. A moça,
uma suíça chamada Louise Frida Reynold, que pos-
teriormente adotou o Poças Leitão ao casar-se, es-

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tabeleceu um verdadeiro marco na história da dança
de salão nacional. Ainda recém-chegada ao Brasil,
chocou o conservador e elitizado colégio católico
em que lecionava na capital paulista ao ser flagra-
da ensinando às suas alunas uma “dança sensual,
ousada e provocativa”, o tango.

Natural da suíça, sua língua nativa, o francês, dava


todo um charme e atraia a elite paulistana para as
suas aulas particulares, muitas vezes em domicílio.
Lembra do conceito do neoclassicismo e de como
a França e tudo relacionado a ela ditavam a moda
pelo mundo? Pois bem, as aulas da Madame Poças
Leitão eram um tremendo sucesso e a alcunha “ma-
dame” foi alcançada graças ao refinamento que a ela
atribuíam, além de às suas boas maneiras e ao seu
português carregado de sotaque francês.

O sucesso da professora e da dança de salão foi


além das casas de tradicionais famílias paulistanas e
assim foi criada a primeira academia voltada ao seu
ensino, em janeiro de 1915, tendo como primeiros
alunos os filhos do governador do estado de São
Paulo.

Vale destacar-se que a dança de salão promoveu


o aspecto social do dançar. Se antes a beleza das
coreografias era reservada aos palcos e aos artistas,
com a dança de salão passou a fazer parte da vida
de mais pessoas.

Até os anos 1930, as danças, ainda que realizadas


em pares, aconteciam somente nas residências da
elite e entre pessoas da família. Madame Poças

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Leitão, ao observar esse fato, resolveu promover
encontros semanais entre membros desse seleto
círculo social, nascendo assim as domingueiras no
Palácio Trianon, espaço hoje ocupado pelo Museu
de Arte de São Paulo, o MASP, na tradicional Avenida
Paulista.

Figura 1: O belvedere Trianon era um elegante complexo que abrigava


um mirante, salões de eventos e restaurantes. Toda a vida social da
alta sociedade passava por lá com festas, concertos, reuniões, bailes
e um exclusivo serviço de chá ao estilo inglês – o famoso “chá das
5h”. Foi demolido no ano de 1953. Fonte: Acervo Estadao

Especialmente com o passar dos anos, e com a po-


pularização, a dança de salão passou a ser apreciada
não somente pelos mais afortunados financeiramen-
te, aparecendo nas mais diversas camadas sociais
e estreitando relações.

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O avanço do tempo e a adoção de novas tendências
permitiram que novas danças fossem incorporadas
ao repertório das escolas, como o sapateado. O es-
tilo, originado por irlandeses e posteriormente in-
fluenciado por africanos, desenvolvido nos Estados
Unidos, ganhou o mundo entre as décadas de 1930
e 1950, graças ao cinema.

A chamada “era de ouro” de Hollywood contou com


inúmeras obras estreladas por atores e também dan-
çarinos, como Fred Astaire, Ginger Rogers, Gene Kelly
e Ann Miller, dentre tantos outros. O cinema tornava-
-se popular pelo mundo, inclusive no Brasil, e os mu-
sicais arrebatavam multidões para os cinemas. Não
tardou para que o sapateado se tornasse a novidade
da vez em nosso país.

Figura 2: O icônico filme “Cantando na chuva” de 1952 estrelado pelo


ator e dançarino norte-americano Gene Kelly lotou os cinemas e con-
tribuiu para a popularização do sapateado. Fonte: Time

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No Brasil, o sapateado foi muito difundido nas gran-
des capitais, porém pouco se sabe sobre seu históri-
co e métodos de ensino na época. Antes da internet
ou da globalização, a troca de informações e acesso
a materiais era bastante difícil, o que limitava o seu
ensino. Outro ponto é que se o balé foi beneficia-
do pela imigração de artistas e bailarinos vindos
da Europa, onde a prática já era ampla e difusa, o
mesmo não aconteceu com o sapateado. Grandes
mestres e professores mantiveram suas raízes em
solo norte-americano e alguns poucos migraram
para o continente europeu, deixando o mercado la-
tino sem a presença desses profissionais, salvo em
poucas visitas.

Apesar do cenário nada favorável ao ensino dessa


dança, o sapateado nacional resistiu graças à pai-
xão e empenho de professores e dançarinos. Nesse
cenário, destaca-se a atuação do australiano Philip
Ascott. O homem, que aprendera os passos do sa-
pateado com o seu pai, imprimiu na dança o seu
estilo próprio e trouxe para o Brasil em condições
um tanto adversas.

A Austrália participou ativamente da Segunda Guerra


Mundial (1939-1945), o que impactou diretamente
a vida de seus cidadãos, que buscaram em outras
terras um recomeço. Ascott veio ao Brasil junto de
sua esposa e foi na cidade de São Paulo, no bairro
da Vila Carrão, na zona leste, que se estabeleceram.
Lá, passou a ensinar gratuitamente aos moradores o
sapateado. Com o tempo, ganhou notoriedade e viu
o seu número de adeptos aumentar, especialmente

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após aparições em um comercial de televisão na
extinta TV Tupi. O agora reconhecido professor de
sapateado passou a dar aulas para diversos públicos,
o que incluía as filhas da famosa família Matarazzo
e outras moças da elite paulistana.

Outro nome importante para o ensino da dança no


Brasil foi o autodidata Cid Paes de Barros. De família
rica e tradicional, o jovem paulistano foi veemente-
mente rejeitado por querer dedicar sua vida à arte da
dança. Barros aprendeu os movimentos ao observar
as sequências que via nos filmes hollywoodianos e
recriá-las. Abriu a sua própria escola de dança, onde
ensinava, dentre outras modalidades, o sapateado.

Vale ressaltarmos que, apesar de seus talentos, nem


Ascott, nem Barros, tampouco tantos outros, à época,
sabiam os nomes dos passos ou da técnica. Tudo
era muito mais intuitivo, sem que isso implicasse na
qualidade dos trabalhos.

Tempos depois, na década de 1970, o ensino do sa-


pateado tomou conta do Rio de Janeiro quando a
americana Pat Thibodeaux se estabeleceu no Brasil
ao se casar. Thibodeaux era natural do estado de
New Orleans, considerado o berço do sapateado.
Chegando aqui, deu aula em diversos colégios até
abrir sua própria academia, em 1980, formando di-
versos dançarinos e instrutores de sapateado.

Até o surgimento e a propagação da internet, o cine-


ma e a televisão eram preponderantes no que seria
a próxima tendência. Assim como o cinema popu-
larizou o sapateado, anos mais tarde a TV deu vez à

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novidade: começava a era disco. A efervescência das
discotecas mudou por completo a forma dos mais
jovens dançarem. Se antes formavam pares, agora
dançavam sozinhos passos pré-coreografados. Com
maior liberdade e menor preocupação com a técnica,
não foram necessárias escolas de dança para ensiná-
-los. Isso marca uma importante característica da
década de 1970: a ruptura com as tradições, apesar
da ditadura que insistia em existir no Brasil.

Na década seguinte, nos anos 1980, a televisão traria


uma outra moda que, mais uma vez, levou casais a
dançarem juntos novamente: a lambada. Presente
em novelas, rádios e agora videoclipes (uma novi-
dade para a época), o estilo era dançado em pares
abraçados ao invés de duplas soltas. Inspirada no
carimbo, junto a outras influências, a lambada se
tornou uma febre e todos queriam saber os seus
passos, o que naturalmente lotou escolas de dança
pelo Brasil. Tempos depois, a passageira tendência
chegou ao fim.

Chegamos a um ponto importante de nosso conte-


údo, passível de nota. Estudamos que o ensino de
danças no Brasil foi calcado inicialmente no balé e
posteriormente em outros ritmos tradicionais, como
o próprio sapateado e a dança de salão. A modernida-
de trouxe consigo muitas mudanças, especialmente
no que se refere à velocidade da informação e ao
estabelecimento de tendências. Se antes as elites
se inspiravam no que era moda na Europa, agora ela
era ditada pela televisão e difundida para a massa.
Mudava aí o padrão de consumo de toda uma so-

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ciedade. Por exemplo, se uma novela lançava uma
tendência, logo todos passavam a reproduzi-la –
fosse uma roupa, um gesto, um bordão ou um estilo
musical. O mesmo valia para a dança. É por isso
que, a partir dos anos 1980, observamos um período
de ascensão e declínio muito rápidos em relação à
moda e ao comportamento, o que naturalmente inclui
o ensino de certos estilos de dança. Ultimamente,
como parte da nostalgia dos que viveram os anos
1990, é possível encontrar inúmeros vídeos e posta-
gens relacionados à década pela internet. Fossem
os programas de TV, as músicas ou as vestimentas,
o período foi marcado por inúmeros grupos de axé.
O ritmo baiano ganhou o Brasil com vários suces-
sos e levou todos a aprenderem os seus animados
passos. As letras, muitas vezes provocativas e bem-
-humoradas, eram acompanhadas de coreografias.

O axé estava em todo lugar – nos programas do-


minicais, nas festinhas infantis, nos churrascos em
família, nos carnavais e principalmente nas escolas
de dança. A moda do axé sucedeu a da lambada
nas academias e assim permaneceu por quase todo
os anos 1990. Não raro, aconteciam competições
na televisão para selecionar novos dançarinos.
Lentamente o axé e a sua moda foram perdendo
folego até a chegada dos anos 2000, com a chegada
do forró universitário.

O desenvolvimento da região sudeste do Brasil, so-


bretudo os estados de São Paulo e Rio de Janeiro,
muito se deve ao fenômeno da diáspora nordestina.
Milhares de nordestinos partiram ao longo dos anos

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para esses locais em busca de trabalho e melhores
condições de vida. Além da esperança, levaram na
bagagem toda a riqueza cultural de seus estados
natais. E foi assim que o forró reviveu nos primeiros
anos da década de 2000 o seu apogeu, graças aos
shows realizados ao longo de 1990 no circuito univer-
sitário. Nascia assim o chamado “forró universitário”.
O sucesso do estilo musical levou inúmeras pessoas
a procurarem academias e escolas de dança a fim
de aprenderem a novidade. Atribui-se a São Paulo a
criação dos passos do forró universitário, dançado
em casais.

Se antes a televisão e o cinema ditavam as novida-


des, surgia uma nova forma de influência: a internet.
Embora existisse no Brasil desde o final dos anos
1980, o uso da internet nas residências só foi se po-
pularizar durante a década de 2000-2010. Se antes o
estilo de dança da vez era passageiro e rápido, agora
era mais rápido ainda. Passamos a ter maior contato
com outras culturas e as novidades chegavam aos
montes.

Hoje, com as redes sociais e a difusão dos vídeos


na internet, o ensino da dança é muito mais amplo
e democrático, independentemente do seu compro-
misso com a técnica. Alguns dançarinos passaram
a dedicar-se quase que exclusivamente a essa ati-
vidade, cativando um imenso público, refletido em
forma de seguidores e engajamento nas redes.

A cultura brasileira não parou de produzir estilos e


novidades, uma vez que se trata de um fenômeno

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dinâmico e espontâneo. As escolas e instituições
voltadas ao ensino da dança continuam firmemente
a existir e a formar bailarinos, porém não somen-
te. Muitos hoje em dia procuram tais lugares como
forma de melhorar a saúde física e mental, ter mais
qualidade de vida, socializar ou buscar objetivos es-
pecíficos como aprender uma coreografia para uma
data especial, prática bastante comum entre noivos e
debutantes. Um verdadeiro contraste com as escolas
do passado, voltadas para a elite e o ensino da dança
e das boas maneiras.

Podcast 1

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OS GANHOS DO CORPO

Pudemos explorar anteriormente o conceito do que é


o corpo. Analisamos diferentes conceituações sob o
olhar da biologia e da psicologia, ambas igualmente
importantes, necessárias e complementares.

Sedimentamos o conhecimento a partir dessa com-


preensão e dela pudemos evoluir para o movimento,
o ritmo, a musicalidade, a expressão corporal e, por
fim, a dança. Mas de que maneira o corpo é benefi-
ciado por ela? É o que estudaremos a seguir.

A mente

Embora abordemos separadamente, a divisão corpo


e mente não se trata de uma dicotomia. Somos se-
res de consciência (a mente) que se expande para
o plano físico (o corpo) e em conjunto nos permite
expressar as nossas emoções, sentimentos e ideias
– a chamada a natureza humana.

A mente reflete nosso estado interno e, assim como


a saúde física, requer cuidados e atenção. Hoje em
dia a depressão e a ansiedade, dentre outros trans-
tornos, tornaram-se um problema de saúde pública
mundo afora, como veremos a seguir.

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Depressão
No ano de 2018, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) estimou que em 2020 a depressão seria a
doença mais incapacitante do mundo. E ela não es-
tava errada.

Em 2019, dados parciais mostraram que foram re-


alizados em torno de 50.000 atendimentos relacio-
nados à depressão no Sistema Único de Saúde, o
SUS. Desse total, aproximadamente 17.000 casos
resultaram em internação. No Brasil, 9,3% da popula-
ção sofre com o problema, sem contar os casos que
não são notificados ou pessoas que não buscam o
atendimento nos serviços de saúde.

Em âmbito global, a depressão atinge 300 milhões de


pessoas, segundo a OMS. A expectativa é que esses
números aumentem dada a crise ocasionada pela
pandemia de covid-19. Uma perspectiva bastante
preocupante, uma vez que a doença não escolhe
gênero, classe social ou idade.

Antes de abordarmos como a dança pode ajudar


na prevenção e até mesmo tratamento de pessoas
com depressão, é importante que conheçamos a
patologia em detalhes.

A depressão é caracterizada como uma doença psi-


quiátrica que provoca sentimentos persistentes de
tristeza, culpa, baixa autoestima e pessimismo. A
pessoa pode apresentar problemas relacionados ao
sono (como insônia ou dormir por longos períodos de
tempo), alterações no apetite, sensação de cansaço

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constante, apatia, dores e diminuição na capacidade
de concentração. Em casos mais graves, a pessoa
pode se ferir ou até mesmo chegar ao suicídio.

A origem da depressão pode estar relacionada a fato-


res genéticos, a alterações nos componentes bioquí-
micos no cérebro (como a serotonina, a noradrenalina
e a dopamina) ou a eventos traumáticos que atuam
como gatilho para aqueles que já possuem uma pre-
disposição genética para desenvolver a doença.

Hoje, mais do que nunca, a depressão é estudada a


fundo como uma patologia e é discutida amplamen-
te, em especial entre os mais jovens, uma vez que
durante muito tempo o assunto foi considerado tabu
pelas pessoas. Isso evidencia a importância de nos
mantermos sempre atualizados academicamente
e abertos ao diálogo, pois assim evitamos cair no
senso comum de que a depressão é simplesmente
“frescura”, “falta de vontade” ou argumentos infun-
dados do tipo.

Apesar dos índices alarmantes e crescentes da de-


pressão, a boa notícia é que, graças ao empenho da
ciência, hoje contamos com uma ampla gama de me-
dicamentos e terapias que trazem maior qualidade de
vida para aqueles que a possuem. A depressão ainda
não possui uma cura, uma vez que se trata de uma
doença crônica, mas, com o tratamento correto, a pes-
soa pode apresentar um menor número de episódios
depressivos, menos graves e menos duradouros.

No sentido terapêutico, a dança pode beneficiar pes-


soas com depressão a partir da melhora da concen-

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tração, do aspecto cognitivo, do autoconhecimento,
da confiança, da memória e do repertório motor, além
da socialização. Melhora também a autoimagem,
através do estímulo das percepções, sensações
cinestésicas e visuais, que orientam o tempo e o
espaço durante o dançar.

Os ganhos da prática da dança em relação à depres-


são se estendem aos mais variados públicos. Melo
et al. (2018) demonstraram que a prática regular de
dança de salão é uma ferramenta alternativa para
o tratamento da depressão em indivíduos idosos.
Sendo que os benefícios se estendem a longo pra-
zo, conforme demonstrado na Figura 3. O gráfico
demonstra que os idosos que praticam a dança de
salão a mais tempo (eixo X – tempo de prática) pos-
suem menores índices de depressão (eixo Y - escore
de depressão), inferido a partir de um questionário.

Figura 3: Correlação entre o escore de depressão e o tempo de prática


regular de dança de idosos com maior tempo de prática regular de
dança. Fonte: Melo et al. (2018).

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Ansiedade
A ansiedade é um sentimento comum e inerente aos
seres humanos. Seja a expectativa que antecede uma
prova, uma viagem ou um momento importante, ela
faz parte e se faz presente em todos nós. É uma re-
ação natural do corpo que serve para nos auxiliar em
novos desafios e situações de perigo, uma vez que
ela serve como resposta para situações de estresse.

A ansiedade deixa de ser algo natural para ser consi-


derada uma patologia quando o indivíduo se encontra
nesse estado permanentemente ou na maior parte
do tempo. O transtorno de ansiedade generalizada
(TAG) é caracterizado pelo excesso desse sentimento
que desencadeia uma série de sintomas emocionais
e fisiológicos.

O indivíduo acometido pelo transtorno de ansiedade


frequentemente apresenta pensamentos angustian-
tes, aflitivos e, por vezes, pessimistas – o que afeta
diretamente o seu comportamento e a sua capaci-
dade de realizar atividades cotidianas.

Além do campo emocional, o transtorno de ansieda-


de pode levar a pessoa a apresentar problemas de
ordem física, como taquicardia, sudorese intensa,
falta de ar, dores, insônia e tontura, dentre outros,
o que pode aumentar a predisposição às doenças
cardiovasculares, obesidade e diabetes, além de ga-
nho de peso.

Assim como a depressão, a origem desse transtorno


pode estar ligada às questões genéticas e a fatores

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ambientais e emocionais – como estresse no tra-
balho, uma crise conjugal, um trauma, uma crença
desenvolvida durante a vida etc.

Esse problema, tão comum em nosso dia a dia, fez


com que o Brasil fosse considerado pela OMS o país
mais ansioso do mundo, com base em dados de
2019. Mas, felizmente, assim como para a depres-
são, hoje existe uma ampla gama de medicamentos
e terapias que oferecem melhor qualidade de vida
àqueles que são acometidos pela ansiedade crônica.

A dança permite, dentre muitas vantagens, o autoco-


nhecimento e o aumento da percepção corporal. Esse
ganho é de grande valia para pessoas com transtorno
de ansiedade, uma vez que permite que o indivíduo
reconheça sintomas e características que em geral
antecedem uma crise. Dessa forma, ele pode desen-
volver estratégias que impeçam ou reduzam os seus
desdobramentos.

O avanço da ciência nos permitiu atingir uma lon-


gevidade média impensável para os nossos ante-
passados. Por essa razão, hoje muito se estuda os
impactos do avançar dos anos sobre os indivíduos,
especialmente no que tange a saúde mental.

No estudo de Guimarães et al. (2011) foi explora-


do o efeito da dança em relação à ansiedade e a
parâmetros funcionais respiratórios de mulheres
idosas. O delineamento experimental do trabalho
contou com 18 idosas distribuídas em dois grupos
distintos: um praticante de dança e o outro sedentá-
rio. Ao final, observou-se que aquelas que praticam

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dança de forma regular apresentam menores níveis
de ansiedade e melhores valores relacionados às
variáveis respiratórias.

O corpo
O corpo, condutor e força motriz do movimento, tam-
bém se beneficia da dança em diferentes aspectos.
Dançar requer muito além da técnica, é necessário
um bom condicionamento que permita sua execução.

A modalidade pode contribuir no ganho de força a


depender do estilo. Como exemplo, podemos citar
a força necessária para uma bailarina sustentar o
seu próprio peso corporal durante uma pirueta no ar
ou ao ficar na ponta das sapatilhas. Outro exemplo
é uma dança em pares, na qual o cavalheiro deve
sustentar o corpo de sua companheira ao executar
um passo aéreo.

Nesse sentido, além do benefício proporcionado pela


própria dança em si, treinamentos de força comple-
mentares são fortemente indicados. Além de melho-
rar a qualidade técnica dos movimentos, o ganho de
força pode contribuir para que lesões sejam evitadas.

O corpo deve ser fortalecido como um todo, pensan-


do nos principais músculos exigidos para a prática da
dança. Devem ser incluídos também exercícios que
visem ao ganho de força da região do core abdomi-
nal, uma vez que ele está diretamente envolvido no
controle corporal, na execução de movimentos e na
manutenção da postura. Podem ser indicados exercí-

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cios de musculação, exercícios funcionais, pilates e
o uso de materiais alternativos como a faixa elástica.

O condicionamento da postura e da pelve são be-


nefícios que a dança proporciona e que podem ser
reforçados também por treinamentos adicionais.
Esses elementos são fundamentais para a execução
de determinados movimentos – por exemplo, um
posicionamento inadequado do quadril durante um
passo pode comprometer seriamente a sua execu-
ção. Além do senso estético, isso pode trazer graves
lesões ao dançarino.

Uma boa postura influi diretamente na consciência


corporal desenvolvida pela dança, como em uma via
de mão dupla. Durante a execução da dança, a postu-
ra é fundamental não somente pela saúde dos seus
adeptos, mas também por uma questão técnica. Ao
dançar em pares ou em grupo a postura pode indicar
a harmonia e o entrosamento do casal ou do grupo,
incrementando a estética do movimento.

Deslocar-se ao som de uma música e executar pas-


sos faz com que a prática da dança contribua para o
desenvolvimento da coordenação motora. A prática
da dança também estimula a plasticidade cerebral.

Dançar é uma tarefa complexa do ponto de vista


cerebral, pois demanda diferentes áreas como a
da percepção sensorial, da percepção auditiva, da
percepção visual e a área responsável pelo plane-
jamento. A execução de todas essas tarefas é fixa-
da posteriormente pela região do cerebelo. Logo,
quanto mais repetimos uma tarefa, mais ela se torna

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fácil de executar, graças a esse armazenamento de
memórias.

Uma das capacidades principais da dança é o equilí-


brio. A dança exige mudanças rápidas de posiciona-
mento, principalmente na execução de determinados
passos e técnicas como saltos e giros. Para isso, o
equilíbrio se faz altamente necessário.

Naturalmente, a prática da dança leva ao aprimora-


mento da capacidade de equilíbrio, sendo também
indicados exercícios específicos para essa finalida-
de. Posições estáticas em um só pé ou em bases
instáveis podem ser recomendados. Para alunos
mais avançados no processo de ensino e aprendi-
zagem, o grau de dificuldade dos exercícios pode
ser aumentado, solicitando-se que os mesmos os
realizem com os olhos fechados, tendo em mente
que o alinhamento é essencial para a precisão do
movimento. Além de visar ao equilíbrio, essa aborda-
gem também contribui para a consciência corporal
desses indivíduos.

Assim como o fortalecimento muscular, aprimorar


o equilíbrio e a estabilidade também reduz as chan-
ces de lesões entre dançarinos, além de melhorar a
qualidade técnica dos movimentos.

A flexibilidade é outra capacidade favorecida pela prá-


tica da dança. Muitos passos e coreografias exigem
do bailarino movimentos com grande amplitude arti-
cular. Para que esse objetivo seja alcançado, devem
ser planejados exercícios voltados ao alongamento.
Podem ser utilizadas técnicas que se utilizem da ima-

26
gem do aluno, do toque, da percepção de movimento
e de materiais alternativos, dentre outros.

Na dança, o desenvolvimento da flexibilidade confere


maior leveza e amplitude aos movimentos e melhor
controle muscular, além de garantir mais segurança
ao executante, pois reduz as chances de lesão.

Estilos de dança mais intensos, que requerem maior


dispêndio energético, também podem beneficiar a
capacidade cardiorrespiratória. No entanto, Silva e
Enumo (2016), em sua revisão sistemática após ana-
lisarem 11 artigos voltados à temática publicados
entre os anos de 1995 e 2015, concluíram que aulas
de dança somente não são capazes de incrementar
a capacidade cardiorrespiratória e metabólica, sendo
recomendados treinamentos extras, que promovam
melhoras como a da capacidade cardiorrespiratória.
Independentemente ao fato, é inegável que muitos
procurem aulas de dança a fim de terem maior qua-
lidade de vida e sensação de bem-estar.

27
Figura 4: Hoje, mais do que nunca, a dança é vista como algo de-
mocrático e busca-se cada vez mais a diversidade de corpos em seu
meio, uma vez que todos podem se beneficiar dela. Fonte: Belem.gov

Podcast 2

28
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo pudemos concatenar os conheci-
mentos adquiridos ao longo dessa jornada. Vimos
que a dança é uma importante forma de expressão
corporal, podendo ela ser espontânea, como dan-
çar em uma festa, ou ensinada, quando há técnica
envolvida.

Além de inúmeras academias e escolas de dan-


ça, hoje podemos encontrar cursos de graduação
e pós-graduação totalmente dedicados ao tema.
Aprendemos que isso foi uma conquista para a área
e que, para chegarmos nesse estágio, o processo de
ensino da dança passou por diversas etapas até se
consolidar no Brasil.

A jornada do ensino da dança foi iniciada com base no


neoclassicismo. A moda do balé na Europa foi trazida
por imigrantes em eventuais apresentações, até que
alguns decidiram fixar residência em solo nacional.
Nascia aí o ensino desse tipo de dança no país.

Além da arte do balé, as escolas de dança se dedi-


cavam a ensinar regras de etiqueta e boas maneiras,
uma vez que frequentavam esses locais somente as
moças ricas da elite e de famílias tradicionais. Marca
esse período a dança como um símbolo de status
e segregação daqueles que não podiam pagar por
suas aulas ou assistir a espetáculos.

Nesse período surgem também as aulas de dança de


salão realizadas nas residências das famílias ricas

29
de São Paulo. Esse estilo promoveu o aspecto social
da dança, porém ainda de forma muito elitizada e
restrita somente aos mais abastados.

Se antes a moda era ditada pela influência europeia,


sobretudo francesa, agora ela era dada por meio do
cinema e, posteriormente, pela televisão e internet.
Hollywood nos brindou entre as décadas de 1930 e
1950 com inúmeros filmes com uma dança cadencia-
da até então nova no Brasil: o sapateado. A novidade
levou muitos a procurarem as escolas de dança pelas
principais capitais do país, consolidando-se como
um dos principais ritmos.

Passada a febre hollywoodiana com seus filmes dan-


çantes, a televisão passou a ditar as tendências. A
partir de agora, todas com rápida ascensão e declí-
nio. A moda mais do que nunca se tornou passageira
graças à velocidade das informações.

A era das discotecas ensinou aos jovens da década


de 1970 a liberdade de se dançar só, sem compro-
missos, com técnicas ou regras. Imperava apenas
a diversão.

Após, nos anos 1980, o dançar em pares é resgatado


com o ritmo da lambada, que tocava em novelas, rádios
e carnavais, e levou muitos às academias para aprender
os seus passos, mas, como tudo, teve seu fim.

Os anos 1990 no Brasil foram marcados pelos grupos


de axé e ritmos baianos. As músicas sempre core-
ografadas levaram à criação de diversos grupos e

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companhias de dança, além daqueles que espontane-
amente procuravam aulas para aprender os passos.

A partir dos anos 2000, a internet eleva a velocidade


da informação a outro patamar. Os primeiros anos
da década foram marcados novamente pela dança
em pares com o forró universitário, sobretudo na
região sudeste do Brasil, que foi inundada por es-
colas e academias dedicadas ao seu ensino. Após,
passamos a ter cada vez mais contato com outras
culturas e, com a criação das redes sociais, o ensino
da dança se tornou muito mais amplo e democráti-
co, independentemente do seu compromisso com
a técnica. Seja por meio de vídeos em plataformas
on-line ou por meio de dançarinos em redes sociais o
ensino da dança está literalmente a um clique de nós.

Pudemos aprender também, neste e-book, os be-


nefícios da dança para o corpo e para a mente. No
âmbito psíquico, estudamos que a dança é uma po-
derosa ferramenta terapêutica indicada para pessoas
acometidas pela depressão e a ansiedade – proble-
mas cada vez mais comuns em nossa sociedade.
Podemos citar a melhora da confiança, memória,
autoconhecimento, concentração e socialização,
dentre outras.

Sobre o aspecto físico do corpo pudemos aprender


os benefícios que o condicionamento proporcionado
pela dança traz, como a força, a consciência corporal,
a coordenação motora, o equilíbrio e a flexibilidade
– o que inspira e motiva cada vez mais pessoas a
praticá-la.

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SÍNTESE

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
RÍTMICAS E EXPRESSIVAS

A expressão corporal na forma da dança

O ensino da dança no Brasil

Os ganhos do corpo

• A mente
• O corpo
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