Escola Estadual Prof.
ª Elza de Oliveira Maia assumido uma enorme densidade dramática, através da
Professora: Adriane Costa
 HISTÓRIA DA DANÇA
A origem da dança é antiga como a do próprio
homem, cujos pés e mãos teriam marcado os ritmos da
sua criação. Todos os povos, em todos os tempos,
produziram danças características, marcadas pelas suas
tendências, atitudes e costumes.
O homem e a dança estão em constante
reciprocidade: de adaptação e de desenvolvimento
inerentes à necessidade de evolução do homem. Tendo
a dança, deste modo, feito parte da vida do Homem ao
longo dos tempos.
Nos primórdios da humanidade a dança tinha
um conteúdo “mágico”. Dançava-se para poder
participar das forças sobrenaturais e influir sobre os
deuses que governam a natureza. Da dança espontânea
e desordenada surgiram, pouco a pouco, movimentos
rítmicos conexos, marcados pelo canto e instrumentos
musicais ainda primitivos; tratava-se de uma espécie de
dança coletiva, que ainda persiste em alguns povos
primitivos existentes. Nestas tribos, que apresentam um
estilo de vida em muito semelhante ao homem
primitivo, podemos verificar que a dança é utilizada
como uma linguagem, de ritos, de celebrações de vida,
de fertilidade, de caça, de guerra, de amor, etc. Constitui
uma forma de exteriorizar emoções, sentimentos,
sentido de vida, estados de espírito, etc.
Por vezes apresentam um carácter dramático: os
dançarinos representavam diferentes animais ou
espíritos e vestiam-se a rigor, com fantásticos trajes e
máscaras assustadoras. Com o tempo, ao desaparecer o
medo do sobrenatural, a dança mudou de carácter:
deixou de ser mágica para se converter em algo
puramente ritual.
Até aos dias de hoje, é possível distinguir três
fases distintas, que no decurso da sua evolução,
marcaram a história da dança.
A primeira fase, “danças base” ou “primitivas”,
tem início nos primórdios da humanidade, até
aproximadamente ao séc. XV / XVI. Abrange todas as
formas de dança reduzidas ao essencial: aquelas em que
a comunicação e expressão de sensações e sentimentos
é direta e em que os papéis do participante e espectador
se podem alterar ou confundir. Estas formas de dança
podem ter quatro tipos de motivações: magia (invocar
forças sobrenaturais) / religião (segundo a bíblia os
Hebreus dançavam em ocasiões festivas, religiosas e
guerreiras); jogo / atividade recreativa; seleção sexual e
comunicação por movimentos mimados (pantomima).
Na civilização grega, a dança tem uma função
religiosa, terapêutica, social e educativa e surge como
arte de diversão. Os gregos foram os primeiros a
privilegiar o ensino e a prática da dança, uma vez que
promovia a harmonia entre o espírito e o corpo,
garantindo assim alcançar o ideal de perfeição e beleza,
bem como disciplinar o corpo. Até mesmo os guerreiros
praticavam dança de forma a desenvolverem a agilidade
física.
Na civilização romana, a dança não era
elemento fundamental da educação, tendo no entanto
pantomima. Era utilizada como forma de diversão,
combinada com música e acrobacias, alcançando
aspectos violentos. Tal facto levou à desvalorização da
dança pela religião cristã.
Também no Egipto a dança foi desde muito
cedo a maneira de celebrar os deuses, de divertir o povo,
desenvolvendo-se os instintos básicos para a arte teatral.
O ballet clássico tem origem nesta dança primitiva,
baseando-se no instinto para uma dança formada por
passos diferentes, ligações, gestos e figuras, elaboradas
para um ou mais participantes.
A História do ballet começou à cerca de
quinhentos anos atrás em Itália (séc. XV); o primeiro
ballet registado data de 1489, durante o casamento do
duque de Milão com Isabel de Aragão.
Entre o séc. XV e XVII surge a “dança
académica” (segunda fase – séc. XVII / XIX), tendo
como antecedentes os ballets das Côrtes, que surgiram
em Itália como forma de prestigiar as novas Côrtes dos
grandes impérios. Aparecem os grandes mestres da
dança, nomeadamente Domenico de Piacenza, que
escreve o primeiro tratado da dança.
Em França os ballets da Côrte apareceram
devido à fusão da família real italiana com elementos da
família real francesa. Apresentam uma forma teatral e
eram dançados por homens, as mulheres não podiam
participar, sendo os papéis femininos representados por
homens.
Em 1669 é fundada a academia real de dança,
sendo o primeiro reconhecimento oficial da dança como
atividade artística. Este tipo de dança era elitista, pois só
era praticada por elementos da Côrte: pouco
sociabilizante e muito teatral.
Surgem depois escolas de bailarinos e a
profissionalização da dança, também abertas às
mulheres, que passam a desempenhar os papeis
femininos. A dança entra na educação das classes de
elite e surge o período do bailado romântico que se
inspira nos contos de amor e no qual a mulher assume o
papel principal.
No ocidente e na Europa, séc. XIX, surge a
“dança contemporânea”, baseada na busca da essência
expressiva do homem. Na América, Isadora Duncan,
renova o movimento que encontra nos fenómenos
naturais que se sobrepõem à utilização de qualquer
cenário. As ideias de Isadora inspiraram inúmeros
coreógrafos, um deles foi o russo Fokine, que criou
entre outras danças “A morte do cisne”, para a
inesquecível Pavlova.
A dança clássica com um sistema de padrão de
movimentos, organizado e coerente, sendo privilegiada
em contextos profissionais ou lúdicos, é também ainda
hoje completo, servindo de base para outras formas de
dança e mesmo da ginástica (artística e rítmica
desportiva).
No início do séc. XX a dança procurou
implementar-se sob a forma de atividade lúdica e
educativa, dando origem à sua prática em variados
clubes e escolas, tanto oficiais como particulares.
 Escola Estadual Prof.ª Elza de Oliveira Maia
Professora: Adriane Costa
 HISTÓRIA DA DANÇA NO BRASIL
Devido às muitas
influências culturais
de outros países,
a história da dança
no Brasil apresenta
variadas origens que
foram se misturando
ao longo do tempo. Os estilos e ritmos também
apresentam variações de acordo com cada região, tendo
forte influência das culturas locais.
Entre as danças mais conhecidas e praticadas no nosso
país estão o samba, o baião, o maxixe, o xaxado, a
gafieira e o frevo. É possível afirmar que as influências
consideradas marcantes nas danças brasileiras são
indígenas, africanas, mouriscas e europeias.
Origens
Na nossa rica cultura também é possível observar
diversos tipos de danças, que variam entre os ritmos
mais clássicos e aquelas folclóricas, tais como axé e
forró (ainda mais populares no nordeste brasileiro).
As influências internacionais são perceptíveis na
história da dança no Brasil nos ritmos mais modernos,
como o funk. Já com relação aos estilos mais clássicos
e eruditos de dança, eles foram inseridos no Brasil por
meio de destacados bailarinos europeus, especialmente
no decorrer da década de 1930, quando foram
construídas as primeiras escolas de balé.
Um Histórico das Principais Danças no Brasil
Esse breve resumo das principais danças que deram
origem aos tantos ritmos brasileiros demonstram a
diversidade cultural do nosso país.
Danças Indígenas
Um dos primeiros relatos dos jesuítas, feitos no século
16, menciona que eles ensinavam os indígenas a
apresentarem danças. Esse aspecto é muito marcante na
cultura indígena, sendo que as danças estavam muito
associadas às celebrações religiosas e também
marcavam acontecimentos importantes nas
comunidades.
As danças indígenas tem grande importância na
história da dança no Brasil. São realizadas
individualmente ou em grupo, sendo utilizados variados
instrumentos musicais, máscaras, amuletos e demais
objetos que representam determinado traço dessa
cultura.
Influências da África na história da dança no Brasil
Sem dúvida, a dança
africana foi uma das
influências mais
significativas na história
da dança no Brasil, tendo
ocorrido com a chegada
dos escravos trazidos da
África.
Os principais gêneros musicais e estilos de danças
oriundos das influências africanas são:
 Samba de roda;  Capoeira;
 Maracatu;  Congada.
Assim como no caso das danças indígenas, as danças
africanas contêm um forte conteúdo emocional,
artístico e, em muitos casos, espiritual.
Danças Clássicas
O balé é um dos maiores exemplos de dança clássica.
De acordo com documentos históricos, o primeiro
registro de um espetáculo de balé na história da dança
no Brasil ocorreu no ano de 1813, no Rio de Janeiro.
As apresentações que deram grande notoriedade ao balé
na história da dança no Brasil foram realizadas nos anos
de 1913, 1917, 1918 e 1919, no Teatro Municipal do
Rio de Janeiro, sendo que as grandes estrelas desses
espetáculos foram Vaslav Nijinski (bailarino russo) e
Anna Matveievna Pavlova (bailarina russa).
No ano de 1930, foi oficializada a primeira escola de
balé clássico no Brasil, tendo a direção de Maria
Olenewa.
História da dança clássica no Brasil
Por mais que o balé seja uma dança clássica, quando ele
chegou ao Brasil, buscou-se adotar temas indígenas nas
apresentações com o intuito de criar uma identidade
própria.
Seguindo esse estilo,
teve grande destaque o
espetáculo “Aritê e o
Pássaro Ferido”, que
ocorreu no Teatro
Municipal do Rio de
Janeiro em 1930, sendo
até hoje mencionado
como uma grande referência.
Nessa época, as escolas de balé brasileiras buscavam
seguir o padrão de excelência adotado na Europa, sendo
que um dos objetivos era inserir o balé como um tipo de
atividade física e também proporcionar noções de
etiqueta às alunas que pertenciam à alta sociedade da
cidade do Rio de Janeiro.
História da dança no Brasil: Dança Moderna
A dança moderna faz parte da história da dança no
Brasil graças aos famosos bailarinos que fugiram da
Europa devido aos horrores da Segunda Guerra
Mundial. Entre os nomes que mais se destacam, estão:
Renée Gumiel, Maria Duschenes, Luiz Arrieta e Nina
Verchinina.
Dança Contemporânea – Resumo
A dança contemporânea surgiu na história da dança no
Brasil em 1959, com a fundação do Balé Klauss Vianna,
houve um certo rompimento com a estética que era
adotada nas danças clássicas. O bailarino e coreógrafo
brasileiro Klauss Vianna foi pioneiro na aplicação
desse tipo de dança, atuando também como preparador
corporal de atores.
Inclusive, este bailarino foi o primeiro a utilizar o termo
“expressão corporal” no Brasil, revelando a importância
do trabalho inovador desenvolvido por ele.
Esse bailarino também criou o curso de terapia através
do movimento e o de recuperação motora, beneficiando
inúmeras pessoas por meio da dança. Devido ao grande
alcance de todos os seus projetos ligados à dança,
inclusive como recurso terapêutico, Klauss recebeu
diversas homenagens.