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A história da dança
A dança na escola
A HISTÓRIA DA DANÇA
A dança á composta por movimentos que fluem no tempo e no espaço, porém não são
quaisquer movimentos que são considerados como dança. Dentro do ritmo sua duração no
tempo é dividida em determinados intervalos. O ritmo seja interno ou externo é marcado de
várias maneiras, ao som ou não de música.
Ritmo interno – ritmo interior /intrínseco a cada indivíduo.
Ritmo externo – ritmo exterior/extrínseco a cada indivíduo.
Antes de procurar expressar-se ou comunicar-se através da palavra o homem,
provavelmente criou com o próprio corpo, padrões rítmicos de movimentos.
A dança pura, expressão despojada do movimento pode ser marcada apenas pelo ritmo
interno do dançarino, assim diferenciando-se dos movimentos comuns. É inegável, que existe
uma predominância do ritmo exterior orientando os movimentos que configuram a dança.
Kurts Sachs (World History of de Dance) definiu a dança como um conjunto de
movimentos ritmados do corpo. Considerou-a como arte básica e prioritária em relação a todas
as outras expressões de criatividade humana, porque o dançarino usa o próprio corpo para
elaborar o produto de sua criação. Entre o criador e a criação contidos em uma só pessoa,
nenhum elemento se interpõe.
Os povos primitivos procuravam expressar nos ritos (casamento, religioso, etc) através
dos movimentos e gestos que continham as características que os definiam como dança, pois
num ritual os mitos podiam ter tratamentos diversificados, não sendo necessariamente verbal,
sendo os movimentos dançantes os comunicadores.
Os primeiros registros de atividades dançantes datam do Paleolítico, quando os homens
viviam em pequenas hordas (acampamentos) isoladas, ocupado em coletar alimentos. Os
registros históricos não apontam que cultuassem alguma divindade ou acreditassem na
existência de outra vida após a morte, nem que possuíssem um pensamento lógico. Eram
dominados pelo pensamento mágico no alcance de alguns objetivos, como, por exemplo,
abater um animal, quando se observa as pinturas e desenhos encontrados, mas paredes e
tetos das cavernas habitadas pelos homens do Paleolítico. Registro de uma prática que devia
ser comum na época, onde o desenho ou pintura apresenta um animal trespassado pela lança
ou dardo mortífero.
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A dança na Grécia
Entre os gregos a dança integrou os rituais religiosos, antes mesmo de fazer parte das
manifestações teatrais. Acreditavam no poder das danças mágicas, e o uso de máscaras nos
rituais lhes dava ampla liberdade de ação. Dançando para homenagear para aqueles que
acreditavam serem deuses, pois eram politeístas. A dança e o teatro grego mantêm estreita
ligação.
Platão (428 a.C.), distinguia a dança popular da que denominava “dança nobre”, e apenas
a esta concedia sua aprovação. Considerava não adequada as danças de natureza báquica
(Baco, deus do vinho/bacanal) e de caráter lascivo (devasso / brincalhão). Não entendia como
arte as danças de caráter guerreiro, propiciatório de chuvas, fertilidade, etc., pois achava que a
arte não devia se limitar a copiar um fato, mas induzir o espectador a uma experiência,
reproduzir uma emoção.
A civilização grega tornou a arte da dança acessível a todos os cidadãos. A partir do
declínio da cultura grega a dança, começou a perder respeitabilidade, passando a ser mero
entretenimento.
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A dança em Roma
Em Roma, a reputação e o valor da dança eram reduzidos.
“Ninguém dança, a não ser que esteja bêbado ou mentalmente desequilibrado”.
Cícero
O Renascimento
O Renascimento não foi só um retorno ao passado, mas, uma alteração na visão e na
concepção do mundo, um descobrimento do mundo e do homem, uma nova interpretação da
Antigüidade Clássica, uma nova visão do futuro, olhando ou “reolhando” o passado.
Desde a Idade Média (séc. XIV), épocas de grandes conquistas culturais e artísticas, já
vinham ocorrendo algumas formas de “renascimentos”, mas sem significarem grandes
transformações estruturais da sociedade medieval.
Observou-se o desenvolvimento das cidades, das navegações marítimas, e a prática do
trabalho assalariado substituindo o do regime feudal.
Isso levou o homem a descobrir a importância do trabalho individual, que lhe permitia
exercer sua profissão para quem quisesse mediante um pagamento, e a perceber-se como um
ser distinto e, descobrir sua individualidade.
A dança mantivera-se até então como uma atividade lúdica executada aos pares, em
grupos, por nobres, aldeães, plebeus. Dançava-se nas aldeias, nas praças públicas, nos salões
dos castelos.
Em meados do século XV, por efeito talvez das mudanças que ocorreram na sociedade,
criou-se a necessidade e uma ordem mais racional na sua organização. Assim, de algo
improvisado inicialmente. Esses divertimentos adquiriram forma mais disciplinada, com suas
dimensões reduzidas no tempo e no espaço, a fim de caberem num salão, não mais numa
praça pública.
Ao mesmo tempo, impunha-se a necessidade de organizar e anotar os passos da dança,
codificando-os e criando um repertório de movimentos utilizáveis fora de algum contexto, mas
servindo a qualquer um, quando necessário.
A dança foi definida, de acordo com o espírito do Renascimento, que procurava o
conhecimento racional das coisas e dos homens. Com a ordenação e codificação dos
movimentos da dança, foi possível estudar separadamente os seus passos.
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A dança define-se
Houve uma cisão da dança, sendo definida em três linhas: as danças populares, as danças de
corte, delas originadas, ambas de caráter lúdico não-exibicionista, e as executadas em balletos.
Estes vão constituir, as raízes da dança do teatro moderno, ou da dança no teatro, que teria
plena autonomia de expressão a partir da segunda metade do século XVIII, uma vez que unia
elementos característicos das duas formas de arte em espetáculos apreciados por um público
aristocrático principalmente espectador. Isso é um público que extraía o prazer lúdico na
apreciação do espetáculo e não de sua participação nele, como nas danças da corte.
A origem aristocrática dos balletos marca-os como uma arte das elites (aristocrática, intelectual,
financeira), fora do alcance e mesmo do interesse das camadas sociais mais baixas. Apenas
no século XX e depois de profundas transformações sociais é que o balé se tornaria uma arte
aberta e acessível ao público.
Os balés da corte
Configuração do balé da corte
Nos balés da corte a dança era horizontal. Os espectadores a apreciavam de cima de balcões
(arenas) este enfoque explicava o constante recurso de figuras geométricas, comuns nos
balés. Os conjuntos se moviam em passos cadenciados e contados. Os balés da corte eram
totalmente organizados, dançados e cantados pelos nobres.
Mudanças no balé
A transferência dos espetáculos de balé para os palcos italianos, que se elevaram sobre a
platéia, motivara a mudança de enfoque dos espectadores e acarretara a evolução da dança
clássica. Os dançarinos ficavam agora de frente para o público, não mais no meio dele, como
quando dançavam nos grandes salões dos palácios, onde eram vistos de todos os lados.
A revolução do balé
A dança readquiria todo o seu esplendor e autonomia no decorrer do século XVIII, executada
nos palcos dos teatros por verdadeiros profissionais de ambos os sexos. Alguns teóricos
achavam que a dança, estava precisando de uma urgente reformulação.
Dançarinas, se igualam, a partir deste momento, em importância aos grandes dançarinos,
contribuindo também para a renovação do balé.
A REVOLUÇÃO NA DANÇA
Os primeiros sinais de uma nova revolução estática e formal da dança, já eram visíveis nos
primeiros anos do século XX. E a principal responsável por isso era uma jovem americana,
nascida na cidade de são Francisco, em 1878, que fez suas primeiras aparições públicas em
Paris no ano de 1900: Isadora Duncan.
Seus conceitos sobre a dança e sua forma de dançar eram uma contestação a tudo o que
tinha sido feito até então, e seu inegável talento e forte personalidade logo lhe proporcionou
fiéis admiradores, que a defenderam das fortes críticas, obtendo sucesso imediato.
Isadora adquirira seus conhecimentos e fundamentava seus conceitos nas lições tiradas
de contínuas visitas a museus, onde estudava tudo o que podia sobre dança grega e seus
movimentos, analisando pinturas em vasos, esculturas... E foram esses estudos que levaram à
conclusão de que em nenhum documento (estampas, pinturas em cerâmica) relacionado aos
grandes mestres da dança, constatava a figura de alguém dançando sobre pontas. Esta
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posição, em sua opinião, era falsa e feia, e não exprimia o estado de delírio inconsciente,
necessário ao dançarino.
O grande e único princípio de Isadora foi o de seguir o ritmo das manifestações da natureza,
fonte de sua inspiração. Gostava de inspirar-se nos movimentos das árvores, das ondas do
mar, das nuvens, no relacionamento existente entre a paixão e a tempestade, entre a brisa e a
doçura, considerando a dança como algo cuja finalidade seria a de expressar os sentimentos
mais nobres e profundos da alma humana. .
Aos olhos do espectador, a improvisação dançante de Isadora tornava-se uma dança
verdadeira, sem pontas nem virtuosidade acadêmica, uma espécie de ilustração da música
clássica até então desconhecida. Ela empolgava pelo seu talento, pela música de seu corpo
abrindo novas perspectivas para a dança futura.
O que Isadora mais combatia, porém, era o que chamava de inflexibilidade e rigidez canônicas
da dança acadêmica. Sentia a necessidade de renovar, avaliando os movimentos do clássico
como movimentos de uma pobreza e monotonia desesperantes.
Em 1905 Isadora foi à Rússia, onde causou a maior sensação, vestida com suas roupas
esvoaçantes. Isadora protestava contra o uso da sapatilha de ponta na dança.
Um método chamado eurritmia, numa tradução do ritmo da música através do corpo, visava
desenvolver, o senso de ritmo pela transposição dos sons em movimentos corporais foi
desenvolvido por Jacques Dalcroze, nascido em Viena, grande pedagogo. O método alcançou
grande sucesso começo do século XX.
Os Balés Russos tornaram-se um patrimônio universal e estimularam o crescimento de um
público entusiasta de balés, principalmente na França, foram revelados talentos de jovens que
alcançaram fama mundial como Ana Pavlova, Nijinski, e outros.
A dança moderna
A “dança livre” de Isadora Duncan e a Euritmia (transformação do ritmo musical em
movimentos corporais) de Jacques Dalcroze foram os dois grandes impulsos que acabaram por
derrubar as estruturas acadêmicas pouco sólidas da dança alemã, após a Primeira Guerra
Mundial. Os dançarinos alemães agiam muito mais como artistas dramáticos que
representavam com seus corpos, do que propriamente como dançarinos.
A origem da dança moderna foi realmente com Isadora Duncan e Jacques Dalcroze como
reação à rigidez dos princípios clássicos.
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Dança livre, gestos orientais, movimentos ginásticos e culturais foram os elementos que,
associados, vieram a compor o que ficou conhecido como dança moderna, numa fusão que,
embora baseada numa técnica não muito elaborada, mas que abriu novas perspectivas para os
dançarinos.
Eurritmia - Dalcroze
Segundo Émile Henri Jacques (1865-1950), músico e pedagogo austro-suíço que adotou o
nome artístico de Dalcroze, para cada som existe um movimento correspondente. A rítmica de
Dalcroze, método criado no começo do século XX. A técnica que promove a integração da
melodia musical com a expressão corporal foi desenvolvida inicialmente por ele para ensinar
música a seus alunos.
Metodologia – A metodologia era aplicada para um aluno de uma escola de música tradicional.
No conservatório o aluno permanece boa parte do tempo sentado, fazendo apenas os
movimentos relacionados ao aprendizado do instrumento musical. Ao adotar os princípios da
Rítmica Dalcroze, esse mesmo estudante vale-se do ensaio para movimentar todo o corpo no
ritmo da música. É quando ocorre a interação entre melodia e gesto. A experiência serve de
estímulo à criatividade, uma vez que está intimamente ligada à improvisação. Relaciona o
movimento ao ritmo da música no qual cada indivíduo, movimenta-se de acordo com sua
capacidade e limite próprio.
A escola não deve exigir a perfeição na execução das danças, mas estimular o potencial
criativo e expressivo da criança, pois segundo Laban (1990), a dança na educação tem por
objetivo auxiliar o ser humano a achar uma relação corporal com a totalidade da existência.
Cada indivíduo, grupo e sociedade é uma representação dinamizada, pois vive processos de
transformação e produção por diferentes formas de pensar, agir e expressar.
hinduístas, elaborando uma técnica corporal reflexiva e metódica. Ted Shawn ginasta,
dançarino e coreógrafo, considerado o pai da dança moderna, foi o criador de uma dança
especificamente masculina e fundou com Ruth St. Denis a Denishawn, uma escola de dança,
voltada para o ensinamento geral da dança. Foi o nascimento da teoria da dança moderna.
Martha Graham passou à liderança da dança moderna americana, enriquecendo sua
linguagem coreográfica e influenciando a maior parte dos coreógrafos americanos. Grahan
desenvolveu uma ciência da respiração, base de sua técnica, com três pontos essenciais:
inspiração-expiração (respiração/movimento), memória motora e movimento interrompido no
seu auge, de modo que o espectador possa imaginar sua completa execução, além de
trabalhos corporais onde cada parte ou segmento do corporal é orientado para em diferentes
direções. Valorizava a improvisação porque achava que novas figuras nascem continuamente
de outras, permitindo, assim, materializar a idéia coreográfica.
A DANÇA NA ESCOLA
Música
É um fenômeno corporal de grande receptividade. Mesmo antes de nascer, no ventre da
mãe, a criança já entra em contato com o universo sonoro: vozes de pessoas, sons produzidos
por objetos, sons da natureza, dos seres vivos, do acalanto de sua mãe e outros.
É muito grande a influência que a música exerce na criança. Podemos notar num bebê
que ao mínimo som se movimenta, que a música estimula suas funções sensoriais e afetivas. A
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música sempre esteve ligada à vida do homem. O homem primitivo dançava ao som de
instrumentos ou cânticos.
Harmonia
Sucessão simultânea e combinada de sons, adequados a um ritmo e a uma melodia. A
harmonia realça o sentimento que o compositor expressou ao compor a música. Ela define a
melodia e aperfeiçoa o som.
Melodia
Possibilita que reconheçamos a composição executada. É representada pelas figuras e
símbolos musicais que determinam o andamento, a tonalidade e a intenção melódica do
compositor.
Ritmo
O ritmo faz parte de tudo o que existe no universo, é um impulso, o estímulo que
caracteriza a vida. Ele se faz presente na natureza, na vida humana, animal e vegetal, nas
funções orgânicas do homem, em suas manifestações corporais, na expressão interior
exteriorizada pelo gesto, no movimento, qualquer que seja ele. Possibilita combinações
infinitas, possui diferentes durações e ou combinações variadas em diferentes formas de
movimento, alternando-se com inúmeras formas.
Na música, o ritmo é determinado pela melodia e pode ser lento, moderado ou acelerado.
Para podermos dançar ou cantar uma melodia, precisamos compreender as variações rítmicas
que podem ocorrer.
Podemos estimular o ritmo na criança através de batidas de palmas, assobios, estalos de
dedos, do bater as mãos, etc. Toda criança é dotada de ritmo que se manifesta antes mesmo
do nascimento, e cabe ao professor aperfeiçoar esse ritmo e adaptá-lo, em inúmeras
oportunidades.
Um aspecto que vale a pena frisar é de que alguns professores costumam classificar uma
criança com dificuldade de acompanhar uma seqüência rítmica como sendo arrítmica, e na
verdade o que acontece muitas vezes é a não compreensão da frase melódica.
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O ritmo possui dois fatores que determinam sua variação. São eles: intensidade e duração.
a) Intensidade
Distinção de forte e fraco.
b) Duração
É quando a intensidade forte ou fraca soa por determinado tempo.
Movimento
O movimento é a mais pura expressão da existência da vida. Os seres vivos necessitam
do movimento para sobreviver. O movimento no homem determina a ação corporal que é
representada pela expressão da corporeidade. Através dela, o homem se comunica, se
alimenta, trabalha, enfim, vive.
Por meio do movimento, podemos expressar o ritmo, dançar e nos entregar-mos à
harmonia. Ele é a materialização do corpo na conduta humana e o feixe de onde saem às
ações concretas do pensamento.
É a partir do movimento que podemos perceber as primeiras realizações das crianças e a
manifestação do desenvolvimento do sistema perceptivo-sensório-motor.
A criança necessita de experiências que possibilitem o aprimoramento de sua criatividade
e interpretatividade, atividades que favoreçam a sensação de alegria e que, a partir disso,
possa retratar e comunicar seu humor, seu temperamento, sua cultura pela liberdade de
movimento, da livre expressão, e do desenvolvimento de outras dimensões contidas no
inconsciente. A dança deve dialogar a sua técnica com seus fundamentos, seus tempos
históricos e sociais com a cultura, a história e o contexto daquele que dança e produz a própria
dança.
A dança na escola, associada à Educação Física, deverá ter um papel fundamental
enquanto atividade pedagógica e despertar no aluno uma relação concreta sujeito-mundo.
Proporcionar atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo a estimulação para
ação e decisão no desenrolar das mesmas é necessário, como também a reflexão sobre os
resultados de suas ações, para assim, poder modificá-las frente a algumas dificuldades que
possam aparecer, reforçando a autoestima, a autoimagem, a autoconfiança e o autoconceito.
Não devemos nos preocupar com a quantidade de atividades que iremos oferecer para os
alunos, mas sim, para a qualidade, adequação e, principalmente, com participações
espontâneas, que acima de tudo proporcione prazer, não caindo no processo de instrução
mecanicista.
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Pelo caminho da dança a criança é capaz de evoluir quanto ao domínio do seu corpo,
desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos
espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos
desafios quanto aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos.
A variedade de atividades que dança nos possibilita permite a máxima integração com os
processos de ensino aprendizagem a fim de atender aos objetivos gerais propostos, criando
oportunidades para as crianças se expressar, ser criativa, espontânea e conviver com os
colegas e com ela mesma.
Sugere-se atividades mais naturais envolvendo o andar, correr, saltar, saltitar, equilibrar,
rodopiar, girar, rolar, pendurar, puxar, empurrar, deslizar, galopar e lançar. Deve-se seguir uma
seqüência pedagógica do mais simples para o mais complexo, do concreto para o abstrato, do
espontâneo para o específico, das atividades de menor duração para as de longa duração e de
um ritmo inicialmente lento, progredindo para o mais rápido. Deve-se estimular o aluno para
autorreflexão e consciência corporal do seu movimento frente às atividades de forma
individual, em duplas, trios ou grupos maiores para favorecer o enriquecimento de experiências
corporais.
Estaremos, assim, desenvolvendo com as crianças as capacidades perceptivas motoras
atendendo ao domínio cognitivo, desenvolvimento de habilidades e capacidades físico-
motoras, domínio sócio afetivo, a formação de um autoconceito positivo e consequentemente
de uma sociabilização.
As atividades que envolvam emoções, sentimentos e identificação da imagem pessoal da
criança são importantes, atividades que mobilizem ao aluno/ a criança agir, reagir e interagir
com seu grupo e com outros grupos.
As aulas poderão evoluir ricas em variação de estímulos, tanto na parte musical como
corporal. Na dimensão da corporalidade é importante o conhecimento sobre o corpo, suas
capacidades em diferentes ritmos e expressões. Poderão ser desenvolvidos os seguintes tipos
de dança: de dança de roda, dança moderna, dança clássica, dança folclóricas e de salão.
É preciso que haja um cuidado em não se adotar uma didática massificante e mecânica
(apenas cópia do movimento sem interação) para o ensino da dança, pois estaria tirando a
individualidade da criança e bloqueando sua criatividade e espontaneidade.
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Atividades
De 0 a 3 anos: Creches: Berçário e Maternal
De 4 a 6 anos
- utilizar temas contrastantes – crescer e diminuir, aparecer e fugir, segurar e soltar, separar e
juntar, deitar e levantar, saltar e cair, etc...
- utilizar temas complementares – afundar e diminuir, crescer e explodir, fugir e
desaparecer, envolver e fechar, etc...
- atividades que envolvam o corpo por completo;
- trabalho mais individualizado próximo ao professor;
- caminhos retos, curvos desenhados no chão;
- representações e histórias infantis.
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Sugestões de Atividades
De 7 a 8 anos – 1º ao 5º ano – Fundamental I:
- simetria, formas corporais simples;
- acontecimentos familiares, sociais e comunitários;
- elementos da natureza ou domésticos;
- cantigas; brincadeiras infantis e dramatizações;
- utilização da percepção e utilização das extremidades corporais; caminhos ondulados.
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De 8 a 9 anos – 1º ao 5º ano – Fundamental I:
- iniciação dos elementos práticos (saltos, voltas, quedas, deslocamentos, etc);
- movimentos simultâneos e sucessivos;
- acontecimentos do cotidiano;
- elementos da natureza (flora e fauna);
- histórias infantis e temas ;
- imitação, mover-se como um robô, uma árvore, etc;
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A cultura corporal do movimento amplia a contribuição da Ed. Física Escolar para o exercício
da cidadania e nesse ciclo, os conhecimentos construídos devem favorecer a análise crítica
sobre os valores sociais, padrões de beleza, competição exacerbada, exclusão e discriminação
social, que hoje dominam a sociedade.
Além de desenvolver danças, mímicas e brincadeiras cantadas os PCNs para esse ciclo
indicam a capoeira, o samba e a catira, entre outras manifestações culturais relacionadas as
tradições.
A valorização da cultura popular e utilização dos conteúdos relacionados à cultura corporal do
movimento como meio de expressão de sentimentos e emoções são indicados como
possibilidade de prazer, comunicação e interação social.
O respeito às diferenças em todas as suas dimensões também deve ser favorecido em todos
os níveis de ensino.
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O Papel do Professor
Um professor se constrói pelas atitudes que adota em sua relação com o aluno. Somos
importantes, quando aquilo que apresentamos para nossos alunos se torne importe para eles.
Muitas vezes o aluno é tratado como um repetidor de movimentos mecanizados, em que o
professor é o comandante e os alunos, meros cumpridores de deveres. Sob este enfoque
teremos um professor dominador de corpos. No contexto escolar, muitas vezes a dança é
utilizada simplesmente como um instrumento pedagógico para desenvolver conteúdos. A dança
é uma área de conhecimento e componente da cultura corporal devendo ser reconhecida e
entendida para além do movimento, ou seja, nas representações sentidos e significados
sociais, históricos e culturais. É atividade física, pois envolve músculos, articulações, respiração
e também artística por relacionar a emoção, a criatividade, os sentimentos, etc.
O professor deve conscientizar-se de que o momento é de escutar, relacionar, expandir e
inovar, que os tempos de “cópia” já se foram juntamente com paradigmas que não atendem as
visões e ações de acolhimento e integração das diversidades. O corpo deve ser considerado
integral, complexo e capaz.
O caminho verdadeiro para fazer com que a música fale ao corpo e possa mobilizá-lo é
escutar... e escolhê-la de forma individual, de acordo com o que é cada um de nós, em uma
entrega. Fuz (1996).
Dançamos entre outras, as coisas que não sabemos ou não podemos dizer.
Mendes (1987)
Dançar é conhecer, dialogar, relacionar e ressignificar para criar a sua dança, a sua escrita
corporal integral.
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A melhor expressão pode ser encontrada quando todo o corpo busca em sua totalidade
expressar-se, seja por meio de uma parte ou como um todo.
Referências: