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História da dança

Dançar, dançar, dançar...basta querer, é só começar! A dança é uma das expressões artísticas
mais antigas. Na pré-história dançava-se pela vida, pela sobrevivência, o homem evoluiu e a
dança obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais. Na
Grécia, a dança ajudava nas lutas e na conquista da perfeição do corpo, já na Idade Média se
tornou profana, ressurgindo no Renascimento. A dança tem história e essa história acompanha a
evolução das artes visuais, da música e do teatro.

Dança Primitiva Danças Milenares Dança Moderna Dança Contemporânea

Dança Primitiva
A A dança nasceu associada às práticas mágicas do homem, com o desenvolvimento da
civilização, o rito separou-se da dança.
O homem dançava pela sobrevivência, dançava para a natureza em busca de mais alimentos,
água e também em forma de agradecimento. A dança era quase um instinto e esses
acontecimentos registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos, ficaram conhecidos
como arte rupestre.
O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de
caça e rituais que representavam a caçada. Pareciam acreditar ser possível, pela representação
pictórica, alcançar determinados objetivos, como abater um animal, por exemplo.

Danças Milenares
Egito: a dança no antigo Egito era ritualística e tinha características sagradas. Dançava-se para
os Deuses, em casamentos e funerais.
Grécia: a dança originou-se de rituais religiosos, os gregos acreditavam no seu poder mágico,
assim os vários deuses gregos eram cultuados de diferentes maneiras. As danças preparavam
fisicamente os guerreiros e sempre eram feitas em grupos. A dança era muito difundida na Grécia
Antiga, importante no teatro, a dança se manifestava por meio do coro.

Roma: a dança entra em decadência, pois nunca foi privilegiada e só vai recuperar sua
importância no Renascimento.

Idade Média: nesse período, a dança, como todos os outros movimentos artísticos, sofreu um
retrocesso. A dança, pelo fato de se utilizar do corpo como expressão, foi considerada profana,
porém, continuou sendo praticada pelos camponeses.

Dança de camponeses no século XV


Renascimento: a dança ressurge, é apreciada pela nobreza adquirindo um aspecto social e
tornando-se mais complexa, passa a ter estudos específicos feitos por pessoas e grupos
organizados sendo conhecida como balé. Até essa época a dança era algo improvisado, só a
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partir do Renascimento passa de atividade lúdica, de divertimento, para uma forma mais
disciplinada, surgindo repertórios de movimentos estilizados. O uso do termo balé, na
época balleto, significava um conjunto de ritmos e passos. A moda do balleto na Itália se
espalhou também pela França durante o século XVI.
O século XVII é considerado o grande século do balé, saindo dos salões e transferindo-se para os
palcos, provocando mudanças na maneira de se apresentar surgindo, assim, os espetáculos de
dança.
A partir do século XVIII o drama-balé-pantomima é executado nos palcos dos teatros por
verdadeiros profissionais de ambos os sexos. A dança adquire todo o seu esplendor, com ricos e
belos cenários e figurinos. O balé passa a contar uma história com começo, meio e fim.

Romantismo: o termo Romantismo é absorvido pelo balé que, até aquela época, falava de
histórias de fadas, bruxas e feiticeiras. Procurou recuperar a harmonia entre o homem e o mundo.
É nessa época, século XVIII, que os bailarinos começam a usar sapatilhas, completando a
revolução do balé.
Na segunda metade do século XIX uma mulher novamente iria revolucionar toda a dança, era
Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação com uma dança mais livre, mais solta, mais
ligada à vida real.

Dança Moderna
A dança moderna é uma negação da formalidade do balé. Os bailarinos trabalham mais livres,
porém não rompem completamente com a estrutura do balé clássico. Os movimentos corporais
são muito mais explorados, existe um grande estudo das possibilidades motoras do corpo
humano. Solos de improvisação são bastante frequentes.
Martha Grahan e Nijinski são os grandes revolucionários da dança dessa época. Serge Pavlovitch
Diaglhilev, ou Nijinski, russo, mesmo não sendo um dançarino, criou condições míticas para a
dança. Marta Grahan nos Estados Unidos na década de cinquenta criou uma nova maneira de
dançar independente da música, baseando-se principalmente nos sentimentos que qualquer som
pode provocar, abrindo espaço para todas as possibilidades da dança.

Dança Contemporânea
A arte contemporânea é complicada de se compreender. Por quê? É algo que não é previsível, é
o novo, é a ruptura com aquilo que conhecemos como arte. Na dança, a contemporaneidade fica
mais evidente, pois ela deixa de ter uma estrutura clara, preocupando-se mais com a transmissão
de conceitos, ideias e sentimentos do que com a estética.
A dança contemporânea surgiu na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento
com a cultura clássica. Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que
muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente - na década de 1980 - a dança
contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem própria. Os movimentos
rompem com os movimentos clássicos e os movimentos da dança moderna, modifica o espaço,
usando não só o palco como local de referência.
A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo
e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a
cultura nas quais estão inseridos, uma sociedade em mudança, são diversificados, abertos e
pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa interação entre sujeitos comunicativos.
O corpo é mais livre, pois é dotado de maior autonomia.
A dança contemporânea é uma circulação de energia: ora explosiva, ora recolhida. A respiração,
a alternância da tensão e do relaxamento em Martha Graham, o desequilíbrio e o jogo do corpo
com a gravidade em D.Humphrey; E.Decroux faz trabalhar o diálogo da pele e do espaço
retornando às origens do movimento.A dança contemporânea não possui uma técnica única
estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la.
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Martha Graham: a mulher que revolucionou a dança

Martha Graham nasceu a 11 de Maio de 1894, faleceu a 1 de Abril de 1991,foi uma dançarina e
coreógrafa Americana que revolucionou a história da Dança Moderna.
O impacto que a dança de Martha Graham causou nos palcos é frequentemente comparado à
influência que Picasso teve para a pintura em seu tempo, ou Stravinsky na música, ou Frank
Lloyd Wright na arquitetura.
As suas contribuições transformaram essa forma de arte, revitalizando e difundindo a dança ao
redor do mundo. Inventou uma nova linguagem de movimento, usada para revelar a paixão, a
raiva e o êxtase comuns à experiência humana.
Ela dançou e coreografou por mais de 70 anos, e durante esse tempo foi a primeira dançarina a
se apresentar na Casa Branca, viajar para o estrangeiro como embaixadora cultural, e receber o
maior prémio civil dos EUA:
A Medalha Presidencial da Liberdade.
Graham criou um nova linguagem da dança que expressa emoções humanas muito diferente do
ballet clássico, esta linguagem mudou o mundo da dança para sempre sendo que a sua a técnica
é um dos principais fundamentos da dança moderna hoje em dia.

A história
Em 1910 Graham convenceu seu pai a leva-la a um show de dança com Ruth saint,(percursora
da dança moderna) ficou cativada com a apresentação e partir dai decidiu que ia dedicar a sua
vida a dança.
Nascida numa família religiosa, que não aceitava a dança como uma opção profissional,
Graham foi em frente com os seus planos, matriculou-se em Denishawn School of Dancing and
Related Art, en Los Angeles, Califórnia.
No inico foi dito a Graham que era muito velha para seguir a carreira de bailarina
profissional contava com vinte e poucos anos) e que o seu corpo não estava preparado para a

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dança, mas Martha não se deu por vencida, com muito disciplina e perseverança aprendeu a
treinar o seu corpo .
Em 1929 criou a sua companhia de dança em Nova York, queria ter a liberdade e criar as
próprias coreografias, Graham estava interessada em expressar e explorar as emoções humana
através do movimento. Paixão raiva angústia, dor, amor, felicidade. Sua nova linguagem de
dança começa a tomar forma. Suas coreografias são dramáticas expressam uma verdade
emocional. No entanto sua primeira coreografia não foi aceite pelo público, o seu tipo de
linguagem corporal não tinha precedentes na história da dança. Mas em menos de uma década
Graham começou a ganhar popularidade com as suas criações diferentes e eloquentes que eram
verdadeiras obras de arte,
Em 1938 foi convidada pela primeira dama Eleanor Roosevelt a dançar na casa branca, tendo
sido a primeira bailarina a atuar na casa branca.

Uma história da coragem


Aos 41 anos, pobre e pouco conhecida , Graham teve a visita de uma delegação de nazistas. Era
1935, quando a maior parte do mundo ainda veementemente negava que Hitler era uma grave
ameaça, ou que os judeus alemães estavam com problemas. Os nazistas convidaram Graham
para dançar nas Olimpíadas de Berlim .
Martha olhou-os com espanto. "Mas três quartos do meu grupo são judeus", disse ela.
," Eles responderam ", achas que eles não serão tratados com cortesia e dignidade?"
"Você acha", ela respondeu, "que eu iria para um país onde o tratam centenas de milhares de
seus correligionários com a brutalidade e crueldade ?"
Os alemães responderam com raiva . "Se você não vir", "todos vão saber o que será muito mau
para ti ."
Martha foi colocada em todas as listas alemãs de alerta imediata ….

A obra
Entre outras obras divinas Martah graham criou lamentação.
Lamentação: “Expressar ou expressar-se através de lamentações; chorar, prantear: lamenta-se
de seus problemas; lamenta as injúrias sofridas...”
Falar com sofrimento ou angústia: passa seus dias lamentando as mágoas da vida; bem de vida,
nunca teve do que se lamentar...
Preocupar-se com; sentir aflição; lastimar-se por qualquer acontecimento negativo:
Realizada com a música de Zoltán Kodály, Lamentação estreou a 8 de Janeiro de 1930, no
teatro de Maxine Elliott, em Nova York. O trabalho solo foi realizada por Martha Graham, num
concerto dado pela dança Repertory Theatre.." A obra de Martah lamentation, é uma composição
escultural, onde, sobe um traje simples consegue retratar a agonia e a dor, ela transforma-se na
própria dor como ser , há uma fusão do sentimento em movimento.

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Pina Bausch

Pina Bausch, cujo nome verdadeiro é Phillipine, é uma mulher incansável, magnética e
determinada. De personalidade introvertida, conversa pouco, mantém o semblante
compenetrado, em suas entrevistas e tem sempre entre seus longos dedos, um cigarro, seu
grande vício. “Amo dançar porque sempre tive medo de falar”, ela coloca.

Persistente,se auto-define como alguém que “ nunca desiste”, qualidade esta, típica de uma
personalidade genial. Nasceu em 27 de Julho de 1940, na cidade industrial de Solingen, na
Alemanha. Seus pais, eram donos de um modesto restaurante, anexo à um pequeno hotel, no
mesmo local. Cedo, colocaram sua filha na aula de ballet.

Aos 14 anos, Bausch ingressou na escola Folkwang, em Essen, dirigida pelo maior e mais
influente coreógrafo alemão da época- Kurt Jooss, a quem ela carinhosamente chama de “ Papa
Jooss”. Para a jovem Philippine , foi quase inconsciente sua decisão de seguir os estudos de
dança. E se a sua decisão se transformaria em carreira profissional, naquele momento, não foi
para ela o mais importante.

Eu não pensei muito sobre isto. Possivelmente isto acabou acontecendo sozinho. Eu sempre tive
muito medo de fazer alguma coisa, mas eu gostava muito de fazer dança. E mais ou menos no
final da escola quando a gente pode ou deve escolher o que vai ser, porque sabe que a escola
vai terminar – então já estava claro para mim: iria estudar dança (BAUSCH, Pina. In. PEREIRA,
2007)

Nos quatro anos em que fez dança com Kurt Jooss, muito aprendeu. A escola Folwang era
especial e nela se estudava quase tudo, ópera, pantomima, teatro, artes gráficas, fotografia e
escultura. Além disso, Jooss, como coloca Bausch era “ Como um pai, um homem muito amável,
cheio de humor e alegria pelas coisas, pelas pessoas. Ele sabia muito sobre história, música e
teatro.”

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Bausch se graduou no ano de 1958 e aos 19 anos, foi uma das poucas estudantes alemãs a
conseguir uma bolsa de estudos em Nova York, no Juilliard School of Music. Nos EUA teve a
oportunidade de vivenciar um intenso movimento de dança moderna, ao contrário da pacata
cidade de Essen, trabalhando com coreógrafos renomados como José Limon, Antony Tudor,
Alfredo Corvino, Maragaret Craker, dentre outros nomes. Tornou-se membro do Ballet de Nova
York e do Ballet da ópera Metropolitan, mas foi a cidade de Nova York, por ela mesma, por suas
multi-faces e estilos de vida, que impressionaram fortemente Bausch. Ela sentia que o rumo de
seu futuro seria guiado pelos dois anos que viveu lá. Como em suas próprias palavras “ Nova
York é como uma selva, mas ao mesmo tempo, ela dá um sentimento de liberdade total. Em dois
anos, me encontrei”.

No ano de 1962, Bausch retorna à Alemanha ingressando-se como solista no Ballet de Folwang.
Onze anos depois, em 1973, foi convidada para torna-se diretora do teatro municipal de
Wuppertal, onde nasceu a companhia.

No começo as coisas foram difíceis, pois o público não compreendia a linguagem coreográfica de
Bausch, achavam-na rebelde e com ausência de dança. Entretanto, ela não se intimidou e seguiu
adiante com seus ideais. Encontrou em Rolf Borzik, um aliado. Designer, com quem foi casada e
teve um filho também chamado Rolf, que atua na área da música. Em 1980, Bausch tornou-se
viúva.

Wuppertal, onde se situa a sua companhia, é uma cidade relativamente rica. Ela abriga a
indústria química de pesticida da Bayer e é ainda a terra natal do chefe de governo do estado,
Johannes Rau. Estes fatores associados, contribuíram e contribuem para que o Wuppertal
Tanzteather receba generosos patrocínios, totalizando cerca de 3.7 milhões de deutschemarks
($3 milhões) por ano. Além disso, o ambiente de Wuppertal, instiga a criação artística, com sua
atmosfera surreal e fascinante, como por exemplo, os trilhos ferroviários flutuantes.

Desde que assumiu a direção da companhia de Wuppertal, Bausch tem composto trabalhos
maravilhosos que despertaram e continuam despertando a atenção de profissionais e
apreciadores da dança em todo mundo. Entretanto, infelizmente, a Wuppertal TanzTeather não
oferece ao público workshops nem promove ensaios e/ou aulas abertas

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Conclusão
A dança é algo que vem de lá trás, desde da época dos homens primitivos até agora. Com o
passar do tempo ela foi se transformando e levando com si novos elementos artísticos. Ela se
divide em quatro partes principais: Dança Primitiva (dança como instinto e arte rupestre), Dança
Milenar (a dança no antigo Egito era ritualística e sagrada), Dança Moderna (se afasta um pouco
do balé clássico) e a Dança Contemporânea (rompimento com a cultura clássica, é imprevisível).

Marta Grahan foi uma das grandes revolucionárias da dança moderna, ela até criou outro jeito de
dançar de acordo com as emoções (paixão raiva angústia, dor, amor e felicidade) que uma
música pode causar. Os seus feitos lhe renderam grandes prêmios e a honra de ser a primeira
dançarina a apresentar na Casa Branca.

Já a Pina Bausch, conhecida por contar histórias enquanto dançava, exerceu influência na dança
contemporânea e acabou não sendo compreendida por causa de sua rebeldia e ausência de
coreografia. Mas isso não a impediu de seguir em frente e alcançar sucesso com trabalhos
maravilhosos.

A história da dança ainda está se desenrolando, a qualquer momento pode aparecer um grande
artista que quebre barreiras e agregue ideias inovadoras.

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Fontes

http://ciabarlavento.blogs.sapo.cv/martha-graham-a-mulher-que-revolucionou-4573

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=102#primitiva

http://www.caleidoscopio.art.br/cultural/danca/danca-contemporanea/pina-bausch-biografia.html

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