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FÍSICA
AULA 1
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laboratório controlado, visto que vivemos em sociedade e estamos expostos a
diversos fatores.
Sendo assim, algumas ciências podem, de fato, ser estudadas sob essa
perspectiva, em ambientes isolados e controlados, entretanto, outras possuem
uma aplicação mais prática, que ignoram a influência das bactérias, dos vírus,
do vento, do calor, do frio, da chuva, como é o caso da Educação Física.
Vamos considerar os atletas que praticam as mais diversas modalidades
e estão suscetíveis ao calor, ao frio, ao cansaço, ou mesmo a uma noite mal
dormida, a uma rotina de treinamento exaustiva, etc. Dessa forma, quando
pensamos em Educação Física, não podemos restringi-la a uma ciência
controlada. Surge, então, a questão: “Até que ponto a Educação Física é uma
ciência dentro dessa compreensão das diferentes perspectivas do que é, de fato,
ciência?”.
Nesse momento, estamos entendendo a epistemologia e, dentro do
recorte epistemológico, com base na possibilidade de atuação e formação em
Educação Física, é possível entender como evidenciamos a ciência. Precisamos
assimilar, ainda, a epistemologia da Educação Física, considerando os aspectos
que caracterizaram essa área do conhecimento, os fatores que diferenciam essa
área das outras e os elementos que a concretizam como produtora de suas
próprias informações ou apenas usufruidora de dados advindos de outras. Ou
seja, entender, dentro da concepção de ciência, onde a Educação Física se
encontra.
É preciso refletir como a Física, a Química, a Biologia, a Biomecânica e,
também, a História, a Sociologia, a Pedagogia e várias outras áreas de
conhecimento acabam por contribuir, significativamente, para a Educação
Física. É importante levar em consideração como essas diferentes áreas
contribuem para que seja formado um conhecimento próprio da Educação
Física, até porque é preciso deixar claro que isso constantemente acontece.
Quando pensamos no movimento humano, é perceptível que existem
diversas variáveis nele. Por exemplo, eu preciso entender como acontecem as
contrações musculares, as mensagens que vêm do nosso sistema nervoso para
que essa contração aconteça, os aspectos fisiológicos envolvidos, os tipos de
proteínas, carboidratos e gorduras sendo utilizados para fazer esse movimento,
enfim, como todos esses elementos e ações interagem.
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Em contrapartida, faz-se necessário, também, a compreensão do motivo
pelo qual determinada pessoa pratica essa ou aquela atividade física, ou mesmo
as aulas de Educação Física na escola, como tudo isso acontece dentro de um
ambiente social, levando-se em conta a cultura em que algumas práticas são
mais ou menos conhecidas; e de que maneira, historicamente, isso se constituiu.
Na avaliação dessas singelas situações, é possível verificar a interação de uma
série de conhecimentos, os quais, nitidamente, são aplicados à área da
Educação Física. E mais importante do que isso é perceber que você, na
condição de futuro professor da Educação Física, tenha a percepção de que
essas diferentes áreas estão presentes na nossa rotina. Assim, a Educação
Física passa a ser contemplada quanto às suas especificidades, bem como na
ideia de angariar conhecimentos de outras áreas.
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“Educação Física”, mas ainda assim se considerava a importância de educar o
físico.
Assim, com base no pensamento acerca do movimento corporal
associado ao interesse da higiene, da preparação de corpos prontos e
adequados para a rotina de trabalho e, ainda, mais fortes para a representação
do país, iniciou-se a ideia de apresentar a Educação Física, necessariamente,
como uma área de conhecimento, a qual passou a se tornar, então, uma área
que formava pequenos grupos e conhecimento, o qual permitia atuação de suas
práticas voltadas ao trabalho corporal, tanto na escola, como no ambiente militar
e, assim, A Educação Física passou a ser considerada socialmente. Estratégias
voltadas ao estudo da Educação Física que otimizassem o trabalho e
apresentação humana começaram a ser pensadas.
Nesta situação, de maior influência social, fomentaram-se os estudos
voltados à Educação Física. Entretanto, após algumas décadas, o
questionamento acerca da sua importância e contribuição na rotina social
ganhou repercussão. Dessa forma, tivemos as seguintes marcas históricas:
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A cultura corporal do movimento é algo bastante relevante no que envolve
os conhecimentos da Educação Física e consiste em apresentar o significado da
realização dos movimentos dentro de uma abordagem cultural, bem como os
impactos dessas realizações no corpo. Quando se fala em “corporal” não se deve
confundir com “biológico”. Dessa forma, não restringe em compreender apenas
em como as articulações trabalham, ou como os diferentes metabolismos
reagem aos movimentos realizados, mas consideram também outros aspectos
de extrema relevância, como:
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possível identificar, em nossa área, pessoas que entendem que essa seria a
melhor solução.
Com relação às compreensões da matriz científica da Educação Física,
nós temos que o seu objeto está relacionado à motricidade humana, cinesiologia
ou movimento humano. Levando em consideração essa compreensão, existe
uma crítica que diz que não há como unificar a Educação Física dentro de uma
única matriz científica, tendo em vista de que outras áreas também lidam com o
movimento. Dessa maneira, a área de educação não se distinguiria (So; Betti,
2016), ou seja, o simples ato do “estudar o movimento humano” não define, de
fato, o que é a Educação Física, tendo em vista de que é uma temática abordada
em outras áreas de conhecimento (históricos, sociológicos, pedagógicos,
políticos, etc.).
Para entender, ainda, as outras questões relacionadas à matriz científica,
é preciso considerar que nas publicações científicas, desenvolvidas como
material de pesquisa e amadurecimento da Educação Física, vemos respostas
ao “por que” acontece, mas poucas investigações sobre “como” intervir (Betti,
2005). Muitas vezes, estudantes e profissionais da Educação Física se
encontram em momentos de buscar informações complementares que
esclareçam melhores formas de atuarem junto a seus alunos com dificuldade de
compreender determinada atividade, e não as encontram.
Podemos considerar, por exemplo, a dificuldade na execução de uma
“bandeja” no basquete e como o profissional de Educação Física poderia
estruturar uma explicação ou o aluno que corresponda ao correto aprendizado.
Essa situação parece algo muito simples de ser resolvida, até mesmo por meio
de uma pesquisa na internet, com diversas publicações e artigos científicos
disponíveis para consulta, mas a verdade é que essa pesquisa não é atendida.
Isso porque, existem, de fato, muitos artigos ou teses, mas que não oferecem
subsídios suficientes para a melhoria da atuação dos profissionais da Educação
Física. Percebe-se, então, dentro da crítica envolvendo matriz pedagógica e
matriz científica, que aquilo que a matriz pedagógica valoriza como importância
de ensinar e melhorar as práticas de ensino-aprendizagem, não aparece ou não
é atendida pela matriz científica. Por esse motivo, adota-se a prática da
repetição. Fazer com o que o aluno replique o movimento realizado parece ser
mais eficaz do que orientar para a leitura de um texto de cunho científico. O
ensino passa então a ser com base na demonstração e repetição. Entretanto,
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não são todos os pesquisadores e profissionais que aceitam essa conduta por
acharem que o aluno não adquire o conhecimento necessário apenas com a
experimentação. Porém, é preciso estar atento ao equilíbrio dessas opiniões,
pois a técnica sem experimentação também não é adequada.
Muitas das opiniões, das críticas e dos comentários acerca da conduta do
profissional de Educação Física, na realização de movimentos, são feitas com
base nas experiências de cada um, desconsiderando experimentos, pesquisas,
testes, entrevistas. Por isso, muitas vezes, nos deparamos com descrições muito
bem-feitas sobre as técnicas adotadas para a execução de movimentos, sobre
os ângulos das articulações, da necessidade de força necessária para a
realização da prática adotada, mas não fica evidente o envolvimento do aluno
(se ele está se divertindo, se existiu a compreensão, se está promovendo um
significado) ou apenas a reprodução.
Dessa maneira, torna-se evidente a necessidade de contemplarmos a
compreensão do movimento e das estratégias didáticas para o ensino da
execução desses movimentos. Tem-se, então, a importância tanto da matriz
pedagógica, quanto da matriz científica para o sucesso da atuação do
profissional de Educação Física, considerando a abordagem técnica e humana.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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