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SEMINÁRIO PRESBITERIANO DA AMAZÔNIA

Curso de Bacharel em Teologia


Prof. Rev. Arnobio Dourado

HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRISTÃO 1


MISTICISMO
MISTICISMO
Nos séculos 14 e 15 apareceu um retorno da piedade
mística. Movimento com maior característica no Reno, e
difundido na Grã Bretanha, Espanha e Itália.
John Eckhart, seguindo as novas tendências místicas, era
um aluno aplicado que estudou na Universidade de Paris,
de espírito calmo, rejeitou o emocionalismo indevido, e um
ativo participante na vida prática e administrativa da
Ordem Dominicana.
Outros influenciadores do misticismo são: João Tauler,
Henrique Suso, João Ruysbroeck e Gerard Groote.
MISTICISMO

Esse movimento se espalhou promovendo uma “nova


devoção”, os seguidores levavam uma vida comum
dedicada simultaneamente ao trabalho manual e ao cultivo
do ser interior pelo estudo, pela meditação, pela confissão
mútua de pecados e pela imitação da vida de Cristo.
O misticismo não dirigia, intencionalmente, contra a
igreja estabelecida, seu modo de existência era marginal à
vida da igreja organizada.
MISTICISMO

Eckhart foi acusado de Panteísmo e o papa João XXII


declarou alguns de seus pontos de vista heréticos. A
confissão mútua de pecados tendia contra o sacramento
da penitência, diziam ser possível alcançar comunhão
direta com Deus, independente dos sacramentos e a
hierarquia eclesiástica ou mesmo a mediação de Cristo.
Com propósito de fortalecer e renovar a igreja, seu
próprio sucesso em levar uma vida exemplar e geralmente
alegre em meio à corrupção eclesiástica levou muitos a
acreditarem que a igreja não era tão importante afinal, e
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que era possível levar uma boa vida cristã sem a ajuda de
uma hierarquia corrupta.

Este movimento, contribui para o rompimento da igreja


no século 16, com a Reforma Protestante.
Bernardo de Claraval (1090 a 1158)
Nascido em Borgonha era proveniente de uma família
nobre. Aos nove anos começou seus estudos na Escola
MISTICISMO

Canônica de Châtillon-sur-Seine, depois, ingressou na


Abadia de Cister. Entusiasta da vida religiosa, Bernardo
convenceu vários amigos e parentes a ingressarem
também na vida monástica, levando consigo mais 30
candidatos para a Abadia.
Foi designado para o projeto de fundação de uma casa
cisterciense em Ville-sur-la-Ferté. Aonde foi nomeado
abade.
Era um religioso dedicado e interessado. Sua abadia
cresceu satisfatoriamente e destacou-se como defensor do
reformismo do clero.
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No final da década de 1110, foi fundada no Oriente a


Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão, os
Templários. Bernardo de Claraval tornou-se um defensor
do ideal. Bernardo de Claraval foi responsável por fazer
chegar ao papa Honório II a informação sobre o objetivo
dos Templários e, com isso, buscar o reconhecimento e o
apoio da Igreja Católica.
Bernardo de Claraval foi responsável por fundar 72
mosteiros, havia mais de 500 abadias cistercienses e mais
de 700 monges ligados a Bernardo de Claraval e
influenciou na escola de dois PAPAS.
MISTICISMO

Era defensor da ortodoxia, foi autor de muitas obras e


simpatizava com os resultados das investigações sociais
que não se confinassem com os limites de sua ortodoxia.
Perseguia aqueles que discordavam dele. Temia a
abordagem filosófica dos problemas teológicos, optando
por uma abordagem mística.
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Suas ideias são:


1. Mesmo caído no pecado, o homem retém a sua
liberdade. Doutra sorte, a culpa seria inexplicável. O
homem precisa consentir com a graça de Deus que lhe é
estendida, e o mérito consiste na união da graça divina
com a liberdade humana.
2. A verdade é percebida através da fé, e a razão é eficaz
apenas para esclarecer. A razão pode ajudar-nos a
desembrulhar o dom da fé, quando nos é dado.
MISTICISMO

3. O conhecimento mais alto nos é outorgado através da


intuição, que resulta em alguma experiência mística. O
intelecto não serve de guia na inquirição espiritual. A
meditação deve ser praticada como um modus operandi,
para que o indivíduo chegue à experiência espiritual.
4. Os quatro estágios do amor.
a. O amor carnal, ou auto-amor;
b. O amor egoista a Deus, que resulta do sofrimento;
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c. O amor altruista a Deus;


d. A união com Deus, que resulta no aniquilamento do
auto-amor.

Escritos: On the Love of God; On Grace and Free Will; On


Contemplation; Sermons on the Song of Songs.
TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)
MISTICISMO

O maior dos teólogos escolásticos


do século XIII e um dos maiores teó
logos de todos os tempos, conhecido tanto por sua obra
teológica
quanto filosófica, Tomás, filho do
conde de Aquino, nasceu em Roccasecca, perto de
TOMÁS DE AQUINO
TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)

O maior dos teólogos escolásticos do século XIII e um


dos maiores teólogos de todos os tempos, conhecido tanto
por sua obra teológica quanto filosófica, nasceu em
Roccasecca, perto de Nápoles, Itália. Ainda jovem,
ingressou nos dominicanos, enfatizavam tanto o retorno ao
evangelho quanto o aprendizado acadêmico, atribuindo-se
a missão de pregar e ouvir confissões.
Enfrentou o problema, no século XIII, como lidar com o
recentemente redescoberto ideário de Aristóteles.
Algumas posições opostas ao cristianismo deveriam ser
TOMÁS DE AQUINO

compreendidas, tais como a questão da eternidade do


mundo e da existência de uma só mente ou alma em todos
os seres humanos. Tomás de Aquino aceitou o que
considerava verdadeiro em Aristóteles e revisou de modo
sistemático o que julgava ser errado ou inadequado. Para
ele, uma vez que toda verdade é de Deus, ela é única. Não
poderia haver, assim, em princípio, qualquer conflito entre
fé e razão.
Com respeito à eternidade do mundo, Tomás de Aquino
argumenta que a razão não pode provar que o mundo seja
eterno, mas o fato de que ele tem um começo e fim foi
TOMÁS DE AQUINO

dado a conhecer pela revelação.


Sobre a questão da imortalidade pessoal, aprofunda
significativamente a psicologia de Aristóteles, mostrando
como o homem é uma simples substância composta de
matéria e forma, mas sua forma é imaterial e, portanto,
imortal.
Contribuiu para modificar a antropologia tradicional no
Ocidente cristão, que, em conformidade com Agostinho,
tinha a tendência de ser dualista.
TOMÁS DE AQUINO

Conhecidas são suas “questões discutidas”:


Sobre a verdade;
Sobre o poder de Deus;
Sobre o mal;
Sobre criaturas espirituais; e,
Sobre a alma.
Escreveu:
TOMÁS DE AQUINO

Comentários a respeito das obras de Boécio,


Comentários da obra de Dionísio Sobre os nomes divinos,
Comentários das obras de Aristóteles, (lógica, Física, Sobre
a alma, Metafísica e Ética).
A Summa contra Gentiles e
A Summa Theologica. Essa última,
Na sua abordagem aristotélica das ciências, a parte mais
elevada da filosofia incluía a teologia, considerando tal
matéria como “primeiro motor”, ou causa determinante.
TOMÁS DE AQUINO

Fala que há necessidade de uma teologia sagrada em


adição à dos filósofos. A teologia sagrada se baseia na
revelação e torna conhecidas determinadas verdades a
respeito do fim do homem que não podem ser discernidas
pela razão. A teologia sagrada é uma ciência diferente de
qualquer outra; porque, enquanto todas as outras estão
baseadas na razão humana, ela se baseia no que Deus
revela.
Não é certo procurar usar a razão como base para a fé,
mas é meritório tentar entender o que alguém crê.
TOMÁS DE AQUINO

Deus é muito mais do que simplesmente um primeiro


motor, uma causa determinante ou eficiente, de modo que
ele continua, a partir desse princípio, mostrando que Deus
é único, bom, infinito, eterno e uma Trindade.
Quanto à finalidade do homem, aceita a visão de
filósofos antigos de que o objetivo do homem é desfrutar
TOMÁS DE AQUINO

de felicidade e alegria, mas argumenta que isso poderá ser


encontrado somente no céu, com a visão de Deus pelo ser
humano bem-aventurado; na vida presente, há somente
alegria imperfeita, que os filósofos conseguiam captar, em
grau menor ou maior.
Quanto à lei, argumenta em favor de uma lei natural,
que está no homem, de uma participação na lei divina e de
um guia para a formação das leis feitas pelos legisladores
TOMÁS DE AQUINO

humanos. O Decálogo, como dado aos israelitas, ele crê ser


uma formulação, divinamente dada, do conteúdo da lei
natural.
A natureza é de Deus e, portanto, boa, mas, por causa
do pecado, a ajuda divina é necessária, a fim de ser
reconquistado o bem da natureza e se retornar a Deus.
SOLI DEO GLORIA

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