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SEMINÁRIO PRESBITERIANO DA AMAZÔNIA

Curso de Bacharel em Teologia


Prof. Rev. Arnobio Dourado

HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRISTÃO 1


ESCOLASTICISMO
ESCOLASTICISMO

O termo “ escolástico” foi usado pela primeira vez por


humanistas e, no século XVI, por historiadores da filosofia
para se referir aos filósofos e teólogos da Idade Média. De
forma negativa, depreciativa, querendo indicar uma
mentalidade presa à tradição e contrária à mudança de
lógica, implicando rígido servilismo às ideias de Aristóteles.
A palavra diz respeito à forma de filosofia e teologia
predominante da metade ao final da Idade Média.
Os cristãos medievais estavam convencidos de que a
revelação divina tornara disponível a eles toda a verdade,
pois, de outra forma, teria ultrapassado o entendimento
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humano. Consequentemente, as Escrituras, aceitas como


divinamente inspiradas, eram para ser estudadas e
comentadas. Clareavam as coisas espirituais, iluminando
também o entendimento do homem e do mundo.
Com a descoberta dos escritos de Aristóteles, um
método dialético sofisticado e uma narrativa alternativa da
realidade surgiram no cenário.
Mais do que qualquer outra coisa, o problema de um
acordo possível ou não com as ideias de Aristóteles passou
a dominar o debate nas escolas medievais. A fé, no
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entanto, ainda permanecia mais importante, alguém não


poderia procurar entendimento a fim de crer, mas deveria
crer para poder entender.
O exemplo mais antigo da espécie de análise racional
da doutrina que se tornaria característica do escolasticismo
é encontrado na obra de Boécio Sobre a Trindade.
E a maior influência é de Abelardo que procurou
proporcionar explicações das afirmações de fé. Em sua
obra Sim e não, ele desenvolveu um método teológico que
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tornava parte da tarefa dos teólogos a solução das


diferenças entre as autoridades eclesiásticas. As Sentenças,
de Pedro Lombardo se tornariam o manual didático mais
amplamente usado em teologia. Era uma coleção de textos
da Bíblia e dos pais da igreja sobre tópicos como Deus,
criaturas, encarnação, redenção, sacramentos e últimas
coisas.
O estudo do texto bíblico continuou no século XIII,
mas, gradativamente, os mestres passaram a tratar
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também de questões cruciais e difíceis por si mesmas.


Assim, desenvolveu-se o que ficou sendo chamado de
“questão disputada”, exame abrangente de um único
tópico baseado na Bíblia, nos pais e na tradição filosófica.
Eram questões tratando de assuntos tais como verdade, o
poder de Deus, a vontade divina e o livre-arbítrio.
A realização máxima do escolasticismo é a Summa,
uma apresentação ordenada das questões teológicas,
sendo a mais conhecida de todas, certamente, a Summa
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Theologica, de Tomás de Aquino, que a escreveu para os


iniciantes em teologia. Nela, Tomás de Aquino discute
questões numa ordem adequada para os neófitos,
tratando cada tópico mais brevemente do que o faria nas
questões disputadas.
De posse dos escritos de Aristóteles, mas percebendo
a dificuldade era que esses escritos continham ideias
fundamentalmente opostas à doutrina cristã, a escolástica
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se dedicou a uma tentativa de associar tais escritos com o


cristianismo, alguns personagens se destacam:
Guilherme de Auvergne,
Alberto Magno,
Boaventura,
Rogério Bacon, e
Tomás de Aquino.
O escolasticismo, em concepções modernas (pós séc.
XIX), não era uma simples teologia ou filosofia, mas, sim,
uma multiplicidade de posições buscando tratar de um
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problema comum: o desafio do pensamento de Aristóteles.

Tomás de Aquino insistiu, em princípio, que toda


verdade é uma só, e criticou Aristóteles e seus
comentadores, mostrando, assim, que a razão não
contradiz a fé.
Por volta de 1350, o escolasticismo estava em
declínio. As palestras sobre a Bíblia não eram mais
obrigatórias e havia também declinado o estudo dos
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escritos dos pais da igreja.


Historicamente, os escolásticos são os que mais
cuidadosamente consideram a relação entre fé e razão,
assim como a relação da teologia com outras ciências. Por
esse motivo, os escolásticos ainda permanecem como
fonte de inspiração para os filósofos e teólogos mesmo nos
dias de hoje./
SOLI DEO GLORIA

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