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As Escolas de Alexandria e Antioquia

Após a morte dos apóstolos, através dos chamados Pais da Igreja, surgem intensos debates
teológicos e filosóficos sobre questões doutrinárias de suma importância para a sobrevivência da
igreja. Surgem neste período duas escolas de pensamento doutrinário bem distintas e diferentes em
seus pensamentos. A primeira, chamada Escola de Alexandria, que apresentava uma visão mais
alegórica na interpretação das escrituras, a segunda chamada Escola de Antioquia, que era mais
voltada para o sentido literal do texto bíblico.

ESCOLA DE ALEXANDRIA:

O sistema interpretativo da Escola de Alexandria, tem influência direta da filosofia grega,


principalmente de dois filósofos muito importantes. O primeiro é Heráclito. Ele criou o conceito de
“huponóia”, que significa, um sentido mais profundo. Para ele, o verdadeiro sentido estava além das
palavras. O segundo era Platão, ele formou um conceito de que o mundo em que vivemos é apenas
uma representação do que existe no mundo perfeito das realidades imateriais, o “mundo das idéias”.
Fílon de Alexandria, também foi influenciado pelos filósofos Gregos na questão de que a verdade se
encontra alegoricamente oculta além da letra e da realidade visível.

A Escola de Alexandria usava uma teologia com base na interpretação alegórica da Bíblia, formada
pela combinação entre a erudição filosófica grega e as verdades fundamentadas no evangelho. Para
essa escola, a bíblia tinha a função de narrar os acontecimentos, sugerir ensinos, conceitos morais
e exigir a busca de um sentido mais profundo. Seus principais representantes foram: Panteno
( fundador ), Clemente de Alexandria ( 150-215 DC ) e Orígenes ( 185-253 DC ).

Clemente de Alexandria: Foi o primeiro a lidar seriamente com questões de interpretação bíblica.
Usava a interpretação alegórica para descobrir o sentido oculto das passagens bíblicas e
harmonizar os dois testamentos. Para ele, o objetivo de Deus em revelar-se alegoricamente era
para ocultar a verdade dos incrédulos e descortiná-la apenas para os realmente espirituais.

Orígenes: Era um estudioso muito respeitado, para ele, a melhor maneira de se compreender a
bílbia, é através da perspectiva platônica. Para ele, a bílbia contém segredos que somente a mente
espiritual pode compreender. O sentido literal é valioso, mas algumas vezes obscurece o sentido
primordial, que é o sentido espiritual. O sentido literal é apenas para os neófitos, mas o espiritual é
para os maduros na fé. Orígenes influenciou muitos Pais da Igreja como: Dionísio o Grande,
Eusébio de Cesaréia e Cirilo de Alexandria.

ESCOLA DE ANTIOQUIA:

A Escola de Antioquia foi fundada por Luciano de Samosata ( 240-312 DC ), um teólogo cristão que
deu origem a uma linha de interpetação de estudos bíblicos conhecida pela sua erudição e
conhecimento das línguas originais. Essa escola se tornou famosa por sua abordagem literal e
histórica dos contextos das sagradas escrituras. Buscavam principalmente descobrir a intenção do
autor, como meio parqa determinar o sentido de uma passagem bíblica.

Os principais princípios de interpretação desenvolvidos pela Escola de Antioquia são:

1º) Atenção e sensibilidade ao sentido literal do texto, visando buscar o sentido através da intenção
do seu autor, considerendo também o seu contexto histórico em que foi narrado e escrito.

2º) Desenvolvimento do conceito de “Theoria”, que era o princípio usado pelos antioquenos para se
descobrir um sentido mais que literal nas palavras dos profetas do Antigo Testamento,
permanecendo-se fiel ao seu sentido literal.

3º) Não negavam o caráter metafórico de algumas passagens: aceitavam que havia um sentido
mais profundo nas profecias do Antigo Testamento.

4º) Investigavam a intenção do autor, através de uma análise minusciosa do sentido histórico das
palavras dentro de seu contexto original.

Os maiores representantes da Escola de Antioquia foram: Teófilo de Antioquia, Deodoro de Tarso


( 329 DC ), Teodoro de Mopsuéstia ( 428 DC ) e João Crisóstomo ( 407 DC ).

Teófilo de Antioquia: Um dos precursores desta escola, enfatizava que o Antigo Testamento é um
livro histórico que contém a história autêntica dos Atos de Deus para com seu povo escolhido.

Deodoro de Tarso: Deixou-nos um comentário dos Salmos, onde a interpretação cristológica


moderada de antioquia, reflete-se nitidamente.

Teodoro de Mopsuéstia: O intérprete que seguiu mais radicalmente os princípios de interpretação da


Escola de Antioquia quanto à abordagem cristológica do Antigo Testamento. Para ele, uma
passagem do Antigo Testamento só pode ser considerada messiânica se for usada como tal no
Novo Testamento.

ANÁLISE ATUAL:

Podemos perceber nos dias de hoje, que o tipo de interpretação que prevalece nas nossas igrejas
evangélicas, é o mesmo modelo da Escola de Alexandria ( Alegórica ), onde pastores e mestres
utilizam-se de interpretações “altamente espiritualizantes” das Sagradas Escrituras ( na maioria das
vezes de forma totalmente distorcida e abusiva ) para convencerem seus rebanhos de que estão
ensinando a verdade da Palavra de Deus, deixando de lado muitas vezes o sentido simples e
evidente literal do evangelho genuíno.
Bibliografia:

- HAMMAN, Adalbert G., Para ler os Padres da Igreja, São Paulo, Paulus, 1995
- FRÖHLICH, Roland, Curso Básico de História da Igreja, São Paulo, Paulus, 1987

Kadu Santoro

A interpretação alegórica da Bíblia, é a abordagem que atribui uma interpretação mais-que-


literal ao conteúdo de um texto (por exemplo, Bíblia). É partir do pressuposto que o texto
comunica mais do que se está posto.

Escolas teológicas, Primeiras (séc. II-V)

Aos padres apostólicos e apologistas dos séc. I-II, seguiu-lhes um novo tipo de
escritor com uma disposição e orientação completamente originais. Até a data,
nenhum escritor cristão tentara considerar o conjunto da doutrina cristã como um todo.
Também, a reflexão cristã perdeu o caráter de arma contra o inimigo e se transformou
em instrumento de trabalho pacífico dentro da própria Igreja. Pretendia-se dar aos
catecúmenos, cada vez mais numerosos, uma instrução à altura de seu meio
ambiente e formar mestres para esse fim. Assim foi como se criaram as escolas
teológicas, berço da ciência sagrada. Estas nasceram sob o amparo dos grandes
centros do helenismo e das cidades onde já se sentia a presença cristã. Tais foram as
escolas teológicas de Alexandria, Antioquia, Cesaréia, Jerusalém etc.

Assinalamos a seguir as principais:


1) Escola de Alexandria. A mais famosa de todas e a que melhor conhecemos é a
de Alexandria, no Egito. Essa cidade, fundada por Alexandre em 331 a. C., era centro
de uma brilhante vida intelectual muito antes do cristianismo. Foi onde nasceu o
helenismo: a fusão das culturas oriental, egípcia e grega deu origem a uma nova
civilização. Nesta cidade, compôs-se a obra que constitui o início da literatura judaico-
helenística: A tradução dos Setenta (Septuaginta). E nessa cidade viveu o melhor
representante dessa cultura: Fílon.

Sob o nome de “padres alexandrinos” ou “escola teológica alexandrina”, formou-se


um grupo de teólogos cristãos que se destacaram em Alexandria entre os séculos II-V
d.C. Os nomes mais destacados desta escola são: Panteno, seu fundador (200 d.C.),
*Clemente (150-215 d.C.), *Orígenes (186-255), e, mais tardiamente, outros como
Santo *Atanásio, São *Cirilo etc.

A Escola de Alexandria é o centro mais anti-go de ciências sagradas na história do


cristianismo. O ambiente em que se desenvolveu imprimiu-lhe os traços
característicos: a) marcante interesse pela pesquisa metafísica do conteúdo da fé; b)
preferência pela filosofia de Platão; c) interpretação alegórica das Sagradas Escrituras;
d) concepção do ideal cristão como uma verdadeira gnose, iluminada pela fé cristã,
que antecipa as coisas invisíveis; e) concepção do ideal místico como deificação com
base bíblica e neoplatônica; f) aceitação na ascese da apatheia estóica e da
providência, às quais se dá um sentido cristão.

A escola alexandrina influiu decisivamente no pensamento e na mística cristã dos


primeiros séculos.

2) Escola de Antioquia. Antioquia foi a capital da Síria, fundada perto do ano 500
a.C. Segundo Atos 11,19-26, nesta cidade começaram a chamar-se “cristãos” os
“seguidores do caminho” ou “discípulos de Cristo”. Na segunda metade do séc. I de
nossa era, Antioquia foi o ponto de apoio da atividade missionária da primitiva Igreja
(At 13,1-3).

Antioquia também foi famosa por sua escola teológica, denominada “escola
antioquena”. Desabrochou entre os séculos III-V. Seus mestres mais importantes
foram Inácio, Policarpo, *Luciano de Samosata, *Ario, São *João Crisóstomo, e muitos
outros.

A escola antioquena apareceu como rival e diferente da alexandrina. Centrava


cuidadosamente a atenção no próprio texto e encaminhava seus discípulos para a
interpretação literal e para o estudo histórico e gramatical da Escritura. Conse-
qüentemente, essa escola: a) cultivou a catequese e a exegese bíblica, dando-lhe um
sentido literal, não simbólico nem espiritual; b) a escola antioquena tratou de resolver
os problemas colocados pela heresia sobre a pessoa e natureza de Cristo; c)
contrariamente à escola alexandrina, a antioquena baseou-se numa filosofia realista
de caráter aristotélico, portanto, racionalista.

Essa escola foi o berço de uma grande tradição exegética. Alcançou seu apogeu
sob a direção de Diodoro de Tarso, nos finais do séc. IV, que foi mestre de São *João
Crisóstomo. Dela saíram homens extremistas como Teodoro de Mopsuéstia e Ario.
Sua tendência racionalista foi a causa de se converter em foco de heresias.

3) Escola de Cesaréia. Nesta cidade refugiouse *Orígenes ao ser desterrado do


Egito (232), e fundou a escola de Cesaréia, que herdou o legado de idéias e livros de
Orígenes. Suas obras forma-ram o fundo de uma biblioteca que o presbítero Pânfilo
transformou em centro de erudição e saber. Como diretor, continuou a tradição do
mestre. Nesta escola educaram-se Gregório, o Taumaturgo, e Eusébio de Cesaréia.
Os padres capadócios, *Basílio Magno, *Gregório de Nissa e *Gregório Nazianzeno
receberam a influência e inspiração da teologia de Cesaréia e de seu grande mestre
Orígenes.

Houve também outras escolas como a de Jerusalém, a de Odessa, Nísibe etc. 

 As Escolas Exegéticas de Alexandria e Antioquia 


No desenvolvimento da igreja cristã, período que durou desde o Concílio de Nicéia até o Concílio de
Calcedônia em 451 é considerado por alguns estudiosos como a "idade de ouro da exegese
patrística ”. Esta era é caracterizada pelos ensinamentos tanto dos Alexandrinos quanto das Escolas
ade Antioquia.

A escola de Alexandria

 preferiu a abordagem alegórica o Que significado está por trás do texto, para o que o texto
aponta?
 Clemente de Alexandria (c. 180-215)
 Argumentando aos pagãos que Cristo é a fonte suprema de conhecimento no T, NT e até mesmo
no grego phil.
 Orígenes (c. 185-253)
 Alegoria aplicada a "contradições" no AT, como a luz antes do sol (Gn 1) e casos em que as
paixões e atividades humanas são atribuídas a Deus.
 Somente o método alegórico poderia abordar o mistério da relação divino-humana nas Escrituras.

Veja também

1. Estudo Bíblico: O Presbítero na Bíblia


2. Estudo Bíblico sobre Consolo na Bíblia.
3. Pregação para o Dia da Bíblia: Inspirada por Deus  2 Timóteo 3:16

A escola de Antioquia

 preferiu a abordagem literal / histórica para a interpretação.


 O que o escritor estava tentando dizer / endereçar? Qual é a experiência religiosa que eles
apresentam
 Bispo Teófilo (c. 169 EC)
 Salientou que o AT era uma história autêntica do relacionamento de Deus com os israelitas. Seu
To Autolychus deu uma cronologia desde a criação até sua própria época.
 Teodoro de Mopsuéstia (c. 350-428 CE)
 Diodoro de Tarso (c. 378 CE)
 João Crisóstomo (c. 380 DC)

REGRA FUNDAMENTAL: A Escritura explicada pela escritura, ou seja, a Biblia, sua própria
interprete.

https://pt.slideshare.net/rodrigocostaferreira/hermenutica-aula-01-regras-basicas-da-
hermenutica?from_action=save

Figuras de Linguagem

Márcia Fernandes

Professora licenciada em Letras

Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos


usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita.
Dependendo da sua função, elas são classificadas em:

 Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras.


Exemplos: metáfora, comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
 Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos:
hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
 Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos:
elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
 Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos:
aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.

Figuras de Palavras
As figuras de palavras são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
utilização das palavras e dos seus significados.

Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo
conectivo de comparação (como, tal qual) fica subentendido na frase.

Exemplos:
A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Na tirinha acima, "uma caravana de rosas vagando num deserto inefável" é uma metáfora do
amor.

Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados
conectivos de comparação (como, assim, tal qual).

Exemplos:
Seus olhos são como jabuticabas.

Na tirinha acima, o amor é comparado a uma flor e a um motor. Neste caso foi utilizado o
conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o motor do carro".

Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.

Exemplos:
Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)
Na tirinha acima, uma parte (cabeças de gado) tem o significado do todo (boi).

Catacrese
A catacrese representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais
específica.

Exemplo:
Embarcou há pouco no avião. (Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há
um termo específico para o avião, embarcar é o utilizado.)

Na charge acima, ocorre a catacrese, porque foi usada a expressão "bala perdida" por não
haver outra mais específica.

Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.

Exemplos:
Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. (A frieza está associada ao
tato e não à visão.)

Na tirinha acima, a expressão "olhar frio" é um exemplo de sinestesia.

Perífrase
A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou mais palavras por
outra que a identifique.

Exemplos:
O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é
ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)

Na charge acima, foi usada a perífrase, uma vez que "Terra da Garoa" é uma forma de
identificar a "cidade de São Paulo".

Figuras de Pensamento
As figuras de pensamento são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos
através da utilização de ideias e pensamentos.

Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero de uma ideia feito de maneira intencional.

Exemplos:
Quase morri de estudar.

Na tirinha acima, a expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole.

Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.

Exemplos:
Entregou a alma a Deus. (Nesta frase está sendo informada a morte de alguém.)
Na charge acima, "produtora de biografias orais não autorizadas" foi uma forma delicada de
dizer que a mulher é, na verdade, uma fofoqueira.

Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao
eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.

Exemplos:
— Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe. (Pelo discurso, percebemos que
apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.)

Na tirinha acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você deveria
aperfeiçoar essa técnica".

Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.

Exemplos:
É tão inteligente que não acerta nada.
Nota-se o uso da ironia na charge acima. O personagem está zangado com alguém, a quem
ele chama de "inteligente" de maneira irônica.

Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a
objetos ou aos seres irracionais.

Exemplos:
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

A personificação é expressa na última parte do quadrinho, onde o Zé Lelé afirma que o espelho
está lhe olhando. Assim, utilizou-se uma característica dos seres vivos (olhar) em um ser
inanimado (o espelho).

Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.

Exemplos:
Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
Na tirinha acima, há várias antíteses, ou seja, termos que têm sentidos opostos: positivo,
negativo; mal, bem; paz e guerra.

Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal
como no caso da antítese).

Exemplos:
Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. (Como é possível alguém estar cego e ver?)

Na tirinha acima, as ideias com sentidos opostos (certeza e relativa) é um exemplo de


paradoxo.

Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou
decrescente (anticlímax).

Exemplos:
Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo. (Neste
exemplo, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.)

Na tirinha acima, o personagem foi explicando de forma crescente como foi trazida pela
cegonha (decolou; fizemos uma escala; trocaram uma pena; finalmente ela me deixou aqui).

Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.

Exemplos:
Ó céus, é preciso chover mais?

Na tirinha acima, notamos a ênfase no segundo quadrinho: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar!
O que faço!? É o fim!"

Figuras de Sintaxe
As figuras de sintaxe são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
construção gramatical das frases e orações.

Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.

Exemplos:
Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)
Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer
sanduíches entre as refeições...".

Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.

Exemplos:
Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)

A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um


descongestionante nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!".

Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.

Exemplos:
São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
A charge acima é um exemplo de hipérbato, porque a ordem direta do nosso hino é "Das
margens plácidas do Ipiranga, ouviram um brado retumbante de um povo heroico" ou "Ouviram
um brado retumbante de um povo heroico das margens plácidas do Ipiranga".

Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos (e, ou, nem).

Exemplos:
As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

A charge acima é um exemplo de polissíndeto, porque o conectivo "se for" esta sendo repetido
muitas vezes ("se for eleitor", "se for deputado", "se for assessor).

Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do polissíndeto.

Exemplos:
Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
Anacoluto
O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.

Exemplos:
Eu, parece que estou ficando zonzo. (A estrutura normal da frase é: Parece que eu estou
ficando zonzo.)

Magali, comer é o que ela mais gosta de fazer. (A estrutura normal da frase é: O que a Magali
mais gosta de fazer é comer.)

Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.

Exemplos:
A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
Na tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa
"para fora".

Silepse
A silepse é a concordância com a ideia que se pretende transmitir, e não com o que está
implícito. Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.

Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e
agitada cidade de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioria dos
clientes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em
vez de eles: Todos terminaram os exercícios.)

Na tirinha acima, há silepse de pessoa em "mais da metade da população


mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos".

Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplos:
Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui
sempre para você.
A charge acima é um exemplo de anáfora, porque há várias repetições do termo "falta".

Figuras de Som
As figuras de som são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
sonoridade das palavras.

Aliteração
A aliteração é a repetição de sons consonantais.

Exemplos:
"Chove chuva.
Chove sem parar". (Jorge Ben Jor)

Na tirinha acima, ocorre aliteração, porque a letra "r" é repetida muitas vezes em "O rato roeu a
roupa do rei de Roma."

Paronomásia
Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.

Exemplos:
O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)
A charge acima contém paronomásia, porque foram usados termos que possuem sons
parecidos: "grama" e "grana".

Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.

Exemplos:
"O que o vago e incógnito desejo
de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa",
"salga", "amassa".

Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.

Exemplos:
Não aguento o tic-tac desse relógio.
No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e
"Buááá...; Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do Cebolinha.
Resumo das Figuras de Linguagem

Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada
um dos seus tipos.

Figuras de Palavras Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou


Figuras de Pensamento
ou semânticas construção harmonia

Produzem maior Produzem maior Produzem maior Produzem maior


expressividade à expressividade à expressividade à expressividade à
comunicação através comunicação através da comunicação através da comunicação através
das palavras. combinação de ideias e inversão, repetição ou da sonoridade.
pensamentos. omissão dos termos na
Figuras de Palavras Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou
Figuras de Pensamento
ou semânticas construção harmonia

construção das frases.

hipérbole
elipse
eufemismo
metáfora pleonasmo
litote
comparação zeugma
ironia aliteração
metonímia hipérbato
personificação ou paronomásia
catacrese silepse
prosopopeia assonância
sinestesia polissíndeto
antítese onomatopeia
perífrase ou assíndeto
paradoxo ou oxímoro
antonomásia anacoluto
gradação ou clímax
anáfora
apóstrofe
https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/

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