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POÉTICOS
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cantares
São chamados pelos judeus de “hagiógrafos” ou sabedoria
Os livros poéticos representam uma amostra da contribuição literária
dos hebreus para a cultura dos povos. Certamente a importância
desses cinco livros que fazem parte da Bíblia, não está, simplesmente,
no valor literário deles, mas, sobre tudo, na sua inspiração divina.
Os escritores utilizaram-se de poesia hebraica para escrevê-los.
A coisa mais magnífica desses livros é que seus escritores conseguiram
apresentar a revelação de Deus de forma poética, sua relação e
intervenção na vida humana; bem como, o homem, seus dramas, seus
relacionamentos, sua sabedoria, suas histórias, seus fracassos, suas
fraquezas, suas virtudes e sua compreensão e resposta a Deus.
Além disso, apresenta realidades do mundo espiritual e trata de temas
teológicos demonstrando isso na realidade da vida.
Assim, quando lemos esses livros, somos atingidos tão certeiramente
como se seus escritores nos conhecessem na intimidade. Porque
somos expostos o tempo todo, sem a mínima chance de pensar que
não é conosco que Ele está tratando.
Esta seção das Escrituras apresentam personagens e textos de
diferentes épocas: Jó, Moisés, Davi, Salomão são alguns deles.
NOME
Na língua hebraica Jó é “Iyyob” tem como significado ‘O Perseguido’.
Na língua árabe o nome significa “arrependimento”.
AUTORIA
Não há um autor determinado, portanto, deve permanecer no
anonimato. Todavia os historiadores apontam alguns possíveis nomes
como o do próprio Jó, Eliú, Jeremias e, com mais insistência aparecem
Moisés (1450 a.C.) e Salomão (950 a.C.).
CONTEÚDO
1 3 38 42
Sofrimento Discussão Resposta
42
Jó Amigos: Deus
Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú
ÉPOCA DO PERSONAGEM
Se com relação à escrita há dificuldades, em ralação à época em que
Jó viveu e na qual transcorreu a história paira mais controvérsia ainda.
Para alguns, a pessoa de Jó e todos os acontecimentos descritos no
livro se passaram num período antes do Dilúvio.
Para outros há algumas considerações que apontam para outra época
como no período patriarcal antes de Abraão e Moisés.
• Jó habitou na terra de Uz conforme Jó 1.1, cidade à sudeste da
Palestina e ao norte da Arábia, nas proximidades de Edom.
• Jó viveu com sua família numa organização ao estilo patriarcal.
• Jó não faz nenhuma referência ao povo de Israel ou à lei Mosaica.
• Jó cumpre as funções de pai e sacerdote conforme Jó 1.5.
• Jó teve vida longa, o que era comum ao tempo do antigo patriarcado
segundo Jó 42.16. (Panorama do Velho Testamento – Angelo Gagliardi JR)
JEREMIAS? 01 137
AGEU? 01 146
ZACARIAS?
S
01 147
ESDRAS? 01 119
2. SALMOS DE CONFISSÃO
Em momentos de angústia por causa dos pecados o autor abre o
coração para mencionar a maldade cometida contra Deus. São os
seguintes: 6; 32; 38; 51; 102; 130 e 143.
3. SALMOS DA PALAVRA
São aqueles que se referem à Palavra de Deus e à sua importância
para o seu povo. São eles o 19 e o 119.
4. SALMOS DE ALELUIA
A palavra hebraica “Aleluia” é formada por duas palavras hebraicas
que significam “Louvai ao Senhor”. O termo é utilizado, além dos
salmos, nos livros de Crônicas, Esdras e Neemias. Nos salmos,
aparecem logo no início ou no final. São eles: 113-118 e 146-150.
5. SALMOS DE ROMAGEM
Também chamados de cânticos dos “degraus”, ou das “subidas”, ou
ainda “cânticos dos peregrinos”. Eram cantados pelos peregrinos a
caminho das festas de Jerusalém. Possivelmente foram cantados pelos
grupos que voltaram do cativeiro. São os seguintes: 120-134.
6. SALMOS DIDÁTICOS
Têm como objetivo a instrução, por isso, se utilizam de elementos
característicos de ensino, como provérbios, exortações, reflexões,
contrastes e lembranças. São esses: 1; 14-15; 24; 37; 49-50; 52-53; 73;
75; 78; 81; 91; 95; 105; 112; 119; 127-128; 133-134; 139.
7. SALMOS IMPRECATÓRIOS
Apresentam súplicas a Deus para que vingue os inimigos. São orações
que clamam por vingança. Também alguns são verdadeiros hinos de
guerra, tal o patriotismo demonstrado neles. Os principais são: 35; 69;
109.
1. DEUS E O HOMEM
À primeira vista parece que Provérbios é fruto simplesmente da mente
do homem. Alguém que possa ter bons princípios de conduta e moral.
Apenas, talvez, um moralista. Estaria certo afirmar que o próprio
homem, neste livro, é o grande mestre?
A resposta a esta questão se vê claramente entre as considerações dos
preceitos e a moral. Provérbios se dá ao trabalho de indicar que aquilo
que é certo e aquilo que é vantajoso podem se acompanhar
mutuamente por uma boa distância; mas não nos deixa em dúvida
alguma quanto àquilo que devemos seguir quando os caminhos se
separam.
Em Provérbios é necessário ser bom para ser sábio, embora nos
provérbios como põe em relevo a prática se perceba o outro lado que
é necessário ser sábio para ser realmente bom. Podemos ver a
consciência que estes autores têm acerca de Deus nos seguintes
tópicos:
a) Pecado Consciência de que o pecado assolou o coração do
homem e que este precisa de disciplina (15.8; 16.6; 20.9; 21.27;
28.9,13). O pecado conduz o homem a fazer escolhas que o afastam
do bem e da verdade.
b) O temor do Senhor Alguém poderia pensar que isso não passa de
um respeito sadio para com o Onipotente. Mas, em Provérbios, é bem
mais que isso. É sinônimo de conhecer a Ele e este conhecimento é
marcadamente íntimo (2.5 e 9.10). É dado através da revelação (2.6) e
alimentado por aquilo que pode ser chamado a prática da presença de
Deus, conforme 3.6: “Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas”, ou literalmente, conhece-o. Isso nos faz
lembrar o alvo da própria nova aliança; faz parte do seu círculo íntimo
(3.32).
c) Confiança no Senhor Uma vez que Ele é um Deus conhecido, então
a confiança deve ser de todo coração (3.5,7); Ele é confiável porque não
muda (19.21); o equipamento não garante (21.31); não adianta toda a
cautela (29.25); não há lugar para a auto-confiança (22.19).
d) A revelação do Senhor A Lei do Senhor (28.4); profecia e Lei
(29.18).
O livro de Provérbios como sua própria figura da sabedoria, chama a
você na rua, para lhe falar acerca de algum aspecto da vida diária, ou
indica coisas no lar. Sua função nas Escrituras é vestir a piedade com
roupas de trabalho; é mencionar o comércio e a sociedade como
esferas dentro das quais devemos nos comportar de modo digno,
procurando sempre o treinamento que o Senhor dá.
2. O INSENSATO
Em Provérbios aparece com vários nomes dentre os quais:
a) Simples
O verbo que se forma com a raiz da palavra que significa “seduzir, enganar”
(1.10). O simples é o tipo de pessoa que é facilmente desviada, ingênua, boba.
Mentalmente é ingênua (14.15; 22.3); moralmente é teimoso e irresponsável
(1.32).
Por causa do seu descuido preguiçoso, pode precisar de uma ajuda visual para
levá-lo ao arrependimento (19.25). Se a recusar regredirá a uma condição mais
séria (14.18). O homem com a cabeça vazia acabará tendo uma cabeça errada.
Sua alegria é a estultícia (15.21) e seus alvos são coisas vãs (12.11).
O perigo do simples é que sempre tem alguém para lhe fazer a cabeça (1.10;
1.22-32).
b) Estúpido e obstinado
Em si mesmo ele não tem idéia alguma da procura paciente pela
sabedoria; não possui concentração para isso (17.24), não é capaz de
fazer nada com o que tem (17.16). Suas observações que visam ser
sábias ou caem por terra ou se viram contra ele (26.7,9) nunca
aceitará que está errado (17.10). A raiz do seu problema é espiritual, e
não mental. Ele gosta da sua estultícia (26.11). No fundo o que ele
rejeita é o temor ao Senhor (1.29). Finge sempre que está tudo bem
(1.32).
Na sociedade é uma grande ameaça. Desperdiça seu tempo (14.7);
se fica com uma idéia na cabeça pode ser uma perturbação séria
(17.12). Deve-se passar por ele bem de largo (13.20).
Para a família: tristeza (10.1; 17.21; amargura (17.25); calamidade
(19.13). Aos que o amam ele despreza (15.20)
c) Teimoso
Este se revela logo ao abrir a boca (17.28; 24.7; 10.14), sendo
extremamente briguento, pois não se deixa refrear (20.3; 12.16). O
que mais se destaca é sua insolência moral, não tolera qualquer
conselho (1.7; 10.8; 12.15; 15.5).
3. O ESCARNECEDOR
É marcado pela atitude mental e não pela capacidade mental.
• Compartilha com seus companheiros em ter forte aversão pela
correção (9.7-8; 13.1; 15.12).
• Desfaz de tudo quanto é bom e deliberadamente causa problema
(21.24; 22.10; 29.8).
• Sua influência má fica clara à maioria dos homens (24.9).
• Contra ele têm-se o juízo do Senhor (3.34).
O PREGUIÇOSO
1. O CARÁTER DO PREGUIÇOSO
A figura do preguiçoso em Provérbios é uma figura trágica e cômica ao
mesmo tempo. Com sua preguiça totalmente animal, ele é mais do que
ancorado a sua cama (26.14); suas desculpas são as mais fantasiosas
possíveis (26.13; 22.13).
Sua vida se resume em alguns pontos:
a) Ele não começa a fazer nada (6.9-10). Tudo que ele conhece é sua
sonolência deliciosa; tudo quanto pede é um pouco mais de tempo. Não
se compromete com uma recusa total, mas se engana com o tamanho
pequeno dos seus adiamentos. Assim, por centímetros e minutos, suas
oportunidades vão se deslizando.
b) Ele nunca acaba de fazer nada. O esforço de iniciar algo já foi
demais para ele; o impulso vai correndo. Assim, a sua caça apodrece
antes de ele a preparar (12.27), e sua refeição se esfria antes de ele
comê-la (19.24; 26.15).
c) Ele não enfrenta nada. Chega a acreditar nas suas próprias
desculpas (22.13), e acha boas desculpas para a sua preguiça (26.16).
Formou o hábito da escolha fácil (20.4), seu caráter sofre tanto quanto
seus negócios ao ponto de se atribuir a ele a desonestidade.
d) Consequentemente é inquieto (13.4; 21.25-26). Com seu desejo
insatisfeito; incapaz diante dos seus negócios não acabados (15.19); é
inútil e portanto dispendioso (18.9) e exasperador para quem o
emprega (10.26).
A LIÇÃO DO PREGUIÇOSO
1. Pelo exemplo – o trecho mais enfático é o verso 6 do capítulo 6. A
formiga deixa o preguiçoso duplamente envergonhado. Ela não
precisa de fiscal (6.7) enquanto ele precisa ser empurrado; ela
conhece os tempos, mas para ele todos os tempos são iguais (6.8;
10.5) (conferir Jr 8.20; 46.17; Is 56.9-12).
2. Pela experiência – esta lição chega tarde demais. Despertará de
repente para ver que a pobreza chegou (6.11). Pelo fato de evitar o
trabalho pesado, qualificou-se para a posição de escravo (12.24) e,
através da demora, da morosidade, a desordem da sua vida se
torna irreversível. Tudo é deserto (24.30-31). O sábio, porém,
aprenderá enquanto é tempo (24.32).
O AMIGO
1. AMIGOS E VIZINHOS
A expressão “REA”, mais comum para amigo, também significa
“vizinho”, tendo também o sentido de “colega” e “companheiro”.
Levando para os extremos de um lado, significa, meramente, “a outra
pessoa” e do outro lado alguém com quem se compartilha estreita
comunhão.
Para sabermos se a palavra está de um lado, de outro ou no centro
temos que descobrir pelo contexto. Por exemplo: em 18.17 é um
oponente num processo jurídico; já em 17.17 é aquele que ama em
todo tempo.
a) O bom vizinho – ele tem de ser notavelmente um homem de paz,
não somente indisposto para começar contendas (3.29) ou para
espalhá-las (25.8-9) como também bondoso ao ponto de desarmá-las
(24.17,19; 25.21-22) e generoso nos seus julgamentos. Reconhecerá
que o silêncio é muitas vezes mais sábio do que a crítica (11.12), que
uma pessoa que fracassou deve atrair nossa ajuda e não nosso desprezo
(14.21); e que a aversão que alguém tem para com seu próximo pode
ser atribuída mais ao coração maldoso daquele do que deste (21.10).
Porém, sua bondade não deve se desequilibrar até se transformar em
sentimentalismo: deve saber guardar distância de algumas pessoas
(22.24-25), e também dizer “não” a uma transação insensata (6.1-5) tão
rapidamente quanto dirá “sim” a uma sugestão apropriada (3.27-28). O
padrão que sustenta (12.26) fará tanto bem ao seu próximo como as
coisas boas que ele distribui.
b) O bom amigo – Esse tem as seguintes características:
Constância – em Provérbios, amigos de tempos prósperos são muitos (14.20;
19.4,6-7), mas há os que superam tudo (18.24; 17.17). É fácil desejarmos ou
esperarmos receber uma amizade assim, mas Provérbios nos conclama a dar
uma amizade leal (27.10). 2)
Franqueza – Davi deixou de ser franco com seu filho Adonias com medo de o
contrariar isso resultou na morte de Adonias (I Rs 1.6). Provérbios nos ensina
duas coisas tremendas (27.6; 29.5).
Conselheiro – o bom amigo estará sempre disposto a dar conselhos. Conselhos
que consolem (27.9) e conselhos que estimulem (27.17).
Sensibilidade – o respeito para com os sentimentos alheios tem trato em
Provérbios: saber até quando deve se hospedar na casa de alguém (25.17), saber
o momento certo para falar (25.20) e para brincar (26.18-19).
2. A VULNERABILIDADE DA AMIZADE
O termo mais forte para um amigo (“ALLÛP”) é o que significa “amigo
do coração”. Usualmente ocorre no Antigo Testamento em situações
de traição (2.17) ou de desavença (16.28; 17.9) como para nos lembrar
que até a amizade mais íntima precisa ser conservada. As tensões que
surgem por falta de consideração são as menores. O perigo verdadeiro
advém da malícia: o deleite do difamador em causar discórdia (16.28),
ou o prazer daquele que possui uma vantagem em perseguí-la até o
fim (17.9). A integridade de uma amizade depende tanto dos recursos
espirituais quanto depende a do indivíduo.
ECLESIASTES
CONTEXTO
Tendo por certo que Salomão é o seu escritor, então, esse fato coloca o
livro de Eclesiastes no período da monarquia de Israel, possivelmente nos
últimos anos do seu reinado, quando o reino ainda estava unificado, pois
não há, em todo o livro, qualquer referência a uma divisão política de
Israel.
Tudo indica que o autor é alguém que viveu intensamente e aparenta ser
maduro o bastante para analisar a própria vida, tirando dela as lições que,
como foi nos seus dias, é no presente e será no futuro sempre atuais.
As lições do Pregador
O autor de Eclesiastes se apresenta como pregador, aquele que tem uma
mensagem para falar na assembléia. Neste sentido, cada leitor faz parte
dessa grande assembléia que se dispõe a ouvir suas considerações e seus
conselhos, para fazer suas próprias reflexões.
1. É VAIDADE (1 E 2)
O autor, praticamente, abre o livro já denunciando que tudo é vaidade,
ou seja, o proveito de tudo o que se faz sobre a terra, se alguém parar
para examinar cuidadosamente, vai descobrir que é canseira e enfado.
Ele descreve a rotina ou mesmice da vida comparando-a com o ir e vir
das gerações, o nascente e o poente do sol, a direção dos ventos e o
caminho dos rios. Com isso ele quer dizer que tudo o que acontece no
presente, algum dia já aconteceu.
“O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer;
nada há, pois, novo debaixo do sol.” (Eclesiastes 1.9)
Assim, partindo dessa base, o autor afirma que as possessões, tudo
aquilo que alguém tem é vaidade. A sabedoria que alguém adquire é
vaidade. O trabalho no qual alguém gastou a sua vida também é
vaidade.
Precisamos entender que essa é a reflexão do autor de Eclesiastes
analisando a sua própria vida.
2. É LEGAL (3 E 4)
Nesse ponto, Salomão tira os olhos da vida e das suas circunstâncias e dá uma
olhada para Deus, descobrindo que, na verdade, há uma lei de Deus que ordena
todas as coisas. “Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe
pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam
diante dele” (3.14). De sorte que, tudo o que acontece está dentro de uma
legalidade divina. Então, tudo o que envolve à vida do homem é legal.
Um dos pontos bastante polêmicos do livro encontra-se nos versos 16 a 22, nos
quais Salomão faz uma comparação entre os homens e os animais. Lendo o
texto, chega-se à conclusão que não há diferença entre eles, isto é, entre os
homens e os animais. Salomão está analisando do ponto de vista da matéria,
simplesmente, sem considerar a questão espiritual. Mais uma vez, precisamos
lembrar que Salomão está descrevendo o que está diante dos seus olhos. Diz ele:
“Vi ainda debaixo do sol…” (3.16).
2. É LEGAL (3 E 4)
Nesse ponto, Salomão tira os olhos da vida e das suas circunstâncias e dá uma
olhada para Deus, descobrindo que, na verdade, há uma lei de Deus que ordena
todas as coisas. “Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe
pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam
diante dele” (3.14). De sorte que, tudo o que acontece está dentro de uma
legalidade divina. Então, tudo o que envolve à vida do homem é legal.
Um dos pontos bastante polêmicos do livro encontra-se nos versos 16 a 22, nos
quais Salomão faz uma comparação entre os homens e os animais. Lendo o
texto, chega-se à conclusão que não há diferença entre eles, isto é, entre os
homens e os animais. Salomão está analisando do ponto de vista da matéria,
simplesmente, sem considerar a questão espiritual. Mais uma vez, precisamos
lembrar que Salomão está descrevendo o que está diante dos seus olhos. Diz ele:
“Vi ainda debaixo do sol…” (3.16).
4. É SENSATO (7 E 8)
A sensatez é a qualidade de considerar as diversas opções, ou vários
caminhos, e poder decidir pelo melhor. Diante disso Salomão
considera entre a sabedoria e loucura e decide que “é melhor a fama
do que o unguento precioso, e o dia da morte do que o dia do
nascimento. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há
banquete… Melhor é a mágoa do que o riso… Melhor é ouvir a
repreensão do sábio… Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio;
melhor é o paciente do que o arrogante” (7.1-3,5,8).
É melhor a moderação em tudo, a submissão ao rei e usufruir o fruto
do seu trabalho. O resto talvez não fique nem na memória dos vivos.
5. É INCOMPREENSÍVEL (9 E 10)
Analisando a vida, Salomão descobre alguns fatos que ele, por mais que se
esforce, não consegue compreender: que a sorte é a mesma para todos.
“Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao
bom, ao puro e ao impuro; tanto ao que sacrifica como ao que não sacrifica;
ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento” (9.2).
Salomão considera na questão do trabalho e sua recompensa e descobre que
“… não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes, a vitória, nem tampouco
dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes,
o favor…” (9.11).
Ele também não compreende a excelência da sabedoria. Quando é que o
sábio é mais sábio? Quando ele fala ou quando ele se cala?
6. É PRUDENTE (11 E 12)
Encerrando sua análise da vida o autor de Eclesiastes considera
naquilo que é prudente. É prudente o procedimento cuidadoso do
sábio. Ele pode até tomar atitude que parece estranha, como: “Lança
o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás”
(11.1). É prudente ser cuidadoso nos dias da mocidade sabendo que
de cada um deles Deus vai pedir prestação de contas. É prudente
lembrar do Criador enquanto se é jovem, levando em conta que a
juventude passa rapidamente.
CÂNTICO DOS CÂNTICOS
O nome “Cântico dos cânticos de Salomão” (1.1) já apresenta duas
idéias: a primeira tem a ver com um certo destaque a este cântico em
relação aos demais compostos pelo mesmo autor (I Rs 4.32); a
segunda é a que apresenta Salomão como o autor desse livro. O texto
é escrito em linguagem poética, narrando uma história de amor entre
Salomão e Abisague, ou Sulamita, a mesma que foi dada a Davi nos
seus últimos dias de vida.
A fala se reveza entre Salomão, o esposo, e Abisague, a esposa, que
são entrecortados pelo coro de damas, chamadas de “filhas de
Jerusalém”. Esse coro é composto pelo restante do harém de Salomão
que, possivelmente, constava de 140 mulheres.
O esboço de Cântico apresenta dois níveis de compreensão
com os quais se vê o conteúdo do livro: