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A Mensagem de

Salmos para Hoje!


Panorama e Análise
Rev. Deivinson Bignon
a) NOME – O nome usado é derivado do
grego Psalmoi, que significa “Poemas
cantados com instrumentos musicais”, e, no
hebraico, o título do livro é Sêfer Tehilim, ou
PARTE I seja: “Livro de louvores”.
É uma característica do livro de Salmos dar
Panorama nomes ou títulos também a muitos de seus
capítulos, títulos estes que parece terem sido
dados não originalmente, mas antes da
versão da Septuaginta.
 Mizmor (canção para ser acompanhada
com instrumentos de cordas) – Salmo 76.
 Shiggayon (salmo penitencial) – Salmo 7.
PARTE I  Ao mestre de canto (instrução musical) –
Panorama Salmo 75.
Estes títulos, na Bíblia hebraica, foram
incorporados ao texto, tornando-se os
primeiros versos destes capítulos.
AUTOR – São muitos os autores, os quais são
conhecidos pelos títulos apostos aos salmos,
já que em si mesmos os salmos não declaram
PARTE I sua autoria.

Panorama Os salmos são muitas vezes chamados de


“Salmos de Davi”, porque ele foi o autor da
maioria deles, mas há entre títulos apostos e
informações da tradição judaica 12 autores:
 Davi compôs 73 salmos;
 Asafe (1Cr 6.39; 16.4,5; 2Cr 29.30) que era
diretor de louvor no templo e também profeta,
compôs 12 salmos: 50; 73-83;
PARTE I
 Os filhos de Coré (1Cr 26.1; 9.19) eram cantores
Panorama e porteiros do templo, compuseram 12 salmos:
42-49; 84-85; 87-88;
 Salomão compôs dois salmos: 72 e 127;
 Hemã (1Cr 6.33 e 1Rs 4.31) compôs o Salmo 88;
 Etã (1Cr 15.19) compôs o Salmo 89;
 Moisés compôs o Salmo 90;
 Jeremias compôs o Salmo 137;
PARTE I
 Ageu compôs o Salmo 146;
Panorama  Zacarias compôs o Salmo 147;
 Esdras compôs o Salmo 119;
 E ainda há 48 salmos anônimos.
DATA DA ESCRITA – A data da composição é
diferente da data da organização do livro, pois a
maioria dos autores não pensava estar
compondo para uma futura coletânea que
PARTE I serviria à liturgia do templo. As datas de
composição são tão distantes quanto Moisés em
Panorama torno de 1440 a.C. (Sl 90) e (talvez) Esdras em
torno de 450 a.C. (Sl 119) ou ainda os Salmos 126
e 137. A história da organização final do saltério
poderia ser resumida da seguinte maneira:
a) Era comum ao povo judeu manifestar-se em ocasiões
especiais de grande gozo com poemas cantados em
adoração ao Senhor (veja Êx 15; Jz 5; 1Sm 2; Sl 90).
b) Davi, o rei poeta e músico, dedicou-se à organização
PARTE I do serviço litúrgico para o primeiro templo. Compôs 73
salmos, alguns de caráter muito íntimo (51) e outros para
louvor público (67 e 115), mas quase sempre retratando
Panorama nos livros alguns acontecimentos de sua vida (3; 18; 34
etc.).
Certamente ele foi o primeiro a arrumar um hinário para
ser usado nos cultos, é o que nos revela o texto de Salmo
72.20.
c) Salomão constrói o templo, compõe seus salmos,
assim como Asafe, filhos de Coré, Etã e Hemã.
Eram quatro mil cantores entoando os salmos sob a
liderança dos diretores de música Asafe, Hemã e
PARTE I Jedutum (1Cr 23.5; 25.1).
d) Alguns salmos foram compostos no cativeiro,
Panorama quando seria reerguido o segundo templo (já que o
templo de Salomão fora destruído por
Nabucodonosor). Parece ter sido Esdras o
colecionador e organizador final do saltério, com os
150 salmos que hoje temos.
TEMPO DA AÇÃO – Os salmos são sempre
expressões de acontecimentos vivenciados pelos
seus próprios autores, e assim o tempo da ação
do livro de Salmos percorre cerca de mil anos,
indo de Moisés, no ano 1440 a.C., a Esdras, em
PARTE I torno de 450 a.C.
Panorama VERSOS-CHAVE – 150.1,2: “Aleluia! Louvem a
Deus no seu santuário, louvem-no em seu
magnifico firmamento. Louvem-no pelos seus
feitos poderosos, louvem-no segundo a
imensidão de sua grandeza!”
TEMA – LOUVOR A DEUS EM TODAS AS
CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA

CONTEÚDO
PARTE I
Este é o livro da Bíblia mais lido, conhecido e
Panorama citado por homens e pelos próprios outros livros
das Escrituras Sagradas. Isto se deve, sem
dúvida alguma, à abrangência, utilidade,
pragmatismo, beleza e profundidade que há em
seu conteúdo.
São todas as nossas situações cotidianas
encontrando explicações, soluções e curas. São
expressões de ações de graça, adoração,
quebrantamento, perplexidade, dúvidas, clamor
por libertação, lágrimas e júbilo, traduzidos sob
PARTE I a forma de louvor diante do Senhor.
Em seu conteúdo traz a confissão de pecados, a
Panorama recordação da atuação divina na história de
Israel com poder e misericórdia, profecias sobre
o Messias em seu poder, obras, vida, morte e
ressurreição e ainda teologia a respeito do
caráter, vontade e atributos de Deus.
DIVISÃO – Há uma divisão existente no próprio
livro que divide os Salmos em cinco livros. Na
opinião de muitos estudiosos, eles foram assim
divididos para corresponderem ao Pentateuco,
terminando sempre cada um dos livros com
PARTE I uma doxologia, e desta forma teríamos:
Panorama a) Livro I – Salmos 1–41: Corresponde a Gênesis,
e seu tema principal é o homem, seu estado de
bem-aventurança, queda e restauração (Ex.: Sl
8). Quase a totalidade destes salmos pertence a
Davi.
b) Livro II – Salmo 42–72: Corresponde a
Êxodo, e seu tema principal é o cativeiro de
Israel, sua redenção e o Redentor (Ex.: Sl 42;
68). Alguns destes salmos são dos filhos de
PARTE I Coré, mas a maior parte é de Davi.
Panorama c) Livro III – Salmo 73–89: Corresponde a
Levítico, e seu tema principal é o santuário
(Ex.: Sl 73; 84). Alguns salmos são dos filhos
de Coré, porém, a maioria é de Asafe.
d) Livro IV – Salmo 90–106: Corresponde a
Números, e seu tema principal é a
peregrinação na terra, o deserto (Ex.: Sl 106 e
PARTE I 90). A maioria destes salmos é anônima.

Panorama e) Livro V – Salmo 107–150: Corresponde a


Deuteronômio, e seu tema principal é a
Palavra de Deus (Ex.: SI 119). Muitos deles
são de Davi, mas a maioria é anônima.
ESBOÇO DO LIVRO – É o maior livro da
Bíblia, possuindo 150 capítulos e 3.451
versículos. Não pode ser esboçado com
PARTE I facilidade tal a sua variedade de temas e
assuntos abordados.
Panorama Entretanto, várias classificações são feitas,
tomando-se por base diferentes critérios.
A seguir algumas classificações:
a) SALMOS DE INSTRUÇÃO: Usados para
louvor ao Senhor e concomitante instrução
do povo (ex.: 1; 6; 19; 82; 90; 119; 131).
PARTE I
b) SALMOS DE LOUVOR E ADORAÇÃO
Panorama (ex: 8; 23; 24; 91; 103; 136; 148).
c) SALMOS DE AÇÕES DE GRAÇA (ex: 18;
34; 81; 85; 116).
d) SALMOS DEVOCIONAIS: Os que
louvavam exprimindo arrependimento e
confiança em Deus; orações (ex.: 3; 27; 32; 38;
44; 51; 120).
PARTE I e) SALMOS HISTÓRICOS: Aqueles que
recordam grandes feitos do Senhor na
Panorama história do povo (ex.: 78; 105; 106).
f) SALMOS MESSIANICOS: São proféticos a
respeito de Cristo (ex: 2; 16; 22; 40; 45; 72;
110; 118).
g) SALMOS ACRÓSTICOS: Para facilitar a
memorização, iniciavam seus versos com a
sequência do alfabeto hebraico (ex.: 9; 10; 25; 34; 37;
111; 112; 119; 145).

PARTE I h) SALMOS IMPRECATÓRIOS: Eles impetravam


maldição do Senhor sobre os inimigos do salmista;
Panorama do povo e do Senhor (ex.: 52; 58; 59; 69; 109: 140).
i) SALMOS DE ROMAGEM OU DOS DEGRAUS:
Eram cantados quando o povo voltava do cativeiro e
quando anualmente subiam ao templo em Sião para
as festas (ex.: 120; 134).
1) Os autores sagrados citam os salmos 112
vezes em seus escritos, abrangendo 97 dos
150 Salmos. Veja alguns poucos exemplos:
 Efésios 4.26 – Salmo 4.4.
PARTE II
 1 Pedro 2.3 – Salmo 34.8.
Análise  Lucas 1.53 – Salmo 107.9.
 Apocalipse 5.9 - Salmo 144.9; 14.1-3.
 Romanos 3.10-18 – Salmo 14.1-3; 53.1-3; 5.9;
140.3; 10.7; 36.1.
2) A palavra Selá (Sl 66.15), que aparece cerca de
70 vezes nos salmos, pode ter vários
significados:

PARTE II a) Mudança na melodia do acompanhamento.


b) Pausa musical com descanso para as vozes.
Análise c) Uma exclamação de louvor como “Glória a
Deus!”
d) Início de uma nova estrofe.
e) Sinal para elevação da voz.
3) A palavra “Aleluia” deve ser traduzida
como “Louvai ao Senhor”. Ela é uma palavra
composta de duas outras: hallel (louvar) e Yah
(abreviatura de YHWH - SENHOR).
PARTE II 4) Muitos encontram dificuldades no
entendimento dos salmos imprecatórios,
Análise onde o salmista pede a Deus que derrame
sua ira sobre os seus inimigos, chegando
mesmo a usar expressões violentas. Alguns
estudiosos do assunto afirmam que:
a) Na maioria das vezes, o inimigo focalizado no
salmo não deve ser visto como um indivíduo
pessoal, que guerreia contra outro indivíduo,
mas o simbolismo de inimigos do próprio Deus,
sejam Satanás ou sistemas, sobre os quais
PARTE II realmente recaem terríveis maldições.
Análise b) Nem sempre é possível distinguir no hebraico
o significado das expressões “que isto aconteça”
e “isto acontecerá”. Desta forma, o que é
expresso como um desejo do salmista pode ser,
na verdade, um anúncio profético.
c) Os salmistas não estão vivendo sob o
espírito do evangelho, mas sob a antiga lei
da retribuição de Levítico 24.17-20.
5) Stanley Elissen, em seu livro Conheça
PARTE II melhor o Antigo Testamento, afirma que “os
cinco salmos finais (146-150) dão ao livro de
Análise Salmos seu clímax de encerramento e
síntese”. Cada um desses capítulos começa e
termina com “Aleluia” ou “Louvai ao
Senhor”.
 Salmo 146: Quando louvar ao Senhor? –
“Enquanto eu viver”.
 Salmo 147: Por que? “Porque é bom e
amável cantar louvores ao nosso Deus”.
PARTE II  Salmo 148: Quem? “Toda a criação, todos os
povos”.
Análise  Salmo 149: Onde? “No santuário, nas festas,
nos leitos, nas guerras”.
 Salmo 150: É o resumo: quem, onde, por
que, como e por quem será dado o louvor.
6) Outra divisão do livro de Salmos, citada
por Henrietta Mears, em seu livro Estudo
panorâmico da Biblia, é:
a) Livro I – Salmo 1–41: o homem, sua bem-
PARTE II aventurança, queda e restauração.
b) Livro II – Salmo 42–72: Israel.
Análise c) Livro III – Salmo 73–89: o santuário.
d) Livro IV – Salmo 90–106: a terra.
e) Livro V – Salmo 107–150: a Palavra de
Deus.
7) Há algumas diferenças de correspondência
entre os números dos Salmos da nossa Bíblia
protestante e a Bíblia católica. Isto se deve a:
a) Na Septuaginta, versão grega, de onde
procedem a Vulgata Latina e a Bíblia católica, os
PARTE II Salmos 9 e 10 foram reunidos em um só, e, desta
forma, até o Salmo 114, o número dos Salmos da
Análise Bíblia católica é inferior em um número ao total
de nossos Salmos.
b) Na Septuaginta, o Salmo 114 foi unido com o
115, formando um só, possuindo na Bíblia
católica esta união, o salmo de número 113.
c) Assim, a diferença numérica é agora de
dois números, mas...
d) Nosso Salmo 116 é dividido em dois na
PARTE II Septuaginta, correspondendo, então, aos de
número 114 e 115 da Bíblia católica.
Análise e) Da mesma forma, o nosso Salmo 147 foi
desmembrado nos Salmos 146 e 147 da Bíblia
católica, encerrando os dois saltérios, o
protestante e o católico com 150 salmos.
Esquematicamente ficaria assim:

BÍBLIA BÍBLIA
PROTESTANTE CATÓLICA
Salmos 9 e 10 9
PARTE II Salmos 114 e 115 113
Salmos 116 114 e 115
Análise Salmos 147 146 e 147
Total 150 150
8) CRISTO EM SALMOS – Um dos temas
predominantes nos Salmos é o tema do
Messias. Cerca de 10% ou 16 dos Salmos
podem ser classificados como Salmos
PARTE II Messiânicos. São eles: 2; 8; 16; 22; 23; 24; 40;
41; 45; 68; 69; 72; 89; 102; 110; 118.
Análise Os escritores destes Salmos, que são vários,
relatam muito da Pessoa de Cristo, a Sua
vida, rejeição, sofrimento e rejeição. Estes
Salmos são muitas vezes citados e
interpretados no Novo Testamento.
A BÍBLIA SAGRADA . Trad. João
Ferreira de Almeida. (revista e
atualizada no Brasil). 2. ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
REFERÊNCIAS

GALIARDI JÚNIOR, Angelo.


Panorama do Antigo Testamento. 3.
ed. Santo André: Geográfica, 2014.

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