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Curso de Manejo de águas pluviais

Capitulo 226-Condutividade hidráulica em função do diâmetro da partícula D10


Engenheiro Plínio Tomaz www.pliniotomaz.com pliniotomaz@gmail.com 28/10/19

Capítulo 226-Condutividade hidráulica em função


do diâmetro da partícula D10

226-1
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Capítulo 226-Condutividade hidráulica em função do diâmetro da


partícula

226.1- Introdução
Ao se fazer um projeto de infiltração, como bacia de infiltração,
trincheira de infiltração ou dry well, precisamos saber a condutividade
hidráulica K.
Normalmente é usado o método do duplo anel.
Vamos apresentar um método diferente, que é obter a
condutividade hidráulica baseada na amostra granulométrica do solo.

226.2 Literatura existente


Pesquisando a literatura técnica existente, encontramos 6 equações
mais utilizadas:

Fórmula de Hazen
Fórmula de Kozeny-Carman
Fórmula de Beyer
Fórmula de Slichter
Fórmula de Tersaghi
Fórmula de Salarashagen, 2012

Há duas considerações importantes para aplicação das fórmulas:


A primeira que elas são feitas para determinados intervalos de
diâmetro da partícula D10.
A partícula D10 é o diâmetro que retém 10% do peso da amostra e
é muito usada quando queremos achar a infiltração.
A segunda é o uso do coeficiente de Uniformidade da partícula.
Devemos ter cuidado quando fazermos a síntese, sabermos como foi
feita a análise, isto é, os intervalos onde a fórmula pode ser aplicada
conforme Tabela (226.1).

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Tabela 226.1- Restrições das fórmulas em relação ao coeficiente de


uniformidade e ao diâmetro d10.
Formula Coeficiente de Intervalo de aplicação
uniformidade
U=d60/d10
Fórmula de Hazen U<5 0,1mm<=d10<=3mm

Fórmula de Kozeny- d10<=3mm


Carman
Fórmula de Beyer U<20 0,06mm<=d10<=0,6mm

Fórmula de Slichter 0,01mm<=d10<=5mm

Fórmula de Tersaghi Grãos grande de areia


(melhor)
Fórmula de Salarashagen, Solos arenosos
2012

226.3 Definições básicas


Vamos recordar algumas definições;
O coeficiente de uniformidade U é obtido pela relação:
U= D60/D10
Os valores de D60 e D10 são obtidos da curva granulométrica do
solo.
Outra informação importante é a porosidade.
Conforme Vukovic a Soro, 1992 podemos obter a porosidade
usando a equação:

n= 0,255 (1+0,83U)

Sendo:
n=porosidade
U= coeficiente de uniformidade

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226.4 Equações básicas


Conforme Justine Odong no texto “Evaluatiion of empirical
formulae for determination of hydraulics conductivity based on grain size
analysis” publicado no The jornal os American Science em 2008 temos:

Fórmula de Hazen

K=(g/10υ) x 6 x 10-4 [1+10(n-0,26)] d10 2

Sendo:
K= condutividade hidráulica (m/dia)
g= aceleração da gravidade =9,81 m/s2
n= porosidade (adimensional)
d10= diâmetro da partícula que retém 10% da massa do solo (mm)
υ = viscosidade cinemática (m2/s). Depende da temperatura
10= introduzimos o valor 10 para acerto das unidades para termos m/dia

Fórmula de Kozeny-Carman, 1956


K=(g/10υ) x 8,3x 10-3 [ n3/(1-n)2] d10 2

Fórmula de Beyer
K=(g/10υ) x 6x 10-4 [ log(500/U)] d10 2

Fórmula de Slitcher
K=(g/10υ) x 1x 10-2 x n 3,287 x d10 2

Fórmula de Tersaghi
K=(g/10υ) x Cx[(n-0,130)/(1-n)1/3]2 x d10 2
O valor de C está no intervalo:
6,1 x 10-3<C<10,7 x 10-3
Adoto: C= 9,1 x 10 -3

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Fórmula de SDalarashagen, 2012


K= 10,06 +118,54,D10 -12,5 .D50 -7,32. D60 com R2=0,52
K =m/dia
D10,D50,D60: em mm

Exemplo 226.1- adaptado de Justine Odong


São dados 4 amostras com d10, d20, d50 e d60. Estimar os valores
da condutividade hidráulica em m/dia para diversas fórmulas.
Na Figura (216.1) estão os gráficos das 4 amostras de análise
granulométrica do solo.

Figura 226.1- Análise granulométrica das 4 amostras.

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Tabela 226.2- Dados das amostras


Exemplo d10 d20 d50 d60 U=d60/d10 n visc cinemta
(mm) (mm) (mm) (mm) M2/s
1 0,339 0,468 1,18 0,350 0,00000116
1,800 5,309
2 0,18 0,22 0,33 1,917 0,433 0,00000116
0,345
3 0,31 0,4 0,72 3,226 0,395 0,00000116
1,000
4 0,157 0,189 0,258 1,783 0,438 0,00000116
0,280

Tabela 226.3- Cálculos de K em m/dia das fórmulas mais usadas


U<5 U<20
d10<=3mm d10<=3mm 0,06mm<=d10<=0,6mm 0,25mm<=d10<=2mm
Hazen Kozeny-Carman Breyer Slitcher Tersaghi
(mdia) 0,01mm<=d10<=5mm
NA 81,693 115,106 30,78 52,56
44,9487 57,674 39,725 17,55 30,94
114,491 113,322 106,805 38,30 66,90
34,7599 45,990 30,615 13,81 NA

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226.5 Condutividade hidráulica equivalente


Na prática se faz um furo no solo e vamos obter amostras. De
espessura variável e depois fazemos uma média harmônica em que
se leva a espessura do solo e a condutividade hidráulica do solo.
Obtemos a condutividade equivalente Kequiv
Não devemos esquecer de adotar um coeficiente de segurança,
geralmente igual a 2.
Conforma Masman, Joel, 2003 é usada a média harmônica para
achar o Kequiv.

Sendo:
Kequiv= condutibilidade equivalente (m/dia)
d= profundidade total da coluna de solo (m)
di= espessura de cada camada “i” analisada (m)
Ki= condutividade do solo de cada camada (m/dia)
Nota: observamos que a média aritmética é maior que a geométrica e esta
última é maior que a harmônica.

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226.6 Recomendações de testes em bacias de infiltração


Conforme Massman,2003 a profundidade dos furos para sondagem
em uma bacia de infiltração deve no mínimo 2,5 vezes a profundidade da
lagoa a partir do fundo.
Assim uma lagoa com 2,0m de profundidade, a sondagem deverá
ser feita 2,5 x 2,0m= 5m abaixo do fundo da bacia de infiltração.
Deve ser feito no mínimo dois testes por bacia de infiltração. O
recomendado é que fazer um teste para cada 500m2 de área de bacia de
infiltração.
Profundidade da bacia deve ser maior que 0,60m. A profundidade
ideal está em torno de 1,5m.
Duração da chuva < 8h
Considerar área do fundo mais a projeção horizontal dos taludes
como área de infiltração. Eu considero somente a área do fundo para
infiltração.

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228.7 Pesquisas feitas em Sobrado, Bahia,2019


O objetivo desta pesquisa é usar uma fórmula existente que fornece
a condutividade hidráulica em função do diâmetro d10 da análise
granulométrica local.
Foram feitas 11 sondagens de duplo anel na área que estão na
Tabela (226.4).

Tabela 226.4- Condutividade hidráulica em mm/h de onze ensaios de


duplo anel
Duplo anel
Numero K(mm/h)
1 931
2 782
3 1504
4 1096
5 1524
6 925
7 849
8 1128
9 1189
10 584
11 941
média 1041,18
Desv padr 287,84

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Foram feitos 12 ensaios de granulometria na área conforme Tabela


(226.5).

Tabela 226.5- Ensaios de granulometria onde foram extraídos valores de


D10,. D50 e D60

Exemplo d10 d50 d60


(mm) (mm) (mm)

1 0,16 0,26 0,29


2 0,17 0,26 0,3
3 0,17 0,29 0,32
4 0,14 0,24 0,26
5 0,16 0,25 0,28
6 0,17 0,3 0,32
7 0,16 0,25 0,29
8 0,13 0,23 0,26
9 0,16 0,25 0,28
10 0,13 0,25 0,28
11 0,16 0,25 0,29
12 0,13 0,22 0,25
Media 0,15 0,25 0,29
Desv pad 0,02 0,02 0,02

Com os ensaios de granulometria onde obtivemos D10, D50 e D60


vamos calcular para os 12 ensaios, os valores da condutividade hidráulica
em m/dia e mm/h e considerando as cinco equações mais usadas.
Usamos D60 para junto com D10 calcular o coeficiente de
uniformidade U=D60/D10.
O valor D50 poderá ser usado em outros estudos, como aplicação do
método de Schields.

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Tabela 226.6-Cálculo da condutividade hidráulica em relação a D10 para


5 equações mais usadas
1 2 3 4 5 6 7
c Exemplo de Sobrado na Bahia bom

Exemplo d10 d50 d60 U=d60/d10 n visc cinemta


(mm) (mm) (mm) (m2/s)
1 0,16 0,26 0,29 1,8 0,437 0,00000116
2 0,17 0,26 0,3 1,8 0,439 0,00000116
3 0,17 0,29 0,32 1,9 0,435 0,00000116
4 0,14 0,24 0,26 1,9 0,435 0,00000116
5 0,16 0,25 0,28 1,8 0,439 0,00000116
6 0,17 0,3 0,32 1,9 0,435 0,00000116
7 0,16 0,25 0,29 1,8 0,437 0,00000116
8 0,13 0,23 0,26 2,0 0,431 0,00000116
9 0,16 0,25 0,28 1,8 0,439 0,00000116
10 0,13 0,25 0,28 2,2 0,426 0,00000116
11 0,16 0,25 0,29 1,8 0,437 0,00000116
12 0,13 0,22 0,25 1,9 0,433 0,00000116
Media 0,15 0,25 0,29
Desv pad 0,02 0,02 0,02

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Tabela 226.7-Cálculo da condutividade hidráulica em relação a D10 para


5 equações mais usadas
8 9 10 11 12 13
U<5 U<5 U<20
d10<=3mm d10<=3mm d10<=3mm 0,06mm<=d10<=0,6mm
Hazen Hazen Kozeny-Carman Breyer
(mdia) mm/h mm/h mm/h
36,0 1499 47,269 1970 31,704 1321
40,8 1702 54,274 2261 35,961 1498
40,3 1678 52,069 2170 35,550 1481
27,4 1141 35,626 1484 24,168 1007
36,2 1510 48,329 2014 31,902 1329
40,3 1678 52,069 2170 35,550 1481
36,0 1499 47,269 1970 31,704 1321
23,2 967 29,233 1218 20,563 857
36,2 1510 48,329 2014 31,902 1329
22,8 949 27,748 1156 20,287 845
36,0 1499 47,269 1970 31,704 1321
23,4 976 30,020 1251 20,709 863
33,22 1384,00 43,29 1803,82 29,31 1221,20
6,99 291,21 9,76 406,51 6,11 254,72

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Tabela 226.8-Cálculo da condutividade hidráulica em relação a D10 para


5 equações mais usadas

14 15 16 17 18 19

0,25mm<=d10<=2mm
Slitcher Tersaghi Salarashagen, 2012
0,01mm<=d10<=5mm mm/h mm/h Ks(m/d) mm/h
14,24 593 27,22 1134 23,65 985,57
16,27 678 31,11 1296 24,77 1031,91
15,79 658 30,17 1257 24,24 1010,18
10,78 449 20,60 858 21,75 906,35
14,47 603 27,66 1153 23,85 993,83
15,79 658 30,17 1257 24,12 1004,98
14,24 593 27,22 1134 23,78 990,78
8,96 374 17,12 713 20,69 862,17
14,47 603 27,66 1153 23,85 993,83
8,63 360 16,46 686 20,30 845,65
14,24 593 27,22 1134 23,78 990,78
9,14 381 17,46 727 20,89 870,43
13,08 545,17 25,00 1041,86 22,97 957,20
2,87 119,39 5,49 228,59 1,59 66,06

226-13
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Teste de hipóteses
Baseado no livro Modeling hydrologiuc change de Richard McCuen.
Vamos fazer teste de hipótese para duas amostras independentes
chamada de t Test: Two sample t TEST.
Temos duas populações diferentes, uma da medida de ensaio de
duplo anel e outra de ensaio de granulometria usando a partícula D10.
Queremos estudar os momentos: média, desvio padrão se são iguais
ou não.
As amostras são totalmente independente uma da outra.
Ho= teste para ver se as médias são iguais
d= ensaio de duplo anel
g=granulometria

Ho: µd = µg

Alternativa
Ha1: µd< µg

Significa que a média do duplo anel é menor que a média obtida na


granulometria

Escolhemos o modelo t Statistic

Sendo:
t statistic
X1= média da primeira amostra considerada amostra básica

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X2= média da segunda amostra


N1= quantidade de elementos na primeira amostra=12
N2= quantidade de elementos na segunda amostra=11
Sp= desvio padrão onde entra as variâncias das populações 1 e 2 e
quantidade de elementos de cada uma.

Sendo:
Sp^2= variância das variâncias
N1= quantidade de elementos na primeira amostra
N2= quantidade de elementos na segunda amostra
S1^2= variância da primeira amostra
S2^2= variância da segunda amostra

υ = graus de liberdade= n1 + n2 -2 =12+11-2= 21

Temos que comparar o t statistic calculado com o t statistico crítico


obtido na Tabela A2.

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Tabela 226.9-Cálculo de hipótese t estatístico para comparação das


1 2 3 4 5 6
Duplo anel
x1 n1 S1 x2 n2 s2
1041,18 12 221 1384,00 11 291,21
1041,18 12 221 1803,82 11 406,51
1041,18 12 221 1221,20 11 254,72
1041,18 12 221 545,17 11 119,39
1041,18 12 221 1041,86 11 228,59
1041,18 12 221 957,20 11 66,06

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Tabela 226.10-Cálculo de hipótese t estatístico para comparação das


médias
7 8 9 10

Sp^2 Sp t
65967,00 256,84 -3,20 Hazen
104273,03 322,91 -5,66 Kosegni Carman
56478,85 237,65 -1,81 Breyer
32371,02 179,92 6,60 Slitcher
50466,22 224,65 -0,01 Terzaghi
27661,45 166,32 1,21 Salarashagen,
2012

Considerando nível de significância de 0,5%, ou seja, 0,005


achamos na Tabela A2 de McCuen em anexo, tc=2,831 mostrando que a
fórmulas de Terzaghi atende o solicitado então aceitar como certa a
hipótese de usarmos o d10 com a fórmula de Tersaghi
Portanto, a melhor média é de Tersaghi seguida pela formula de
Salarashgen, 2012.

Fórmula de Tersaghi
K=(g/10υ) x Cx[(n-0,130/(1-n)1/3]2 x d10 2
O valor de C está no intervalo:
6,1 x 10-3<C<10,7 x 10-3
Usando C=9,1 x 10^-3 obtemos média praticamente igual aos
ensaios de duplo anel.
O coeficiente de uniformidade U é obtido pela relação:
U= D60/D10
Os valores de D60 e D10 são obtidos da curva granulométrica do
solo.
Porosidade.

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Conforme Vukovic a Soro, 1992 podemos obter a porosidade


usando a equação:

n= 0,255 (1+0,83U)
Sendo:
n=porosidade
U= coeficiente de uniformidade

Conclusão: Podemos usar a fórmula de Tersaghi, com C=9,8 x 10^-3.


Boa para grãos de areia grande
K=(g/10υ) x (9,8 x 10^-3)x[(n-0,130/(1-n)1/3]2 x d10 2

O coeficiente de uniformidade U é obtido pela relação:


U= D60/D10
Os valores de D60 e D10 são obtidos da curva granulométrica do
solo.

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Exemplo 226.2- Calcular a condutividade hidráulica


usando a fórmula de Tersaghi para os seguintes dados:
D10= 0,15mm
D50= 0,25mm
D60=0,29

Cálculos:
Coeficiente de uniformidade U
U=D60/D10= 0,29/0,15= 1,93

Porosidade “n”
n= 0,255 (1+0,83U)
n= 0,255 (1+0,83 1,93) =0,433

K=(g/10υ) x (9,8 x 10^-3)x[(n-0,130/(1-n)1/3]2 x d10 2

K=(9,81/10x1,16x10^-6) x (9,1 x 10^-3)x[(0,433-


0,130/(1-0,4331/3]2 x 0,15 2
K=24,7 m/dia
K=1029mm/h

A média obtida nos ensaios de duplo anel foi de


1041,18 mm/h. O erro foi de 1% que é muito baixo.
Adotamos coeficiente de segurança igual a 2 para
uso da condutividade hidráulica.
K= 1040/2= 520 mm/dia que será usado nos cálculos
de infiltração.

226-20
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 226-Condutividade hidráulica em função do diâmetro da partícula D10
Engenheiro Plínio Tomaz www.pliniotomaz.com pliniotomaz@gmail.com 28/10/19

Exemplo 226.3- Calcular a condutividade hidráulica


usando a Fórmula de Salarashagen,2012 para os seguintes
dados:
D10= 0,15mm
D50= 0,25mm
D60=0,29

K= 10,06 +118,54,D10 -12,5 .D50 -7,32. D60


K= 10,06 +118,54x0,15 -12,5x0,25 -7,32x0,29
K=22,97 m/dia= 957,20 mm/h

A média obtida nos ensaios de duplo anel foi de


1041,18 mm/h. Portanto, o erro foi de 8%, o que mostra
que a fórmula de Tersaghi é a melhor.

Exemplo 226.4- Calcular a condutividade hidráulica


usando a fórmula de Beyer para os seguintes dados:
D10= 0,15mm
D50= 0,25mm
D60=0,29

Cálculos:
Coeficiente de uniformidade U
U=D60/D10= 0,29/0,15= 1,93 <20 OK

K=(g/10υ) x 6x 10-4 [ log(500/U)] d10 2

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K=(9,81/10x1,16 x 10^-6) x 6x 10-4 [ log(500/1,93)]


0,15 2
K=28,987 m/dia
K=1208
mm/h

A média obtida nos ensaios de duplo anel foi de


1041,18 mm/h. Portanto, o erro foi de 16%, o que mostra
que a fórmula de Tersaghi é a melhor.

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226.8- Bibliografia de livros e textos consultados


-MASSMAN, JOEL. A design manual for sizing infiltration ponds. 72
páginas, outubro de 2003. Final report. Washington State Depattment of
Transportation.
-MCCUEN, RICHARD. Probability, statistics and reliability for engineers
and scientists. Amazon/Kindle. Ano 2011.
-MCCUEN, RICHARD. Modeling hydrologic change- Statistical methods.
Amazon/Kindle, ano 2003.
-SALARASHAGEN A. F. e SIOSEMARDE, M. Prediction of soil
conductivity from particle size distribution. Word Academy of Science and
Technology, 2012

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