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A Mensagem de

Eclesiastes para Hoje!


Panorama e Análise
Rev. Deivinson Bignon
a) NOME – No hebraico é Qohelet, que
significa “O pregador (em uma assembleia).
PARTE I No grego é Eclesiastes, ou “Palavras do
pregador”. Talvez este material tenha sido
Panorama discursado publicamente com finalidades
instrutivas aos seus ouvintes.
b) AUTOR – Como o próprio livro, a autoria
é enigmática. Alguns creem ser Salomão,
PARTE I baseando-se para isto em 1.1,12,16 e 12.9.
Mas outros contestam, questionando: como
Panorama seria Salomão se o autor afirma em 1.12: “Fui
rei” (no hebraico) e “a sabedoria estava longe
de mim”, em 7.23.
Argumentos a favor da autoria salomônica:
a) Ao identificar-se, o autor se apresenta como o
sábio rei de Israel, filho de Davi (1.1,12,16; 2.9);

PARTE I b) Compôs e reuniu muitos provérbios (12.9);


c) A tradição judaica afirma ser Salomão o autor;
Panorama d) O autor do livro era sábio, rico e vitorioso:
passou por momentos de queda espiritual e, ao
final, se levantou novamente. Como a história de
Salomão.
c) DATA DA ESCRITA – Aceitando Salomão
como autor de Eclesiastes, a data da escrita
deve ter sido ao final de seu reinado,
aproximadamente 935 a.C.
PARTE I
d) TEMPO DA AÇÃO – Este livro seria um
Panorama discurso reflexivo de arrependimento ao
final de sua vida, o que solucionaria a
questão deixada em 1Res 11, sobre a
apostasia de Salomão.
e) VERSO-CHAVE – 2.11: “Contudo, quando
avaliei tudo o que as minhas mãos haviam
feito e o trabalho que eu tanto me esforçava
PARTE I para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi
correr atrás do vento; não há qualquer
Panorama proveito no que se faz debaixo do sol”.
f) TEMA – A FUTILIDADE DA VIDA
HUMANA SEM DEUS.
g) CONTEÚDO
O livro de Eclesiastes é, sem dúvida
nenhuma, um dos mais difíceis de análise e
interpretação em toda a Bíblia. Sua
PARTE I construção é complexa, onde intercala
testemunhos pessimistas, apáticos, quase
Panorama pagãos (1.13,16-18; 2.3,8-11;23; 4.2,3), com
confissões de fé piedosas (12.1,13,14).
É um sermão dialético, onde dois pontos de
vista intercalam-se sucessivamente até o fim.
Ao final de sua vida, depois de grandes
obras e de usar santamente a sabedoria e os
recursos materiais dados por Deus, Salomão
PARTE I desviou-se do Senhor (1Rs 11.1-8), passando
a viver na idolatria e no pecado (Ec 2.1-11) e
Panorama aí aplicando sua sabedoria na busca do
significado da vida humana, agora sem a
perspectiva de Deus (Dt 17.14-20).
Há quatro frases-chave no livro e elas nos
ajudam, por sua frequência de repetições, a
compreender o estado de Salomão e seus
propósitos. “Eu vi” e “debaixo do sol”,
PARTE I retratam a limitação em que ele se
encontrava, sem a presença de Deus e a
Panorama perspectiva que tinha da vida e de tudo sem
olhar para cima, descrendo dos propósitos e
da intervenção de Deus na existência
humana.
Como resultado desta situação, deste estado,
ele conclui que “tudo era vaidade” e “correr
atrás do vento”, tudo era futilidade, vazio.
PARTE I As conclusões apresentadas no livro a partir
deste tempo distante de Deus não são
Panorama inspiradas pelo Senhor. Porém, o registro
delas, sim, serve para nossa reflexão quanto
à visão da vida e à interpretação dos fatos
para um homem sem Deus.
Eclesiastes é um discurso de Salomão ante
uma assembleia, após novamente cair em si e
PARTE I arrepender-se, e em meio às perplexas
lembranças de seu tempo de pecado, ele
Panorama acaba concluindo suas palavras e
compartilhando com seus ouvintes fortes
afirmações piedosas (caps. 11-12).
h) DIVISÃO – O livro pode ser dividido em
três partes:
1) A experiência do pregador – capítulos 1-4.
PARTE I A vaidade das coisas terrenas.
Panorama 2) Exortação à luz desta experiência –
capítulos 5-10.
3) Conclusão do pregador – capítulos 11-12.
i) ESBOÇO DO LIVRO – O livro de
Eclesiastes possui 12 capítulos com 222
versículos. Excetuando-se os textos de 3.2-8;
PARTE I 7.1-14; 11.17 e 12.7, o livro está todo escrito
em prosa, sendo esta a razão principal para
Panorama que o livro não esteja incluído entre os livros
poéticos na classificação tradicional dos
judeus.
j) ESBOÇO – Dentre muitíssimos esboços deste
livro, adotamos o de Samuel Schultz, em seu
livro A história de Israel (Ed. Vida Nova).
1.1-3 - O tema e propósito do livro.
PARTE I 1.4-11 - O ciclo contínuo da vida e das coisas.
1.12-18 - A sabedoria como alvo da vida.
Panorama 2.1-11 - O prazer como um objetivo.
2.12-23 - O paradoxo da sabedoria.
2.24-3.15 - A sabedoria de Deus e o propósito da
criação.
3.16-22 - A responsabilidade do homem perante
Deus.
4.1-16 - A vida dos oprimidos é vã.
5.1-17 - A vaidade da religião e das riquezas.
PARTE I 5.18-6.12 - A capacidade de desfrutar é dada por
Deus.
Panorama 7.1-19 - Temperança prática em tudo.
7.20-29 - O homem caiu de seu estado original.
8.1-17 - A análise do homem se limita a esta
vida.
9.1-12 - A vida existe para aprazimento do
homem.
PARTE I 9.13-10.20 - A sabedoria é prática e benéfica.
Panorama 11.1-12.7 - Conselhos aos jovens.
12.8-14 - O temor a Deus como conclusão.
1) Neste livro, o nome de Deus – Jeová
– aquele com o qual o Senhor se
apresenta e trata com o homem em
PARTE II missão redentora, não aparece.
Análise Entretanto, a sabedoria de Deus e seu
poder criador são enfatizados por
outro nome de Deus – Elohim –, que
aparece mais de 40 vezes.
2) Eclesiastes também enfatiza a eternidade da
vida e o juízo de Deus por meio dos textos
(3.11-17; 11.9; 12.5-7,14).
3) O problema de Salomão era como achar
PARTE II felicidade e satisfação longe de Deus (Ec 1.1-3).
Ele busca na ciência (1.4-11) e na filosofia
Análise (1.12-18), mas em vão. Descobre que o prazer
(2.1-11), a alegria (2.1), a bebida (2.3), a
construção (2.4), as possessões (2.5-7), a
riqueza e a música (2.8) são todos vazios.
Em termos de correntes filosóficas,
experimentou o materialismo (2.12-26),
o fatalismo (3.1-15), o deísmo (3.1-4.16),
PARTE II mas também eram vãs. A religião (5.1-
18), a riqueza (5.9-6.12) e até a
Análise moralidade (7.1-12.12), são igualmente
inúteis. Sua conclusão está em 12.13:
“Tema a Deus e obedeça aos seus
mandamentos”.
4) O livro de Eclesiastes é lido anualmente na
Festa dos Tabernáculos.
5) Comparando-se os dois livros da sabedoria
de Salomão, Provérbios e Eclesiastes, pode-se
PARTE II concluir que Provérbios foi escrito no período
em que ele estava próximo de Deus e falava a
Análise respeito da sabedoria humana aliada ao temor
do Senhor; enquanto que em Eclesiastes ele
refletiu o período de sua distância de Deus e
tratou da sabedoria humana sem a perspectiva
divina.
6) CRISTO EM ECLESIASTES – Embora o
Livro do Eclesiastes não contenha
profecias diretas ou tipológicas de Jesus
Cristo, ele antecipa uma porção de seus
PARTE II ensinamentos. Em Mateus 6.19-21, Jesus
adverte contra a busca de riquezas nesta
Análise vida, enfatizando que o tesouro deve ser
buscado na próxima vida, uma
perspectiva que reproduz a acusação do
Pregador sobre o materialismo em 2.1-
11,18-26; 4.4-6; 5.8-14.
A ênfase que Jesus põe no céu reflete, de igual
forma, o desespero do Pregador em achar
valor verdadeiro “debaixo do sol” (nesta vida).
O Pregador chega à conclusão de que o valor
verdadeiro está na reverência e na obediência
PARTE II a Deus (12.13), e isso reflete o ensinamento de
Jesus de que os valores de alguém devem ser
Análise determinados, primeiramente, por uma
atitude apropriada em relação a Deus (Mt
22.37, citando Dt 6.5), e, então, por uma atitude
apropriada para com os seres humanos, seus
semelhantes (Mt 22.39, citando Lv 19.18).
A BÍBLIA SAGRADA . Trad. João
Ferreira de Almeida. (revista e
atualizada no Brasil). 2. ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
REFERÊNCIAS

GALIARDI JÚNIOR, Angelo.


Panorama do Antigo Testamento. 3.
ed. Santo André: Geográfica, 2014.

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