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OS SALMOS

 
 
 
OS SALMOS: O QUE SÃO?
 
Salmo é palavra grega que significa “tocar instrumento de corda”. Este
instrumento se chamava “psaltérion” e era uma espécie de harpa. Salmos
eram cânticos acompanhados por tal instrumento.
Salmos eram e são orações que refletem todo o conjunto das
experiências humanas com Deus e apresentam de maneira muito viva o
diálogo entre Deus e os seres humanos.
Os salmos são como que o resumo de todo o AT, não no sentido de
conter de tudo um pouco, mas no sentido que ali se encontra expressa,
sob todas as formas possíveis, aquela atitude que deve caracterizar o
homem que se dispõe a viver a vida como resposta ao apelo de Deus:
caminhar com a certeza na frente e a história na mão.
 
 
A ORIGEM DOS SALMOS E A LENTA FORMAÇÂO DO LIVRO.
 
O Livro dos Salmos é um conjunto de 150 composições reunidas num
livro para fins litúrgicos. Teve origem não como bloco único de orações,
mas como estados diferentes de alma que se deram ao longo da história
de Israel. Os salmos acompanhara todas as ocorrências nacionais e
privadas do povo de Deus. Cada época contribuiu para enriquecer o que
tinha recebido da época precedente.
Ao lado de salmos antiqüíssimos, até de época pré-israelita (Sl 29),
temos salmos muito recentes, de algumas décadas anteriores ao
cristianismo quando o livro teve sua sistematização definitiva.
É quase impossível estabelecer o tempo em que cada salmo foi escrito.
Para alguns temos situações particulares que nos dão indicações precisas
(Ex. Salmo 51), mas para a maioria só podemos dizer que já eram
cantados em determinadas épocas porque são citados por autores...
 
 

DIVISÃO, ESTRUTURA DO LIVRO DOS SALMOS E


NUMERAÇÃO.
 
Os salmos apresentam duas numerações, uma dada pelo texto grego e
outra pela
tradução do texto hebraico feita pela Bíblia de Jerusalém. Esta
numeração diferente começa pelo desdobramento do salvo 9 e acaba
pela fusão dos salmos 146 e 147.
Portanto o número dos Salmos permanece sempre 150, quer no texto
grego quer no texto hebraico.
Aqui usaremos somente a numeração do texto hebraico.
O livro dos Salmos nasceu pela fusão de diversas coleções de autores
diferentes. Por isto alguns salmos aparecem duas vezes por pertencerem
a coleções diferentes (Ex: salmo 14 = 53; Salmo 57,8-12 = 70 etc..)
O saltério se divide em 5 parte, uma divisão que é muito antiga. Cada
uma destas termina com uma doxologia. As cinco partes são:
 
1ª – Salmos 1 até salmo 41
2ª - Salmo 42 até salmo 72
3ª – Salmo 73 até salmo 89
4ª – Salmo 90 até o Salmo 106
5ª – Salmo 107 até o Salmo 150.
 
CURIOSIDADE SOBRE OS SALMOS
 
Nos Salmos Deus é invocado com nomes diferentes o que indica o dedo
das tradições.
 
1ª parte- Javé aparece 272 vezes e Eloim 15 vezes
2ª parte: Javé aparece 30 vezes e Eloim 164 vezes
3ª parte: Javé aparece 44 vezes e Eloim 43 vezes
4ª parte: Javé aparece 103 vezes e Eloim nunca aparece.
5ª parte: Javé aparece 236 vezes e Eloim 7 vezes.
 
Isto significa que os salmos se formaram em meios diferentes e em
épocas diferentes. Onde Javé predomina significa que o Salmo surgiu no
Sul e onde predomina Eloim o salmo teve origem nas tribos do norte.
Nos salmos aparecem também outros modos de indicar Deus: Adonai...
Por vezes se encontra também Javé-Eloim ao mesmo tempo.
 
 
Qual é o capítulo mais curto da Bíblia? - Salmo 117
Qual o capítulo mais comprido da Bíblia? - Salmo 119
Qual o capítulo que está no centro da Bíblia? - Salmo 118
Há 594 capítulos antes do Salmo 118.
Há 594 capítulos depois do Salmo 118.
Se somarmos esses dois números totaliza 1.188
Qual é o versículo que está no centro da Bíblia? - Salmo 118,8
 
Esse versículo diz algo muito importante sobre a perfeita vontade de
Deus para nossas vidas. Se alguém lhe disser que deseja conhecer a
 vontade de Deus para sua vida e que deseja estar no centro da sua
vontade, indique a essa pessoa o centro de sua palavra, isto é, o Salmo
118,8:
 
"Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem".
 
Agora, pense: seria isso uma casualidade? Ou Deus está mesmo no
centro da Bíblia e de nossas vidas?
 
VALOR ESPIRITUAL DOS SALMOS
 
A riqueza religiosa dos salmos é imensa. Eles foram as preces do AT
quando Deus inspirou os sentimentos que seus filhos devem ter a seu
respeito e as palavras de que devem servir-se ao se dirigirem a ele.
Foram recitados por Jesus, Maria e José, pelos Apóstolos e pelos
primeiros mártires. A Igreja fez deles sua prece oficial.
Aqueles gritos de louvor, de súplica, de ação de graças, emanando do
salmista nas circunstâncias de sua época e de sua experiência pessoal,
 , têm um caráter universal pois exprimem a atitude que todo homem
deve ter diante de Deus. O cristão enriquece os salmos não com novas
palavras, mas porque pela Nova Aliança se lhe revelou o sentido de sua
vida íntima e foi resgatado por Jesus que lhe infundiu seu espírito na
oração litúrgica.
Na oração litúrgica cada salmo termina com a doxologia trinitária. As
súplicas antigas se tornam, assim, mais ardentes depois que a última
Ceia, a Cruz e a Ressurreição ensinaram ao homem o amor infinito de
Deus, a universalidade e a gravidade do pecado, a glória prometida aos
justos. As esperanças, cantadas pelo salmista se realizaram. O Messias
veio, reina e todas as nações são chamadas a louvá-lo.
 
CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS
 
Salmos de Louvor: Esses Salmos foram compostos para cerimônias
litúrgicas. Eram cantados por ocasião das solenidades de Israel. Possuem
caráter comunitário que se manifesta pelo uso do diálogo, coro, refrão,
aclamação. Seus elementos característicos são: invocação a Deus,
convite ao louvor, motivos laudatórios (que encerram louvor), bênçãos e
orações.
Sob a forma de hinos, os Salmos de Louvor celebram a soberania do
Criador e do Deus da aliança. Dividem-se da seguinte forma:
 
Hinos ao Criador - Salmos 8, 19, 33 e 104
Hinos ao Senhor da história - Salmos 65, 113, 114, 117, 135, 136, 145 e
150
Hinos históricos - Salmos 78, 105 e 106
Hinos litúrgicos - Salmos 124 e 132
Cânticos de peregrinação - Salmos 120-134
Cânticos de Sião - Salmos 46, 48, 76, 84 e 122
 
Salmos da Realeza: Esses Salmos glorificam os monarcas da dinastia
de Davi como representantes de Deus. Salmos 2, 18, 20, 21, 45, 72, 89,
101, 110 e 132
Salmos da Realeza de Deus Celebram a sabedoria universal de Deus,
como Rei por excelência. Salmos 47, 93, 96-99
 

Salmos de Ação de Graças: Nas cerimônias litúrgicas os fiéis,


acompanhados de parentes e amigos, ofereciam a Deus a ação de graças
pelos favores alcançados. Esses Salmos caracterizam-se pela invocação,
convite à ação de graças, retrospecto sobre a aflição, relato da
intervenção de Deus como salvador, anúncio do sacrifício de ação de
graças, orações e promessa de louvor. Apresentam caráter individual e
coletivo.
 
Individual - Salmos 9, 18, 30, 32, 34, 40, 41, 66, 92, 107, 116, 118 e 138
Coletivo - Salmos 66, 124 e 129
 
Salmos de Lamentação e Súplica: Caracterizam-se pela lamentação,
acompanhada de oração sobre o tema do perigo de vida, a opressão do
inimigo, ou de outra circunstância aflitiva pessoal. Dividem-se, pela
natureza, em individual e coletivo.
 
Individual - Salmos 5, 6, 7, 10, 13, 17, 22, 25, 26, 28, 31, 35, 36, 38, 39,
42, 43, 51, 54-57, 59, 61, 63, 64, 69, 70, 71, 86, 88, 94, 102, 109, 120,
130, 140-143
Coletivo - Salmos 12, 14, 44, 58, 60, 74, 77, 79, 80, 83, 85, 90, 94, 108,
123, 137
 
Salmos de Confiança: Caracterizam-se também por lamentações, mas
com um forte conteúdo na confiança no Deus altíssimo. Dividem-se, por
sua natureza, em individual e coletivo.
 
Individual - Salmos 3, 4, 11, 16, 23, 27, 62, 63, 91, 121, 129 e 131
Coletivo - Salmos 46, 123, 125 e 126
 
Salmos de Vigília: Eram utilizados para a véspera de grandes
solenidades litúrgicas.
 
Salmos 5, 17, 27, 30, 57, 63 e 143
 
Salmos Didáticos ou de Sabedoria: Caracterizam-se pelas formas
estilística e temática.
 
Estilística: Reflexões, provérbios, preceitos, comparações e ilustrações
tomadas da natureza, perguntas retóricas, advertências e exortações com
a finalidade de instruir os mais ignorantes e estimular os menos
fervorosos.
Temática: Estudo da lei como fonte de bênção e felicidade, a meditação
dos ministérios da fé, a confiança pessoal em Deus, o valor da justiça
como sinônimo de vida espiritual, o homem justo como modelo, a
antítese entre justos e ímpios, a retribuição divina.
 
Os Salmos Didáticos estão classificados em:
 
Salmos alfabéticos (37, 111, 112, 119 e 145)
Salmos histórico-didáticos (78, 105 e 106)
Salmos litúrgico-didáticos (15, 25 e 134)
Salmos de exortação profética (14, 50, 52, 53, 75, 81 e 82)
Salmos sobre retribuição (37, 43, 49, 73 e 91)
Salmos de instrução ou sabedoria (1, 37, 49, 73, 112, 119, 127 e 133)

Considerações finais
 
Os Salmos, por sua natureza espiritual, representam um livro de oração
valioso para toda a humanidade em todos os tempos. Podemos dizer com
toda certeza que os Salmos são a manifestação inconteste de Deus. As
igrejas cantam os Salmos e seus membros ou freqüentadores encontram-
se com Deus. Todos os bons sentimentos do coração humano encontram
nos Salmos sua expressão maior.
Todavia, de acordo com o que nos ensinou Jesus Cristo, no que se refere
a amaldiçoar nossos inimigos não devemos nutrir esse desejo.
3 – ILUMINAÇÃO BÍBLICA
 
SALMOS ESPECIAIS PARA NECESSIDADES ESPECIAIS
 
Quando estivermos cansados ou perturbados - Salmo 4
Quando estivermos desencorajados – Salmos 13-42-43
Quando estivermos sendo perseguidos – Salmo 37
Quando estivermos solitários ou desiludidos na amizade – Salmo 41
Quando estivermos assustados por uma tempestade – Salmo 29
Quando estivermos tentados a confiar em nós mesmos – Salmos 36 - 52
Quando estivermos felizes por sentirmos a direção de Deus – Salmo 34
Quando estivermos em grande alegria - Salmos 98 - 100
Quando estivermos profundamente arrependidos – Salmo 51
Quando estivermos agradecidos a Deus pelos seus dons – Salmo 136
Quando estivermos necessitados de um refúgio – Salmo 46
Quando estivermos em perigo – Salmo 91
Quando estivermos precisando de um tônico espiritual – Salmo 27
Quando estivermos prestes a viajar – Salmos 121 – 127
Quando estivermos preocupados – Salmo 35
Quando estivermos angustiados – Salmos 7 – 22 – 32 - 34
Quando necessitarmos de confiança, coragem – Salmos 27 – 31 – 56 -
62
Quando estivermos necessitados de saúde – Salmos 6 – 27 – 39 – 41
Quando estivermos tentados – Salmos 46 – 56 – 137
Quando estivermos entre irmãos – Salmo 133
 
O Salmo da Unidade
(Salmo 133)
Por Barry Hudson

Você já esteve em férias e visitou uma igreja onde a unidade fosse uma
realidade profundamente enraizada?  Esta harmonia foi claramente vista
pelo interesse sincero, entusiasmo e felicidade entre os membros. Ou a
igreja estava com tantos atritos que você percebeu imediatamente? A
unidade entre os cristãos é, às vezes como dois porcos-espinhos
friorentos encostados um ao outro; eles precisam um do outro, mas se
espinham um no outro!

O Salmo 133 nos dá o lado positivo da unidade.  É um cântico de


ascensão que significa que quando os peregrinos subiam ao Monte Sião
cantavam este Salmo juntos.  Uma das razões pelas quais Deus escolheu
um lugar para adoração foi preservar a unidade da nação.  O pecado de
Jeroboão na adoração do bezerro quebrou a unidade que aquela adoração
em Jerusalém preservava.
No versículo 1, Davi diz que a unidade é boa e agradável.  A palavra
hebraica para agradável é usada de vários modos para a harmonia da
música, para um campo coberto de trigo e para a doçura do mel.  A
unidade é tão doce como o mel ou tão harmoniosa como um cântico bem
cantado.  Davi tinha visto bastante desunião em seu tempo de modo que,
quando a nação foi reunida, que gloriosa era!  Algumas pessoas têm
prazer no conflito, mas como precisamos desenvolver um coração que se
agrada com a unidade!

Nos versículos 2-3, Davi dá duas ilustrações para descrever a bem-


aventurança em tal unidade.  Primeiro, ele se refere ao precioso óleo. 
Este óleo santo continha mirra, canela, junco perfumado e cássia. 
Quando o sumo-sacerdote chegava, podia-se sentir esta suave
fragrância.  Não era ofensiva a ninguém.  É deste modo que deve ser
nossa comunhão com o povo de Deus.  Quando os cristãos convivem
juntos em unidade, que suave fragrância isto é!
Note também que este óleo era derramado na cabeça, escorria pela barba
abaixo e ia até os pés.  Isto nos diz como era completa esta unção. 
Assim deveria ser nossa unidade:  total, sem levar em conta a
proeminência nem o poder das pessoas, mas amando todos os que são
cristãos, não importa qual possa ser sua posição na vida.

A segunda ilustração da amenidade da unidade é o perpétuo orvalho. 


Duas coisas são necessárias para a formação do orvalho:  umidade e frio.
Sendo a Palestina próxima ao Mar Mediterrâneo, há sempre uma grande
porcentagem de vapor d'água no ar.  O Monte Hermom, aquele grande
pico coberto de neve ao norte, provê o frio.  Depois do pôr do sol, com o
frio do monte Hermom, a umidade é condensada em orvalho.  Se não
fosse pelo orvalho no verão, toda a vegetação pereceria.  No norte de
Israel, os orvalhos são tão densos que as plantas e árvores são
literalmente molhadas com água à noite.  Assim, a montanha gigante está
constantemente juntando e enviando nuvens que descem para Sião para
levar orvalho à terra.
Davi pode estar dizendo que quando os irmãos israelitas do norte se
unem com aos irmãos do sul em Jerusalém, para adorar a Deus juntos, é
como este processo climático natural.  É o que mantinha os israelitas
nutridos espiritualmente quando eles se encorajavam uns aos outros nas
coisas de Deus.

E assim como os densos orvalhos da Palestina refrescam e revigoram a


vida das plantas, do mesmo modo, a bênção da unidade desce sobre a
igreja onde as virtudes espirituais podem se desenvolver e florescer nas
vidas do povo de Deus.  A discórdia rompe, destrói e mata todas as
virtudes mais finas que poderiam crescer facilmente sob a bênção da
verdadeira unidade.

Quando os cristãos convivem em unidade, Deus pode abençoar esse


relacionamento porque eles não ergueram barreiras que evitem essas
bênçãos. Assim, nossa "vida" (133:3), em algum grau, depende da
verdadeira unidade.
Unidade real.  Não pode ser conseguida por esforço pessoal.  Não vem
com o entusiasmo da torcida.  Não se pode fazer com que venha, mas
quando todas as condições são bem apropriadas, a unidade já vem. 
Todos estes anos temos estado tentando produzir ou buscar unidade, mas
a unidade não é algo que se possa adquirir pela procura.  Ela vem por
sermos um certo tipo de pessoas ­cristãos ­e então ela é apenas um sub
produto do caráter que estabelecemos em nossas vidas com outros
cristãos de uma mesma fé.

Teriam os cristãos de hoje em dia atingido este ideal bíblico de unidade? 


Que cada um de nós se pergunte:  "Será que minha relação com outros
cristãos oferece a fragrância do ungüento e do orvalho refrescante e
sustentador da vida? Se não, o que precisa mudar?"
Um jeito diferente de olhar para o Salmo 23
O Senhor é o meu
Pastor,

Isto é relacionamento!
Nada me faltará.

Isto é suprimento!
Caminhar me faz por
verdes pastos,

Isto é descanso!
Guia-me mansamente
a águas tranqüilas.

Isto é refrigério!
Refrigera a minha
alma.

Isto é cura!
Guia–me pelas
veredas da justiça,

Isto é direção!
Por amor do Seu
nome.

Isto é propósito!
Ainda que eu
caminhasse pelo vale
das sombras da morte,

Isto é provação!
Eu não temeria mal
algum,

Isto é proteção!
Porque Tu estás
comigo,

Isto é fidelidade!
A tua vara e o teu
cajado me consolam.

Isto é disciplina!
Preparas uma mesa
perante mim na
presença dos meus
inimigos.
Isto é esperança!
Unge a minha cabeça
com óleo

Isto é consagração!
e meu cálice
transborda.

Isto é abundância!
Certamente que a
bondade e a
misericórdia me
seguirão todos os dias
de minha vida
Isto é bênção!
E eu habitarei a casa
do Senhor

Isto é segurança!
por longos dias.

Isto é eternidade!
O que é mais valioso não é o que nós
temos em nossas vidas, mas QUEM nós
temos em nossas vidas!

Fonte: Bíblia Sagrada


Formatação: Desconhecido

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