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Pequeno estudo sobre os

Salmos
“Quereis cantar louvores a Deus? Sede vós mesmos o
canto que ides cantar. Vós sereis o seu maior louvor, se
viverdes santamente”. Santo Agostinho.
INTRODUÇÃO
• Chama-se Saltério a coleção dos 150 salmos, compostos
no Antigo Testamento, em épocas quase sempre
desconhecidas. Saltério é palavra grega, propriamente
nome de instrumento de cordas. Nascidos e rezados muitas
vezes na dura realidade da vida, os salmos chegaram até
nós com o mesmo valor orante.
INTRODUÇÃO
•A Igreja deles se serve nas celebrações litúrgicas,
sobretudo na Liturgia das Horas e na Missa. Na verdade, a
Igreja faz do Saltério as entranhas da liturgia e do Ofício
Divino e, assim, a linha sálmica sempre foi considerada
fundamento da oração cristã, consciência que se
desenvolveu ainda mais com a reforma litúrgica do
Concílio Vaticano II.
INTRODUÇÃO
• Nos salmos se encontram todas as vicissitudes da vida
humana, desde os brados de angústia, de aflição, de
fracassos e de prantos, até os felizes hinos de louvor, de
ação de graças, de exultação, de vitória, de reconhecimento,
como também de admiração e de contemplação das
maravilhas de Deus.
INTRODUÇÃO
•Salmo é palavra de origem grega. Significa “cântico ao
som de instrumentos”. Mas a língua-mãe dos salmos é o
hebraico, onde eles são chamados de Tehillim, ou seja,
hinos, mas aqui nome que só se aplica a certo número de
salmos.
INTRODUÇÃO
•Os salmos são a mais rica coleção de orações e de
cantos já conhecida. Apesar de antigos, são sempre atuais,
capazes então de falar à sensibilidade humana em todos os
tempos e lugares. São uma fonte de espiritualidade, que não
se esgota, levando-nos a crer, com a fé da Igreja, que se
trata de textos com viva e nítida inspiração divina.
INTRODUÇÃO
•Como já foi observado, os israelitas nasciam com o salmo
nas entranhas e no coração. Daí, seu espírito profundamente
religioso e sua intimidade nas relações com Deus. Eis um
exemplo sálmico: "Eu te celebro por tanto prodígio, e me
maravilho com as tuas maravilhas!" (Sl 139,14).
INTRODUÇÃO
•Nos salmos, o nome Javé é sempre lembrado como o
Deus que libertou o povo do Egito, por isso foi sempre
invocado para libertar novamente seja o povo, seja o
próprio salmista, em situações de conflito e de insegurança.
INTRODUÇÃO
•E a Igreja, em sua peregrinação orante rumo à Pátria
definitiva, rezando os salmos em dimensão cristológica,
expressa a sua confiança no mesmo Deus libertador
também para os dias de hoje.
Dimensão Cristológica dos
Salmos
•A Liturgia, que tem como centro o Mistério Pascal de
Cristo, pedagogicamente sempre usa o salmo em sentido
cristológico. Vê-se, pois, que o Saltério é um livro
profético e messiânico, orientado na direção de Cristo e que
gravita em torno dele, realizando-se nele, conforme Ele
próprio afirma em Lc 24,44.
Dimensão Cristológica dos
Salmos
Podemos afirmar que a dimensão cristológica, isto é, a sua
cristalização na vida de Cristo, dá aos salmos sentido pleno
e eficácia maior ainda para a edificação da vida cristã.
“Rezados e realizados em Cristo, os Salmos são sempre
essenciais à oração de Sua Igreja” (cf. CIC n. 2586).
Dimensão Cristológica dos
Salmos
•Na fé da Igreja, o fundo cristológico dos salmos segue
uma dupla direção, como ensinam os Santos Padres. A
mais frequente é a ascendente, ou seja, a direção de baixo
para cima. Aqui, na voz do autor sálmico percebe-se a voz
de Cristo dirigida ao Pai.
Dimensão Cristológica dos Salmos
•No homem perseguido, caluniado e aflito, a Liturgia como que
ouve o Cristo padecente, o Servo de Javé, em sua situação de
kénosis, ou seja, de humilhação e de despojamento. É o caso, por
exemplo, do salmo 22, em diversas aplicações, como a experiência
de Cristo no abandono (“Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste”?), e a das próprias vestes repartidas, descritas no
mesmo salmo (v. 19), profecia no Calvário realizada, como se vê
em Jo 19,24.
Dimensão Cristológica dos
Salmos
•Também na compreensão cristológica dos salmos,
podemos ver Cristo não escapando à dor suprema da traição
de amigos. Há séculos os salmos já conheciam esse
sofrimento, como se vê em 41,10 e em 55,13-15, em
lamentos do salmista, o que nos leva a afirmar que esse
sofrimento é de âmbito universal.
Dimensão Cristológica dos Salmos
•No comportamento de “Judas Iscariotes”, Cristo sofre essa
traição descrita nos salmos, e Pedro, com suas negações, não
deixa de expressar também uma verdadeira traição ao
Senhor. Mas também nós, em nossos comportamentos,
muitas vezes traímos a amizade de nosso Salvador, uma vez
que, não vivendo o testemunho cristão, vamos contra o seu
modelo de vida, que é de amor e de fidelidade ao projeto Pai.
Dimensão Cristológica dos
Salmos
•A outra linha cristológica dos salmos segue uma direção
descendente, ou seja, de cima para baixo. Cristo já não é
considerado então embaixo, na humilhação e no
despojamento (Kénosis), mas em cima, em sua
glorificação.
Dimensão Cristológica dos Salmos
•A voz então que se ouve no salmo é a da Igreja, ou do fiel,
que se dirige a Cristo, aqui, pois, não mais sujeito, mas
destinatário, objeto do salmo. “Santo Agostinho”, unindo as
duas direções, diz: “O salmo é a voz do Cristo Total, Cabeça e
Corpo”. Entendamos: é a voz de Cristo e da Igreja.
Meu coração agradece o carinho e a atenção de cada um
de vocês. Obrigado por sempre terem me apoiado!

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