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O Deus da Revelação

AULA – 26/08/21
Pensamento antigo -
Como é possível um ser finito pensar sobre um ser infinito?
 S. Tomás de Aquino (Metafísica)
 St° Agostinho (Platônico)
 Vias de acesso
 As Cinco Vias
 AS provas cosmológicas
Era Metafísica - A Teologia fala de Deus com a mediação da filosofia.
Era pós metafísica - A filosofia continua a ser uma mediação hermenêutica
para a teologia. Há um reconhecimento da metafísica,
Rahner enfatiza o polo econômico em seu texto porque o problema que ele
detecta em seu tempo é que na verdade quando você pergunta a um cristão
se ele crê em Deus, esse cristão responde com a fé monoteísta, e não
trinitária. E o cristianismo é um monoteísmo trinitário. E, é essa
trinitariedade que Rahner procurou resgatar, uma vez que a trinitariedade é
experimentada dentro da humanidade, nos limites e na finitude da
humanidade. O que se experimenta é o próprio Deus, e não uma derivação,
uma metade. Deus não pode ser dividido, e é experimentado como
mistério, o que realmente o é.
Cada pessoa em sua finitude, ou mesmo um grupo de pessoa, ou a Igreja
inteira, experimenta Deus em suas condições de possibilidade da sua
humanidade, da sua finitude, e por tanto não esgota o que Deus é. Por isso
o Papa Francisco diz que Deus é sempre surpreendente, é sempre maior que
o nosso coração.
“Quando nosso coração nos condena, Deus é maior que nosso coração.”
Papa Francisco
O centro da teologia de Rahner tem como categoria “Deus é sempre
maior”.
“Se crês que o entendestes não é Deus, pode continuar a buscar.” St°
Agostinho
Deus não se rende a impaciência humana, nem a finitude humana, porém
não há outro caminho para conhecê-Lo que não passe pela finitude
humana, uma vez que o Próprio Deus assumiu a finitude humana.
Esses problemas trinitários eram novos para Rahner, e caiu como uma
luva no Concílio, pois foi aceito por todos os padres conciliares.
Questões abordada por Rahner e pelo Concílio – Trindade e a Revelação,
que passou a ser a nova perspectiva para toda teologia.
Rahner – teologia pensada a partir da humanidade, da história da
humanidade, ou seja, de baixo para cima.
Não saberíamos o que Deus falou se o ser humano não tivesse escutado. É
claro que primeiro foi Deus que rompeu o silêncio, porém teve um ouvinte.
Rahner de maneira nenhuma põe o ser humano na frente de Deus, o
caminho metodológico para se construir um discurso é a partir da
experiência humana.
A partir do axioma de Rahner foi possível falar de Deus Trinitariamente,
falar de Deus como se entende. Falar de Deus a partir de Deus, mas através
da sua esculta (humana), da sua experiência humana. Mas, sabe-se que tudo
que dissermos será insuficiente para dizer o Mistério que nos abarca por
inteiro. Um Mistério Santo, inseparável, absolutamente transcendente,
porém se faz próximo de maneira que possamos experimentá-lo.
Desde o início da Revelação de Deus ao povo de Israel Deus se identifica
como Deus dos homens, das pessoas humanas. Toda metáfora que o autor
bíblico coloca na boca de Deus é sempre uma metáfora humana –“EU SOU
O DEUS DE SEUS PAIS!”- O “EU SOU” é preenchido com uma
metáfora humana sempre. Antropocêntrica – “crescei e dominai a terra.”
Essa interpretação gerou a ganância e a arrogância humana. Ao ler esse
texto, vê-se que tudo é criado antes do homem, e somente no homem Deus
sopra nas narinas, somos encarregados de cuidar, e não de destruir. O
dominar ordenado por Deus significa organizar cuidar.
“Laudato Si – Modelo contemplativo - estamos inseridos na natureza-
Antropocentrismo deve ser mitigado, bem assimilado, cujo ser humano não
é dono, com o direito de destruir a natureza. Um depende do outro. Não se
pode pensar em teologia sem incluir o meio ambiente. Pois o espaço da
Terra é partilhado, e a convivência deve ser organizada e fraterna.”
Rahner foi acusado de antropologizar e horizontalizar a teologia, pois não
observam o conjunto de sua proposta.
Rahner não disse nada de novo, apenas constatou a dinâmica da Revelação
Trinitária. A Trindade Econômica – não teríamos a Sagrada Escritura (AT
– NT), se Deus não fosse trinitário, se o ser humano não tivesse
experimentado, ouvido, vivido a alteridade, o diálogo com Essa Presença
que atua na história. Isso é o que Deus é em si mesmo.
A Revelação de Deus na história vai dinamicamente mostrando mais
aspectos, mais rostos -NT
Não foi no NT que surgiu a presença do Espírito Santo, o mundo foi criado
na Palavra e no Espírito. No NT acontece uma nova consciência da
presença do ES. No cristianismo a presença do ES é ligada a Revelação de
Jesus Cristo. O ES é derramado, e Ele fala de Jesus Cristo, das promessas
cumpridas em Jesus.
A Revelação não acabou em Jesus, a Revelação continua com o ES
conduzindo através do corpo da Igreja e de toda a criação.
A Revelação não terminou com a morte do último Apóstolo (sim, no
sentido de que morreu a última testemunha ocular do evento Jesus Cristo)
pois o ES continua atuando na história humana, Deus continua vivo e
atuando.
Trindade Econômica – É Deus para nós, em nós, Deus agindo na história.
Trindade Imanente é a Trindade Transcendente para Rahner -É Deus em Si
Mesmo, AS Três Pessoas.
Quando se fala das Pessoas divinas fala-se do que se experimenta de Deus
aqui na Terra.
O cristianismo adquiriu categorias gregas. Saiu das Sinagogas para o
mundo grego.
Após o exílio cresce a convicção que Deus é maior que tudo, e não se pode
encontrar parâmetros, comparação, “acreditação”, expressão dentro da
linguagem humana. Tudo que se diz ou pensa de Deus é inadequado. Por
isso o homem não nomeia diretamente Deus. Para o Antigo Israel, não
tínhamos o direito de saber o nome de Deus, por isso o povo dizia por vias
indiretas com o que estava ao alcance do povo.
A universalização da ideia de Deus – relação doméstica com Deus “SERÁS
MEU POVO, SEREI TEU DEUS.” –
Deus de Israel – os outros povos possuíam deuses, porém menores, pois o
Deus de Israel protege seu povo, ganha as guerras, faz alianças (que são
restrita ao povo-parceria).
Exilio - Perderam tudo – CADE A ALIANÇA? Esqueceu do povo, ou
está dormindo (como diz alguns Salmos). No exílio a experiência com
Deus é questionada. Por isso os Profetas desenvolvem a teologia da
Criação, que amplia a experiência de Deus e corrige a noção simétrica da
aliança.
Deus não trabalha na base da justiça retributiva. Deus é transcendente, não
tem a obrigação de reportar ao homem o que faz, porque faz. Não precisa
provar nada, Ele fez o Céu e a Terra, é maior que tudo. É o único que
existe.
Antigo Israel – monolatria e depois passou a monoteísmo.
Monolatria- unicidade de culto
Monoteísmo – unicidade de fé
Idolatria- Toda fé e culto que não for dirigida ao Deus de Israel
A experiência de Israel não possui dois princípios, um bom e um mal. O
Deus de Israel não disputa com outro deus, Ele é soberano.
O ser humano não tem o poder de dar nome a Deus.
Deus não entrega Seu Nome ao homem. Há um abismo entre a
transcendência divina, entre a infinitude de Deus e a finitude humana. Já o
cristianismo transpõe de maneira impressionante essa finitude.
Jesus é contra o poder teocrático criado pelo homem. Jesus nos diz que
Deus não é um Deus de méritos, é um Deus da Graça, que inclui e quer
todos dentro. A exclusão era religiosa, que acarretava uma exclusão
religiosa e política, mulheres e crianças.

Observação do primeiro texto- Rahner destaca a Pessoa como centro único


de vontade, responsabilidade, e coloca a Palavra e o Espírito como maneira
de expressão do Deus Pai que nos tocar, Três Pessoas que são um só Deus
Polos de Relação- não são pessoa da subjetividade moderna com sua
racionalidade.
Em um primeiro momento o discurso trinitário está muito aderido à
cristologia, a soteriologia, a Escritura existente. -Padres da Igreja- Falar de
Deus é falar de Cristo, e falar da Salvação. Por isso o discurso trinitário é
muito dinâmico, vivo. E naquela época (Padres da Igreja) estava
descobrindo a sua forma.
Concílio de Nicéia -Séc IV 325 d.C. - marco fundamental da história da
doutrina trinitária. Fala da consubstancialidade do Filho e do Pai, contra a
heresia ariana.
Rahner adota o modelo grego de trindade, que possui a primordialidade do
Pai, ou seja, o Pai é a fonte de tudo. Ele é quem envia, não é enviado.
A relação do Pai com o Filho e com o Espírito é uma relação dinâmica. O
Filho como mediador, o Espírito como artesão da recondução de todas as
coisas pelo Filho ao Pai, mas existe a primordialidade do Pai. Essa e o
modelo a ser adotado pela teologia trinitária, que é mais dinâmico que o de
St° Agostinho (predominou no Ocidente latino). Segundo St° Agostinho
existe uma essência divina, a Ousia divina, e as Três Pessoas são
comunicações, manifestações de Deus para a humanidade. Modelo
predominante nos primeiros tempos.
A heresia de Ario tinha por base a primordialidade do Pai grega, e por isso
foram necessárias correções.
Depois de Nicéia, Constantinopla, sobretudo de St° Agostinho, e bem
depois S. Tomás, o que foi sendo construído e predominando como
doutrina foi o modelo de Deus foi o de Deus Supremo e Substância
Suprema. Nesse momento da história o cristianismo deixa de ser seita e ser
perseguida e passa a ser religião oficial do Império, Cristo passa ser
representado como um monarca sentado no Trono (Cristo Pantocrator).
S. Tomás – séc XII
Modernidade – séc XVI – Homem Vitruviano- alcança o círculo, que antes
era inalcançável. Mundo antes teocêntrico passa a ser antropocêntrico.
Deus, que antes era a medida de todas as coisas, passa a ficar em segundo
plano. O ser humana é a medida de todas as coisas. A ciência passa a ser
autônoma. Tudo o que o homem constrói passa a ser o centro.
Deus não é mais um Ser Absoluto, um Ser Supremo. Deus passa a ser um
“sujeito absoluto”. O homem é Deus limitado.
Com essa mentalidade surge teorias de que a humanidade em algum
momento não precisará de Deus. Pois suas necessidades serão supridas.
Pós-modernidade- As profecias da modernidade não são cumpridas. Hoje,
vê-se que há uma necessidade de Deus. Ocorreu um resgate do Absoluto,
completamente diferente do religioso, da crença da pré-modernidade.
O mundo teocêntrico foi desmitificado, a religião não é o centro e não é a
resposta de tudo, a Igreja não controla mais o saber.
Contribuição da pós-modernidade para a teologia – A antropologia não é
mais subjetiva, passa a ser intersubjetiva (positivo da pós-modernidade).
Uma subjetividade fragmentada.
As ideologias modernas são antropocêntricas e subjetivas – Ex. utopia do
socialismo-
Nesse ambiente a teologia trinitária encontrou espaço para mostrar que
Deus conjuga, unidade e pluralidade. O cristianismo não propõe uma
unidade enrijecida, como no começo, Ser Supremo e a Substância suprema.
Conc. Vat II – Voltar as fontes, significa voltar a matriz hebraica, voltara as
Escrituras e não abandonara as fontes gregas. Aproveita a onda da pós-
modernidade (implicitamente). Sendo Rahner uns dos primeiros a levantar
a bandeira de voltar a confissão de fé trinitária e suas bases, criando o
axioma. Depois disso a teologia pós-conciliar vai então navegara nessas
águas e enfrentar esses tipos de discursos, elaborando com base de em que
diz o cristianismo (somos seres relacionais – alteridade). A diversidade
encontra cidadania na fé. Esse discurso é viável pois o cristianismo nos
possibilita. A fé em um só Deus que é Três Pessoas.
Deus é incognoscível, inefável, mas também é comunhão. O mais profundo
da Sua identidade é ser comunhão. É integrar, e não ser uma unidade
enrijecida, impenetrável. A S.E. nos mostra isso. Um Deus que Se Revela,
apaixonado pela Sua criação, compassivo, ama Israel com amor de mãe.
Sagrada Escritura – Nascedouro da Revelação.
O cristianismo começou em Israel e foi para a Grécia.
Teologia se faz a partir da Revelação. E a Revelação só encontramos na
S.E.
O Magistério não é a única instância da Tradição, importantíssima, mas não
é a única.
O dogma vem depois da Palavra de Deus. O dogma vem para dirimir
dúvidas.
O dogma é expressão e devedor de sua época. A verdade de fé permanece
no dogma, mas muitas vezes temos que reapresentá-lo de forma a ser
inteligível ao tempo referido.
O Espírito é aquele que desde a origem é o amor entre o Pai e o Filho. O
E.S. realiza (eternamente) o colóquio trinitário. O E.S é quem faz
acontecer.
PAI – AMANTE
FILHO – AMADO
E. S. – AMOR- AMOR ENTRE O PAI E O FILHO
O colóquio trinitário não ficou apenas em si mesmo, derramou-se, criou-se.
Deus criou o era diferente dEle. Deus criou o que não era Deus (ser
humano).
A criação é feita pela Palavra e pelo Espírito.
 “No princípio Deus fez...” PAI
 “A Terra estava vazia... e veio um vento...” RUAH – E.S.
 “E Deus disse...” A PALAVRA
O caos se transforma, pois o amor quis assim. O amor é fecundo, criador.
Deus é vida.
O E.S. aparece em diversas ocasiões seguindo o povo de Israel. O Espírito
existe dede sempre, é soprado nas narinas de Adão, acompanha o Povo de
Israel no deserto e inspira os Profetas.
O Espírito possui duas ocupações que é uma só- manter o colóquio
trinitário, fazer o amor derramar entre o Pai e o Filho e fazer esse amor
sobre a história (humanidade).
Após a Morte e Ressureição de Cristo o ser humano fica com o Espírito.
A teologia depende (um pouco) das concepções culturais.
A linguagem humana para dizer Deus é construída dentro de um momento
histórico.
AULA DO DIA – 19 /08/2021
O texto estudado é trinitário
Deus
Deus é Pai, Palavra e Espírito, um só Deus. Trinitário.
O texto propõe uma fórmula breve. Na primeira parte é mais linga pela
problemática humana, “quem é Deus?”
O Deus que conhecemos é o Deus que ninguém viu. É o Deus que
conhecemos com as nossas experiências, nossa humanidade.
O judaísmo é uma religião tardia. O monoteísmo aparece muito tempo
depois.
Padre Victor Codina - A nomeação do ES é posterior, mas o Espírito
sempre esteve presente. A consciência do NT é posterior ao Cristo.
No Ocidente houve o velamento do Espírito, e quando apareceu
(pentecostalismo, carismatismo) de forma ruidosa.
RUAH- Sopro do Espírito.
NEFESH - Espírito soprado nas narinas de Adão.
O cristianismo é uma proposta comunitária. Encontramos no final de AT.
Pp 63- Max achava que a religião era oriunda das necessidades humanos
não satisfeitas, que desapareceria assim que essas necessidades fossem
sanadas, quando o ser humano transcendesse. Hoje, vemos que isso não
tem fundamento. Assim como Freud e Nietzche.
Pp 67- a palavra Deus ainda existe, e foi pronunciada por alguém antes de
nós. Ou seja, somos ouvintes da Palavra.
O ser humano ousa a afirmar que, por intermédio do próprio Deus, conhece
Deus.
O homem nomeou Deus, e por isso pensa conhecê-lo. Conhecimento
posterior, Deus é anterior e fonte de conhecimento posterior.
Conhecimento a posteriore.
Com que direito fazemos teologia? Pensar sobre Ele? Falar sobre Ele.
Hoje nos inspiramos em Cristo, máxima maior da Revelação de Deus.
Procuramos Deus em tudo.
A fé é identificada com uma pessoa que fala comigo, e essa palavra me
Cria, essa palavra chamamos Deus.
O mistério é o E.S., que nos ensina a chamar Deus de Pai. Deus sempre nos
ensina.
Os elementos referem-se à transcendência
A experiência da fé e do sentido.

AULA – 17/08/21

A fé em Deus Trinitário

TEXTO “FÓRMULA BREVE”


Esse texto é antigo (primeira metade do séc XX- logo após o Concílio),
traduzido do alemão, o que pode gerar interpretações infiéis.
Termo Culpa (p.69) – o termo culpa pode ser substituído por pecado.
Rahner fala que o Mistério de Deus está no horizonte de todo ser humano.
A antropologia de Rahner- o ser humano é um ser em contínua alto
transcendência, finito, mortal, deseja o infinito, tende para o infinito. É
parte dessa finitude humana o ser integrado (o que chamamos em
linguagem religiosa de pecador), ou seja, fazer o mal que não quer e não
fazer o bem que quer, desviar-se do caminho que o leva a plenitude.
O pecado leva o homem a se fecha a Graça de Deus mesmo
inconscientemente.
CULPA - É A DELIBERADA RECUSA AO AMOR.
A culpa quando não é consciente, não é culpa.
Rahner enfatiza o termo culpa para contrastar com o que ele vai falar sobre
Deus, Mistério de Deus com ser humano que é finito, pecador. Ou seja,
como esse mistério é diferente, e mesmo assim busca esse ser que muitas
vezes se recusa, recusa a Graça de Deus.
Hoje a palavra culpa causa estranheza, pelo fato de a psicanálise ter
desmistificado bastante essa palavra (ninguém tem culpa. A culpa é sempre
de outra pessoa. Vem de fora). É importante ter na consciência humana a
culpa, uma fez que vem de fora, é derivada da responsabilidade. Sem
responsabilidade, não há culpa.
Essa atitude é, de certo modo, compreensiva. O cristianismo, até pouco
tempo, foi muito severo em relação a culpa. Criando cristãos
traumatizados. A confissão passou a ser um verdadeiro tribunal, quando
deveria ser o Sacramento da Misericórdia, da acolhida. Prendeu-se a moral
em formas.
Rahner observa o individualismo que é muito presente na sociedade, cujo
ego é o que importa, o que leva o fechamento ao outro. Ou seja, o homem
moderno se fecha a responsabilidade pelo outro, cuida somente em si. O
homem fechado em si mesmo. -1 Jo 4,20
A conexão com Deus alivia a culpa.
A culpa paralisa.
Jesus não se preocupa com o pecado, Ele se preocupa com a necessidade
do outro. Não se deve ficar obcecado pela culpa, como fizeram os cristãos
durante muito tempo. Uma culpa paralisante que impossibilita de sair do
ligar. (confessar o mesmo pecado)
Culpa sadia- ter ciência que somos limitados, pecadores, que muitas vezes
“não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero.
PONTO CENTRAL DO TEXTO – RAHNER PROPÕE UMA FÓRMULA
BREVE, E JUSTIFICA NA P. 62 “A MENSAGEM CRISTÃ DEVE...” .
OU SEJA, A TODOS OS DISVIOS QUE POSSAM TER. A
MENSAGEM CRISTÃ DEVE SER DE TAL MODO QUE ELA MESMA
FAÇA A CRÍTICA O QUE NELA FOI DESVIO, IMPERFEIÇÃO. E
ESSA MENSAGEM DEVE PODER DIZER BREVEMENTE O
ESSENCIAL AO HOMEM ATAREFADO DOS DIAS ATUAIS E NÃO
SE CANSAR DEREPETIR ISSO. POR ISSO RAHNER DEFENDE A
QUESTÃO DA FÓRMULA BREVE.

P.63- Estrutura da fórmula breve –“breve é no nosso caso...”- Aqui a


preocupação do autor é falar com o homem moderno, marcado pela
secularização de maneira clara, breve, e concisa, ou seja, indo de direto ao
ponto.
Dentro da formula breve do cristianismo que diz quem é Deus da nossa fé
já deve está a critica a tudo que é supérfluo, o que não é essencial a fé.
P.64- Fala sobre a urgência de ter fórmulas desse gênero. É preciso
encontrar o essencial para que a memória possa reter, tenha adesão e
assimile de maneira a fazer sua essa fórmula.
*FALAR DE DEUS NÃO É COMO FALAR DE UM OBJETO
DISTANTE*
Quando falo de Deus, falo do que me constitui como pessoa. Deus é divino,
eu sou humano, mas tenho que fazer minha a fórmula breve a qual falo de
Deus.
Toda experiência e assimilação do conteúdo da fé, da identidade do Deus
da nossa fé vem pela Graça, pelo Espírito. Porém Rahner defende em seu
texto que se queremos que o ser humano tenha consciência do que
acontece neles, que nós dizemos ser a ação do Espírito- Graça, mas o não
temos certeza do que o ser humano pensa que é, e para que essa
consciência aflore, Rahner insiste na importância da “FÓRMULA
BREVE”.
A fórmula breve pode abrir caminhos, podendo chegar ao coração, e
principalmente na razão. Uma vez que o ser humano (moderno) é racional.
Por isso a importância de algo que faça sentido para a razão (também, pois
nada substitui a experiência).

P 68 - CORAÇÃO DO TEXTO-
Rahner começa a expressar o que é a fórmula breve.
Rahner faz teologia a partir da antropologia e da história. -ser humano
ouvinte da Palavra- Deus fala, o homem escuta.
p.68 -“O homem sempre se encontra dependente...” – Seja qual for o nome
(sentido, ideal)
Culpa- consciência individual que nasce com a modernidade-
Questionamento – aonde está Deus?
O mundo teocêntrico da Idade Média explicava tudo a partir do religioso
(cristão), a partir de Deus. O cristianismo (meio que) construiu o Ocidente.
Ou seja, não é somente FÉ, é força civilizatória, tem um peso cultural
fundamental.
A humanidade propõe o antropocentrismo.
Os mestres da suspeita
*Marx – a religião é o ópio do povo, o suspiro dos oprimidos-. Quando as
necessidades básicas do ser humanos estiverem sanadas, não precisará mais
recorrer a um ser superior para projetar suas frustrações e suas carências.
Segundo Marx, a religião é um sintoma que a humanidade está na infância.
No momento em que a humanidade conseguir passar para a fase adulta,
deixará de precisar da muleta que é a religião.
*Nietzsche – Deus morreu-
Embora os primeiros mestres da suspeita foram desmentidos pela
modernidade(mesmo que não se pode pensar a cultura sem eles). Hoje
vivemos outro momento, não vivemos mais nos tempos das utopias, do
antropocentrismo, como no tempo de Rahner. Estamos no pós-
modernidade, tardo-modernidade, que resgatou o absoluto (um absoluto
sem rosto) diferente absoluto pré-moderno. Vivemos na era do fragmento,
meio difuso, o que é mais difícil de enfrentar que a secularização,
agnosticismo e o ateísmo juntos.
As categorias usadas por Rahner – Mistério – “mais originário, mais
evidente, mais oculto e o mais reservado. Fala na medida que silencia. Está
presente na medida em que se ausenta, e nos reduz aos nossos limites.” Isso
nos dá a medida de que Deus é algo que não se pode abarcar. Nem com o
meu discurso, nem com meu pensar, nem com minha vontade (importante).
Modernidade - Homem fiel a sua consciência- aquisição importante da
humanidade.
A consciência está presente desde a filosofia grega. Consciência é a sede da
verdade última de cada pessoa. Não se pode, mesmo em nome de uma lei,
violar a sua própria consciência.
Uma pessoa que segue a sua consciência (seriamente) não pode ser acusada
erro ou culpa.
Rahner encontra dificuldades em dialogar com os modernos, pois não
aceitam em uma religião imposta. Se é da minha consciência é algo
honesto, ou seja, não sinto culpa. Quanto mais culto, mais dificuldade de
aderir a proposta de Rahner. Pois a racionalidade recusa a fé.
A crise racional derivou a pós-modernidade, levando a era do fragmento,
cujo sociedade encontra-se perdida.
O ser humano precisa de algo que mobilize, que impulsione para a vida. A
vida precisa de sentido. Essa é a dúvida, qual é sentido da vida? O ser
humano não consegue lidar com a morte. As utopias são fundamentais.
O envio de Jesus – motivo- salvar a humanidade do pecado. Pecado =
mancha / Batismo = detergente- isso é muito pouco para que a humanidade
entenda. O Batismo é muito mais que apagar uma manchinha.
Se não houvesse pecado haveria a Encarnação? SIM. Deus se aproxima
cada vez mais da humanidade. Ainda que não houvesse pecado a redimir
haveria a encarnação pelo amor, pela dinâmica do amor que faz o Criador
querer comungar cada vez mais com a sua criatura na sua condição finita.
Salvação é a vida Plena, no amor, que é mais forte que a morte. A vida
fecunda outras. Deu sentido a outra vida, não foi um passado estéril.
SALVAÇÃO = VIDA PLENA QUE FECUNDA OUTRAS VIDAS.

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