Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
ARTES
Editora Exato 1
ARTES
EGITO
A história da arte como um esforço contínuo não se propuseram a bosquejar a natureza tal como se
não começa nas cavernas do sul da França nem entre lhes apresentava sob qualquer ângulo fortuito. Dese-
os índios norte–americanos. Todos sabemos que o nhavam de memória, contrários aos primitivos que
Egito é a terra das pirâmides, montanhas de pedra observavam, e submetidos a regras estritas, as quais
que, de fato, tinham importância prática aos olhos asseguravam que tudo o que tivesse de entrar no qua-
dos reis e seus súditos. O faraó era considerado um dro se destacaria com perfeita clareza.
ser divino que exercia completo domínio sobre seu Na representação do corpo humano, a cabeça
povo e que, ao partir deste mundo, voltava para junto era mais facilmente vista de perfil, de modo que eles
dos deuses dos quais viera. As pirâmides, erguendo- a desenhavam lateralmente. O olho humano, se ob-
se em direção ao céu, ajudá-lo-iam provavelmente a servarmos, era representado de frente e era plantado
realizar essa ascensão. Os egípcios acreditavam que o na vista lateral da face. Os ombros e o tronco são vis-
corpo tinha que ser preservado a fim de que a alma tos melhor de frente, pois assim observamos como os
pudesse continuar vivendo no além. Em toda a volta braços se ligam ao corpo. Braços e pernas posiciona-
da câmara funerária, eram escritas fórmulas mágicas dos com intenção de movimento, porém, vêem-se
e encantamentos para ajudá-los em sua jornada para o com muito mais clareza de lado. Esta técnica ficou
outro mundo. Um nome para designar o escultor era: conhecida como Lei da Frontalidade (2.2.).
“Aquele que mantém vivo”.
A religião se tornou o fator de maior relevância
para os egípcios, e a morte o grande argumento para
sustentação do poder e da arte.
Na quarta “dinastia” do “Antigo império”, den-
tro das características peculiares da arte, os escultores
não eram fiéis à realidade. A observação da natureza
e a regularidade do todo são equilibradas de um mo-
do tão uniforme que essas cabeças nos impressionam
por sua expressão de vida, sendo, no entanto, remotas
Baixo relevo de um túmulo próximo de Sacará
e permanentes. Podemos estudá-las melhor nos rele- (Cerca de 2500 a.C.). Museu do louvre, Paris. (2.2.)
vos e pinturas que adornavam as paredes dos túmu-
los. As pinturas e os modelos encontrados em A regra para a arte egípcia permitia incluir tu-
túmulos egípcios estavam associados à idéia de for- do o que consideravam importante na forma humana;
necer servos para a alma no outro mundo, uma crença supõe-se ter algo a ver com a finalidade mágica da
que é encontrada em muitas culturas antigas. representação pictórica.
Representavam o que eles sabiam fazer, da
pessoa ou de uma cena, partiam de formas aprendidas
e dele conhecidas, construía figuras a partir do mo-
mento que suas formas podiam ser dominadas. Não
se tratava apenas do conhecimento técnico, mas pelo
conhecimento que eles tinham do significado das
formas representadas.
Um outro exemplo na arte egípcia em relação
ao significado de suas figuras destinava à separação
de aspecto social, representar a figura de um chefe
maior em uma comunidade egípcia, seu tamanho em
relação às outras figuras destacava-se.
O estilo egípcio incorporou uma série de leis
bastante rigorosa e todo artista tinha que apreendê-las
O jardim de Nebamun, c. 1400 a.C. Mural um tumulo em Tebas, desde muito jovem. Estátuas sentadas deviam ter as
64 x 74,2 cm; British Museum, Londres. mãos sobre os joelhos; os homens eram sempre pin-
(2.1.) tados com a pele um pouco mais escura que as mu-
lheres; aparência rigorosamente estabelecida.
A tarefa do artista consistia em preservar tudo
com maior clareza e permanência possível. Assim,
Editora Exato 3
ARTES
Figura 1 Figura 2
Começaram assim a representar como real- Podemos concluir que o artista tinha a intenção
mente viam, foi justamente através desses artistas que de imitar um rosto real, com todas as suas imperfei-
surgiam a técnica do escorço. Exemplo apresentado ções, mas o modelava a partir de seus conhecimentos
na figura 2. sobre a forma humana.
Passou-se a ter a pretensão de levar em conta o Século IV a.C a I d. C A Beleza do Im-
ângulo de onde o artista via o objeto, logo as técnicas pério Grego
mudavam-se aos poucos, e era possível notar os níti-
O artista revela-se agora orgulhoso do seu i-
dos contornos, incluindo-se o conhecimento do corpo
menso poder e gradualmente durante o século IV dis-
humano. Amantes das linhas firmes e planos equili-
cutiam pinturas e estátuas como discutiam poemas e
brados.
Editora Exato 4
ARTES
teatro e elogiavam suas beleza ou criticavam sua Outra religião Oriental que aprendeu a repre-
forma e concepção. sentar suas histórias sagradas para a construção dos
Durante todo o século, os artistas estiveram crentes foi a judaica. Mesmo pela proibição que tinha
analisando se empenhavam em insuflar cada vez em relação às imagens, temendo a idolatria. Suas i-
mais vida nos corpulentos modelos antigos. magens distanciavam da realidade justamente pelo
Século I a IV d. C medo de pecar, e as imagens apenas restringiam-se a
A maioria dos artistas que trabalhavam em lembrar, pois, a manifestação do poder de Deus.
Roma eram gregos, e a maioria dos colecionadores Foi exatamente através deles que surgiu a pri-
romanos adquiria obras dos grandes mestres gregos meira representação de Jesus, apesar das origens da
ou cópias dessas obras. A esses artistas foram confia- arte cristã estarem ainda mais longe.
das diferentes tarefas e eles tiveram, por conseguinte,
que se adaptar aos novos métodos.
O mais citado do edifício é o Panteão, templo
dedicado a todos os deuses. O único templo da anti-
guidade clássica que sempre se conservou como local
de culto.
Editora Exato 5
ARTES
O GÓTICO
O estilo romântico não sobreviveu sequer ao permitiam que significado e mensagem pudessem ser
século XII, permitindo nascer na França setentrional entendidos e meditados pelos fiéis.
o aparecimento do estilo gótico. A tarefa dos pintores nórdicos era a iluminação
As diferenças inovadoras foram descobertas de manuscrito; observe “o sepultamento de cristo”:
pelo método de alobar uma igreja por meio de arcos “Mostra-nos semelhante importância em expor
transversais, desejaram empregar pilares leves e os sentimentos das figuras. A virgem debruça-se so-
“costelas” estreitas nas arestas da abóbada. Passou a bre o corpo morto de Cristo e S. João entrelaça a
ser o ideal dos arquitetos construir igrejas quase à mão, numa atitude de profundo pesar”.
maneira como hoje se constrói estufa. No século XIII,a época das grandes catedrais, a
Surgia uma idéia dominante das catedrais góti- França era o mais rico e o mais importante da Euro-
cas, desenvolvidas ao norte da França durante a 2ª pa. Somente na segunda metade século XIII é que um
metade do século XII. escultor italiano começou a seguir o exemplo dos
O princípio de cruzamento de “nervuras” não mestres franceses e a estudar os métodos da escultura
foi suficiente, foi preciso unir segmentos de arcos – clássica a fim de representar a natureza de modo mais
criando os arcos mais achatados ou pontiagudos, se- concrescente.
guindo as exigências da estrutura. A arte italiana encontrou o pintor genial floren-
No interior de uma catedral gótica somos leva- tino Giotto de B. As mais famosas obras de Giotto
dos a compreender complexas interações de traços e são os murais ou afrescos (pintura ainda fresca, ou
pressões que mantêm a grandiosa abóbada em seu lu- úmida).
gar. Todo o interior parece tecidos delicados, fustes e Ele criou a ilusão de que a história sagrada es-
nervuras e ao longo as paredes da nave parecem reu- tava acontecendo diante dos nossos olhos, já não era
nir no capitel dos diversos pilares que são formados suficiente examinar as representações mais antigas da
por um feixe de varas de pedras. mesma cena e adaptar aqueles modelos consagrados
Eram formadas de vitrais policromos que refu- pelo tempo a um novo uso.
gam como rubis e esmeraldas. Os pilares, nervuras e Observe a obra, o tema é o velório em torno do
rendilhados despendiam cintilações douradas. corpo de Cristo, a virgem abraçando-lhe pela última
Nos portais, as figuras esculpidas que se aglo- vez.
meram nos poéticos das grandes catedrais góticas
Editora Exato 6
ARTES
Variou o tamanho das figuras de modo a en- uma vez que os interesses enveredaram por esse ca-
caixá-la bem na página, e se tentarmos imaginar as minho, a arte medieval podia realmente considerar-se
figuras em 1º plano e S. João ao fundo – com Cristo e no fim. E a partir daqui chegamos a tal grandioso pe-
a Virgem, percebe-se que tudo está espremido e que ríodo renascentista.
o artista não se importou com problemas de espaço. O início do século XV, conquistando a
Para Giotto, o observar é como uma testemu- realidade
nha do que estava acontecendo, ele mostra de modo
O renascimento ganhava terreno na Itália des-
tão convincente como cada figura reflete a dor pro-
de a época de Giotto, e ali mesmo a idéia de renasci-
funda suscitada pela trágica cena que não podemos
mento associava-se, na mente dos romanos, à idéia de
deixar de pressentir a mesma aflição nas figuras aga-
ressurreição da “grandeza de Roma”.
chadas, cujos rostos não podemos ver.
Os italianos do século XIV acreditavam que a
Como o trabalho continuava no século XIV,
arte, a ciência e o saber haviam florescido no período
vem-se a ambição dos grandes bispados por podero-
clássico, que todas essas coisas foram destruídas pe-
sas catedrais. Podemos dizer que o gosto do século
los bárbaros do Norte e que a eles cabia a missão de
XIV se inclinava mais para o refinado do que para o
reviver o passado glorioso.
grandioso.
O líder foi o arquiteto Fillipo Brunelleschi, que
Em sua arquitetura, já não se contentavam com
decidiu descartar inteiramente o estilo tradicional a-
os métodos e majestosos contornos, gostavam de exi-
dotado e ansiava pelo modelo romano.
bir sua habilidade na decoração e nos rendilhados
Tinha como intenção que as formas da arquite-
complexos. Há quem afirme que as obras mais carac-
tura clássica fossem desenvolvidas de formas livres
terísticas deste século são os trabalhos menores em
usadas para criar novos modos de harmonia e beleza.
metais preciosos ou marfim, em que o amor dos pin-
Brunelleschi não foi apenas o pioneiro da ar-
tores do século XIV por detalhes graciosos e delica-
quitetura da Renascença, mas também dominou toda
dos é visto em manuscritos iluminados, e o método
a arte de séculos subseqüentes: a da perspectiva,
de contar a história continua um tanto irreal.
culminou colunas, pilastras e arcos à sua própria ma-
Somente no decorrer do século XIV é que os
neira, a fim de lograr um efeito de leveza e elegância
dois elementos dessa arte, a leve narrativa e a obser-
diferente de tudo o que se construíra antes.
vação se conjugaram gradualmente.
Foi Brunelleschi quem forneceu a artistas mei-
Giotto foi contemporâneo do grande poeta flo-
os técnicos para solucionar esse problema. E o entu-
rentino Dante, que o menciona na divina comédia.
siasmo que isso causou entre os seus amigos pintores
Esses, entre outros artistas do século XIV, pintaram
deve ter sido imenso.
copiando da natureza, o que desenvolveu a arte retra-
A figura a seguir trata de um mural numa igre-
tista.
ja florentina representando a Santíssima trindade com
A Boêmia tornou-se um dos centros através do
a Virgem e S.João sob a cruz, e os doadores – um ve-
qual essa influência, oriunda da Itália e da França,
lho mercador e sua esposa – ajoelhados do lado de
propagou-se mais amplamente, alcançado contato a-
fora.
inda com a Inglaterra. A Europa da igreja latina ainda
O artista que representou tal grandiosidade
era mais vasta. Artistas e idéias circulavam livremen-
chama-se Masaccio, que significa “desejeitado”, sua
te de um centro para o outro, e ninguém pensava em
arte não constituía apenas a perspectiva elaborada na
rejeitar uma realização por ser “estrangeira”. O estilo
pintura, mas elaborou através da simplicidade e gran-
surgiu do intercâmbio em fins do século XIV, é co-
deza das figuras que eram emolduradas por essa nova
nhecido entre os historiadores como o “estilo interna-
arquitetura.
cional”.
Figuras maciças em sólidas formas angulares e
Os artistas desse estilo aplicaram a mesma ca-
a presença de um túmulo sombrio com um esqueleto
pacidade de observação e o mesmo prazer em coisas
acima, substituindo a delicadeza das flores e pedras
belas e delicadas sempre que retrataram o mundo à
preciosas.
sua volta. Tinha o costume da Idade Média ilustrar
calendários com quadros das diversas ocupações ca-
racterísticas dos sucessivos meses: se menteira, caça,
colheita etc.
Aqui era possível colocar todo o conhecimento
adquirido da natureza a serviço da arte religiosa, co-
mo os mestres do século XIV tinham feito. Havia o
treino antes das antigas fórmulas para representar as
principais figuras da história sagrada. Sendo assim,
Editora Exato 7
ARTES
Editora Exato 8
ARTES
Final do Século XV na Itália cela de cada monge e no final de cada corredor. Ob-
As novas descobertas que os artistas da Itália e serve uma de suas pinturas.
Flandres tinham feito nos começos do século XV: a
nobreza do período comungava nos ideais da cavala-
ria; sua lealdade ao rei ou ao senhor feudal não im-
plicava que se considerassem os paladinos de
qualquer povo ou nação. Cada cidade orgulhava-se e
era ciosa de sua própria posição e privilégios no co-
mércio e indústria. Assim que os artistas ganharam
importância. Os artistas, como todos os artesão e artí-
fices, organizaram-se em corporações, as quais eram
companhias ricas que faziam ouvir sua voz na admi-
nistração da cidade, e não só a ajudavam a prosperar
como também se empenhavam em fazê-la bela, po-
rém dificultavam a todo e qualquer artista estranho
obter emprego ou instalar-se entre eles.
No século XV, a arte fragmentou-se numa sé-
rie de “escolas” diferentes; quase todas as cidades,
grandes ou pequenas, da Itália, Flandres e Alemanha
tinham sua própria “escola de pintura”. O termo es-
cola era para determinar que se uma criança se dedi-
Fra Angélico – A anunciação, 1440. Afresco
casse à pintura, o pai a colocava desde cedo na casa
187 x 157. Museu di San Marco, Florença.
dos mestres da cidade, com a intenção dele se tornar
um aprendiz.
Outro a ser citado é o pinto Paolo Uccello, a-
Como exemplo do período citamos Fra Angé-
parentemente sua pintura parece bastante medieval.
lico, um frade dominicano, e os afrescos que pintou
em uma de suas mais belas obras, uma cena sacra na
Paolo Uccello – A Batalha de San Romano, c. 1450. Provavelmente de um aposento do Palazzo Médici Florença, óleo sobre madeira,
181,6 x 320 cm. National gallery, Londres.
Editora Exato 10
ARTES
LISTA DE EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS 2 Conforme a imagem, julguem os seguintes itens:
Editora Exato 11
ARTES
Com base no texto e imagem, julgue os itens: 6 A arte gótica, como a conhecemos até o presente,
1 A sua obra apresenta, em sua arquitetura, uma reflete um desejo de conferir aos temas tradicio-
ilusão de formas geométricas. nais do cristianismo um apelo emocional cada
2 Suas pinturas já não têm por função represen- vez mais intenso. A mais característica e difundi-
tar um acontecimento. da dessas imagens é chamada Pietà, uma repre-
3 A pintura observada destina-se a transmitir sentação da Virgem lamentando o Cristo morto.
emoções, como alegria e tristeza. Essa cena não aparece nas escrituras. foi criado
4 As figuras representadas parecem estar estáti- em contrapartida ao tema da Madona com o Me-
cas. nino.
Editora Exato 12
ARTES
Editora Exato 13
ARTES
Editora Exato 14
ARTES
é possível falar em categorias como objetos artísticos, 15 A arte egípcia tinha como seu deus não a coca–
artista, colecionador de arte, marchand e assim por cola, mas ao faraó a quem exortavam em suas
diante. Dentro dessa perspectiva, é totalmente inade- pinturas e esculturas.
quado presumir uma atividade artística para as cultu-
16 As figuras encontradas no período egípcio eram
ras primitivas e, portanto, tentar identificar uma
bastante adornadas com ouro e brilho para manter
classe de produtos de arte ou buscar especialização
a crença e o poder hierárquico de seu povo.
na sua manufatura. Por outro lado, remeter, como so-
lução alternativa, todos e quaisquer fenômenos for- 17 A arte na pré–história assemelha-se aos egípcios
mais relevantes, nessas culturas, a um contexto quando suas figuras produzem movimento e ins-
cerimonial e a conteúdos simbólicos é praticar outra tabilidade em cena.
forma de reducionismo que nada pode esclarecer. 18 As imagens no período paleolítico e neolítico não
se diferenciavam em suas formas apenas na temá-
tica e na organização das figuras.
19 Os artistas gregos iniciavam sua arte semelhante
à arte egípcia o tronco do corpo geometrizado aos
quadris.
20 Os egípcios e os povos primitivos possuíam suas
estilizadas.
21 Os romanos diferenciam em sua arte dos artistas
gregos apenas pelos valores das vestimentas.
22 Os artistas gregos idealizavam os homens como
Ulpiano Bezerra de Meneses. A arte no período pré-colonial. Walther Zanini. Histo- centro do universo, semelhantes aos deuses.
ria geral da arte no Brasil. São Paulo,Instituto Walther Moreira Salles, 1982, v 1 p
21. 23 Os romanos, além da escultura, que aperfeiçoa-
A partir do texto e da figura acima, que mostra ram em seu estilo artístico, tinham a arquitetura
urna funerária confeccionada em argila, julgue os i- como um dos seus grandes méritos, pois conse-
tens a seguir. gue elaborá-las em andares.
1 A urna exibida não tem função utilitária.
2 Os pés da figura humana representada pela 24 A arte cristã–primitiva era realizada em templos,
uma mostrada têm também a função de dar a- onde estabelecia a nova religião cristianismo.
poio ao objeto. 25 Os gregos dividem-se em três períodos artístico
3 O material utilizado na confecção da uma mos- arcaico, clássico e o período helênico, onde suas
trada na figura é raro no Brasil esculturas desenvolvem-se com novas formas e
4 A cerâmica é geralmente produzida por socie- sem implementação de materiais inovadores.
dades que não atingiram um estágio agrícola.
5 Conforme o exemplo da uma exibida na figura, 26 As catacumbas cristãs assemelham-se aos rituais
as irregularidades na superfície do objeto em egípcios, pois eles acreditavam em desenhos ar-
cerâmica tomam sua forma assimétrica. tísticos, como magia, pré–destinadores de salva-
ção.
Editora Exato 15
ARTES
nham um sistema organizacional como o período Lendo o texto, julgue os itens sobre a arte roma-
neolítico. na.
31 A arquitetura na Grécia limitava-se a grandes es-
1 A estrutura romana era exclusiva para que se
pudessem glorificar os deuses em que eram re-
paços retangulares com colunas dóricas e jônicas.
presentados através de esculturas.
32 A tentativa de perspectiva da arte egípcia é dada 2 A arte romana é menos idealizada e intelectual
pela proporção em que as figuras são representa- que a arte clássica grega, porém os romanos
das. desenvolviam um maior poder de razão e inte-
33 A arte no período paleolítico já demonstrava a lecto em relação a administração, enquanto que
necessidade de criar volume e dar formas com os gregos queriam apenas brilhar.
maior precisão, pois tratava da sobrevivência e 3 As formas romanas são exclusivas e distintas.
fé. 4 A utilização inovadora da arquitetura romana
permitiu projetos mais flexíveis como a utili-
34 Os egípcios eram regidos por leis e regras deter- zação de abóbadas, formas curvas e circulares.
minadas pelos faraós, que manipulavam a arte em
seu favor. 38 A pintura de vasos tornou-se uma importante in-
35 A arte iniciou por estranhos começos nos quais dústria em Atenas, e os humildes artífices empre-
os homens estabeleciam uma comunicação entre gados nas oficinas estavam ávidos por introduzir
si. as mais recentes descobertas em seus trabalhos.
Nos primeiros vasos, pintados no século VI a.C.,
36 A arte é considerada primitiva porque seus artis-
ainda encontram-se vestígios dos métodos egíp-
tas não sabiam desenhar e manipular as cores
cios.
conforme as observavam.
Editora Exato 16
ARTES
natureza das coisas. É período em que a ciência, 3 O desenho do vaso grego representado é estáti-
tal como hoje entendemos o termo, e a filosofia co.
desperta pela primeira vez entre os homens, e de- 4 A arte grega envolve uma harmonia em sua
senvolvendo-se o teatro a partir das cerimônias obra tão expressiva que tudo se combina, o que
em honra a Dionísio. produziu uma composição harmoniosa.
5 A arte grega possui suas formas geométricas
de rigidez, retendo uma singela beleza e luci-
dez em sua obra.
Editora Exato 18
ARTES
37 E, C, E, C
38 E, C, E, C
39 C, C, E, C
40 C, C, C, C, E
41
42
43
44
45
46
Editora Exato 19
ARTES
BARROCO
1. INTRODUÇÃO Barroco apresentou um dinamismo e um exagero de
formas e cores jamais visto no Renascimento.
Historicismo A Pintura Barroca na Itália
1523 – Reforma Protestante de Lutero. De um modo geral, a pintura barroca pode ser
1541 – Contra-Reforma Católica. resumida em alguns pontos principais. O primeiro é a
1542 – Instaurada a Santa Inquisição pelo Concílio disposição dos elementos dos quadros, que sempre
de Trento. forma uma composição em diagonal. Além disso, as
1600 – Caravaggio pinta A Conversão de Santo Pau- cenas são envolvidas em acentuado contraste de cla-
lo. ro-escuro, intensificando a expressão de sentimentos.
1607 – Final das obras da Basílica de São Pedro. E se a pintura barroca é realista, essa realidade não é
1612 – Ingleses iniciam a colonização da Índia. só a vida de reis e nobres, mas também a do povo
1636 – Rembrandt pinta O Cegamento de Sansão. simples.
1654 – Expulsão dos Holandeses do Brasil. Dentre os pintores italianos desse período, qua-
1660 – Vermeer cria A Moça de Turbante. tro são os mais expressivos; Michelangelo, o verda-
1687 – Jesuítas fundam Sete Povos das Missões deiro precursor do barroco, ainda dentro do
(Brasil). Renascimento. Seu trabalho na Capela Sistina já pre-
1740 – Bouchet pinta Triunfo de Vênus. diz o que seria o barroco. Ele lançou as bases da pin-
1757 – Início da Construção da Igreja de Sta. Geno- tura barroca, seu estilo e suas tendências. O Segundo
veva. foi Tintoretto, o mestre do Maneirismo que, com o
1766 – Aleijadinho projeta a Igreja de São Francisco passar dos anos, enveredou pelo barroco, encontran-
de Assis. do nesse estilo o campo fértil para seu talento. Tinto-
O surgimento do Barroco no século XVII, na retto determinou aqui duas características bem
Itália, deve-se a uma série de mudanças econômicas, marcantes: os corpos das figuras são mais expressi-
religiosas e sociais ocorridas na Europa. Com o hu- vos do que seus rostos e a luz e a cor têm grande in-
manismo, o Renascimento e, principalmente, a Re- tensidade.
forma Religiosa de Lutero, a Igreja católica teve seu Tintoretto (Jacopo Robusti, 1518 –
poder enfraquecido. O grande Império cristão frag- 1594) – O mestre filho de um tintureiro
mentou-se em diversas religiões e para reconquistar Pintor italiano de Veneza, cujo apelido, Tinto-
seu prestígio e poder, organiza a Contra-Reforma, retto, deriva da profissão de seu pai, um tintureiro.
tomando iniciativas que visavam reafirmar e difundir Foi na tinturaria do pai que o jovem pintor começou a
a fé católica. Uma dessas iniciativas é a imediata experimentar cores e tons, ainda sobre tecidos velhos
construção de grandes igrejas que serão verdadeira e manchados. Produziu uma grande quantidade de
exibição artística da riqueza, do esplendor e do poder obras para a Igreja, além de cenas mitológicas e retra-
católico. É na construção desse tipo de Igreja que tos. Foi um desenhista formidável que se destacou
nasce a arte Barroca. por empregar em suas telas vívidos exageros de luz e
Da Itália, a arte barroca se propagou para ou- movimento. Já velho e milionário, resolveu ensinar
tros países europeus e pelo continente americano a- sua arte a jovens discípulos, fundando sua própria es-
través dos colonizadores portugueses e espanhóis. cola de arte, atitude incomum para a época.
Mas ela não se desenvolveu de forma igual. Houve
grandes diferenças entre artistas e entre obras produ-
zidas nos diferentes países. Inclusive no Brasil, onde
a arte Barroca, em muitos aspectos e também na sua
duração histórica, superou a própria arte italiana. A-
pesar disso, alguns princípios gerais podem ser indi-
cados como característicos dessa arte: o barroco
rompeu o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou
entre a arte e a ciência, que os renascentistas procura-
ram realizar de forma consciente. No barroco, pre-
dominam as emoções e não o racionalismo
renascentista. As figuras barrocas são representadas
de tal forma que parecem estar em movimento. O A Última Ceia, de Tintoretto
Editora Exato 20
ARTES
Editora Exato 21
ARTES
leceu e desenvolveu seu estilo próprio, a partir de guras, a luz e a cor numa vasta escala, sugerindo um
1577. Suas obras se caracterizam pela predominância intenso movimento.
da verticalidade, que lembra os temas góticos, as fi-
guras são alongadas e geralmente pintadas em cores
frias. Extravasou em sua pintura um intenso senti-
mento religioso, uma forte ironia com a Igreja (no
quadro O Enterro do Conde Orgaz, metade dos ros-
tos das figuras presentes ao enterro são do próprio El
Greco), em diferentes fases da vida e a outra metade,
de bispos e padres. O pintor se divertiu com a ironia,
mas o Papa quis excomungá- lo.
Editora Exato 22
ARTES
Editora Exato 23
ARTES
4. ARQUITETURA BARROCA
A arquitetura do séc. XVII realizou-se princi-
palmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católi-
ca queria proclamar o triunfo de sua fé e, por isso,
realizou obras que impressionaram pelo seu esplen-
dor. Por outro lado, governantes como Luís XIV, da
França, que se consideravam reis por direito divino,
também desejaram palácios que demonstrassem po-
der e riqueza.
Quanto ao estilo da construção, os arquitetos
deixam de lado os valores de simplicidade e raciona-
lidade típicos da Renascença e insistem nos efeitos
decorativos, pois “no barroco, todo muro se ondula e
dobra para criar um novo espaço".
Outro fato importante que merece ser assinala-
do é o reconhecimento, no barroco, de que as áreas
que cercam os prédios tinham importância para a be-
leza final da construção. Daí a preocupação paisagís-
tica com os grandes jardins dos palácios, como em
Versalhes, ou com as praças das igrejas, como a basí-
lica de São Pedro, no Vaticano.
Editora Exato 24
ARTES
Editora Exato 25
ARTES
e que fossem o resultado de uma justa proporção en- Na Idade Média, a produção artística era anô-
tre todas as partes do edifício. A principal caracterís- nima, de acordo com os ideais eclesiástico e real da
tica da arquitetura do Renascimento, portanto, é o iniqüidade do homem diante de Deus e de seu Rei.
equilíbrio das linhas, a organização matemática dos Na arte renascentista, sobretudo na pintura, surge o
espaços e a presença de elementos da Antigüidade artista com estilo pessoal, idéias próprias e liberdade
clássica na decoração. A cúpula é um detalhe impor- para divulgá-las. A partir dessa época, começa a exis-
tante e constante nas construções renascentistas. O tir o artista como o conceituamos atualmente: um cri-
mais famoso exemplo de cúpula existente nesse perí- ador individual e autônomo, que expressa em suas
odo é sem dúvida a da basílica de São Pedro, no Va- obras os seus sentimentos e suas idéias, sem submis-
ticano, em Roma. Erguida entre 1507 e 1607, da sua são a nenhum poder que não a sua própria capacidade
construção participaram grandes arquitetos como de criação.
Donato Bramante, de 1507 a 1510; Rafael, de 1514 a Assim, no Renascimento, são inúmeros os no-
1520; Antonio Sangalloi, de 1540 a 1546; Michelan- mes de artistas conhecidos, cada um com característi-
gelo, de 1546 a 1564, juntamente com Giacomo Del- cas próprias.
la Porta, que continuou a execução do projeto até
7. LEITURA DE OBRAS RENASCENTISTAS
1602; e Carlo Moderni, que a concluiu entre 1602 e
1607. Este, como outros prédios públicos e palácios Masaccio (1421-1428): a pintura como
do período, teve sua arquitetura fortemente influenci-
imitação da realidade
ada pelas características do Renascimento.
Foi um artista genial e precoce que, aos 21 a-
nos, concebeu a pintura como imitação fiel do real e
morreu aos 27 anos, deixando obras que retratam as
formas humanas com impressionante beleza. Seu rea-
lismo é tão cuidadoso que ele parece ter a intenção de
nos convencer da realidade da cena retratada e mais,
parece nos convidar a participar do que está represen-
tado na pintura.
Fra Angélico (1400 –1455) – a busca da
conciliação entre o plano terrestre e o
sobrenatural
Frade dominicano que seguiu as tendências re-
alistas de Masaccio, mas, por respeitar seriamente
seus votos, tem em sua obra como tema principal a
Cúpula da Basílica de S.Pedro – de Michelangelo e Della Porta. religião. Sua pintura, embora siga os princípios re-
6. A PINTURA RENASCENTISTA nascentistas da perspectiva e da técnica claro-escuro,
está impregnada de um sentido místico. O ser huma-
A pintura do Renascimento confirma as três no representado nas obras de Fra Angélico não pare-
conquistas que os artistas do último período gótico ce manifestar angústia ou inquietação diante do
haviam alcançado: a perspectiva, o realismo e o uso mundo, mas serenidade, pois se reconhece como
do claro-escuro. Na Antigüidade, pintores gregos e submisso à vontade de Deus.
romanos já haviam dominado esses recursos da pin- Paollo Uccello (1397-1475) – O encon-
tura, entretanto, os pintores românicos e medievais
tro das fantasias medievais com a
abandonaram essas possibilidades de imitar a reali-
dade. No período Gótico e no Renascimento, porém, perspectiva geométrica
predomina a tendência de uma interpretação científi- Uccello procura compreender o mundo segun-
ca da realidade e do mundo. O resultado disso nas ar- do os conhecimentos científicos do seu tempo e, em
tes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos suas obras, tenta recriar a realidade segundo princí-
da perspectiva segundo princípios da Matemática e pios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação o
da Geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro remete às fantasias medievais, um mundo lendário de
recurso, o claro-escuro, que consiste em pintar algu- um passado superado. Sua pintura está repleta de
mas áreas iluminadas e outras na sombra, reforçando movimento e realismo fantástico.
a sugestão de volume dos corpos. A combinação da
perspectiva com o claro-escuro deu maior realismo às
pinturas.
Editora Exato 26
ARTES
Editora Exato 27
ARTES
Editora Exato 28
ARTES
Madona do Grã-Duque, de Rafael.
8. O RENASCIMENTO FORA DA ITÁLIA
Ticiano Vecellio (1490 –1576) – O pin-
tor que virou nobre As concepções estéticas italianas de valoriza-
ção da cultura greco-romana começaram a se interna-
Ticiano foi o maior pintor da escola veneziana.
cionalizar. Nesses países, foi comum o conflito entre
Viveu toda a sua vida em Veneza, considerada a mais
as tendências nacionais e as novas formas artísticas
importante cidade italiana do Renascimento. Em
vindas da Itália. Mas tal conflito se resolveu com a
1533, o rei Carlos V nomeou-lhe pintor da corte e lhe
nacionalização das idéias italianas.
concedeu um título de nobreza, nunca antes conquis-
Fora da Itália, foi a a pintura, entre as artes
tado por um artista. Ticiano produziu uma série de
plásticas, que melhor refletiu a nacionalização do es-
obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando co-
pírito humanista renascentista italiano. No séc. XV,
res vivas e movimentos que mais tarde serviram de
ainda eram conservadas, na pintura alemã e na dos
base para outros artistas.
Países Baixos, por exemplo, as características do esti-
lo gótico. Mas, alguns artistas, como Dürer, Hans
Holbein, Bosch e Bruegel, fizeram uma espécie de
conciliação entre o gótico e a nova pintura italiana,
intérprete científica de uma realidade. Assim, Albre-
cht Dürer (1471-1528) foi o primeiro artista alemão a
conceber a arte como uma representação fiel da reali-
dade e a buscar traços psicológicos do ser humano e
retratá-los em seus quadros, como por exemplo, no
retrato de Oswolt Krell, onde registra fielmente os
traços físicos do personagem, mas também a atitude
enérgica desse comerciante alemão.
O Maneirismo
A partir de 1520, alguns pintores italianos co- Oswold Krel, de Dürer
meçaram a procurar formas alternativas para a cria- Já Hans Holbein (1498-1543) ficou conhecido
ção de suas obras. Embora tenham buscado como retratista de políticos, intelectuais e financistas
inspiração nas obras renascentistas de Michelângelo, da Inglaterra e dos Países Baixos. Tudo retratado
Leonardo da Vinci e Rafael, deram início a um novo com um realismo tranqüilo, diferente da inquietação
estilo artístico que rompeu com o equilíbrio, a orga- de Dürer. Soube expressar o esmero técnico e o ideal
nização espacial, a simetria, a racionalidade e as pro- renascentista de beleza com precisão e forma. Ao re-
porções estabelecidas pela arte renascentista. Este tratar seu amigo Erasmo de Roterdã, Holbein o fez
novo estilo foi denominado Maneirismo, termo origi- com simplicidade, traçando com sutileza os traços
nário da palavra italiana maniera, que designa o estilo psicológicos e físicos do grande humanista do séc.
ou a maneira própria com que cada artista realiza a XVI.
sua obra. As características iniciadas no Maneirismo
tiveram total desenvolvimento no estilo Barroco, que
sucedeu o renascimento.
Editora Exato 29
ARTES
Editora Exato 30
ARTES
Editora Exato 1
ARTES
EGITO
A história da arte como um esforço contínuo lhes apresentava sob qualquer ângulo fortuito. Dese-
não começa nas cavernas do sul da França nem entre nhavam de memória, contrários aos primitivos que
os índios norte–americanos. Todos sabemos que o observavam, e submetidos a regras estritas, as quais
Egito é a terra das pirâmides, montanhas de pedra asseguravam que tudo o que tivesse de entrar no qua-
que, de fato, tinham importância prática aos olhos dro se destacaria com perfeita clareza.
dos reis e seus súditos. O faraó era considerado um Na representação do corpo humano, a cabeça
ser divino que exercia completo domínio sobre seu era mais facilmente vista de perfil, de modo que eles
povo e que, ao partir deste mundo, voltava para junto a desenhavam lateralmente. O olho humano, se ob-
dos deuses dos quais viera. As pirâmides, erguendo- servarmos, era representado de frente e era plantado
se em direção ao céu, ajudá-lo-iam provavelmente a na vista lateral da face. Os ombros e o tronco são vis-
realizar essa ascensão. Os egípcios acreditavam que o tos melhor de frente, pois assim observamos como os
corpo tinha que ser preservado a fim de que a alma braços se ligam ao corpo. Braços e pernas posiciona-
pudesse continuar vivendo no além. Em toda a volta dos com intenção de movimento, porém, vêem-se
da câmara funerária, eram escritas fórmulas mágicas com muito mais clareza de lado. Esta técnica ficou
e encantamentos para ajudá-los em sua jornada para o conhecida como Lei da Frontalidade (2.2.).
outro mundo. Um nome para designar o escultor era:
“Aquele que mantém vivo”.
A religião se tornou o fator de maior relevân-
cia para os egípcios, e a morte o grande argumento
para sustentação do poder e da arte.
Na quarta “dinastia” do “Antigo império”, den-
tro das características peculiares da arte, os escultores
não eram fiéis à realidade. A observação da natureza
e a regularidade do todo são equilibradas de um mo-
do tão uniforme que essas cabeças nos impressionam
Baixo relevo de um túmulo próximo de Sacará
por sua expressão de vida, sendo, no entanto, remotas (Cerca de 2500 a.C.). Museu do louvre, Paris. (2.2.)
e permanentes. Podemos estudá-las melhor nos rele-
vos e pinturas que adornavam as paredes dos túmu- A regra para a arte egípcia permitia incluir tu-
los. As pinturas e os modelos encontrados em do o que consideravam importante na forma humana;
túmulos egípcios estavam associados à idéia de for- supõe-se ter algo a ver com a finalidade mágica da
necer servos para a alma no outro mundo, uma crença representação pictórica.
que é encontrada em muitas culturas antigas. Representavam o que eles sabiam fazer, da
pessoa ou de uma cena, partiam de formas aprendidas
e dele conhecidas, construía figuras a partir do mo-
mento que suas formas podiam ser dominadas. Não
se tratava apenas do conhecimento técnico, mas pelo
conhecimento que eles tinham do significado das
formas representadas.
Um outro exemplo na arte egípcia em relação
ao significado de suas figuras destinava à separação
de aspecto social, representar a figura de um chefe
maior em uma comunidade egípcia, seu tamanho em
relação às outras figuras destacava-se.
O estilo egípcio incorporou uma série de leis
bastante rigorosa e todo artista tinha que apreendê-las
desde muito jovem. Estátuas sentadas deviam ter as
O jardim de Nebamun, c. 1400 a.C. Mural um tumulo em Tebas, mãos sobre os joelhos; os homens eram sempre pin-
64 x 74,2 cm; British Museum, Londres. tados com a pele um pouco mais escura que as mu-
(2.1.) lheres; aparência rigorosamente estabelecida.
A tarefa do artista consistia em preservar tudo
com maior clareza e permanência possível. Assim,
não se propuseram a bosquejar a natureza tal como se
Editora Exato 2
ARTES
Editora Exato 3
ARTES
Figura 1 Figura 2
Começaram assim a representar como real- Podemos concluir que o artista tinha a intenção
mente viam, foi justamente através desses artistas que de imitar um rosto real, com todas as suas imperfei-
surgiam a técnica do escorço. Exemplo apresentado ções, mas o modelava a partir de seus conhecimentos
na figura 2. sobre a forma humana.
Passou-se a ter a pretensão de levar em conta o Século IV a.C a I d. C A Beleza do Im-
ângulo de onde o artista via o objeto, logo as técnicas pério Grego
mudavam-se aos poucos, e era possível notar os níti-
O artista revela-se agora orgulhoso do seu i-
dos contornos, incluindo-se o conhecimento do corpo
menso poder e gradualmente durante o século IV dis-
humano. Amantes das linhas firmes e planos equili-
cutiam pinturas e estátuas como discutiam poemas e
brados.
Editora Exato 4
ARTES
teatro e elogiavam suas beleza ou criticavam sua Outra religião Oriental que aprendeu a repre-
forma e concepção. sentar suas histórias sagradas para a construção dos
Durante todo o século, os artistas estiveram crentes foi a judaica. Mesmo pela proibição que tinha
analisando se empenhavam em insuflar cada vez em relação às imagens, temendo a idolatria. Suas i-
mais vida nos corpulentos modelos antigos. magens distanciavam da realidade justamente pelo
Século I a IV d. C medo de pecar, e as imagens apenas restringiam-se a
A maioria dos artistas que trabalhavam em lembrar, pois, a manifestação do poder de Deus.
Roma eram gregos, e a maioria dos colecionadores Foi exatamente através deles que surgiu a pri-
romanos adquiria obras dos grandes mestres gregos meira representação de Jesus, apesar das origens da
ou cópias dessas obras. A esses artistas foram confia- arte cristã estarem ainda mais longe.
das diferentes tarefas e eles tiveram, por conseguinte,
que se adaptar aos novos métodos.
O mais citado do edifício é o Panteão, templo
dedicado a todos os deuses. O único templo da anti-
guidade clássica que sempre se conservou como local
de culto.
Editora Exato 5
ARTES
O GÓTICO
O estilo romântico não sobreviveu sequer ao permitiam que significado e mensagem pudessem ser
século XII, permitindo nascer na França setentrional entendidos e meditados pelos fiéis.
o aparecimento do estilo gótico. A tarefa dos pintores nórdicos era a iluminação
As diferenças inovadoras foram descobertas de manuscrito; observe “o sepultamento de cristo”:
pelo método de alobar uma igreja por meio de arcos “Mostra-nos semelhante importância em expor
transversais, desejaram empregar pilares leves e os sentimentos das figuras. A virgem debruça-se so-
“costelas” estreitas nas arestas da abóbada. Passou a bre o corpo morto de Cristo e S. João entrelaça a
ser o ideal dos arquitetos construir igrejas quase à mão, numa atitude de profundo pesar”.
maneira como hoje se constrói estufa. No século XIII,a época das grandes catedrais, a
Surgia uma idéia dominante das catedrais góti- França era o mais rico e o mais importante da Euro-
cas, desenvolvidas ao norte da França durante a 2ª pa. Somente na segunda metade século XIII é que um
metade do século XII. escultor italiano começou a seguir o exemplo dos
O princípio de cruzamento de “nervuras” não mestres franceses e a estudar os métodos da escultura
foi suficiente, foi preciso unir segmentos de arcos – clássica a fim de representar a natureza de modo mais
criando os arcos mais achatados ou pontiagudos, se- concrescente.
guindo as exigências da estrutura. A arte italiana encontrou o pintor genial floren-
No interior de uma catedral gótica somos leva- tino Giotto de B. As mais famosas obras de Giotto
dos a compreender complexas interações de traços e são os murais ou afrescos (pintura ainda fresca, ou
pressões que mantêm a grandiosa abóbada em seu lu- úmida).
gar. Todo o interior parece tecidos delicados, fustes e Ele criou a ilusão de que a história sagrada es-
nervuras e ao longo as paredes da nave parecem reu- tava acontecendo diante dos nossos olhos, já não era
nir no capitel dos diversos pilares que são formados suficiente examinar as representações mais antigas da
por um feixe de varas de pedras. mesma cena e adaptar aqueles modelos consagrados
Eram formadas de vitrais policromos que refu- pelo tempo a um novo uso.
gam como rubis e esmeraldas. Os pilares, nervuras e Observe a obra, o tema é o velório em torno do
rendilhados despendiam cintilações douradas. corpo de Cristo, a virgem abraçando-lhe pela última
Nos portais, as figuras esculpidas que se aglo- vez.
meram nos poéticos das grandes catedrais góticas
Editora Exato 6
ARTES
Variou o tamanho das figuras de modo a en- uma vez que os interesses enveredaram por esse ca-
caixá-la bem na página, e se tentarmos imaginar as minho, a arte medieval podia realmente considerar-se
figuras em 1º plano e S. João ao fundo – com Cristo e no fim. E a partir daqui chegamos a tal grandioso pe-
a Virgem, percebe-se que tudo está espremido e que ríodo renascentista.
o artista não se importou com problemas de espaço. O início do século XV, conquistando a
Para Giotto, o observar é como uma testemu- realidade
nha do que estava acontecendo, ele mostra de modo
O renascimento ganhava terreno na Itália des-
tão convincente como cada figura reflete a dor pro-
de a época de Giotto, e ali mesmo a idéia de renasci-
funda suscitada pela trágica cena que não podemos
mento associava-se, na mente dos romanos, à idéia de
deixar de pressentir a mesma aflição nas figuras aga-
ressurreição da “grandeza de Roma”.
chadas, cujos rostos não podemos ver.
Os italianos do século XIV acreditavam que a
Como o trabalho continuava no século XIV,
arte, a ciência e o saber haviam florescido no período
vem-se a ambição dos grandes bispados por podero-
clássico, que todas essas coisas foram destruídas pe-
sas catedrais. Podemos dizer que o gosto do século
los bárbaros do Norte e que a eles cabia a missão de
XIV se inclinava mais para o refinado do que para o
reviver o passado glorioso.
grandioso.
O líder foi o arquiteto Fillipo Brunelleschi, que
Em sua arquitetura, já não se contentavam com
decidiu descartar inteiramente o estilo tradicional a-
os métodos e majestosos contornos, gostavam de exi-
dotado e ansiava pelo modelo romano.
bir sua habilidade na decoração e nos rendilhados
Tinha como intenção que as formas da arquite-
complexos. Há quem afirme que as obras mais carac-
tura clássica fossem desenvolvidas de formas livres
terísticas deste século são os trabalhos menores em
usadas para criar novos modos de harmonia e beleza.
metais preciosos ou marfim, em que o amor dos pin-
Brunelleschi não foi apenas o pioneiro da ar-
tores do século XIV por detalhes graciosos e delica-
quitetura da Renascença, mas também dominou toda
dos é visto em manuscritos iluminados, e o método
a arte de séculos subseqüentes: a da perspectiva,
de contar a história continua um tanto irreal.
culminou colunas, pilastras e arcos à sua própria ma-
Somente no decorrer do século XIV é que os
neira, a fim de lograr um efeito de leveza e elegância
dois elementos dessa arte, a leve narrativa e a obser-
diferente de tudo o que se construíra antes.
vação se conjugaram gradualmente.
Foi Brunelleschi quem forneceu a artistas mei-
Giotto foi contemporâneo do grande poeta flo-
os técnicos para solucionar esse problema. E o entu-
rentino Dante, que o menciona na divina comédia.
siasmo que isso causou entre os seus amigos pintores
Esses, entre outros artistas do século XIV, pintaram
deve ter sido imenso.
copiando da natureza, o que desenvolveu a arte retra-
A figura a seguir trata de um mural numa igre-
tista.
ja florentina representando a Santíssima trindade com
A Boêmia tornou-se um dos centros através do
a Virgem e S.João sob a cruz, e os doadores – um ve-
qual essa influência, oriunda da Itália e da França,
lho mercador e sua esposa – ajoelhados do lado de
propagou-se mais amplamente, alcançado contato a-
fora.
inda com a Inglaterra. A Europa da igreja latina ainda
O artista que representou tal grandiosidade
era mais vasta. Artistas e idéias circulavam livremen-
chama-se Masaccio, que significa “desejeitado”, sua
te de um centro para o outro, e ninguém pensava em
arte não constituía apenas a perspectiva elaborada na
rejeitar uma realização por ser “estrangeira”. O estilo
pintura, mas elaborou através da simplicidade e gran-
surgiu do intercâmbio em fins do século XIV, é co-
deza das figuras que eram emolduradas por essa nova
nhecido entre os historiadores como o “estilo interna-
arquitetura.
cional”.
Figuras maciças em sólidas formas angulares e
Os artistas desse estilo aplicaram a mesma ca-
a presença de um túmulo sombrio com um esqueleto
pacidade de observação e o mesmo prazer em coisas
acima, substituindo a delicadeza das flores e pedras
belas e delicadas sempre que retrataram o mundo à
preciosas.
sua volta. Tinha o costume da Idade Média ilustrar
calendários com quadros das diversas ocupações ca-
racterísticas dos sucessivos meses: se menteira, caça,
colheita etc.
Aqui era possível colocar todo o conhecimento
adquirido da natureza a serviço da arte religiosa, co-
mo os mestres do século XIV tinham feito. Havia o
treino antes das antigas fórmulas para representar as
principais figuras da história sagrada. Sendo assim,
Editora Exato 7
ARTES
Editora Exato 8
ARTES
Final do Século XV na Itália cela de cada monge e no final de cada corredor. Ob-
As novas descobertas que os artistas da Itália e serve uma de suas pinturas.
Flandres tinham feito nos começos do século XV: a
nobreza do período comungava nos ideais da cavala-
ria; sua lealdade ao rei ou ao senhor feudal não im-
plicava que se considerassem os paladinos de
qualquer povo ou nação. Cada cidade orgulhava-se e
era ciosa de sua própria posição e privilégios no co-
mércio e indústria. Assim que os artistas ganharam
importância. Os artistas, como todos os artesão e artí-
fices, organizaram-se em corporações, as quais eram
companhias ricas que faziam ouvir sua voz na admi-
nistração da cidade, e não só a ajudavam a prosperar
como também se empenhavam em fazê-la bela, po-
rém dificultavam a todo e qualquer artista estranho
obter emprego ou instalar-se entre eles.
No século XV, a arte fragmentou-se numa sé-
rie de “escolas” diferentes; quase todas as cidades,
grandes ou pequenas, da Itália, Flandres e Alemanha
tinham sua própria “escola de pintura”. O termo es-
cola era para determinar que se uma criança se dedi-
Fra Angélico – A anunciação, 1440. Afresco
casse à pintura, o pai a colocava desde cedo na casa
187 x 157. Museu di San Marco, Florença.
dos mestres da cidade, com a intenção dele se tornar
um aprendiz.
Outro a ser citado é o pinto Paolo Uccello, a-
Como exemplo do período citamos Fra Angé-
parentemente sua pintura parece bastante medieval.
lico, um frade dominicano, e os afrescos que pintou
em uma de suas mais belas obras, uma cena sacra na
Paolo Uccello – A Batalha de San Romano, c. 1450. Provavelmente de um aposento do Palazzo Médici Florença, óleo sobre madeira,
181,6 x 320 cm. National gallery, Londres.
Editora Exato 10
ARTES
LISTA DE EXERCÍCIOS
2 Conforme a imagem, julguem os seguintes itens:
EXERCÍCIOS
Editora Exato 11
ARTES
Com base no texto e imagem, julgue os itens: 6 A arte gótica, como a conhecemos até o presente,
1 A sua obra apresenta, em sua arquitetura, uma reflete um desejo de conferir aos temas tradicio-
ilusão de formas geométricas. nais do cristianismo um apelo emocional cada
2 Suas pinturas já não têm por função represen- vez mais intenso. A mais característica e difundi-
tar um acontecimento. da dessas imagens é chamada Pietà, uma repre-
3 A pintura observada destina-se a transmitir sentação da Virgem lamentando o Cristo morto.
emoções, como alegria e tristeza. Essa cena não aparece nas escrituras. foi criado
4 As figuras representadas parecem estar estáti- em contrapartida ao tema da Madona com o Me-
cas. nino.
Editora Exato 12
ARTES
Editora Exato 13
ARTES
Editora Exato 14
ARTES
é possível falar em categorias como objetos artísticos, 15 A arte egípcia tinha como seu deus não a coca–
artista, colecionador de arte, marchand e assim por cola, mas ao faraó a quem exortavam em suas
diante. Dentro dessa perspectiva, é totalmente inade- pinturas e esculturas.
quado presumir uma atividade artística para as cultu-
16 As figuras encontradas no período egípcio eram
ras primitivas e, portanto, tentar identificar uma
bastante adornadas com ouro e brilho para manter
classe de produtos de arte ou buscar especialização
a crença e o poder hierárquico de seu povo.
na sua manufatura. Por outro lado, remeter, como so-
lução alternativa, todos e quaisquer fenômenos for- 17 A arte na pré–história assemelha-se aos egípcios
mais relevantes, nessas culturas, a um contexto quando suas figuras produzem movimento e ins-
cerimonial e a conteúdos simbólicos é praticar outra tabilidade em cena.
forma de reducionismo que nada pode esclarecer. 18 As imagens no período paleolítico e neolítico não
se diferenciavam em suas formas apenas na temá-
tica e na organização das figuras.
19 Os artistas gregos iniciavam sua arte semelhante
à arte egípcia o tronco do corpo geometrizado aos
quadris.
20 Os egípcios e os povos primitivos possuíam suas
estilizadas.
21 Os romanos diferenciam em sua arte dos artistas
gregos apenas pelos valores das vestimentas.
22 Os artistas gregos idealizavam os homens como
Ulpiano Bezerra de Meneses. A arte no período pré-colonial. Walther Zanini. Histo- centro do universo, semelhantes aos deuses.
ria geral da arte no Brasil. São Paulo,Instituto Walther Moreira Salles, 1982, v 1 p
21. 23 Os romanos, além da escultura, que aperfeiçoa-
A partir do texto e da figura acima, que mostra ram em seu estilo artístico, tinham a arquitetura
urna funerária confeccionada em argila, julgue os i- como um dos seus grandes méritos, pois conse-
tens a seguir. gue elaborá-las em andares.
1 A urna exibida não tem função utilitária.
2 Os pés da figura humana representada pela 24 A arte cristã–primitiva era realizada em templos,
uma mostrada têm também a função de dar a- onde estabelecia a nova religião cristianismo.
poio ao objeto. 25 Os gregos dividem-se em três períodos artístico
3 O material utilizado na confecção da uma mos- arcaico, clássico e o período helênico, onde suas
trada na figura é raro no Brasil esculturas desenvolvem-se com novas formas e
4 A cerâmica é geralmente produzida por socie- sem implementação de materiais inovadores.
dades que não atingiram um estágio agrícola.
5 Conforme o exemplo da uma exibida na figura, 26 As catacumbas cristãs assemelham-se aos rituais
as irregularidades na superfície do objeto em egípcios, pois eles acreditavam em desenhos ar-
cerâmica tomam sua forma assimétrica. tísticos, como magia, pré–destinadores de salva-
ção.
Editora Exato 15
ARTES
nham um sistema organizacional como o período Lendo o texto, julgue os itens sobre a arte roma-
neolítico. na.
31 A arquitetura na Grécia limitava-se a grandes es-
1 A estrutura romana era exclusiva para que se
pudessem glorificar os deuses em que eram re-
paços retangulares com colunas dóricas e jônicas.
presentados através de esculturas.
32 A tentativa de perspectiva da arte egípcia é dada 2 A arte romana é menos idealizada e intelectual
pela proporção em que as figuras são representa- que a arte clássica grega, porém os romanos
das. desenvolviam um maior poder de razão e inte-
33 A arte no período paleolítico já demonstrava a lecto em relação a administração, enquanto que
necessidade de criar volume e dar formas com os gregos queriam apenas brilhar.
maior precisão, pois tratava da sobrevivência e 3 As formas romanas são exclusivas e distintas.
fé. 4 A utilização inovadora da arquitetura romana
permitiu projetos mais flexíveis como a utili-
34 Os egípcios eram regidos por leis e regras deter- zação de abóbadas, formas curvas e circulares.
minadas pelos faraós, que manipulavam a arte em
seu favor. 38 A pintura de vasos tornou-se uma importante in-
35 A arte iniciou por estranhos começos nos quais dústria em Atenas, e os humildes artífices empre-
os homens estabeleciam uma comunicação entre gados nas oficinas estavam ávidos por introduzir
si. as mais recentes descobertas em seus trabalhos.
Nos primeiros vasos, pintados no século VI a.C.,
36 A arte é considerada primitiva porque seus artis-
ainda encontram-se vestígios dos métodos egíp-
tas não sabiam desenhar e manipular as cores
cios.
conforme as observavam.
Editora Exato 16
ARTES
natureza das coisas. É período em que a ciência, 3 O desenho do vaso grego representado é estáti-
tal como hoje entendemos o termo, e a filosofia co.
desperta pela primeira vez entre os homens, e de- 4 A arte grega envolve uma harmonia em sua
senvolvendo-se o teatro a partir das cerimônias obra tão expressiva que tudo se combina, o que
em honra a Dionísio. produziu uma composição harmoniosa.
5 A arte grega possui suas formas geométricas
de rigidez, retendo uma singela beleza e luci-
dez em sua obra.
Editora Exato 18
ARTES
37 E, C, E, C
38 E, C, E, C
39 C, C, E, C
40 C, C, C, C, E
41
42
43
44
45
46
Editora Exato 19
ARTES
BARROCO
1. INTRODUÇÃO Barroco apresentou um dinamismo e um exagero de
formas e cores jamais visto no Renascimento.
Historicismo A Pintura Barroca na Itália
1523 – Reforma Protestante de Lutero. De um modo geral, a pintura barroca pode ser
1541 – Contra-Reforma Católica. resumida em alguns pontos principais. O primeiro é a
1542 – Instaurada a Santa Inquisição pelo Concílio disposição dos elementos dos quadros, que sempre
de Trento. forma uma composição em diagonal. Além disso, as
1600 – Caravaggio pinta A Conversão de Santo Pau- cenas são envolvidas em acentuado contraste de cla-
lo. ro-escuro, intensificando a expressão de sentimentos.
1607 – Final das obras da Basílica de São Pedro. E se a pintura barroca é realista, essa realidade não é
1612 – Ingleses iniciam a colonização da Índia. só a vida de reis e nobres, mas também a do povo
1636 – Rembrandt pinta O Cegamento de Sansão. simples.
1654 – Expulsão dos Holandeses do Brasil. Dentre os pintores italianos desse período, qua-
1660 – Vermeer cria A Moça de Turbante. tro são os mais expressivos; Michelangelo, o verda-
1687 – Jesuítas fundam Sete Povos das Missões deiro precursor do barroco, ainda dentro do
(Brasil). Renascimento. Seu trabalho na Capela Sistina já pre-
1740 – Bouchet pinta Triunfo de Vênus. diz o que seria o barroco. Ele lançou as bases da pin-
1757 – Início da Construção da Igreja de Sta. Geno- tura barroca, seu estilo e suas tendências. O Segundo
veva. foi Tintoretto, o mestre do Maneirismo que, com o
1766 – Aleijadinho projeta a Igreja de São Francisco passar dos anos, enveredou pelo barroco, encontran-
de Assis. do nesse estilo o campo fértil para seu talento. Tinto-
O surgimento do Barroco no século XVII, na retto determinou aqui duas características bem
Itália, deve-se a uma série de mudanças econômicas, marcantes: os corpos das figuras são mais expressi-
religiosas e sociais ocorridas na Europa. Com o hu- vos do que seus rostos e a luz e a cor têm grande in-
manismo, o Renascimento e, principalmente, a Re- tensidade.
forma Religiosa de Lutero, a Igreja católica teve seu Tintoretto (Jacopo Robusti, 1518 –
poder enfraquecido. O grande Império cristão frag- 1594) – O mestre filho de um tintureiro
mentou-se em diversas religiões e para reconquistar Pintor italiano de Veneza, cujo apelido, Tinto-
seu prestígio e poder, organiza a Contra-Reforma, retto, deriva da profissão de seu pai, um tintureiro.
tomando iniciativas que visavam reafirmar e difundir Foi na tinturaria do pai que o jovem pintor começou a
a fé católica. Uma dessas iniciativas é a imediata experimentar cores e tons, ainda sobre tecidos velhos
construção de grandes igrejas que serão verdadeira e manchados. Produziu uma grande quantidade de
exibição artística da riqueza, do esplendor e do poder obras para a Igreja, além de cenas mitológicas e retra-
católico. É na construção desse tipo de Igreja que tos. Foi um desenhista formidável que se destacou
nasce a arte Barroca. por empregar em suas telas vívidos exageros de luz e
Da Itália, a arte barroca se propagou para ou- movimento. Já velho e milionário, resolveu ensinar
tros países europeus e pelo continente americano a- sua arte a jovens discípulos, fundando sua própria es-
través dos colonizadores portugueses e espanhóis. cola de arte, atitude incomum para a época.
Mas ela não se desenvolveu de forma igual. Houve
grandes diferenças entre artistas e entre obras produ-
zidas nos diferentes países. Inclusive no Brasil, onde
a arte Barroca, em muitos aspectos e também na sua
duração histórica, superou a própria arte italiana. A-
pesar disso, alguns princípios gerais podem ser indi-
cados como característicos dessa arte: o barroco
rompeu o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou
entre a arte e a ciência, que os renascentistas procura-
ram realizar de forma consciente. No barroco, pre-
dominam as emoções e não o racionalismo
renascentista. As figuras barrocas são representadas
A Última Ceia, de Tintoretto
de tal forma que parecem estar em movimento. O
Editora Exato 20
ARTES
Editora Exato 21
ARTES
Editora Exato 22
ARTES
Editora Exato 23
ARTES
4. ARQUITETURA BARROCA
A arquitetura do séc. XVII realizou-se princi-
palmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católi- Praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
ca queria proclamar o triunfo de sua fé e, por isso,
realizou obras que impressionaram pelo seu esplen-
dor. Por outro lado, governantes como Luís XIV, da
França, que se consideravam reis por direito divino,
também desejaram palácios que demonstrassem po-
der e riqueza.
Quanto ao estilo da construção, os arquitetos
deixam de lado os valores de simplicidade e raciona-
lidade típicos da Renascença e insistem nos efeitos
decorativos, pois “no barroco, todo muro se ondula e
dobra para criar um novo espaço".
Outro fato importante que merece ser assinala-
do é o reconhecimento, no barroco, de que as áreas
que cercam os prédios tinham importância para a be-
leza final da construção. Daí a preocupação paisagís-
tica com os grandes jardins dos palácios, como em
Versalhes, ou com as praças das igrejas, como a basí-
lica de São Pedro, no Vaticano.
Editora Exato 24
ARTES
O RENASCIMENTO
HISTORICISMO sição ao divino e ao sobrenatural conceituados na I-
dade Média.
1308 – Dante Alighieri começa a escrever A Devido ao humanismo e ao ideal de liberdade
Divina Comédia. predominante no período, o artista renascentista teve
1333 – Simoni de Martini pinta O Anjo e a a oportunidade de expressar suas idéias e sentimentos
Anunciação. sem estar submetido à Igreja ou a outro poder. Ele
1415 – Navegadores portugueses chegam a era um criador e tinha um estilo pessoal, diferencian-
Ceuta. do-se dos artistas medievais. Além disso, o artista era
1448 – Gutenberg inventa a imprensa. dignamente pago para produzir suas obras, quer fos-
1474 – Da Vinci pinta O Retrato de Ginevra sem elas feitas para compradores particulares ou para
Benci. a própria Igreja.
1492 – Colombo descobre a América.
1500 – Cabral chega ao Brasil. 1. ARQUITETURA RENASCENTISTA
1505 – Giovanni Bellini pinta Nossa Senhora
A preocupação dos construtores renascentistas
do Prado.
foi criar espaços compreensíveis de todos os ângulos
1532 – Fundação de S. Vicente, por Martim
e que fossem o resultado de uma justa proporção en-
Afonso de Souza.
tre todas as partes do edifício. A principal caracterís-
1543 – Copérnico fundamenta a tese do Sol
tica da arquitetura do Renascimento, portanto, é o
como centro do universo.
equilíbrio das linhas, a organização matemática dos
espaços e a presença de elementos da Antigüidade
O termo Renascimento é comumente aplicado
clássica na decoração. A cúpula é um detalhe impor-
à civilização européia que se desenvolveu entre 1300
tante e constante nas construções renascentistas. O
e 1650. Ele sugere que, a partir do século XIV, teria
mais famoso exemplo de cúpula existente nesse perí-
havido na Europa um súbito reviver dos ideais da
odo é sem dúvida a da basílica de São Pedro, no Va-
cultura greco-romana. Essa é, no entanto, uma visão
ticano, em Roma. Erguida entre 1507 e 1607, da sua
simplista da História, já que, mesmo durante o perío-
construção participaram grandes arquitetos como
do medieval, o interesse pelos autores clássicos nun-
Donato Bramante, de 1507 a 1510; Rafael, de 1514 a
ca deixou de existir. Nas escolas das catedrais e dos
1520; Antonio Sangalloi, de 1540 a 1546; Michelan-
mosteiros, autores gregos ou romanos, como Cícero,
gelo, de 1546 a 1564, juntamente com Giacomo Del-
Virgílio, Sêneca e os grandes filósofos gregos eram
la Porta, que continuou a execução do projeto até
muito estudados.
1602; e Carlo Moderni, que a concluiu entre 1602 e
Outro problema é o da subestimação e do des-
1607. Este, como outros prédios públicos e palácios
conhecimento da cultura medieval. O termo “renas-
do período, teve sua arquitetura fortemente influenci-
cimento” pode sugerir que todo o período medieval
ada pelas características do Renascimento.
foi uma época de trevas e ignorância. Essa falsa idéia
foi difundida pelos próprios renascentistas, que, no
desejo de combater tudo que fosse medieval, chama-
vam a Idade Média de “Idade das Trevas”.
Na verdade, já a partir do século XI, começa a
surgir por toda a Europa Ocidental uma série de mo-
vimentos de renovação cultural inspirados nos ideais
greco-romanos. No entanto, sob vários aspectos, o
Renascimento retoma certos elementos da cultura
medieval. Por outro lado, o Renascimento foi um
momento da História muito mais amplo e complexo
do que o simples reviver da antiga cultura greco-
romana. Ocorreram nesse período muitos progressos
e incontáveis realizações no campo das artes, da lite-
ratura e das ciências, que superaram a herança clássi-
Cúpula da Basílica de S.Pedro – de Michelangelo e Della Porta.
ca. O ideal humanista foi, sem dúvida, o móvel desse
progresso e tornou-se o próprio espírito do Renasci- 2. A PINTURA RENASCENTISTA
mento. Num sentido amplo, esse ideal é entendido
A pintura do Renascimento confirma as três
como a valorização do homem e da natureza em opo-
conquistas que os artistas do último período gótico
Editora Exato 25
ARTES
haviam alcançado: a perspectiva, o realismo e o uso mundo, mas serenidade, pois se reconhece como
do claro-escuro. Na Antigüidade, pintores gregos e submisso à vontade de Deus.
romanos já haviam dominado esses recursos da pin- Paollo Uccello (1397-1475) – O encon-
tura, entretanto, os pintores românicos e medievais tro das fantasias medievais com a
abandonaram essas possibilidades de imitar a reali-
dade. No período Gótico e no Renascimento, porém, perspectiva geométrica
predomina a tendência de uma interpretação científi- Uccello procura compreender o mundo segun-
ca da realidade e do mundo. O resultado disso nas ar- do os conhecimentos científicos do seu tempo e, em
tes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos suas obras, tenta recriar a realidade segundo princí-
da perspectiva segundo princípios da Matemática e pios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação o
da Geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro remete às fantasias medievais, um mundo lendário de
recurso, o claro-escuro, que consiste em pintar algu- um passado superado. Sua pintura está repleta de
mas áreas iluminadas e outras na sombra, reforçando movimento e realismo fantástico.
a sugestão de volume dos corpos. A combinação da
perspectiva com o claro-escuro deu maior realismo às
pinturas.
Na Idade Média, a produção artística era anô-
nima, de acordo com os ideais eclesiástico e real da
iniqüidade do homem diante de Deus e de seu Rei.
Na arte renascentista, sobretudo na pintura, surge o
artista com estilo pessoal, idéias próprias e liberdade
para divulgá-las. A partir dessa época, começa a exis-
tir o artista como o conceituamos atualmente: um cri-
ador individual e autônomo, que expressa em suas
obras os seus sentimentos e suas idéias, sem submis-
são a nenhum poder que não a sua própria capacidade
de criação.
Assim, no Renascimento, são inúmeros os no-
mes de artistas conhecidos, cada um com característi-
cas próprias.
3. LEITURA DE OBRAS RENASCENTISTAS
Editora Exato 26
ARTES
Editora Exato 27
ARTES
Editora Exato 28
ARTES
Editora Exato 29
ARTES
Editora Exato 30
BIOLOGIA
BIOLOGIA
CITOLOGIA
Água (H2O)
BIOQUÍMICA Substância mais abundante no organismo, a
água equivale a cerca de 60-70% (quantidade relati-
1. INTRODUÇÃO va) do peso do corpo humano. As quantidades podem
variar em função de inúmeros fatores, entre eles: ati-
Os seres vivos apresentam uma grande diver- vidade metabólica do tecido, idade do organismo e
sidade e é possível distingui-los da matéria bruta de- tipo de organismo.
vido a algumas características básicas: metabolismo,
Sais minerais
material genético, reprodução, excitabilidade e cres-
cimento. Há três maneiras básicas de apresentação dos
Metabolismo: conjunto de reações quími- íons nos seres vivos. Encontraremos estes na forma
cas que ocorrem no organismo. As reações iônica (ex.: Mg+) imobilizados no esqueleto (ex:
que envolvem síntese de substâncias consti- CaCO3 - Tecido ósseo) ou combinados com molécu-
tuem o anabolismo e as reações que envol- las orgânicas (ex.: Cobalto, na vitamina B12).
vem a degradação de substâncias 3. SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS
constituem o catabolismo.
Material genético: a maioria dos organis- Carboidratos
mos possui a molécula de DNA como de- São substâncias formadas por carbono(C), hi-
tentora da informação genética. O fato de drogênio(H) e oxigênio(O). Também são chamadas
os seres vivos terem a informação codifica- de hidratos de carbono, ou glúcides, ou glicídos.
da em uma molécula capaz de autoduplica- Classificação dos Carboidratos
ção é fundamental à ocorrência de Monossacarídeos: moléculas de carboidra-
reprodução. O material genético possui tos simples (não sofrem hidrólise), forma-
também a vantagem de não ser estático; su- das segundo a fórmula geral Cn(H2O)n, onde
as transformações, as mutações, constituem n representa o número de átomos de carbo-
fator essencial à ocorrência da evolução no, que varia entre 3 e 7. Podem ser cha-
dos seres vivos, devido à possibilidade de mados de trioses, tetroses, pentoses,
surgimento aleatório de novos genes. hexoses e heptoses, de acordo com o núme-
Reprodução: na reprodução sexuada, a ro de átomos de carbono.
troca de material genético entre organismos Exemplos de monossacarídeos:
leva à produção de prole variada, o que é Glicose: monossacarídeo do tipo hexose, é um
vantajoso para a evolução dos organismos. carboidrato com função energética, produzido pelos
Já, na reprodução assexuada, não há troca vegetais através da fotossíntese.
de material genético e, conseqüentemente,
os organismos produzidos são geralmente Frutose: monossacarídeo do tipo hexose, é um
idênticos àqueles que os produziram. carboidrato com função energética, encontrado em
Crescimento: os seres vivos crescem por frutas.
transformações da matéria absorvida, o que Dissacarídeos:
leva ao crescimento por aumento do volu- Os dissacarídeos são formados por 2 moléculas
me celular ou aumento do número de célu- de monossacarídeos (monossacarídeo + monossaca-
las. rídeo). Ao sofrerem hidrólise, geram monossacarí-
Os seres vivos apresentam uma composição deos.
química muito complexa. Na sua organização celular, Principais dissacarídeos:
consideraremos dois grandes grupos de substâncias: Maltose (glicose + glicose): encontrada em ce-
as orgânicas e as inorgânicas. Estas variam em quali- reais.
dade e quantidade em função do metabolismo a que Lactose (glicose + galactose): encontrada no
cada tipo se destina. leite.
Sacarose (glicose+frutose): encontrada na ca-
2. SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS na-de-açúcar.
Compreende o grupo de substâncias que não Polissacarídeos:
apresentam o carbono como elemento principal da São cadeias formadas pela união de vários mo-
molécula. nossacarídeos (polímeros de oses).
Principais polissacarídeos:
Editora Exato 1
BIOLOGIA
Amido: reserva energética dos vegetais. Nos vegetais, as gorduras ficam armazenadas
Celulose: presente no tecido vegetal, apresenta em sementes ou em frutos, o que representa uma ca-
função estrutural. racterística adaptativa interessante, pois essas estrutu-
Glicogênio: reserva energética animal. ras compactas contêm grande quantidade de energia,
Lipídios empregada pelo embrião durante seu desenvolvimen-
São ésteres (ácido graxo + álcool) insolúveis to ou por muitos animais que se alimentam de frutos
em água, mas que degradam-se em meio a solventes e de sementes. Sendo estruturas relativamente peque-
orgânicos como álcool, clorofórmio, benzina etc. A- nas, as sementes e os frutos podem ser levados para
tuam como eficiente reserva energética, pois rendem locais distantes da planta mãe – o que se chama dis-
mais do que duas vezes a energia por grama do que persão - facilitando a ocupação de territórios. Os a-
os carboidratos. Também atuam como importantes nimais colaboram para esse transporte quando
componentes estruturais das células, especialmente comem os frutos e esparramam as sementes.
da membrana celular. Proteínas
Classificação dos Lipídios: São macromoléculas orgânicas formadas por
Lipídios Simples: unidades (monômeros) denominadas aminoácidos.
a) Glicerídeos (óleos e gorduras). Composição Cada aminoácido é formado por um grupo carboxila,
básica: álcool de cadeia curta (glicerol + ácido gra- um grupo amina e uma porção variável da molécula
xo). São conhecidos como “triglicerídeos”. denominada radical.
b) Cerídeos (ceras). Composição básica: álcool
de cadeia longa.
Rn Radical
Lipídios Compostos (Conjugados):
Encontram-se associados a outras substâncias.
Exemplo: fosfolipídios (lecitina, esfingomieli-
na, cefalina). H2N C COOH
Esteróides:
Composição básica: álcoois de cadeia fechada
(ex.: colesterol + ácido graxo). São esteróides: hor- Amina Carboxila
mônios sexuais masculinos e femininos, hormônios H
corticais supra-renais (ex.: corticoesteróides), vitami- Estrutura de um aminoácido
O H N O H C C H + HO H
Na fotossíntese, as plantas produzem molécu- H C C + H C C C N
las de glicose e a produção do amido, a partir delas, H OH H OH H O
exige um equipamento enzimático relativamente H C C C
simples. Como o gasto energético das plantas não é H H OH
tão elevado quanto o dos animais, já que são relati- Ligação peptídica
vamente imóveis, o fato de haver menos trabalho me-
tabólico favoreceu a armazenagem de amido no Um total de somente 20 aminoácidos compõe
processo evolutivo dos vegetais. todas as proteínas de todos os seres vivos. Um dos
Os animais, por sua vez, gastam muita energia principais fatores que caracterizam esses polipeptí-
na locomoção e devem carregar consigo seu estoque deos é o arranjo (ordem, tipo e número) dos aminoá-
de energia. Armazenar gorduras representa diminui- cidos que os constituem. Esse arranjo é determinado
ção da massa a ser transportada, com menor gasto pela ação dos ácidos nucléicos.
energético. Existem dois tipos básicos de aminoácidos, os
A capacidade de estocagem de carboidratos naturais e os essenciais. Os primeiros são sintetiza-
pelos animais é pequena, restringindo-se aos múscu- dos pelo organismo e os últimos, por não serem sinte-
los e ao fígado, na forma de glicogênio. tizados no organismo, devem estar incluídos na dieta.
A classificação de aminoácido essencial e natural é
Editora Exato 2
BIOLOGIA
variável entre os organismos, o que significa dizer Estrutura terciária e quaternária: as ca-
que se um aminoácido é essencial para o homem, po- deias protéicas podem dobrar-se, formando
de ser natural para um cão, por exemplo. a estrutura terciária de natureza globular. A
As proteínas são classificadas da seguinte for- maioria das proteínas com atividade bioló-
ma: gica possui forma globular. Muitas proteí-
Simples⇒ moléculas formadas exclusiva- nas são formadas por mais de uma cadeia
mente por aminoácidos. polipeptídica, sendo esse nível de organiza-
Conjugadas⇒ apresentam um grupamento ção denominado estrutura quaternária. São
prostético, que é uma porção não protéica exemplos de proteínas globulares:
da molécula. Exemplos: nucleoproteínas Hemoglobina;
(grupo prostético é um ácido nucléico), gli- Mioglobina;
coproteínas (grupo prostético contém polis- Hemocianina;
sacarídeos), lipoproteínas (grupo prostético Enzimas;
contém lipídios), metaloproteínas (grupo Proteínas da membrana.
prostético é um metal) .
Níveis de Organização das Proteínas
Estrutura primária: refere-se à seqüência
linear de aminoácidos em uma cadeia poli-
peptídica. Cada tipo de proteína (cadeia po-
lipeptídica) possui uma seqüência particular
de aminoácidos.
para que seja exercida a ação catalítica. Es- Observe os gráficos a seguir :
sa relação entre a enzima e seu substrato é
chamada de efeito chave-fechadura. Pelo
Velocidade máxima
que foi exposto, é fácil concluir que a ativi-
dade enzimática depende fundamentalmen-
te da forma espacial da molécula da Velocidade da
enzima. Modificações na forma dessa mo- reação
lécula, como as que ocorrem na desnatura- Temperatura
ção, inativam as enzimas. ótima
E1 Temperatura
A B A E2 produtos
A B
Velocidade máxima
E3
Especificidade enzimática: efeito chave-fechadura. (A)= enzima (B) substrato
Velocidade da
reação
A estrutura terciária da cadeia protéica de uma
enzima é mantida por pontes de hidrogênio entre os pH
grupos R dos aminoácidos em voltas adjacentes da ótimo
cadeia e por interações entre os vários grupos R dos
aminoácidos. Na desnaturação protéica, há o rom- pH
pimento dessas ligações, o que resulta em perda da
forma e, conseqüentemente, da atividade biológica da
proteína. A desnaturação pode ocorrer por alterações Velocidade máxima
no meio, tais como aumento da acidez ou aumento da Velocidade da
temperatura. A coagulação da clara do ovo é um bom reação
exemplo de desnaturação protéica. Em geral, os or-
ganismos não vivem em ambientes com temperaturas
muito altas, pois a desnaturação de suas enzimas in-
viabiliza o metabolismo celular. Concentração do substrato
Algumas enzimas necessitam, para exercerem
sua atividade biológica, de co-fatores, que podem ser
um íon ou uma molécula (coenzima). O complexo Inibidores Enzimáticos
formado pela enzima (apoenzima) e seu co-fator é
Existem substâncias capazes de impedir a ação
chamado de holoenzima.
de uma enzima. São chamados inibidores enzimáti-
O nome das enzimas é formado geralmente pe-
cos. Uma enzima “reconhece” seu substrato porque
la adição do sufixo ase à raiz de nome do substrato.
se liga ao seu centro ativo. Se outra molécula, com
Exemplos:
estrutura espacial semelhante à de seu substrato, li-
Amilase⇒ catalisa a hidrólise do amido. gar-se a ela, a enzima poderá ser desativada temporá-
Sacarase⇒ catalisa a hidrólise da sacarose. ria ou definitivamente.
Fatores que Interferem na Atividade Muitos dos inibidores enzimáticos competem
Enzimática com o verdadeiro substrato pela ligação com o centro
Temperatura: a atividade enzimática é ativo. Há venenos que exercem sua ação tóxica dessa
inativada pelo calor, sendo que temperatu- maneira. Por exemplo: algumas plantas em decompo-
ras de 50 a 60 ºC inativam a maioria das sição geram dicumarol, cuja molécula é semelhante à
enzimas. Essa inativação é irreversível. Ge- da vitamina K.
ralmente as enzimas não são inativadas a- Olhando a molécula inteira, é possível saber de
pós o congelamento, mas sua atividade qual molécula se trata, mas, embora sejam um pouco
reduz-se bastante a baixas temperaturas. diferentes, ambas podem ligar-se a certas enzimas.
pH: as enzimas são sensíveis às alterações As enzimas são “enganadas” pela semelhança.
no pH: alterações de acidez ou alcalinidade Se um animal ingerir esta substância, ela irá
no meio em que a reação está ocorrendo. competir com a vitamina K pela ligação com as en-
Concentração do substrato. zimas que participam da produção da protrombina,
proteína indispensável para a coagulação do sangue.
Editora Exato 4
BIOLOGIA
Sulfa
PABA
Fosfato Cadeia
D D D D polinucleotídea
C C
A A
Base
Carboidrato Nitrogenada Pontes de
Bases
(pentose) nitrogenadas Hidrogênio
Nuleotídeo: unidade de ácido nucléico G G
T T
Editora Exato 5
BIOLOGIA
T A
Os três tipos de RNA existentes, o mensageiro,
o ribossômico e o transportador, são indispensáveis à rompimento das
ocorrência da produção intracelular de proteínas. fontes de hidrogênio
G
C
C
G
RNAm: molécula em que o número de nu- A
T
cleotídeos é diretamente proporcional ao T
A
tamanho da proteína que codifica. Na ver- T
A
dade, há uma relação entre o número de a- C
G
minoácidos e o número de trincas de G
C
nucleotídeos (ou bases). A seqüência de A
T
códons de RNAm é determinada pela se-
qüência de códons de um segmento de
DNA (gene). G
C
RNAr: é a maior molécula de RNA e tam- G T
C
A
bém a mais abundante, responde por 80% T A
A
T
do total do RNA celular. Quando associada A T
T A
a moléculas de proteínas, constitui os ribos- A T
Inserção de
somos que, quando presos a filamentos de G C novos nucleotídeos
RNAm, formam os polirribossomos, onde C G G
ocorre a síntese protéica. T A
RNAt: é a menor molécula de RNA. Tem
como função ligar-se a um aminoácido es-
pecífico e conduzi-lo ao local de síntese
protéica. Apresenta uma seqüência especí-
fica de três bases, o anticódon, que se liga G C G C
ao códon do RNAm. Existe pelo menos um T A T A Formação de
RNAt para cada aminoácido. duas novas
A T A T
moléculas, cada
Atividade dos ácidos nucléicos A T A T uma com uma
O esquema a seguir resume a atividade dos á- G C G C fita da original:
cidos nucléicos: C G C G
duplicação
semiconservativa.
T A T A
Editora Exato 6
BIOLOGIA
Filamento
de DNA Código Genético: dos 64, 61 codificam amino-
ácidos.
1ª base 2 base 3ª base
U C A G
UUU UCU UAU Tirosina (Tir) UGU Cisteína (Cis) U
Fenilalanina (Fen) UAC UGC C
UUC UCC
Serina (Ser)
U UUA Leucina (Leu)
UCA UAA Códons de UGA Códons de finalização A
UUG UCG UAG finalização UGG triptofano (Trp) G