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ANO LETIVO 2022-2023 TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVO

1º Período - 6 de Dezembro de 2022 DISCIPLINA: HISTÓRIA – 11º A1


Duração: 90 minutos Professora Madalena Salvação Barreto

GRUPO I - O Antigo Regime – Sociedade

1. Lê os documentos com atenção e responde à questão.

Doc. 1
«Não podemos viver todos na mesma condição: é necessário que uns comandem e os outros obedeçam.
Os que comandam têm várias categorias ou graus. Os soberanos mandam em todos os do seu reino,
transmitindo o seu comando aos grandes, os grandes aos pequenos e estes ao povo. E o povo, que
obedece a todos eles, está por sua vez dividido em várias categorias. No conjunto da sociedade, uns
dedicam-se especialmente ao serviço de Deus, outros a defender o Estado pelas armas, outros a
alimentá-lo e a mantê-lo pelo exercício da paz. São as três ordens ou estados.»
Charles Loyseau, Tratado das Ordens, 1613

Doc. 2 – Exemplo de repartição do Doc. 3 – Luís XIV, ainda criança, Doc. 4 – Mulher e filha de um rico mercador
dízimo, França, século XVII. atribui títulos nobiliárquicos de tecidos que veio a tornar-se conde

Estão sujeitos ao dízimo o trigo,


o centeio e a cevada […], as
favas, as ervilhas, o grão-de-
bico, o milho grosso e miúdo, o
linho e o vinho. Quota: o dízimo
paga-se de dez, um […]. O
cabido de São Bernardo recebe
cinco oitavos [do dízimo
cobrado], o arcebispo de Rivière
um oitavo e o cura um quarto.

1.1 Desenvolve, a partir dos documentos 1, 2, 3 e 4, o seguinte tema:

A Sociedade do Antigo Regime.

A tua resposta deve abordar os seguintes tópicos de referência:


o estrutura social;
o estatuto das diferentes ordens sociais;
o mobilidade social.

1
GRUPO II - O Antigo Regime – Organização política
2. Lê os documentos com atenção e responde às questões.
Doc. 5 – Um poder Absoluto
«É somente na minha pessoa que reside o poder soberano [...], é somente de mim que os meus tribunais
recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão
em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser contra mim voltado; é
unicamente a mim que pertence o poder legislativo, sem dependência e sem partilha; é somente pela
minha autoridade que os funcionários dos meus tribunais procedem, não à formação, mas ao registo, à
publicação, à execução da lei, e que lhes é permitido advertir-me o que é do dever de todos os úteis
conselheiros; toda a ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da nação, [...] estão
necessariamente unidos com os meus e repousam inteiramente nas minhas mãos. [...] O espetáculo
escandaloso de uma contradição ao meu poder soberano reduzir-me-ia à triste necessidade de empregar
todo o poder que recebi de Deus para proteger o meu povo das consequências funestas de tais ações.»
Resposta do Rei Luís XIV às advertências do Parlamento de Paris, 1766

Doc. 6
«Nada havendo de maior sobre a Terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele
estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens é necessário lembrar a sua
qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com toda a obediência, a fim de sentir e
falar deles com toda a honra, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza Deus, de quem ele é a
imagem na Terra.»
Jean Bodin, Seis Livros sobre a República, século XV

Doc. 7 – A escolha dos ministros, segundo Luís XIV Doc. 8 – O Rei no centro da corte

«Devo dizer-vos, meu filho, o que é necessário


fazer na escolha dos diversos ministros. […] Não
era do meu interesse designar ministros de
elevado estatuto social. Era necessário, antes de
tudo, estabelecer a minha própria reputação e
tornar evidente, pela classe onde os escolhia, que
não tinha intenção de partilhar a minha autoridade
com eles. Pretendia que eles não acalentassem
esperanças mais altas do que aquelas que me
agradaria dar-lhes, o que se torna difícil de
conseguir com as pessoas de elevado nascimento.
E estas precauções revelaram-se bem necessárias
[…].»
Memórias de Luís XIV para a Instrução do Delfim. 1661

2.1 Desenvolve, a partir dos documentos 5, 6, 7 e 8, o seguinte tema:


Poder político do Antigo Regime
A tua resposta deve abordar os seguintes tópicos de referência:
o características do poder real;
o sociedade de corte;
2
o novas funções da burguesia.
GRUPO III – Sociedade e poder em Portugal
3. Lê os documentos com atenção e responde às questões.
Doc. 9 – O cavaleiro-mercador

3.1 Explica a designação de “cavaleiro-mercador” atribuída a D. Pedro de Almeida e o


contexto em que surgiu.
Doc. 10 – Elogio de D. João V Doc. 11 – As embaixadas

3.2 Com base nos documentos, refere três meios utilizados por D. João V para realçar a
figura régia.
3
GRUPO IV – A Europa dos Parlamentos
4. Observa as imagens, lê o documento e responde às questões.

A. Oliver Cromwell dissolve o Parlamento. B. Restauração da monarquia com Carlos II.

C. Guilherme de Orange e Maria Stuart recebem a coroa do Parlamento. D. Guerra civil entre realistas e “cabeças redondas”.

4.1 Ordena cronologicamente as imagens A, B, C e D que se reportam à recusa do absolutismo


na sociedade inglesa.

Doc. 12 – A Petição dos Direitos (1628)


1. Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns, reunidos em Parlamento, apresentam muito humildemente ao nosso
soberano, o senhor Rei [...] que [os vossos súbditos] não poderiam ser obrigados a participar em nenhuma taxa, talha*
ou subsídio nem em nenhum outro encargo [...] sem o comum consentimento da Nação, expresso em Parlamento. [...].
3. Considerando que está também decidido e estabelecido pelo estatuto intitulado Magna Carta das Liberdades de Inglaterra
que nenhum homem livre poderá ser preso nem posto numa prisão, nem desapossado das suas liberdades [...], nem posto
fora da lei ou exilado ou molestado de qualquer modo se não for em virtude de uma sentença legal dos seus pares ou das leis
do país. [...]
5. Considerando, todavia, que, não obstante estes estatutos e outras regras e boas leis do vosso reino com o mesmo fim,
vários dos vossos súbditos têm recentemente sido presos sem que se tenha indicado a causa [...].
6. Considerando que numerosos destacamentos de soldados e marinheiros têm recentemente sido dispersos em muitos
condados do reino, e que os habitantes foram obrigados a recebê-los e a albergá-los contra sua vontade, contrariamente às
leis e aos costumes deste reino, para grande opressão do povo [...].
10. Por estas causas, suplicam humildemente a V. muito excelente Majestade que, no futuro, ninguém seja obrigado a fazer
qualquer doação [...], nem a pagar qualquer taxa ou qualquer outro imposto sem [...] consentimento votado pelo Parlamento
[...] que nenhum homem livre seja preso ou detido da maneira supra indicada; que praza** a V.M. mandar retirar os soldados
e marinheiros de que supra se falou [...].
Petição dos Direitos, 1628.
*Imposto **Agrade

4.2 Com base nos documentos, explica dois aspetos que evidenciam a recusa do absolutismo
na sociedade inglesa.

4
GRUPO V – Domínio dos espaços coloniais

5. Lê os documentos com atenção e responde às questões.


Doc. 13 – A contestação do exclusivo dos portugueses na navegação
Cap. I – Pela Lei das Nações a navegação é livre para todos os povos.
A minha intenção é demonstrar breve e claramente que os Holandeses (...) têm o direito de navegar até às Índias
Orientais, como aliás já o fazem, e participar no comércio com os locais. (...)
Cap. II – Os Portugueses não têm, pelo direito de descoberta, soberania sobre as Índias Orientais (...) Os Portugueses
não são soberanos das Índias Orientais, para onde navegam os Holandeses, tal como Java, Ceilão e grande parte das
Molucas. Provei isto através do argumento incontestável de que nenhuma nação é soberana de territórios que não
possui e aos quais não atribuiu o seu nome. Estas ilhas de que falo, agora e sempre, tiveram os seus próprios reis, o
seu próprio governo, as suas leis e sistemas legais. Os habitantes locais autorizam os Portugueses a participar no
comércio, assim como dão esse privilégio a outras nações. (...)
Hugo Grotius (jurista holandês), Mare Liberum, 1609.

5.2 Com base nos documentos, explica o argumento do autor que justifique a contestação do
exclusivo dos portugueses na navegação.

GRUPO VI – Mercantilismo

6. Lê os documentos com atenção e responde às questões.


Doc. 14 – Riqueza e poderio Doc. 15 – As companhias de comércio
O bom estado das finanças e o aumento dos proventos Londres é, certamente, de todas as cidades da Europa, a
de Vossa Majestade 1 consiste em acrescentar por todos mais mercantil; ela leva o seu comércio a todas as partes
os meios a quantidade de dinheiro que rola conhecidas do mundo. Os seus mercadores criaram
continuamente no reino [...] atraindo-o de outros países, várias companhias, das quais as quatro principais são:
conservando-o dentro do reino e impedindo-o de sair. A primeira é a das Índias Orientais […]. Esta companhia
Nestes três pontos consiste a grandeza, o poderio do é rica e poderosa.
Estado e a magnificência do rei, em virtude de todas as A segunda é a do Mar do Sul […].
despesas que os grandes rendimentos permitem fazer, o
A terceira é a do Levante ou da Turquia […].
que é tanto mais relevante quanto, ao mesmo tempo,
A quarta é a de África, que envia para as suas costas
reduz o poder dos Estados vizinhos, uma vez que circula
na Europa uma quantidade fixa de dinheiro [...]. Desde
ocidentais toda a espécie de mercadorias e, sobretudo,
que [Vossa Majestade] tomou em mãos a administração quinquilharias. Retira de lá marfim, ouro em pó e
das finanças que [a França] trava uma guerra de dinheiro escravos negros, que são transportados para as
contra todos os Estados da Europa. Já venceu a plantações da América. […]
Espanha, a Alemanha, a Itália, a Inglaterra, as quais Nenhum particular pode negociar por sua conta nas
lançou na miséria e necessidade, enriquecendo-se com diferentes regiões para onde estas companhias enviam
os seus despojos, que lhe deram os meios de fazer tantas mercadorias. Se, por exemplo, um particular quer traficar
e tão grandes coisas. Resta apenas a Holanda, que luta no Levante, é necessário que se torne membro dessa
ainda com muitas forças: o seu comércio do Norte [...], o companhia.
das Índias Ocidentais, o seu comércio em Cádis, o da César de Saussure, Lettres et Voyages…, 1725-1729
Guiné e uma infinidade de outros, nos quais reside todo o
seu poderio.
P. Clement, Lettres, instructions et memoires de Colbert.

6.1 Identifica a doutrina económica presente no doc. 14.

6.2 Apresenta o principal objetivo dessa doutrina e três das medidas adotadas para o atingir.
A resposta deve ser articulada com a informação contida nos documentos 14 e 15.

6.3 Transcreve do documento 15 duas afirmações que demonstrem o carácter monopolista


das companhias mencionadas.

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