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Aplicar Conhecimentos/Praticar Competência

NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

D4 A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas sociais


1. A Europa dos Estados absolutos e a Europa dos Parlamentos

Manual | Parte 1 | p. 63
APLICAR
SABER ANALISAR FONTES DE NATUREZA DIVERSA, DISTINGUINDO INFORMAÇÃO,
CONHECIMENTOS IMPLÍCITA E EXPLÍCITA

DOC.4 | A REVOLUÇÃO GLORIOSA E O PARLAMENTARISMO


A resolução da prolongada luta entre o rei e o Parlamento foi a Revolução Gloriosa de 1688-1689, que forçou o rei
Jaime II a abdicar. Guilherme de Orange foi trazido da Holanda e colocado no trono como rei Guilherme III. A
causa imediata da crise foram os esforços do católico Jaime II para fazer crescer o exército para exercer um poder
absolutista, talvez em aliança com a França e outras potências católicas. O principal assunto em questão, contudo,
era o mesmo que havia levado à luta do Parlamento contra os primeiros Stuarts e conduzido à guerra civil: que a 5
legitimidade se devia basear [...] no consentimento dos governados e que o rei não tinha o direito de impor
políticas sem ele. O acordo que resultou da crise teve importantes dimensões constitucionais, religiosas,
financeiras e militares. Constitucionalmente, estabeleceu o princípio de que o rei não podia mobilizar o exército
sem o consentimento do Parlamento [...]. Financeiramente, o acordo estabeleceu o firme princípio de que não
podiam ser lançados novos impostos sem o consentimento [...] do Parlamento. Religiosamente, o acordo proibiu os 10
católicos de se tornarem reis ou rainhas de Inglaterra [...]. Ainda que o princípio de soberania parlamentar plena
não ficasse estabelecido senão alguns anos depois, a Revolução Gloriosa é considerada [...] um marco da
democracia moderna. [...] Apesar de ter institucionalizado o princípio da responsabilização política e do governo
representativo, a Revolução Gloriosa não anunciou a chegada da democracia. [...] a Revolução Gloriosa
estabeleceu o princípio do consentimento popular, deixando às gerações posteriores a tarefa de ampliar o círculo 15
daqueles que eram considerados o “povo” em sentido político. [...].
Francis Fukuyama, As Origens da Ordem Política – Dos Tempos Pré-Humanos até à Revolução Francesa,
Publicações D. Quixote, Lisboa, 2012, pp. 612-615.

DOC.5 | A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS (1689)


Considerando que os Lordes Espirituais e os Comuns [...] fizeram, [...] na presença de Suas Majestades, [...] Guilherme
e Maria, Príncipe e Princesa de Orange, estando presentes pessoalmente, uma declaração por escrito, nos seguintes
termos; a saber: Enquanto o último rei, Jaime II, com a ajuda de maus conselheiros, juízes e ministros ao seu
serviço, [...] [falhou] ao atribuir-se e exercer o poder de prescindir das leis e de suspender as leis e a sua aplicação
sem o consentimento do Parlamento; [...] através do aumento do imposto para a Coroa ou para seu uso; 5
levantando e mantendo um exército no reino, em tempo de paz, sem o consentimento do Parlamento. [...]
Considerando que o dito último rei, Jaime II, abdicou [...]. [Os Lordes e os Comuns] declaram [...] para garantir os
seus antigos direitos e liberdades: (1) Que o suposto poder da autoridade real para suspender leis ou a execução
de leis sem o consentimento do Parlamento é ilegal; [...] (4) Que a cobrança de impostos [...] sem o consentimento
do Parlamento [...] é ilegal; [...] (6) Que a elevação e manutenção de um exército no reino, em tempo de paz, sem 10
o consentimento do Parlamento, é contrária à lei; [...] (8) Que as eleições dos membros do Parlamento devem ser
livres; (9) Que a liberdade de expressão, debates e procedimentos no Parlamento não podem ser impedidos ou
discutidos em qualquer tribunal ou lugar fora do próprio Parlamento; [...] (13) Que, finalmente, para [...] o
cumprimento das leis, o Parlamento deve ser frequentemente convocado; E exigem com autoridade todas as
15
coisas acima mencionadas como os seus direitos e liberdades indiscutíveis. [...]
Declaração dos Direitos, 1689.

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NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

1. A referência aos “Lordes Espirituais e Comuns [...]” (Doc. 5, l. 1) remete para a ideia…
(A) da concentração de poderes. (C) da origem divina do poder.
(B) da existência do Parlamento. (D) da conceção hereditária do poder.
2. A afirmação “[...] o último rei, Jaime II [...]” (Doc. 5, l. 3) aponta para um período da história da Inglaterra marcado…
(A) pela aceitação do absolutismo. (C) pela guerra entre Católicos e Anglicanos.
(B) pela defesa do Catolicismo. (D) pela recusa do absolutismo.
3. “Jaime II” (Doc. 5, l. 3) ascendeu ao trono na sequência…
(A) da morte de seu irmão, Carlos II, sem deixar descendentes.
(B) da morte de seu pai, Carlos I, sem deixar descendentes.
(C) da morte de Oliver Cromwell, sem deixar descendentes.
(D) da morte de Jaime I, seu pai, sem deixar descendentes.
4. As afirmações seguintes, sobre a recusa do absolutismo em Inglaterra, são todas verdadeiras:
I. Desde Carlos I houve várias tentativas para instaurar o absolutismo.
II. A guerra civil terminou com a execução do rei Carlos I.
III. Os monarcas ficaram obrigados a consultar o Parlamento para aumentarem os impostos.
IV. Guilherme de Orange e Maria Stuart comprometeram-se com o parlamentarismo.
V. A República de Oliver Cromwell degenerou em abuso de poder.
VI. O Parlamento, enquanto órgão legislativo, tinha que ser convocado regularmente.
Identifique as três afirmações que podem ser comprovadas através da análise do documento 5.
5. Explicite duas causas que conduziram à Revolução Gloriosa.
Uma das causas deve ser articulada com excertos relevantes do documento 4 e a outra com excertos relevantes do
documento 5.
6. Refira duas consequências políticas da Revolução Gloriosa de 1688-1689.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
1. (B) levado à luta do Parlamento contra nalmente, estabeleceu o princípio de
2. (D) os primeiros Stuarts e conduzido à que o rei não podia mobilizar o
3. (A) guerra civil: que a legitimidade se exército sem o consentimento do
4. III – IV - VI devia basear [...] no consentimento Parlamento [...]”;
5. Tópicos de resposta: dos governados, e que o rei não – estabeleceu que o rei não podia
– a política de Jaime II, que tinha o direito de impor políticas criar impostos sem o acordo do
sucedeu a Carlos II, regressado da sem ele” (Doc. 4); Parlamento: “Financeiramente, o
França com ideias absolutistas e – tomada de medidas consideradas acordo estabeleceu o firme princípio
ligado ao Catolicismo: “A causa ilegais: “[…] cobrança de impostos de que não podiam ser lançados
imediata da crise foram os esforços […] sem o consentimento do novos impostos sem o
do católico Jaime II para fazer Parlamento […]” ou “[…] elevação e consentimento [...] do Parlamento”;
crescer o exército para exercer um manutenção de um exército no reino, – determinou, em termos religiosos,
poder absolutista, talvez em aliança em tempo de paz, sem o que os católicos não poderiam
com a França e outras potências consentimento do Parlamento, é aceder ao trono: “Religiosamente, o
católicas“ (Doc. 4); ou “[…] o último contrária à lei” (Doc. 5) ou outro acordo proibiu os católicos de se
rei, Jaime II […] [falhou] ao atribuir- exemplo. tornarem reis ou rainhas de
se e exercer o poder de prescindir 6. Tópicos de resposta: Inglaterra [...]“;
das leis e de suspender […] a sua – a aceitação do documento Bill of – teve influências alargadas e abriu
aplicação sem o conesntimento do Rights teve múltiplas caminho à democracia moderna:
Parlamento” (Doc. 5); consequências: “O acordo que “Ainda que o princípio de soberania
– recusar a tentativa do rei em resultou da crise teve importantes parlamentar plena não ficasse
instaurar o absolutismo e o dimensões constitucionais, estabelecido senão alguns anos
Catolicismo e decidir a exclusão religiosas, financeiras e militares“; depois, a Revolução Gloriosa é
dos Stuart da sucessão ao trono: “O - determinou que o rei tinha de se considerada [...] um marco da
principal assunto em questão, submeter à lei e exercer o poder de democracia moderna. [...]”.
contudo, era o mesmo que havia acordo com a lei: "Constitucio-

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