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DECLARAÇÕES DE DIREITO

-Magna Carta 1925


A Carta Magna é um documento histórico importante que foi promulgado na Inglaterra em
1215 durante o reinado do rei João Sem Terra.
Contextualização dos precedentes históricos:
-Conflitos com a Igreja: João Sem Terra entrou em conflito com o Papa Inocêncio III e
outros líderes religiosos da época. Ele tentou colocar bispos que eram leais a ele no comando
das dioceses, o que levou a uma disputa prolongada com a Igreja.
-Crueldade e violência: João era conhecido por sua crueldade e comportamento violento.
Ele ordenou a execução de muitos de seus oponentes, incluindo seu sobrinho Arthur de
Bretanha, e é acusado de ter ordenado a morte de seu próprio sobrinho-neto.
-Desrespeito à lei: João frequentemente desrespeitava a lei e as tradições da Inglaterra, e
muitos acreditavam que ele governava de maneira arbitrária e autocrática.
-Impostos abusivos: João aumentou os impostos de forma significativa para financiar
suas guerras, o que gerou grande descontentamento entre os barões e o povo comum.
Se eles se recusassem a pagar, eram punidos severamente ou tinham as propriedades
apreendidas.
Então, os barões encurralaram o Rei João, que estava FRÁGIL, enfrentando grandes
dificuldades financeiras e militares, para que ele fosse obrigado a negociar e atender as
reivindicações do povo inglês.
Então, em um processo que terminou em junho de 1215, a Carta Magna foi oficializada.
ENTRE INÚMERAS CLÁUSULAS, AS PRINCIPAIS SÃO:
-DIREITO À JUSTIÇA POR UM JULGAMENTO JUSTO
-NINGUÉM, NEM MESMO O REI, ESTÁ ACIMA DA LEI
-DIREITOS E LIBERDADE INDIVIDUAL
Deixando, assim, um grande legado (base para documentos e outras declarações de direito)
para a humanidade.

-Petição de Direito (Pettion Of Rights) – 1628


A Petição de Direitos foi redigida pelo Parlamento inglês em 1628 e enviada ao rei Carlos I
como uma declaração de liberdades civis. A recusa do Parlamento em financiar a política externa
do rei levaria a monarquia a impor empréstimos e a prender aqueles que se opunham às suas
políticas. A prisão arbitrária e prisão daqueles que se opõem a essas políticas alimentaram a
intensa hostilidade do parlamento em relação ao rei.
A Petição de Direitos patrocinada por
Edward Coke articulou quatro princípios:
1) nenhum imposto poderia ser cobrado sem o consentimento do Parlamento
2) nenhum súdito deveria ser preso sem provas
3) soldados não deveriam ser presos em casas de cidadãos
4) A Lei Marcial não poderia Aplicável em tempo de paz.

-A Lei de "Habeas Corpus" de 1679


Habeas Corpus já existia na Inglaterra bem antes da Magna Carta, como mandado judicial em
caso de prisão arbitrária, mas sem muita eficácia em virtude da falta de normas adequadas. A Lei de
1679, cuja denominação oficial foi "uma lei para melhor garantir a liberdade do súdito e para prevenção
das pressões no ultramar", trouxe as garantias processuais que criam os direitos.
I - A reclamação ou requerimento escrito de algum indivíduo ou a favor de algum indivíduo
detido ou acusado da prática de um crime (exceto tratando-se de traição ou felonia, assim declarada no
mandato respectivo, ou de cumplicidade ou de suspeita de cumplicidade, no passado, em qualquer
traição ou felonia, também declarada no mandato, e salvo o caso de formação de culpa ou incriminação
em processo legal), o lorde-chanceler ou, em tempo de férias, algum juiz dos tribunais superiores,
depois de terem visto cópia do mandato ou o certificado de que a cópia foi recusada, concederão
providência de habeas corpus (exceto se o próprio indivíduo tiver negligenciado, por dois períodos, em
pedir a sua libertação) em benefício do preso, a qual será imediatamente executória perante o mesmo
lorde-chanceler ou o juiz; e, se, afiançável, o indivíduo será solto, durante a execução da providência
(upon the return), comprometendo-se a comparecer e a responder à acusação no tribunal competente.
II - A providência será decretada em referência à presente lei e será assinada por quem a tiver
concedido.
III - A providência será executada e o preso apresentado no tribunal, em curto prazo, conforme a
distância, e que não deve exceder em caso algum vinte dias.
IV - Os oficiais e os guardas que deixaram de praticar os atos de execução devidos, ou que não
entregarem ao preso ou ao seu representante, nas seis hora que se seguirem à formulação do pedido,
uma cópia autêntica do mandato de captura, ou que mudarem o preso de um local para outro, sem
suficiente razão ou autoridade, pagarão 100 libras, no primeiro caso, e 200 libras, no segundo caso, ao
queixoso, além de perderem o cargo.
V - Quem tiver obtido providência de habeas corpus não poderá voltar a ser capturado pelo
mesmo fato sob pena de multa de 500 libras ao infrator.
VI - Quem estiver preso, por traição ou felonia, poderá se o requerer, conhecer a acusação, na
primeira semana do período judicial (termo) seguinte ou no primeiro dia da sessão de orjer e terminer ou
obter caução, exceto se a prova invocada pela Coroa não se puder produzir nessa altura; e, se absolvido
ou se não tiver sido formulada a acusação e se for submetido de novo a julgamento em novo período ou
sessão, ficará sem efeito pelo direito imputado; porém, se no condado se efetuar sessão do tribunal
superior (assize), ninguém sairá em liberdade por virtude de habeas corpus.

-Bill of rights
A bill of rights está inserida no contexto histórico, no século XVII, que foi um período
conturbado na Inglaterra, pois alguns monarcas criam uma vinculação com a igreja católica, enquanto
os parlamentos eram protestantes, criando um embate entre o parlamento e a nobreza. Não era do
interesse do parlamento a continuação de um reinado católico. Quando o rei Jaime II tem um filho, o
parlamento vê um risco dessa continuidade de uma nobreza católica e absolutista, e convidam
Guilherme III e sua esposa Maria II, para tomarem o poder, o que chamam da revolução gloriosa, a
reuniam e conspiração dos parlamentares para a tomada de poder – 1688. Guilherme III assina a Bill of
rights.
Essa que limitava o poder do rei, uma noção de monarquia constitucional.
A afirmação da lei acima do poder real
‘’Pode-se dizer que as maiores contribuições da Carta de Direitos foi: 1) a cristalização dos
direitos que deveriam ser respeitados pelo Estado e 2) a afirmativa de que os Direitos derivariam do
Parlamento, contrariando as ideias absolutistas que defendiam o contrário. “Ambas as contribuições
foram extremamente importantes no fortalecimento da moral dos indivíduos, na valorização dos sujeitos
em si mesmo e em suas relações com o poder exercido pelo Estado-Instituição”.’’
 O poder monárquico ficou submetido ao Legislativo inglês (Parlamento).
 
- Estabeleceu a liberdade de imprensa.
 
- Definiu a estrutura do sistema monárquico parlamentar na Inglaterra, que vigora até os dias de
hoje.
 
- Estabeleceu os direitos individuais, principalmente no tocante a garantia da propriedade
privada.
 
- Estabeleceu a autonomia do Poder Judiciário, retirando as interferências do rei sobre o sistema
jurídico.
 
- Estabeleceu a criação de um exército permanente.
 
- O monarca não poderia mais obter recursos públicos para uso pessoal, sem antes ter a
aprovação do Parlamento.
 
- Qualquer lei só poderia ser sancionada com a prévia autorização do Parlamento.

-Direito de porte de arma para autodefesa.

-Proibiu punições cruéis e incomuns

-Direito a liberdade de expressão

-Declaração de Direito do bom povo da Virginia 1776


Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia
16 de junho de 1776
Declaração de direitos formulada pelos representantes do bom povo de Virgínia, reunidos em
assembléia geral e livre; direitos que pertencem a eles e à sua posteridade, como base e fundamento do
governo.
I - Que todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes, e têm certos
direitos inatos, dos quais, quando entram em estado de sociedade, não podem por qualquer acordo
privar ou despojar seus pósteros e que são: o gozo da vida e da liberdade com os meios de adquirir e de
possuir a propriedade e de buscar e obter felicidade e segurança.
II - Que todo poder é inerente ao povo e, conseqüentemente, dele procede; que os magistrados
são seus mandatários e seus servidores e, em qualquer momento, perante ele responsáveis.
III - Que o governo é instituído, ou deveria sê-lo, para proveito comum, proteção e segurança do
povo, nação ou comunidade; que de todas as formas e modos de governo esta é a melhor, a mais capaz
de produzir maior felicidade e segurança, e a que está mais eficazmente assegurada contra o perigo de
um mau governo; e que se um governo se mostra inadequado ou é contrário a tais princípios, a maioria
da comunidade tem o direito indiscutível, inalienável e irrevogável de reformá-lo, alterá-lo ou aboli-lo
da maneira considerada mais condizente com o bem público.
IV - Que nenhum homem ou grupo de homens tem direito a receber emolumentos ou privilégios
exclusivos ou especiais da comunidade, senão apenas relativamente a serviços públicos prestados; os
quais, não podendo ser transmitidos, fazem com que tampouco sejam hereditários os cargos de
magistrado, de legislador ou de juiz.
V - Que os poderes legislativo, executivo e judiciário do Estado devem estar separados e que os
membros dos dois primeiros poderes devem estar conscientes dos encargos impostos ao povo, deles
participar e abster-se de impor-lhes medidas opressoras; que, em períodos determinados devem voltar à
sua condição particular, ao corpo social de onde procedem, e suas vagas se preencham mediante
eleições periódicas, certas e regulares, nas quais possam voltar a se eleger todos ou parte dos antigos
membros (dos mencionados poderes)., segundo disponham as leis.
VI
Que as eleições de representantes do povo em assembléia devem ser livres, e que todos os
homens que dêem provas suficientes de interesse permanente pela comunidade, e de vinculação com
esta, tenham o direito de sufrágio e não possam ser submetidos à tributação nem privados de sua
propriedade por razões de utilidade pública sem seu consentimento, ou o de seus representantes assim
eleitos, nem estejam obrigados por lei alguma à que, da mesma forma, não hajam consentido para o bem
público.
VII
Que toda faculdade de suspender as leis ou a execução destas por qualquer autoridade, sem
consentimento dos representantes do povo, é prejudicial aos direitos deste e não deve exercer-se.
VIII
Que em todo processo criminal incluídos naqueles em que se pede a pena capital, o acusado tem
direito de saber a causa e a natureza da acusação, ser acareado com seus acusadores e testemunhas,
pedir provas em seu favor e a ser julgado, rapidamente, por um júri imparcial de doze homens de sua
comunidade, sem o consentimento unânime dos quais, não se poderá considerá-lo culpado; tampouco
pode-se obrigá-lo a testemunhar contra si próprio; e que ninguém seja privado de sua liberdade, salvo
por mandado legal do país ou por julgamento de seus pares.
IX
Não serão exigidas fianças ou multas excessivas, nem infligir-se-ão castigos cruéis ou inusitados.
X
Que os autos judiciais gerais em que se mande a um funcionário ou oficial de justiça o registro
de lugares suspeitos, sem provas da prática de um fato, ou a detenção de uma pessoa ou pessoas sem
identificá-las pelo nome, ou cujo delito não seja claramente especificado e não se demonstre com
provas, são cruéis e opressores e não devem ser concedidos.
XI
Que em litígios referentes à propriedade e em pleitos entre particulares, o artigo julgamento por
júri de doze membros é preferível a qualquer outro, devendo ser tido por sagrado.
XII
Que a liberdade de imprensa é um dos grandes baluartes da liberdade, não podendo ser
restringida jamais, a não ser por governos despóticos.
XIII
Que uma milícia bem regulamentada e integrada por pessoas adestradas nas armas, constitui
defesa natural e segura de um Estado livre; que deveriam ser evitados, em tempos de paz, como
perigosos para a liberdade, os exércitos permanentes; e que, em todo caso, as forças armadas estarão
estritamente subordinadas ao poder civil e sob o comando deste.
XIV
Que o povo tem direito a um governo único; e que, conseqüentemente, não deve erigir-se ou
estabelecer-se dentro do Território de Virgínia nenhum outro governo apartado daquele.
XV
Que nenhum povo pode ter uma forma de governo livre nem os benefícios da liberdade, sem a
firma adesão à justiça, à moderação, à temperança, à frugalidade e virtude, sem retorno constante aos
princípios fundamentais.
XVI
Que a religião ou os deveres que temos para com o nosso Criador, e a maneira de cumpri-los,
somente podem reger-se pela razão e pela convicção, não pela força ou pela violência;
conseqüentemente, todos os homens têm igual direito ao livre exercício da religião, de acordo com o
que dita sua consciência, e que é dever recíproco de todos praticar a paciência, o amor e a caridade
cristã para com o próximo.

-Declaração americana de independência 1776


Em 4 de julho de 1776, o Segundo Congresso Continental ocorrido na Filadélfia, Pensilvânia,
aprovou a Declaração de Independência. Seu autor principal, Thomas Jefferson, escreveu a Declaração
como uma explicação formal do porquê o Congresso ter votado no dia 2 de julho para declarar a
independência da Grã-Bretanha, mais de um ano depois do início da Guerra Revolucionária Americana,
e como uma declaração anunciando que as treze Colônias Americanas não faziam mais parte do Império
Britânico. O Congresso publicou a Declaração de Independência de várias formas. Inicialmente foi
publicada como um jornal impresso que foi amplamente distribuído e lido para o público.
Filosoficamente, a Declaração enfatizava dois temas: os direitos individuais e o direito de
revolução. Essas ideias foram fortemente apoiadas pelos americanos e também expandiram
internacionalmente, influenciando particularmente a Revolução Francesa.

-Declaração de direito do homem e do cidadão 1789


Inspirada na declaração da independência americana de 1776 e no espírito filosófico do século
XVII, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 marca o fim do Antigo Regime e o
início de uma nova era.
A história
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, juntamente com os decretos de 4 e 11 de
agosto de 1789 sobre a supressão dos direitos feudais, é um dos textos fundamentais voltados pela
Assembléia Nacional Constituinte, formada em decorrência da reunião dos Estados Gerais. Adotada em
seu princípio antes de 14 de julho de 1789, ela ocasiona a elaboração de inúmeros projetos. Após
exaustivos debates, os deputados votam o texto final em 26 de agosto de 1789. Ela é composta de um
preâmbulo e 17 artigos referentes ao indivíduo e à Nação. Ela define direitos "naturais e imprescritíveis"
como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
A Declaração reconhece também a igualdade, especialmente perante a lei e a justiça. Por fim, ela
reforça o princípio da separação entre os poderes. Ratificada apenas em 5 de outubro por Luís XVI por
pressão da Assembléia e do povo que se dirigiu a Versalhes, ela serve de preâmbulo à primeira
Constituição da Revolução Francesa, adotada em 1791. Embora a própria Revolução tenha, em seguida,
renegado alguns de seus princípios e elaborado duas outras declarações dos direitos humanos em 1793 e
1795, foi o texto de 26 de agosto de 1789 que se tornou referência para as instituições francesas,
principalmente as Constituições de 1852, 1946 e 1958.
No século XIX, a Declaração de 1789 inspira textos similares em numerosos países da Europa e
da América Latina. A tradição revolucionária francesa também está presente na Convenção Européia
dos Direitos do Homem, assinada em Roma em 4 de novembro de 1950.
O texto
Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a
ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males
públicos e da corrupção dos governos, resolveram expor, em uma declaração solene, os direitos naturais,
inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que essa declaração, constantemente presente junto a todos
os membros do corpo social, lembrelhes permanentemente seus direitos e deveres; a fim de que os atos
do poder legislativo e do poder executivo, podendo ser, a todo instante, comparados ao objetivo de
qualquer instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos
cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, estejam sempre voltadas para a
preservação da Constituição e para a felicidade geral.
Em razão disso, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser
Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:
Art.1.º - Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter
como fundamento a utilidade comum.
Art. 2.º - A finalidade de toda associação política é a preservação dos direitos naturais e
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à
opressão.
Art. 3.º - O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação,
nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4.º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo: assim, o
exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos
outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites só podem ser determinados
pela lei.
Art. 5.º - A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o que não é vedado pela lei
não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6.º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer,
pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja
para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a
todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que
não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7.º - Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de
acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar
ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve
obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8.º - A lei só deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser
punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.
Art. 9.º - Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, caso seja considerado
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente
reprimido pela lei.
Art. 10.º - Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde
que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11.º - A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do
homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos
abusos dessa liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12.º - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; essa
força é, portanto, instituída para benefício de todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é
confiada.
Art. 13.º - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é
indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas
possibilidades.
Art. 14.º - Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si mesmos ou pelos seus representantes,
a necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe
fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15.º - A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua
administração.
Art. 16.º - A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a
separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º - Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado,
a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia
indenização.

-Declaração de direitos da mulher e da cidadã 1791


Este documento foi proposto à Assembléia Nacional da França, durante a Revolução Francesa
(1789-1799). Marie Gouze (1748-1793), a autora, era filha de um açougueiro do Sul da França, e adotou
o nome de Olympe de Gouges para assinar seus planfletos e petições em uma grande variedade de
frentes de luta, incluindo a escravidão, em que lutou para sua extirpação. Batalhadora, em 1791 ela
propõe uma Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã para igualar-se à outra do homem, aprovada
pela Assembléia Nacional. Girondina, ela se opõe abertamente a Robespierre e acaba por ser
guilhotinada em 1793, condenada como contrarevoluionária e denunciada como uma mulher
"desnaturada". Preâmbulo Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-
se em uma assembléia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da
mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma
declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher. Assim, que esta declaração
possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus direitos e seus deveres; que, para gozar
de confiança, ao ser comparado com o fim de toda e qualquer instituição política, os atos de poder de
homens e de mulheres devem ser inteiramente respeitados; e, que, para serem fundamentadas,
doravante, em princípios simples e incontestáveis, as reivindicações das cidadãs devem sempre respeitar
a constituição, os bons costumes e o bem estar geral. Em conseqüência, o sexo que é superior em
beleza, como em coragem, em meio aos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob
os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã:
Art. I - A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem
ser baseadas no interesse comum.
Art. II - O objeto de toda associação política é a convervação dos direitos imprescritíveis da
mulher e do homem: Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e. sobretudo, a
resistência à opressãao.
Art. III - O princípio de toda soberania reside essencialmente na nação, que é a união da mulher e
do homem: nenhum organismo, nenhum indivíduo, pode exercer autoridade que não provenha
expressamente deles.
Art. IV - A liberdade e a justiça consistem em restituir tudo aquilo que pertence a outros, assim, o
único limite ao exercício dos direitos naturais da mulher, isto é, a perpétua tirania do homem, deve ser
reformado pelas leis da natureza e da razão.
Art. V - As leis da natureza e da razão proíbem todas as ações nocivas à sociedade: tudo aquilo
que não é proibido pelas leis sábias e divinas não podem ser impedidos e ninguém pode ser
constrangido a fazer aquilo que elas não ordenam.
Art. VI - A lei deve ser a expressão da vontade geral: todas as cidadãs e cidadãos devem
concorrer pessoalmente ou com seus representantes para sua formação; ela deve ser igual para todos.
Todas as cidadãs e cidadãos, sendo iguais aos olhos da lei. devem ser igualmente admitidos a todas as
dignidades, postos e empregos públicos, segundo as suas capacidades e sem outra distinção a não ser
suas virtudes e seus talentos.
Art. VII - Dela não se exclui nenhuma mulher: esta é acusada. presa e detida nos casos
estabelecidos pela lei. As mulheres obedecem, como os homens, a esta lei rigorosa.
Art. VIII - A lei só deve estabelecer penas estritamente e evidentemente necessárias e ninguém
pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e
legalmente aplicada às mulheres.
Art. IX - Sobre qualquer mulher declarada culpada a lei exerce todo o seu rigor. Art. X -
Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio; a mulher tem o direito de subir ao
patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações não perturbem a ordem
pública estabelecida pela lei.
Art. XI - A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da
mulher, já que essa liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode
então dizer livremente: sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito bárbaro a force a esconder
a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei.
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ONG Amigas do Parto
Art. XII - É necessário garantir principalmente os direitos da mulher e da cidadã; essa garantia
deve ser instituída em favor de todos e não só daqueles às quais éassegurada.
Art. XIII - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, as
contribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de todos os trabalhos ingratos, de todas
as fadigas, deve então participar também da distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das
dignidades e da indústria.
Art. XIV - As cidadãs e os cidadãos têm o direito de constatar por si próprios ou por seus
representantes a necessidade da contribuição pública. As cidadãs só podem aderir a ela com a aceitação
de uma divisão igual, não só nos bens, mas também na administração pública, e determinar a quantia, o
tributável, a cobrança e a duração do imposto.
Art. XV - O conjunto de mulheres igualadas aos homens para a taxação tem o mesmo direito de
pedir contas da sua administração a todo agente público.
Art. XVI - Toda sociedade em que a garantia dos direitos não é assegurada, nem a separação dos
poderes determinada, não tem Constituição; a Constituição é nula se a maioria dos indivíduos que
compõem a nação não cooperou na sua redação.
CONCLUSÃO Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece
teus direitos. O poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de
superstições e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da
usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para
romper os seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua companheira. Formulário
para um contrato social entre homem e mulher Nós, __________ e ________ movidos por nosso
próprio desejo, unimo-nos por toda nossa vida e pela duração de nossas inclinações mútuas sob as
seguintes condições: Pretendemos e queremos fazer nossa uma propriedade comum saudável,
reservando o direito de dividi-la em favor de nossos filhos e daqueles por quem tenhamos um amor
especial, mutuamente reconhecendo que nossos bens pertencem diretamente a nossos filhos, de não
importa que leito eles provenham (legítimos ou não)e que todos, sem distinção, têm o direito de ter o
nome dos pais e das mães que os reconhecerem, e nós impomos a nós mesmos a obrigação de
subscrever a lei que pune qualquer rejeição de filhos do seu próprio sangue (recusando o
reconhecimento do filho ilegítimo). Da mesma forma nós nos obrigamos, em caso de separação, a
dividir nossa fortuna, igualmente, e de separar a porção que a lei designa para nossos filhos. Em caso de
união perfeita, aquele que morrer primeiro deixa metade de sua propriedade em favor dos filhos; e se
não tiver filhos, o sobrevivente herdará, por direito, a menos que o que morreu tenha disposto sobre sua
metade da propriedade comum em favor de alguém que julgar apropriado. (Ela, então, deve defender
seu contrato contra as inevitáveis objeções dos "hipócritas, pretensos modestos, do clero e todo e
qualquer infernal grupo".

-Declaração dos direitos do povo trabalhador e explorado 1918


A Assembléia Constituinte decreta:
I
1) Fica proclamada na Rússia a República dos Sovietes de deputados operários, soldados e
camponeses. Todo o Poder, tanto na capital como nas províncias, pertence a estes Sovietes.
 2) A República Soviética da Rússia é organizada, sobre a base da união voluntária de nações
livres, como Federação de Repúblicas Soviéticas Nacionais.
II
Tendo-se determinado como missão essencial abolir toda a exploração do homem pelo homem,
suprimir por completo a divisão da sociedade em classes, esmagar de modo implacável a resistência dos
exploradores, estabelecer a organização socialista da sociedade e alcançar a vitória do socialismo em
todos os países, a Assembléia Constituinte, decreta, também:
1) Fica abolida a propriedade privada da terra. Declara-se patrimônio de todo o povo trabalhador
toda a terra, com todos os edifícios, o gado de trabalho, as ferramentas e demais acessórios agrícolas.
2) Se ratifica a lei soviética sobre o controle operário e o Conselho Superior de Economia
Nacional, com o objetivo de assegurar o Poder do povo trabalhador sobre os exploradores e como
primeira medida para que as fábricas, minas, ferrovias e demais meios de produção e de transporte
passem por inteiro a ser propriedade do Estado operário e camponês.
3) Se ratifica a passagem de todos os bancos para a propriedade do Estado operário e camponês,
como uma das condições da emancipação das massas trabalhadoras do jugo do capital.
4) Fica estabelecido o trabalho obrigatório para todos, com o fim de eliminar as camadas
parasitas da sociedade.
5) Se decreta o armamento dos trabalhadores, a formação de um Exército Vermelho socialista de
operários e camponeses e o desarmamento completo das classes proprietárias, com o objetivo de
assegurar a plenitude do Poder das massas trabalhadoras e eliminar toda a possibilidade de restauração
do Poder dos exploradores.
III
1) Ao expressar sua determinação inquebrantável de arrancar a humanidade das garras do capital
financeiro e do imperialismo, que inundaram a terra de sangue na guerra atual, a mais criminosa de
todas, a Assembléia Constituinte se solidariza totalmente com a política aplicada pelo Poder dos
Sovietes, consistente em romper os tratados secretos, em organizar a mais extensa confraternização com
os operários e camponeses dos exércitos atualmente em guerra e em obter, custe o que custar, por meio
de procedimentos revolucionários, uma paz democrática entre os povos, sem anexações nem
contribuições, sobre a base da livre autodeterminação das nações.
2) Com o mesmo fim, a Assembléia Constituinte insiste na completa ruptura com a bárbara
política da civilização burguesa, que fundamentava a prosperidade dos exploradores de umas poucas
nações predestinadas sobre a escravidão de centenas de milhões de trabalhadores na Ásia, nas colônias
em geral e nos pequenos países.  A Assembléia Constituinte saúda a política do Conselho de
Comissários do Povo, que proclamou a completa independência da Finlândia (2), que começou a retirar
as tropas da Pérsia (3) e declarou a liberdade de autodeterminação da Armênia (4)
3) A Assembléia Constituinte considera a lei soviética da anulação dos empréstimos contraídos
pelos governos dos tzares, dos proprietários de terra e da burguesia como um primeiro golpe desferido
no capital bancário, financeiro internacional e expressa sua confiança de que o Poder dos Sovietes
seguirá firmemente este caminho, até a completa vitória da rebelião operária internacional contra o jugo
do capital.
IV
Eleita, com base nas candidaturas dos partidos organizadas antes da Revolução de Outubro,
quando o povo não podia ainda rebelar-se, em sua totalidade, contra os exploradores, nem conhecia toda
a força de resistência dos mesmos na defesa de seus privilégios de classe, nem havia abordado na
prática a criação da sociedade socialista, a Assembléia Constituinte consideraria profundamente errado,
inclusive do ponto de vista formal, contrapor-se ao Poder dos Sovietes.
De fato, a Assembléia Constituinte considera que hoje, no momento da luta final do povo contra
seus exploradores, não pode haver lugar para estes últimos em nenhum dos órgãos de Poder. O Poder
deve pertencer total e exclusivamente às massas trabalhadoras e seus representantes plenipotenciários,
os Sovietes de deputados operários, soldados e camponeses.
Ao apoiar o Poder dos Sovietes e os decretos do Conselho de Comissários do Povo, a Assembléia
Constituinte considera que suas funções não vão além de estabelecer as bases fundamentais da
transformação socialista da sociedade.
Ao mesmo tempo, em seu propósito de criar uma aliança efetivamente livre e voluntária e por
conseqüência, mais estreita e duradoura entre as classes trabalhadoras de todas as nações da Rússia, a
Assembléia Constituinte limita sua missão a criar as bases fundamentais da Federação de Repúblicas
Soviéticas da Rússia, deixando, aos operários e camponeses de cada nação, a liberdade de decidir, com
toda independência, em seu próprio Congresso de Sovietes investido de plenos poderes, se desejam, e
em que condições, participarem do governo federal e das demais instituições federais soviéticas.
3 (16) de janeiro de 1918.

(1) A "Declaração dos direitos do povo trabalhador e explorado" de 3 (16) de janeiro de 1918 foi
apresentada por Lênin a uma reunião do Comitê Executivo Central de toda a Rússia, que a aprovou por
unanimidade com algumas modificações. Em 4 (17) de janeiro de 1918, a Declaração foi publicada no
número 2 do Pravda. No dia seguinte, a minoria bolchevista a submeteu a discussão na Assembléia
Constituinte em nome do Poder soviético. Porém a Assembléia Constituinte contra-revolucionária
negou-se a discuti-la, após o que a minoria bolchevista abandonou a Assembléia. Em 12 (25) de janeiro
de 1918, a Declaração foi ratificada pelo III Congresso dos Sovietes de toda a Rússia, sendo, mais tarde,
incluída na Constituição da RSFSR.
(2) Em 6 (19) de dezembro de 1917, a Assembléia finlandesa aprovou a declaração proclamando
a Finlândia um Estado independente. Em 18 (31) do mesmo mês, o chefe do Governo da Finlândia,
Svinhufvud, pediu ao Presidente do Conselho de Comissários do Povo, V. Lênin, que fosse reconhecida
a independência da Finlândia. Nesse mesmo dia, o Governo soviético atendeu a petição do Governo
finlandês e reconheceu, antes de qualquer outro Governo, a independência da Finlândia. O Comitê
Executivo Central de toda a Rússia ratificou a decisão do Conselho de Comissários do Povo, aprovando
em 22 de dezembro de 1917 (4 de janeiro de 1918) a "Declaração do Governo revolucionário sobre o
reconhecimento da independência da Finlândia".
(3) O Governo soviético propôs ao Governo Persa, na segunda quinzena de dezembro de 1917,
elaborar um plano comum de retirada das tropas russas da Pérsia. Em março de 1918, as tropas russas
foram retiradas totalmente da Pérsia.
(4)O Decreto "Sobre a Armênia Turca" foi discutido na reunião do Conselho de Comissários do
Povo, celebrada em 23 de dezembro de 1917 (5 de janeiro de 1918) e aprovado pelo referido organismo
em 29 de dezembro de 1917 (11 de janeiro de 1918). O decreto se publicou no número 227 do Pravda,
correspondente a 31 de dezembro de 1917 (13 de janeiro de 1918). Foi concedida à população da
"Armênia Turca" ocupada pelas tropas russas no transcurso da primeira guerra mundial, o direito de
livre autodeterminação, chegando inclusive à independência completa. Em fevereiro de 1918, as tropas
turcas se apoderaram novamente da "Armênia Turca", privando sua população da possibilidade de
exercer seu direito à independência.

Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros
que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e homens
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade
foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para
que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos
fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma
liberdade mais ampla,
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a
observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por
meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de
medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua
observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os
povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do
país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem
governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos
em todas as suas formas.
Artigo5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
Artigo7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Artigo8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um
tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer
acusação criminal contra ele.
Artigo11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito
perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que aquela
que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei
contra tais interferências ou ataques.
Artigo13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada
Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.
Artigo14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.  
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.
Artigo16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm
o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao
casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do
Estado.
Artigo17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino,
pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
Artigo20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a
liberdade de voto.
Artigo22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço
nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da
sua personalidade.
Artigo23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis
de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure,
assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão,
se necessário, outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.
Artigo24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a
férias remuneradas periódicas.
Artigo25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-
estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis
e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares
e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a
todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos
e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as
artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios. 
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer
produção científica literária ou artística da qual seja autor.
Artigo28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de
sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-
estar de uma sociedade democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a qualquer
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à
destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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