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IGREJA BATISTA DO CAMINHO DAS ÁRVORES


ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 27/08/2023

MÓDULO 3 - AULA 02: O Reino de Deus


Pr. Manassés Moreira

ESTRUTURA DO REINO (Rei, Povo, Território, Legislação, Economia)

Quando nós pensamos sobre o Reino de Deus, nós devemos pensar em


alguns pilares: Qual a Estrutura, a Natureza, a Cronologia e a Missão. Por isso,
devemos perguntar, quais são os fatores básicos e elementares para que haja um
reino?

● Para que exista um reino primeiramente é necessário que exista um Rei;


● Para que um Rei tenha um reino é necessário um povo, seus súditos que
integram o Reino;
● Para que esse povo possa ser o povo do reino, esse reino precisa de uma
ordem, uma legislação, uma constituição que guia o Reino;
● E por fim o reino tem o território sob a autoridade do Rei. Aqueles que se
submetem a Deus e à sua constituição experimentam a ordem e a justiça
desse Reino.

O Rei do Reino

A partir de que ponto temos que pensar o Reino? Pensar o reino apenas a
partir da realidade do povo e territórios do reino pode ser um fator limitador,
porque o ponto primordial deve ser o Rei. George Ladd diz:

“O sentido primário tanto da palavra hebraica malkuth (reino), do Antigo


Testamento, como da palavra grega basileia (reino), do Novo Testamento, é a
posição, autoridade e soberania exercida por um Rei. Uma basileia, na verdade,
pode ser o reino, domínio sobre o qual um soberano exerce sua autoridade [...]
Acima de tudo, reino é autoridade para governar, a soberania do Rei.”

Então, o que é o Reino de Deus? É sua posição de autoridade e soberania,


refere-se ao seu domínio, ao reinado. Então não podemos primordialmente
pensar no Reino de Deus a partir do povo, território ou leis, nem da Igreja, mas a
partir do próprio Rei do reino, que vai influenciar pessoas, dando suas leis em
seu território. O Reino de Deus vai além de pessoas e territórios porque
independentemente do que possa acontecer com o homem e o território, Deus
Reina para sempre, e seu Reino jamais será abalado. O único e eterno Deus, do
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único e soberano Reino é todo poderoso e tem autoridade absoluta sobre tudo,
porque precede a tudo e está acima de todos.

"O teu reino é um reino eterno, e o teu domínio subsiste por todas as gerações."
Salmos 145:13
O salmista está afirmando que Deus é Rei, desde a eternidade, e que tudo
o que há no universo se submete a Ele (Salmo 89), ou seja, Deus não é parte da
história, mas criador dela (Salmo 147.4 | Isaías 40.26). Por isso, o Reino de Deus
está representado em toda a esfera de seu governo, na atuação da sua
autoridade e poder, sendo reconhecido todo o tempo e em todas as coisas
(Salmo 22.2/145:13. Daniel 4.25 Lucas 1.52. Romanos 13.1-2), mesmo que a terra
tenha se tornado palco de uma rebelião universal contra Deus, Ele mantém o
compromisso com seu propósito de restabelecer a ordem.

Daniel 2.44 “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não
será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e
consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”

Daniel 7.14 “Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e
homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não
passará, e o seu reino jamais será destruído”

Em suma, a estrutura básica para entender o Reino, é o Rei, seu caráter,


autoridade e domínio sobre tudo.

O Povo, a Legislação e o Território do Reino

Mas quem é o povo do Reino? Os que estão sujeitos às leis, à constituição


que traz um padrão de ordem e justiça do Reino de Deus. Para que sejamos o
povo do reino precisamos estar sujeitos ao rei, e à medida que nos sujeitamos
aos princípios, leis e verdades desse reino de Deus, a legislação desse Reino traz
ordem e justiça.

A justiça desse Reino, ou "Tsedek" (Justiça), tem a ver com posição correta,
é a colocação de cada coisa em seu devido lugar, em perfeito funcionamento.
Muitas vezes, nós reclamamos que as coisas não funcionam em nossa vida, e
desejamos que Jesus nos salve das crises, mas, muitas vezes, resistimos em
conceder-lhe plena soberania em todas as áreas de nossa vida, não nos
submetendo à ordem e ao padrão deste reino, que são os princípios bíblicos.

O Reino de Deus se traduz em uma realidade que engloba ordem, poder e


influência. Portanto, quando há desordem, mostra a ausência desse senhorio,
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desse governo de Deus na nossa vida, indica uma desconexão dos princípios e
valores fundamentais do Reino.

Portanto, é crucial nos submetermos ao seu senhorio e aos princípios


fundamentais do Reino, para que tudo em nossa vida seja ordenado e colocado
em pleno funcionamento. Quando nos submetemos à legislação do Reino, temos
autoridade para atuar no território do reino, pois tudo pertence ao rei: as
pessoas, o território, as leis etc.

Por exemplo, quando Adão foi criado ele foi colocado no território do rei,
o próprio rei plantou um jardim e ordenou que ele cultivasse e guardasse. Deus
deu autoridade a Adão e o colocou como co-regente da terra, aquele que
representava (imagem e semelhança) o Rei. A ideia do texto é demonstrar como
alguns reis faziam antigamente, colocavam estátuas de si mesmo espalhadas em
todo território de domínio para mostrar sua glória e força. Adão era como uma
dessas figuras que representava o domínio do Rei espalhando Sua imagem em
toda a terra, à medida que tivesse filhos.

O jardim do Éden era o território criado pelo rei e funcionava a partir de


uma legislação do Reino, tudo estaria em perfeita ordem, isto é, tudo estaria
andando em justiça enquanto Adão não transgredisse às ordens do Rei, mas
Adão transgride a legislação, ele renuncia ao direito de operar dentro do
território sob a regência do Rei. Por essa razão, ele é retirado daquele lugar
(expulso do jardim) e perde o direito de atuar sobre aquele território. Isso faz
com que ele não tenha mais a natureza sacerdotal do povo do reino, atuando
sobre os princípios e legislação do reino que dava a ele direito de atuar no
território do Rei. Ele compartilha de sua autoridade com outro príncipe, ouve a
voz da serpente, Satanás.

O império das trevas invade o território do rei por causa do


compartilhamento de autoridade que Adão fez. Adão como uma autoridade
constituída faz aliança com o príncipe das trevas. Mas Cristo, ao vencer Satanás,
nos transporta do Império das Trevas para o Reino do Seu amor, fazendo com
que o povo do Reino, que são por natureza sacerdotes, se submetam novamente
ao Rei e sua legislação e recebe autoridade para atuar no território do dEle
novamente.

A Economia do Reino

E sobre a economia do Reino? Não existe nenhum sistema econômico de


governo humano que se assemelhe à natureza do reino de Deus. Os sistemas
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monárquicos atuais como o da Inglaterra, nos traz um vislumbre muito distante,


mas não igual. Como o Reino desenvolve economia?

Por não morarmos num país como a Inglaterra, temos dificuldade de


entender como funciona a economia de um Reino. Tanto no sistema capitalista
que vivemos, onde se fala muito de propriedade privada, na posse das coisas,
(usamos até frases do tipo: eu tomo posse!) ou no sistema socialista onde se fala
em propriedade coletiva ou do Estado, falar na economia do Reino de Deus pode
se tornar uma ofensa à nossa sociedade, porque o reino de Deus desconstrói o
princípio de posse privada ou estatal, porque tudo na verdade pertence ao Rei,
tudo é dEle, nós somos apenas seus mordomos, que de acordo com seus
princípios, administramos os seus recursos no seu próprio território. É sobre
isso que trata a parábola dos talentos.

A Parábola dos Talentos, também chamada de Parábola das Minas em


algumas traduções da Bíblia, começa no versículo 11 e vai até o versículo 27 do
capítulo 19 do Evangelho de Lucas. Nessa parábola, Jesus conta a história de um
homem de posição nobre que viaja para um país distante para receber a
investidura de um reino e deixa seus servos responsáveis por administrar suas
posses. Cada servo recebe uma quantidade diferente de dinheiro (talentos ou
minas) para cuidar e multiplicar. A parábola ilustra o uso responsável dos
recursos do Rei e as recompensas para aqueles que são fiéis e diligentes em suas
responsabilidades.

Essa imagem da economia do Reino serve como pano de fundo para o que
Jesus ensina no sermão do monte no cap. 6 de Mateus. Como vimos na aula
passada, buscar em primeiro lugar o Reino de Deus (Mt. 6:33), não se refere em
colocar Deus distante de nós, mas é colocar o governo dEle como fundamento
onde construímos toda nossa vida. O texto trata de um contexto de ansiedade e
preocupações da vida, onde as pessoas se preocupam com segurança, com o que
comer ou vestir. Cristo aponta que todo esse desespero é problema de estrutura
nas bases da vida, onde não se submete ao governo de Deus como fundamento.

Assim, é essencial reconhecer a primazia do Deus do Reino (conforme


expresso no "Pai Nosso"), ao orar Jesus chama o Rei de Pai, que assume a
paternidade sobre toda a existência, sobre tudo que foi criado. Antes dEle dizer
venha o teu reino, ele diz Pai Nosso, Aquele que nos abençoou com todas as
bençãos espirituais. (Ef. 1:3)

Vimos então quem é o povo, o território, a legislação e a economia do


Reino. Vamos entender agora sobre a natureza do Reino de Deus.
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REINO DE DEUS, REINO DOS CÉUS, REINO DE CRISTO

Vamos encontrar na Bíblia pelo menos três expressões a respeito do


Reino: Reino de Deus, Reino dos Céus e Reino de Cristo. As três expressões,
embora usadas em contextos diferentes, são usadas para referir-se a mesma
coisa, o governo de Deus.

A expressão "Reino dos céus", por exemplo, é exclusiva do evangelho de


Mateus. Cada Evangelho tem uma audiência, e o destinatário do evangelho de
Mateus eram os judeus convertidos. O propósito de Mateus era demonstrar que
Jesus é o Rei e o Messias de Israel. Mateus respeita a sensibilidade judaica em
relação ao nome de Deus (em vão), usando a expressão “Reino dos céus”, ao invés
de Reino de Deus, ao passo que outros e evangelistas usam “Reino de Deus”.
Assim, as expressões “Reino de Deus” e “Reino dos céus” são sinônimas e não
duas coisas distintas.

No decorrer do tempo acabamos criando uma confusão com esses


termos, gerando um imaginário equivocado sobre a expressão “Reino dos Céus”,
perceba que a expressão mostra Reino dos céus e não Reino nos céus. Isso
mostra que o Reino dos céus não é um lugar de destino fixo, mas de origem, é
um reino que está vindo da eternidade, um reino que não é deste (origem) mundo
(Jesus fala para Pilatos, “meu Reino não é deste (origem) mundo”), referindo-se à
origem e natureza, mas esse Reino está invadindo este mundo. Por isso, quando
Jesus ora: “Venha o teu Reino”, Ele ora ao Pai que este Reino, que tem uma
natureza e origem celeste, governe sobre todas as coisas.

Compreendemos melhor isso quando entendemos que céu e terra se


encontrarão no fim como uma única realidade, como era no princípio. Após o
pecado, todas as coisas foram separadas, o Homem separou-se do céu, do
ambiente que vivia no Éden, perdeu a percepção espiritual, mas no fim, céus e
terra se encontrarão, de que modo? A partir de uma Jerusalém que desce
adornada, com um Rei, para se encontrar com a terra e estabelecer justiça sobre
todas as coisas. Jesus pisará no monte das Oliveiras e se sentará no trono de Davi
para trazer ordem à toda terra, como afirma o profeta Zacarias:

Naquele dia, os seus pés pisarão o monte das Oliveiras, que fica a leste de
Jerusalém. O monte se dividirá ao meio, formando um vale muito largo, de Leste a
Oeste; metade do monte se deslocará para o Norte e metade para o Sul. O
SENHOR será Rei em toda a terra. Naquele dia haverá apenas um SENHOR e o
seu nome será o único nome. Zc. 14:4;9
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Já em Mateus 28, Jesus afirma que toda autoridade foi dada a Ele, mas
onde? Apenas no céu? Não! No céu e na terra, seu reinado é sobre céus e terra, o
salmista afirma: Salmo 103:19 O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o
seu reino domina sobre tudo. No céu Ele já tinha autoridade, onde está o seu
trono, mas a terra, por causa da queda de Adão, foi corrompida pelo pecado
gerando morte (o salário do pecado é a morte). Assim, para ter toda autoridade,
Cristo deveria resolver o problema do pecado na cruz.

Após isso, Ele conquista legalmente toda a terra como Rei e toda
autoridade lhe é dada sobre todas as coisas. Por isso que o Reino não é apenas
no céu desconectado da terra, é dos céus como origem, porque Ele vem de lá
para dominar tudo, céus e terra.

Por essa razão é que Jesus vem primeiro para nos reposicionar no Reino
de Deus (salvação), e sua primeira frase ao começar seu ministério é: “O tempo
está cumprido, e o reino de Deus está próximo (chegou). Arrependei-vos, e crede no
evangelho. Marcos 1:15. Quando Jesus prega que o Reino de Deus está próximo
refere-se à sua manifestação presente, que deve ser acessada com
arrependimento. Em Lucas 17:20 Ele diz: ²⁰ [...] — O Reino de Deus não vem com
visível aparência.²¹ Nem dirão: "Ele está aqui!" Ou: "Lá está ele!" Porque o Reino de
Deus está entre (meio ou dentro) vocês. Lucas 17:20,21

O Reino de Deus não se inaugura de maneira visível, através de um


poderio militar como os judeus esperavam. Já que o Reino de Deus é seu domínio
e governo, Cristo traz consigo a realidade da soberania e do senhorio divino para
dentro do homem. "O Reino está dentro de vocês", na medida que o recebe como
Rei.

A NATUREZA DO REINO: ETERNO, PRESENTE E VINDOURO

O Reino de Deus já chegou ou ainda se manifestará? Nas Escrituras, a


expressão "Reino de Deus" pode não ser sempre um conceito estático, e é
essencial termos uma orientação clara: este reino é simultaneamente eterno,
presente e futuro. Alguns versículos bíblicos mostram a natureza atemporal do
reino de Deus, que é eterna, presente e vindoura:

● Eterno: Daniel 7:14 (NVI) - "A Ele foi dado autoridade, glória e soberania;
todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu
domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será
destruído."
● Presente: Lucas 17:20-21 (NVI) - "Uma vez, tendo sido interrogado pelos
fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: 'O Reino de
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Deus não vem de modo visível, nem se dirá: 'Eis aqui!' ou 'Lá está!' Porque o
Reino de Deus está entre vocês.'"
● Vindouro: Apocalipse 11:15 (NVI) - "O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve
fortes vozes nos céus, que diziam: 'O reino do mundo se tornou o Reino do
nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.'"

Podemos, portanto, dizer que o Reino de Deus já chegou e ainda não, em


que sentido? Ele já foi inaugurado por Cristo, mas ainda será estabelecido
plenamente pelo próprio Rei no futuro. A manifestação do Reino presente é um
testemunho antecipatório que aponta para a realidade do reino vindouro como a
concretização desse reino eterno. Assim, quando nos deparamos com a
expressão "Reino de Deus" na Bíblia é crucial questionarmos: Cristo está se
referindo ao Reino eterno, ao Reino presente ou ao Reino vindouro?

CRONOLOGIA DA REDENÇÃO NO REINO DE DEUS

Como nós já vimos, Deus trabalha numa ordem redentiva, há uma


cronologia da redenção de Deus dentro do Seu Reino. Primeiro Deus criou os
céus e a terra, em seguida cria o homem, o homem quebra a aliança, que é a
legislação do reino, ele quebra um princípio e contamina a terra. No processo de
Redenção temos a restauração do homem e a restauração da terra.

Deus deu autoridade a um homem, Adão, mas Adão se rebelou, quem


então deveria consertar o que Adão fez? Outro homem! Paulo explica:

O pecado de um único homem (Adão) fez com que a morte reinasse sobre todos,
porém todos quantos receberam o presente divino da graça e a dádiva da justiça
( farão o que?) reinarão em vida, por causa deste único homem, Jesus Cristo. (Rm.
5:17)

Então, primeiro Cristo vem com a realidade do Reino Eterno como


Homem para formar um Novo Homem, para um novo mundo, que são o novo céu
e a nova terra. Portanto, esse Homem renascido, recriado em Cristo é o novo
tipo de gente do Reino. Por isso o reino não vem ainda de forma visível, porque
ele precisa nascer dentro de nós, formando um tipo de gente do reino.

Como eu sei quem são as pessoas do Reino? Quem anda sob a legislação do
Reino em um mundo de desordem, manifestando a justiça que vem pela fé.
Todos os homens pelos quais Deus fez aliança no passado, sujeitaram suas vidas
ao Deus do Reino, andaram sobre seus princípios e tiveram autoridade para
manifestar a justiça divina trazendo ordem sobre a terra.
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O Reino vem a nós por meio de Jesus Cristo, Ele é o Yeshua HaMashiach.
Yeshua (Salvação de Deus) Mashiach (Ungido de Deus) que é Rei. O próprio
Nome de Jesus fala da missão dEle: Salvador e Senhor (Rei). Salvador, porque traz
de volta para o lugar de senhorio e de governo de Deus, afinal, não há salvação
fora do seu senhorio, porque só quando Ele é senhor de tudo, estamos a salvo.

Então temos o Reino Eterno, que invade nossa era tornando-o o Reino
Presente e agora somos o povo do reino (embaixadores que através da
embaixada do Reino - Igreja) testemunha antecipatoriamente o Reino Vindouro
que será estabelecido sobre a terra. Aqueles que um dia foram excluídos do
território do Reino devido à transgressão do pecado são restaurados à sua
posição através de Cristo. Este povo restaurado tem a responsabilidade de
testemunhar a todas as nações, até o retorno do Rei do Reino. Até lá, a criação
geme pela manifestação dos filhos de Deus (Rm. 8:19)

Desta vez, na sua segunda vinda o Rei do Reino não retorna como um
cordeiro para a salvação, porque Ele já tratou da questão do pecado, mas agora
volta como como o Filho de Davi, como o Rei, para reinar sobre a terra
juntamente com o seu reino de sacerdotes que é o Seu povo do Reino.

Assim, todos aqueles que entram no reino pelo arrependimento, recebem


novamente autoridade do rei sobre seu território para apresentar um
testemunho antecipatório da vinda do Rei. O entendimento de todo esse
processo é crucial; João Batista teve dificuldade de entender essa dinâmica, ao
questionar se Jesus era realmente o Messias ou se deveriam esperar por outro,
Jesus respondeu demonstrando o poder do Reino: “Vá e digam a ele: os cegos
vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são
ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho. (Mt 11:5). Paulo mais
tarde destaca: Minha mensagem e minha pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do poder do Espírito, para que a
fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus. (1
Cor. 2:4-5)

Há uma metáfora para explicar esse aspecto profético que talvez João não
tivesse captado. Imagine que você está num lugar e enxerga bem longe apenas
um monte, à medida que você vai chegando perto do monte você percebe que
não é apenas um monte, mas dois, ou seja, somente no Novo Testamento,
quando Cristo é revelado, fica claro o que os profetas viram no Antigo
Testamento.
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De longe parecia um monte, isto é, parecia que o reino já seria


estabelecido, mas era necessário primeiro vir o Messias sofredor e somente
depois o Messias Rei, o Messias filho de José e o Messias filho de Davi, o Messias
que vem como Cordeiro e o Messias que virá como leão, ambas realidades
estavam na figura singular de Cristo no Novo Testamento e foram sendo
reveladas progressivamente por Deus desde o Antigo testamento até o Novo
Testamento.

RESUMO

● O que é o Reino de Deus? É sua posição de autoridade e soberania,


refere-se ao seu domínio, ao reinado.

● Estrutura do Reino: O Reino de Deus é formado por pilares como o Rei, o


Povo, o Território, a Legislação e a Economia.

● O Rei do Reino: O ponto central do Reino é o Rei, exercendo autoridade e


soberania sobre tudo.

● O Povo, a Legislação e o Território: O povo do Reino se submete às leis e


princípios do Rei, trazendo ordem e justiça sobre o território do Reino
onde essas leis são aplicadas.

● A Economia do Reino: A economia do Reino difere dos sistemas humanos;


tudo pertence ao Rei, e os súditos do Reino são mordomos de seus
recursos.

● Natureza do Reino: O Reino de Deus é eterno (sempre foi soberano),


presente (manifestado por Cristo e se tornando realidade no coração das
pessoas) e vindouro (onde Ele estabelecerá em plenitude para sempre).

● Cronologia da Redenção:

○ Deus trabalha em uma ordem redentora, formando um novo


homem para uma nova terra por meio de Cristo.

○ A Terra foi contaminada pela transgressão de Adão e será


restaurada plenamente por Cristo, mas Ele já começou, formando
um novo povo do Reino.

○ O povo do Reino testemunha a restauração antecipatória do Reino


vindouro até a volta do Rei.

○ Cristo retorna como Rei para reinar sobre céus e terra e estabelecer
o Reino plenamente.

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