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Geração de 22: Fase de

Destruição (Revolucionária)
Mário de Andrade e Oswald
de Andrade
Mário de Andrade e Oswald de Andrade
• Ambos foram atuantes nos primórdios do Modernismo Brasileiro, participando ativamente da Semana de Arte Moderna. Os dois escritores mudaram os
rumos da arte literária brasileira, influenciando novos autores e estabelecendo uma ruptura com a tradição literária vigente até a referida época histórica.
• Mário de Andrade

Mário de Andrade viveu de 1893 a 1945. Artista e estudioso bastante plural,


iniciou sua carreira pela dedicação à música, mas logo aderiu a outras
modalidades artísticas. Em 1917, publicou sob o pseudônimo de Mário
Sobral seu primeiro livro: ”Há uma gota de sangue em cada poema”.

Participante extremamente versátil da Semana de Arte Moderna, Mário


atuou frontalmente tanto na estruturação teórica do movimento quanto na
produção artística. Destacou-se como músico, poeta, prosador, folclorista e
jornalista. No ano de eclosão do Modernismo Brasileiro, em 1922, publicou
o livro de poemas Pauliceia Desvairada, cujo tema central era a vida da
urbe paulista.

Ao longo de sua vida, exerceu inúmeros e variados cargos, sempre


vinculados à esfera cultural. Faleceu em 1945, não resistindo um ataque
cardíaco.

A obra de Mário de Andrade é de fundamental importância na composição


do cenário de todo o movimento modernista brasileiro. Mário de Andrade
adere completamente aos ideais modernistas da Semana de 22.
• Características da obra de Mário de Andrade

Em livros como Pauliceia Desvairada (1922) e Losango Cáqui (1926), seus poemas foram
compostos em versos livres, empregando linguagem coloquial e exaltando paixões
contemporâneas ao seu momento histórico, como fica claro na exaltação da metrópole São
Paulo. Tudo isso, contudo, mesclado com o espírito combativo e crítico do Modernismo da
primeira fase.

Outras obras, entre as quais O clã do jabuti (1927), já denotarão maior nacionalismo por parte
do escritor. Procurando alcançar uma identidade nacional, distinta da imagem ufana da pátria
difundida durante o Romantismo, o poeta faz uso do folclore brasileiro: resgata e concilia em
suas obras ficcionais as tradições africanas, indígenas e sertanejas.

A prosa foi a forma literária que deu visibilidade à escrita de Mário de Andrade. Suas principais
obras são os romances Amar, verbo intransitivo e Macunaíma.
• Oswald de Andrade

José Oswald de Sousa Andrade (1880-1954) nasceu em São Paulo, vindo de


uma família de ricos comerciantes de imóveis. Por conta de suas facilidades
financeiras, ainda jovem lançou O pirralho, jornal humorístico de grande
repercussão.

Em 1912, fez a sua primeira viagem à Europa, onde entrou em contato com
várias teorias vanguardistas. Assim, foi fortemente influenciado pelo caráter
anarquista dessas ideias, em especial o Futurismo, cuja proposta introduziu no
Brasil.

Concluiu a faculdade de Direito e engajou-se na Semana de Arte Moderna, sendo


um de seus principais responsáveis. Depois desenvolveu as ideias modernistas
por meio de revistas e periódicos, entre eles o Manifesto Pau-Brasil e a Revista
Antropofagia.

No âmbito político, Oswald foi um dos raros escritores modernistas da primeira


fase que assumiu posição esquerdista. Inclusive filiou-se ao Partido Comunista.

Oswald foi casado com a pintora Tarsila do Amaral, uma das fundadoras do
Modernismo Brasileiro. E, mais tarde, com outra personalidade da cultura
brasileira, Patrícia Galvão, a Pagu.

De todos os artistas modernistas, ficou conhecido por sua instabilidade e pelo


espírito irreverente, polêmico, irônico e combativo. No final da vida, sofreu muito
com a falta de reconhecimento, as doenças e as dificuldades financeiras que
assolaram a sua família depois da Crise de 1929.
• Características da obra de Oswald de Andrade
Pronominais
Dê-me um cigarro
A produção poética de Oswald de Andrade não é muito homogênea. Isso
Diz a gramática
significa que dificilmente encontraremos uma temática predominante ou
abordagem filosófica. Sua preocupação se confunde com os próprios Do professor e do aluno
ideais modernistas, muito bem apresentados na Semana de Arte E do mulato sabido
Moderna e nos manifestos e revistas. Mas o bom negro e o bom branco
De modo geral, pode-se dizer que o radicalismo e o empenho em Da Nação Brasileira
atualizar as letras brasileiras foram as suas maiores pesquisas literárias. Dizem todos os dias
Do ponto de vista formal, seus poemas se caracterizam pela busca de
Deixa disso camarada
uma linguagem cada vez mais próxima do linguajar cotidiano, marcado
por expressões informais, pela síntese (os textos são quase “poemas-
Me dá um cigarro.
pílulas”), pela linguagem telegráfica, pela sintaxe quebrada, fragmentada
e subliminar. Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Do ponto de vista temático, havia uma investigação do passado
nacional; a revisão de fatos consagrados pela história; o humor e a Para melhor dizem mió
dessacralização. Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
O gramático
Os negros discutiam
Que o cavalo sipantou
Mas o que mais sabia
Disse que era
Sipantarrou.
O capoeira O medroso
— Qué apanhá sordado? A assombração apagou a candeia
— O quê? Depois no escuro veio com a mão
— Qué apanhá? Pertinho dele
Pernas e cabeças na calçada. Ver se o coração ainda batia.
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido.

3 de maio
Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi.
Modernistas da
primeira geração
1º Geração do Modernismo (Geração Revolucionária)

Destruição/desconstrução do verso

Cotidiano (poemas sobre tudo)

Modernidade (críticas sociais – centenário da


independência 1922)

Bom humor

Oralidade para dentro do poema, usando a escrita


para representar a fala.

Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Manuel


Bandeira

Manifesto antropófago (Tarsila do Amaral e Oswald de


Andrade)

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