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CONTEXTO HISTÓRICO
O Manifesto Antropófago foi escrito em 1928. Ele Ele pretendia celebrar o nosso multiculturalismo,
é considerado o principal texto do movimento a miscigenação.
tendo sido publicado na primeira edição da O desejo era devorar o que vinha de fora, assimilar
Revista de Antropofagia (lançada em 1928). a cultura alheia. Não negar a cultura estrangeira,
pelo contrário: absorvê-la, degluti-la, processá-la e
O movimento do grupo de artistas modernistas
misturá-la para dar origem ao que é nosso.
era o de mergulhar nas nossas raízes, recontar a
Esse processo tinha a ver com a pesquisa pela
nossa história, rever o nosso passado.
nossa identidade nacional, com o objetivo final
de promover uma independência cultural. Através
da intertextualidade e do movimento de se beber em
várias fontes se procurava alcançar uma cultura
própria autônoma.
SUA ORIGEM SE DÁ A PARTIR DE UMA TELA FEITA POR TARSILA DO AMARAL, EM
JANEIRO DE 1928 BATIZADA DE ABAPORU ( ABA= HOMEM E PORU = QUE COME).
FRASES-CHAVE DO MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Negação do passado;
Valorização do cotidiano;
A primeira fase do modernismo, marcada
Nacionalismo;
pelo signo de transformação, ficou
conhecida como fase “heroica” ou de Redescoberta da realidade brasileira;
destruição. Tal designação deveu-se, em Desejo de liberdade no uso das estruturas
grande parte, à opção pelo rompimento da língua;
com o passado, postura vista por muitos Liberdade de expressão;
como anárquica e destruidora.
Predominância da poesia sobre a prosa;
Uso da paródia , da piada, do sarcasmo
para promover a destruição pretendida.
CANÇÃO DO EXÍLIO - GONÇALVES DIAS
A DESCOBERTA
Transformação de textos do período Seguimos nosso caminho por este mar de longo
colonial em poemas que assumem Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
uma conotação crítica da história E houvemos vista de terra
“oficial” do Brasil. OS SELVAGENS
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados
MÁRIO DE ANDRADE
A solidão, as frustrações
provocadas por uma vida limitada
pela tuberculose, uma ternura
imensa e a capacidade de perceber
o lirismo nas pequenas coisas da
vida, serão as marcas
características da poesia de Manuel
Bandeira.
MOMENTO NUM CAFÉ
Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e
demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem
finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.
Poética
POÉTICA
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
manifestações de apreço ao sr. diretor.
Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
.
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.