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1ª GERAÇÃO

MODERNISTA: OS
“AMIGOS
ANDRADE”
Oswald de Andrade
Oswald de Andrade
• Com a riqueza do pai sustentava suas loucuras.
• Abalado financeiramente pelo “crack” da Bolsa de Nova Iorque, tem seus
bens hipotecados, passando por uma crise de valores morais e afetivos.
• Engravida Pagu (Patrícia Galvão) ainda estando casado com Tarsila do
Amaral:
“se o lar de Tarsila vacila/ é pelo angu da Pagu” (Oswald)
• Pagu casa-se com o pintor Waldemar Belisário para salvar as aparências,
mas meses depois o matrimônio foi anulado.
• Pagu e Oswald firmaram um compromisso verbal de casamento no
Cemitério da Consolação.
Cartas de Pagu
(escritas durante sua prisão pela polícia política de Getúlio Vargas)

"Sabia que Oswald não me amava. Ele tinha por mim o


entusiasmo que se tem pela vivacidade ou por uma canalhice
bem feita. Ele admirava minha coragem destrutiva, a minha
personalidade aparente. Procurava em mim o que outras
mulheres não possuíam. Por isso mesmo, sempre procurou
alimentar minhas tendências que podiam provocar reações
estranhas, aproveitando minhas necessidades combativas com
deturpações de movimento. Oswald não tinha nenhum pudor
no gozo de detentor de objetos raros".
Cartas de Pagu
(escritas durante sua prisão pela polícia política de Getúlio Vargas)

"Eu estava às vésperas de ter o bebê. Eu me sentia imensamente boa


naquela tarde. O dia tinha sido lindo, comprando roupinhas. Chegamos em
casa. Cheia de emoção, estive ao lado de Oswald, esperando que ele
terminasse um artigo para eu passar à maquina. Justamente quando estava
terminando de datilografar, Oswald me falou que tinha marcado um
encontro com Lelia: 'É uma aventura que me interessa. Quero ver se a
garota é virgem. Apenas curiosidade sexual.[...] Não posso dizer que não
sofri com o desprezo de Oswald, mas não é nada, sei que havíamos
decidido pela liberdade absoluta no casamento.”
Oswald de Andrade Supera-se a
ideia
• Autor do Manifesto da Poesia Pau-Brasil (tal qual a
parnasiana
madeira pau-brasil fôra o 1º produto de exportação doda “arte pela
arte”
Brasil Colônia, , Oswald queria criar a primeira poesia
de exportação)
• Marco inicial do teatro moderno, caracteriza-se por ser
político, introduzindo nas peças teatrais a luta de
classes, e ataque aos mitos moralísticos. Ex. O rei da
vela.
◦ Lançado em 1924 por
Oswald de Andrade e
Tarsila do Amaral,
apresentava uma posição
primitivista, buscando Manifesto
uma poesia ingênua, de Pau-Brasil
redescoberta do mundo
e inspirada nos
movimentos de
vanguardas da Europa.
Manifesto Pau-Brasil
• Criação de uma poesia brasileira de exportação.
• Combatia a linguagem rebuscada, vazia.
• Criação de uma língua brasileira
• Convive dialeticamente o primitivismo e o
moderno, o nacional e o cosmopolita.
• “Nenhuma fórmula para a contemporânea
expressão do mundo. Ver com olhos livres”
Nossa visão sobre nós
mesmos era mediada pela
visão que os colonizadores
tinham de nós. Vem daí
todos os preconceitos que os
brasileiros tinham dos
próprios brasileiros.
Manifesto Pau-Brasil

Reação conservadora:
Manifesto Verde-Amarelo
(Menotti del Picchia,
Guilherme de Almeida).
Nacionalismo ufanista que
flerta com o nazi-fascismo.
◦ Publicado em 1928
◦ Teor mais político que o “Pau-
Brasil”
◦ Tal como os ameríndios Manifesto
realizavam o ritual da
antropofagia (ao comer carne Antropofágico
humana, também estou me “Só a
alimentando das qualidades e
virtudes daquele guerreiro antropofagia
morto”, nós precisávamos nos une”
"deglutir" o legado cultural
europeu e "digeri-lo" sob a forma
de uma arte tipicamente
brasileira.
Manifesto Antropofágico
“Só a antropofagia nos une”

Abaporu
(“antropófago”
em tupi)
Abaporu, Tarsila do Amaral
Batmakumbayêyê batmakumbaobá
Batmakumbayêyê batmakumbao
Batmakumbayêyê batmakumba Caetano Veloso e Gilberto
Batmakumbayêyê batmakum Gil
Batmakumbayêyê batman
Batmakumbayêyê bat
Batmakumbayêyê ba
Batmakumbayêyê
Batmakumbayê
Batmakumba
Batmakum
Batman
Bat
Ba
Bat
Batman
Batmakum
Batmakumba
Batmakumbayê
Batmakumbayêyê
Batmakumbayêyê ba
Batmakumbayêyê bat
Batmakumbayêyê batman
Batmakumbayêyê batmakum
Batmakumbayêyê batmakumbao
Batmakumbayêyê batmakumbaobá
Poemas-piada

Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Releitura da
Que pena! história do
Brasil
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Poemas-piada
Valorização
O capoeira daquilo que
é popular
— Qué apanhá sordado?
— O quê?
— Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
Poemas-piada
Relicário
No baile da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Brasil não
Que farinha de Suruí sabe
valorizar sua
Pinga de Parati cultura

Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
Poema
3 DE MAIO

Aprendi com meu filho de dez anos


Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi.
Poemas
pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Valorização
da
Mas o bom negro e o bom branco linguagem
popular
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Poemas-paródia
canto de regresso à pátria
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Minha terra tem palmares
Não permita Deus que eu
Onde gorjeia o mar morra
Os passarinhos daqui Sem que volte para lá
Não cantam como os de lá
Paródia queNão permita Deus que eu
inverte a morra
Minha terra tem mais rosas
lógica do Sem que volte pra São Paulo
patriotismo
E quase que mais amores
ufanista Sem que veja a Rua 15
Minha terra tem mais ouro E o progresso de São Paulo
Minha terra tem mais terra
Poemas
amor

Humor

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