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OSWALD DE

ANDRADE
(1890-1954)

Retrato de Oswald de
Andrade (1922), de
Tarsila do Amaral
TRECHOS DA INTRODUÇÃO DO LIVRO PAU-BRASIL

 "Oswald de Andrade, numa viagem a Paris, do alto de um atelier da


Place Clichy - umbigo do mundo - descobriu, deslumbrado, a sua
própria terra". (Introdução ao livro Pau Brasil, Paulo Prado, 1924);

 "Encaixar na rigidez de um soneto todo o baralhamento da vida


moderna é absurdo e ridículo" (Introdução ao livro Pau Brasil,
Paulo Prado, 1924);

 "A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A


contribuição milionária de todos os erros" (“Falação”, introdução
ao livro Pau Brasil, Oswald de Andrade;
Place Clichy : famosa praça de Paris.
TRECHOS DE MANIFESTOS
 "Dividamos: poesia de importação. E a poesia Pau-Brasil, de
exportação." (Manifesto da Poesia Pau-Brasil, 1924);

 “A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes


da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.” (Manifesto da
Poesia Pau-Brasil, 1924);

 "Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.


Filosoficamente." (Manifesto Antropofágico, 1928);

 “Tupi or not tupi that is the question” (Manifesto Antropofágico, 1928).

Açafrão: amarelo; Ocre: amarelo pardo;


Cabralino : relativo a Pedro Álvares Cabral
ATIVIDADE COM POEMAS DO LIVRO
PAU BRASIL (1924)
 Em grupos, so alunos devem elecionar um dos
poemas indicados;
 Analisar os poemas nos seguintes temas:
 Metrificação e rimas;
 Quais raças constituem o poema?
 Há elementos urbanos / modernos ou rurais /
antigos?;
 Sua linguagem é coloquial ou erudita?;
 Há influência das Vanguardas no poema?
(Cubismo, Futurismo, Expressionismo,
Surrealismo, Dadaísmo);
 Outros temas que o grupo achar pertinente.
AS MENINAS DA GARE

Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis


Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
O CAPOEIRA

- Qué apanhá sordado?


- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeça na calçada
MEDO DA SENHORA

A escrava pegou a filhinha nascida


Nas costas
E se atirou no Paraíba
Para que a criança não fosse judiada
LEVANTE

Contam que houve uma porção de enforcados


E as caveiras espetadas nos postes
Da fazenda desabitada
Miavam da noite
No vento do mato
3 DE MAIO

Aprendi com meu filho de dez anos


Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi
BONDE

O transatlântico mesclado
Dlendlena e esguisha luz
Postretutas e famias sacolejam
POBRE ALIMÁRIA

O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boléia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote
PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas do bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
CONTRABANDO

Os alfandegueiros de Santos
Examinaram minhas malas
Minhas roupas
Mas se esqueceram de ver
Que eu trazia no coração
Uma saudade feliz
De Paris
Manifesto da Poesia Pau Brasil,
Correio da Manhã, 1924

“Manifesto Antropófago”, Revista


de Antropofagia, 1928
- Apostila Vol. 10, p. 16, ex. 1-2 -
CARACTERÍSTICAS
 Sátira, humor e ironia;
 Revisão da história do Brasil e da brasilidade;
 Uso de linguagem coloquial;
 Uso do verso livre;
 Uso de poema-piada e poema-pílula;
 Na prosa, influência do Cubismo e do Futurismo:
fragmentação e ritmo acelerado da narrativa.

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