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1ª fase modernista

(1922 – 1930)
OS SAPOS
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os delumbra.
Em ronco que a terra,
Berra o sapo-boi:
– “Meu pai foi à guerra!”
– “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”

O sapo-tanoeiro (fabricante de barris)

Parnasiano aguado,
Diz: — ” Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom


Frumento sem joio.(trigo seleto)

Faço rimas com


Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.
[...]
Nacionalismo crítico e ufanista;
Valorização do cotidiano;
Resgate das raízes culturais
brasileiras;
Críticas à realidade brasileira;
Renovação da linguagem;
Oposição ao parnasianismo e ao
academicismo;
Experimentações estéticas;
Renovações artísticas;
Ironia, sarcasmo e irreverência;
Caráter anárquico e destruidor;
Uso de versos livres e brancos.
REVISTAS

MODERNISTAS
Entre os movimentos que surgiram
na década de 1920, destacam-se:

• Movimento Pau-Brasil;
• Movimento Antropofágico.
A principal forma de divulgação destas
novas ideias se dava através
das revistas.

Entre as que se destacam, encontram-


se:

• Revista Klaxon
• Revista de Antropofagia.
principal forma de divulgação destas
O Movimento Pau-Brasil foi um movimento
artístico lançado no Brasil em 1924 por Oswald de
Andrade e Tarsila do Amaral que apresentava uma
posição primitivista, buscando uma poesia ingênua,
de redescoberta do mundo e do Brasil e que foi
inspirada nos movimentos de vanguarda europeus,
devido às viagens que Oswald fazia à Europa.
O movimento exaltava a inovação na
poesia, o primitivismo e a era presente,
ao mesmo tempo em que repudiava a
linguagem retórica na poesia.
Convivem dialeticamente o primitivo e o
moderno, o nacional e o cosmopolita,
sendo ideologicamente a raiz
do Movimento Antropofágico.
O Manifesto Antropófago ou
Antropofágico foi um manifesto literário
escrito por Oswald de Andrade,
publicado em maio de 1928, que tinha
por objetivo repensar a
dependência cultural brasileira.
Propunha basicamente devorar a
cultura e as técnicas importadas e
sua reelaboração com autonomia,
transformando o produto importado
em exportável.
O nome do manifesto
recuperava a crença indígena:
os índios antropófagos comiam
o inimigo, supondo que assim
estavam assimilando suas
qualidades.
O Manifesto Antropofágico foi um marco no
Modernismo brasileiro, pois não somente
mudou a forma do brasileiro de encarar o
fluxo de elementos culturais do mundo, mas
também colocou em evidência a produção
própria, a característica brasileira na arte,
ascendendo uma identidade tupiniquim no
cenário artístico mundial.
PRINCIPAIS ESCRITORES
OSWALD DE ANDRADE
Renovador, rebelde e sarcástico.
Sua obra é marcada pela extrema
criatividade: poema-piada, poema-
paródia, poema-minuto, romances
fragmentados (herança cubista).
Humorismo e irreverência.
Dessacraliza a poesia e a prosa.
Foi um genial criador de ideias e
movimentos. Lançou os manifestos
Pau-Brasil e Antropofagia.
Empregou neologismos,
coloquialismos e oralidade.
Estilo telegráfico. Dinamismo.
MÁRIO DE ANDRADE
Considerado o "papa do novo credo".
Um dos melhores escritores
brasileiros.
Escreveu poesias, romances, contos,
crônicas e crítica literária.
Também apresenta renovação formal
e linguística.
Presença de coloquialismos e
neologismos.
Sua obra mostra fortes críticas à
burguesia paulistana.
Tendência ao psicologismo freudiano.
Nacionalismo e brasilidade:
valorização da língua, cultura e
temáticas populares ´(Macunaíma).

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