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Sondagem referente ao conteúdo- o que sabes sobre o continente Europeu ( anotar)

Atividades
01. Ler os textos e anotar as dúvidas.
02. Pesquisar o significado das palavras etnocentrismo e eurocentrismo.
03. Pesquise um país que tenha sido colonizado por europeus, e que aponte as
influências deste sobre a colônia:

Oriente e Ocidente: uma invenção europeia Europa: continente ou


península da Eurásia?

Do ponto de vista físico, a Europa fica na porção oeste da grande massa continental da
Eurásia (Europa e Ásia), numa grande península. Os Montes Urais, os mares Negro e
Cáspio e a Cordilheira do Cáucaso são considerados os limites naturais entre a Europa e
a Ásia. Historicamente, eles representaram obstáculos físicos para a integração entre os
povos do leste e do oeste da Eurásia. Sob os aspectos histórico, político e social,
entretanto, a Europa é considerada um continente em virtude dos fatores que a
distinguem tanto do conjunto mundial como da Ásia. A Europa foi o centro de
movimentos importantes, com desdobramentos em todo o mundo, como a democracia
grega, o direito romano, o renascimento cultural e artístico, o capitalismo, a Revolução
Industrial (1750), a Revolução Francesa (1789) e a implantação do socialismo
Na Europa ocorreu a formação dos primeiros blocos econômicos, mas nela também
houve muitos conflitos internos ao longo da história para a formação de Estados
nacionais, além de ela ter sido campo de batalha de duas guerras mundiais: a primeira,
entre 1914 e 1918; e a segunda, entre 1939 e 1945, que causaram a morte de milhões de
pessoas e alteraram não apenas as fronteiras entre seus Estados, mas também resultaram
na formação de novos. As fronteiras de muitos países europeus se alteraram desde o
início do século XX, sobretudo na porção central e leste do continente. Ao final da
Primeira Guerra Mundial, em 1918, por exemplo, o fim do Império Austro-Húngaro
resultou na formação da Tchecoslováquia, Áustria, Hungria, Iugoslávia e Polônia.
Atualmente, as áreas da antiga Tchecoslováquia correspondem à República Tcheca e à
Eslováquia — dissolução ocorrida com base em um acordo estabelecido em 1993.
A “dança das fronteiras” dos países ou Estados europeus continuou após a I Guerra
Mundial, como também após a II: a Estônia, a Letônia e a Lituânia foram incorporadas
à União Soviética em 1940; e, em 1991, com a dissolução da União Soviética, essas três
repúblicas soviéticas se tornaram Estados soberanos, juntamente com Belarus, Ucrânia,
Rússia e Moldávia, que faziam parte da União Soviética.
Hegemonia europeia e divisão do mundo em Ocidente e Oriente
A expansão marítimo-comercial europeia nos séculos XV, XVI e XVII foi o marco
inicial da construção da hegemonia da Europa no mundo entre esses séculos e a
Primeira Guerra Mundial. Ao incorporar a África, a América e a Oceania ao seu
horizonte geográfico e fundar colônias na América e feitorias na África e na Ásia, a
Europa ampliou consideravelmente o seu espaço comercial permitindo que realizasse a
“acumulação primitiva do capital”, ou seja, o processo de acumulação de riquezas, que,
posteriormente, nos séculos XVIII e seguintes, possibilitou a alguns países europeus,
como Inglaterra, França, Bélgica, Itália, Alemanha etc., a realização da Primeira e da
Segunda Revolução Industrial e a implantação do capitalismo industrial e do
neocolonialismo ou imperialismo. No século XIX, esses países se lançaram sobre a
África e a Ásia, substituindo as feitorias do século XVI pela apropriação de territórios e
a implantação de impérios coloniais. Apesar da resistência de povos africanos e
asiáticos, a superioridade técnica, principalmente em armamentos, facilitou a conquista
até o XIX. E continuou pelo século XX, pois a descolonização africana e asiática
ocorreu somente na segunda metade do século XX, com a exceção da Índia, em 1947. A
influência europeia também se estendeu pelo mundo por meio de instituições, leis,
religiões, formas e sistemas de governo, línguas, artes, filosofias, ciências, tecnologias
etc. A Europa ditava a moda na maneira de se vestir, no modo de pensar e na educação
formal, e a língua francesa era falada entre classes sociais mais abastadas em diferentes
países do mundo. Após a Primeira Guerra Mundial, com a emergência dos Estados
Unidos na condição de potência industrial, a hegemonia europeia começou a declinar,
apesar de manter até os dias atuais grande presença política, econômica e científica nas
relações internacionais.
• O Ocidente inventou o Oriente Apesar das noções de oriente — lado do horizonte
em que o Sol nasce — e ocidente — lado do horizonte em que o Sol se põe — serem
usadas desde o século III a.C., como pelo Império Romano, que dividiu o seu vasto
território conquistado em duas partes para melhor administra-lo, sob o ponto de vista
histórico-político-geográfico, essas expressões somente se consolidaram durante as
grandes navegações marítimo- -comerciais europeias dos séculos XV e XVI. Foi em
1596 que o cartógrafo e matemático belga Gerard Kremer, conhecido como Mercator,
elaborou um planisfério representando a Europa na porção central e superior dele. Essa
representação cartográfica atendia plenamente à ideia de supremacia da Europa no
mundo, naquele período. Ela é, portanto, eurocêntrica e deve ser entendida como a
expressão de seu etnocentrismo.
• O Meridiano de Greenwich: outro exemplo de visão eurocêntrica Em 1884, em
Washington D.C., capital dos Estados Unidos, foi realizada a Conferência Internacional
do Meridiano. Foi aí decidido que o Meridiano Principal deveria ser o meridiano que
passa no Observatório Astronômico de Greenwich (figura 8), localizado na cidade de
mesmo nome, próximo a Londres, capital do Reino Unido. Essa escolha mostra a
supremacia inglesa, maior potência naval e econômica do mundo, à época. Outros
meridianos poderiam ser escolhidos como principal ou de longitude 0°. A escolha do
Meridiano de Greenwich também expressa a consolidação da visão eurocêntrica do
mundo.
• Orientalismo e Ocidentalismo
Entendido como a visão que o Ocidente possui do Oriente ou de seus povos, o
Orientalismo é marcado desde tempos históricos passados por imagens distorcidas e até
mesmo preconceituosas, desconsiderando-se que muitas contribuições culturais e
científicas foram dadas pelo Oriente. Não há dúvidas de que o etnocentrismo do
Ocidente serviu aos interesses das potências ocidentais e justificou ideologicamente os
atos de apropriação de territórios no Oriente para a subordinação de seus povos e para a
formação de impérios coloniais nos séculos XIX e XX sob a lógica do neocolonialismo
e do imperialismo que enriqueceram os países colonialistas europeus. Desse modo,
podemos dizer que as relações históricas entre “Ocidente” e “Oriente” foram marcadas
por relações de poder e de dominação que, até o momento atual, não desapareceram por
completo. Exemplos recentes dessas relações foram as invasões ao Afeganistão, em
2001, e ao Iraque, em 2003, lideradas pelos Estados Unidos em coligação com forças
militares do Reino Unido e de outros países, que, a pretexto de combater o terrorismo,
tinham interesses econômicos e geopolíticos. Se, por um lado, as críticas que se fazem a
regimes não democráticos e à supressão dos direitos das mulheres em muitos países do
Oriente são verdadeiras, por outro lado, não podemos esquecer que o Ocidente se
comporta de forma ambígua em relação a isso: apoia regimes autoritários se forem
convenientes aos seus interesses, ou os reprova se não forem. Essa ambiguidade ocorreu
também em muitos países ocidentais que viveram sob regimes ditatoriais, como Chile,
Brasil, Argentina, Uruguai etc.

Fonte: Expedições Geográficas, 9º ano.

Mapa político da Europa (retirado do site Toda Matéria).

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