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ESCOLA: ___________________________________________________________________________

TURMAS: 3º ANO/MÉDIO E 3ª ETAPA EJA. COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA


ALUNO (A):___________________________________________________________________________

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - A Revolução Industrial iniciada em meados do século XVIII (1750,
aproximadamente) na Inglaterra deu origem ao modo capitalista de produção, baseado no trabalho
assalariado, na fábrica como unidade de produção e na livre competição entre as empresas no mercado.
Esse foi o período do capitalismo competitivo. Nos cem anos seguintes as inovações tecnológicas
continuaram surgindo.
Em meados do século XIX, pela abrangência do seu uso e pelo profundo impacto que causaram na
economia e na produção industrial, passaram a caracterizar a chamada Segunda Revolução Industrial,
que repercutiu em diversas áreas. Por exemplo: • Em 1856, a Inglaterra aperfeiçoou o processo de produção
do aço, que substituiu o ferro na construção civil e passou a ser empregado também na construção de
ferrovias e de navios, além da fabricação de armamentos cada vez mais potentes. • Em 1859, na região da
Pensilvânia, costa leste dos Estados Unidos, foi descoberto petróleo, que passou a ser explorado
industrialmente e utilizado para diversos fins. • Em 1879, foi inventada a lâmpada elétrica, que mudou
radicalmente muitos hábitos da população quando seu uso se tornou abrangente na iluminação de
ambientes. Com as novas transformações tecnológicas, acentuou-se a concentração do capital, com a
formação de empresas cada vez maiores, que absorviam as menores e monopolizavam ramos inteiros da
produção, eliminando a concorrência. Ao mesmo tempo, formavam-se grandes bancos, que uniam seu
capital (o capital financeiro) ao capital industrial. O sistema econômico dominante deixava de ser, assim, o
capitalismo competitivo. Em seu lugar, a economia das nações com larga produção industrial adotava a
forma de capitalismo monopolista.

A Segunda Revolução Industrial causou impacto também na vida social e na mentalidade, no modo de
pensar, das pessoas da época. Para muitos, havia uma sensação de infinitude da capacidade criativa
humana, o que trazia a convicção de que esses seres inventivos, urbanos e industriais construiriam um
mundo cada vez melhor. Por isso, o período compreendido entre a segunda metade do século XIX e os
primeiros anos do século XX ficou conhecido como Belle Époque (“bela época”, traduzido do francês). A
área de transportes, por exemplo, foi uma das que mais se transformou nessa época. Em poucas décadas
foram inventados a bicicleta (1861), o metrô (1863), o bonde elétrico (1874), a locomotiva elétrica (1879) e
o automóvel (1886). Foram ainda construídas grandes ferrovias, como a Transcontinental (1869), que cortou
os Estados Unidos de leste a oeste, e a Transiberiana (1903), que ligou as cidades russas de Moscou (na
Europa) e Vladivostok (na Ásia). Na virada do século XIX para o XX, os experimentos dos irmãos
estadunidenses Orville (1871-1948) e Wilbur Wright (1867-1912), nos Estados Unidos, e do brasileiro Alberto
Santos Dumont (1873-1932), em Paris, culminaram na invenção do avião. Na área das comunicações, pode-
se destacar a invenção do telefone (1876), do fonógrafo (1877), do telégrafo sem fios (1895) e do cinema
(1895), inventado pelos irmãos franceses Auguste (1862-1954) e Louis Lumière (1864- -1948). O rádio –
surgido nas primeiras décadas do século XX – e o cinema abririam caminho para o lazer de massa como
conhecemos na sociedade moderna, acessível à maioria das camadas sociais. Graças ao baixo preço das
entradas, o proletariado compunha grande parte do público das salas de cinema nos primeiros anos após
sua invenção A indústria também passou por transformações. No começo do século XX, foi criada a linha
de montagem na fábrica de automóveis Ford, nos Estados Unidos. Com ela, surgiu a produção em série
fordista, que levou a um extraordinário aumento da produtividade e à diminuição do preço dos produtos. Ao
mesmo tempo, foram criadas novas formas de pagamento, como as vendas a crédito, e surgiram os
primeiros grandes magazines, como a rede parisiense Au Bon Marché (1876), precursores das lojas de
departamentos. Descobertas importantes também ocorreram na área médica e de saúde. Os bacteriólogos
Robert Koch (1843- -1910), da Alemanha, e Louis Pasteur (1822-1895), da França, por exemplo,
descobriram que as doenças eram causadas por agentes infecciosos microscópicos, como as bactérias. Até
1890, vários cientistas já haviam identificado os agentes de diversas doenças (tuberculose, cólera, febre
tifoide e tétano, entre outras) e vinham desenvolvendo vacinas para combatê-las. Esses novos tratamentos
contribuíram para reduzir o elevado número de mortes provocadas por elas. Além disso, a constatação de
que o uso de antissépticos, por exemplo, era essencial para impedir infecções pós-operatórias reduziu
sensivelmente a taxa de mortalidade decorrente das intervenções cirúrgicas. Já a descoberta dos
anestésicos possibilitou aos médicos não só o alívio da dor de seus pacientes, mas também a realização de
cirurgias mais demoradas, impraticáveis até então.
A AÇÃO IMPERIALISTA - Para que fosse possível absorver o aumento da capacidade produtiva das
indústrias – principalmente nos Estados Unidos e na Europa – foi preciso aumentar o número de
consumidores para bens e produtos, além de ampliar as fontes de matérias-primas (carvão, ferro, petróleo)
que mantinham o ritmo das fábricas. Com o processo de concentração de capitais, as grandes empresas e
os bancos passaram então a fazer investimentos em regiões da África, da Ásia e da América Latina, com o
apoio dos seus Estados nacionais, associando forças político-militares ao poder econômico, o que fortalecia
o controle sobre esses territórios. De fato, as potências europeias tinham grande interesse geopolítico na
formação de impérios coloniais. Em caso de guerra, seria uma maneira de garantir a posse de recursos
importantíssimos, como carvão e outros minérios, homens para seus exércitos e o controle de portos nos
quais poderiam abastecer navios mercantes e de guerra. Surgiu assim um novo tipo de imperialismo, de
expansão econômica e militar perpetrada (realizada) pelos Estados europeus. Na África e na Ásia, essa
política imperialista tomou a forma de neocolonialismo, com a conquista de vastos territórios por meio da
ação militar. Muitos desses territórios foram transformados em colônias ou em protetorados (situação em
que um Estado é colocado sob a autoridade de outro Estado). Esse processo foi muito rápido. Por volta de
1800, antes da expansão, os países europeus, mais os Estados Unidos, controlavam 35% da superfície
terrestre; em 1878, esse índice havia subido para 67%; em 1914, quando irrompeu a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), o índice já era da ordem de 84%, ou seja, apenas 15% das terras ocupadas no mundo
não estavam sob o domínio europeu ou estadunidense. Com exceção da Etiópia, da Libéria e de parte do
Marrocos, no final do século XIX o continente africano encontrava-se dividido entre Inglaterra, Alemanha,
França, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha.
Angola e Moçambique eram colônias de Portugal desde o século XVI, e a Argélia estava sob o controle da
França desde 1857. Na Ásia e nas ilhas do Pacífico, na Oceania, além de britânicos, franceses, alemães e
holandeses, vieram somar-se à dominação colonialista os Estados Unidos e, logo depois, o Japão. Governos
e grupos dominantes da Europa, quando instigados a justificar as ações militares ou apenas de ocupação
dessas regiões, recorriam ao argumento de uma suposta missão civilizadora, pela qual os europeus
deviam levar aos chamados povos “primitivos” ou “bárbaros” os valores da civilização ocidental e cristã.
Do ponto de vista cultural, esse processo resultou na destruição de tradições e valores milenares dos povos
africanos e asiáticos e na sua substituição pelos europeus.

CIÊNCIA E RACISMO - A penetração europeia na África e na Ásia ocorreu em uma época na qual muitos
cientistas debatiam as teorias evolucionistas registradas no livro A origem das espécies, do naturalista
britânico Charles Darwin (1809-1882). Lançada em 1859, essa obra procurava explicar do ponto de vista
da ciência — e não da religião — como tinham surgido os seres vivos na Terra. Segundo Darwin, a
diversidade biológica do planeta seria fruto de um processo de evolução, que se manifesta de forma gradual
por meio da seleção natural. É o processo de seleção natural que faz com que as espécies transmitam às
gerações seguintes as características que aumentam suas possibilidades de sobrevivência, de modo que
lhes assegure a existência. As ideias de Darwin e de outros evolucionistas da época foram aproveitadas por
muitos cientistas e pensadores europeus para afirmar que a espécie humana era composta de várias raças.
Essas várias raças foram classificadas em superiores e inferiores, mais fortes e mais fracas, etc. Segundo
esses pensadores, os brancos europeus pertenceriam às raças “superiores”, enquanto os não europeus
pertenceriam às raças “inferiores”. Alguns cientistas, como Ernst Haeckel (1834-1919), afirmavam que na
base dessa escala encontravam-se os judeus e os negros. Essas teorias racistas que se diziam amparadas
nas ciências são chamadas de racismo científico. Elas serviram para justificar a colonização da África e da
Ásia pelos europeus a partir do século XIX, uma vez que, aos olhos de muitos colonizadores, os habitantes
desses continentes seriam seres “inferiores, atrasados, preguiçosos e selvagens”. Ficava justificada, assim,
a “missão civilizadora” dos europeus nesses continentes. Durante o século XX, novos trabalhos científicos
mostraram a inconsistência do racismo científico. Foi comprovado, por exemplo, que as diferenças genéticas
entre dois indivíduos não chega a 1% e que as variações de aparência física — como a cor da pele ou dos
olhos — são resultado da adaptação humana às condições ambientais. Já as diferenças culturais decorrem
dos processos histórico-sociais distintos de cada povo. Ou seja, a espécie humana não tem subdivisões de
raça.
Texto elaborado com base em: COSTA, Sérgio. Dois Atlânticos: teoria social, antirracismo, cosmopolitanismo. Belo Horizonte: UFMG, 2006; MAIO,
Marcos C.; SANTOS, R. V. (Org.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/CCBB, 1996

ÁFRICA EM PEDAÇOS - A partilha da África no século XIX teve início em 1876, quando os belgas,
governados pelo rei Leopoldo II, estabeleceram-se na bacia do rio Congo – uma vasta região rica em
minérios – e subjugaram a população ao domínio da Bélgica. A partir de então, iniciou-se uma verdadeira
corrida entre as nações europeias interessadas em conquistar um pedaço do continente africano. Para
resolver os problemas advindos dessa disputa, foi realizada na Alemanha, entre 1884 e 1885, a Conferência
de Berlim, na qual foram decididas as regras para a partilha da África entre as nações europeias. O
continente foi inteiramente retalhado entre seus pretendentes.
Fonte: Azevedo, Gislane - História:passado e presente/Gislane Azevedo, Reinaldo Seriacopi. 1. Ed. São Paulo: Ática.
ATIVIDADES
1) O Darwinismo Social pode ser definido 4) A chamada “Partilha da África” deu-se no fim do
corretamente como: século XIX, em um contexto em que as potências
a) o estudo da vida biológica em sociedade, como nacionalistas europeias tinham expandido os seus
as sociedades das abelhas, das formigas etc. domínios pelos continentes asiático e africano.
b) a tentativa de igualar, a nível de organização Sobre o processo de “Partilha da África”, é
social, os animais superiores, como os mamíferos, INCORRETO afirmar que:
e a sociedade dos homens. a) A Conferência de Berlim foi decisiva para
c) o período da atividade intelectual de Charles organizar os domínios europeus sobre o território
Darwin em que o naturalista inglês dedicou-se à africano.
criação da Sociologia, ao lado de nomes como b) A França foi o único país a não estabelecer
August Comte. domínios coloniais em território africano.
d) a transposição da teoria da evolução das c) O Congo passou a ser um território submetido
espécies e da seleção natural do terreno da ao domínio particular do rei Leopoldo II, da
ciência natural para a realidade sociocultural. Bélgica.
e) a tentativa de estabelecer relação entre o d) A “Partilha da África” pode ser enquadrada no
comportamento animal e o comportamento fenômeno mais abrangente denominado
humano a partir de experimentos psicológicos. “Neocolonialismo”.
e) Muitas tribos e etnias africanas diferentes
2) Podemos dizer que uma das consequências da ficaram circunscritas a um mesmo território na
doutrina do Darwinismo Social, elaborada no ocasião em que o continente africano foi dividido.
século XIX, foi:
a) o aperfeiçoamento das sociedades
5) (Mackenzie) Uma das alternativas a seguir NÃO
democráticas e a evolução tecnológica ocidental.
corresponde às diferenças entre o colonialismo do
b) as lutas pelos direitos civis e pela “igualdade
século XVI e o Neocolonialismo do século XIX.
racial”.
a) A principal área de dominação do Colonialismo
c) as políticas de segregação racial do século XX.
europeu foi a América e o Neocolonialismo
d) as leis de segregação racial implementadas no
voltava-se para a África e a Ásia.
Brasil durante o período republicano.
b) O Colonialismo teve como justificativa
e) a dessegregação racial nos Estados Unidos na
ideológica a expansão da fé cristã, enquanto que
primeira metade do século XX.
no Neocolonialismo, a missão civilizadora do
homem branco foi espalhar o progresso.
3) Faça uma pesquisa e comente, com suas c) Os patrocinadores do Colonialismo foram a
palavras, o que foi a Conferência de Berlim e quais burguesia financeiro/industrial e os Estados da
principais decisões foram tomadas naquele Europa, América e Ásia, enquanto que os do
encontro. Neocolonialismo, o Estado metropolitano europeu
e sua burguesia comercial.
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d) O Colonialismo buscava garantir o fornecimento
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de produtos tropicais e metais preciosos,
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enquanto que o Neocolonialismo, a reserva de
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mercados e o fornecimento de matérias-primas.
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e) A fase do capitalismo em que o Colonialismo se
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desenvolveu denominou-se Capitalismo
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Comercial e a do Neocolonialismo, Capitalismo
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Industrial e Financeiro.
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6) A “Partilha da África” suscitou uma grande
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discussão ideológica e científica que procurava
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justificar a “inferioridade” dos povos africanos e a
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“missão civilizatória” que a Europa desempenhava
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em seu processo de colonização. A corrente
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ideológica com bases cientificistas que mais se
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destacou nessa época foi:
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a) a microbiologia;
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b) a antropologia cultural;
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c) o existencialismo;
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d) o darwinismo social;

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