també m na vida social e na mentalidade, no modo de pensar, das pessoas da é poca. Para muitos, havia uma sensaçã o de infinitude da capacidade criativa humana, o que trazia a convicçã o de que esses seres inventivos, urbanos e industriais construiriam um mundo cada vez melhor. Por isso, o período compreendido entre a segunda metade do sé culo XIX e os primeiros anos do sé culo XX ficou conhecido como Belle Époque (“bela é poca”, traduzido do francê s). Mudanças na vida durante o período.
No período foram inventados o metrô (1863), o
bonde elétrico (1874), a locomotiva elétrica (1879) e o automóvel (1886). Até 1890, vários cientistas já haviam identificado os agentes de diversas doenças (tuberculose, cólera, febre tifóide e tétano, entre outras) e vinham desenvolvendo vacinas para combatê-las. Esses novos tratamentos contribuíram para reduzir o elevado número de mortes provocadas por elas. A Classe operária
Surgido com a Revolução Industrial da
segunda metade do século XVIII, o proletariado, ou classe operária, era formado por mineradores, ferroviários, portuários, trabalhadores industriais, etc. Era a classe mais numerosa da Europa e a que mais sofria com as desigualdades sociais decorrentes da Revolução Industrial. Diante da exploração, os trabalhadores passaram a se organizar em associações de classe e a lutar por melhores condições de vida e de trabalho. Na França, essa luta levou a uma intensa participação política da classe trabalhadora, que se expressou na quantidade de votos em grupos socialistas, e nas tentativas de insurreições, como ocorreu em 1848 e em 1871, com a Comuna de Paris. No restante da Europa, a mobilização do proletariado culminou na criação da Associação Internacional de Trabalhadores (AIT), que reunia representantes da classe provenientes de diversos países do mundo. No início do surgimento do proletariado, os operários eram, em sua maioria, camponeses que haviam abandonado a zona rural e se mudado para as cidades em busca de melhores condições de vida (emprego, fartura de alimentos, moradias melhores, entre outras). Uma vez nas cidades, porém, tinham de se submeter ao estafante trabalho das fábricas e às péssimas condições sanitárias das moradias operárias. Como resultado da Internacional de Trabalhadores, ainda em 1864 o governo francês reconheceu o direito de greve. Três anos depois, permitiu que os trabalhadores formassem cooperativas de trabalho. Na Inglaterra, em 1875, o governo reconheceu o direito dos operários de se organizarem em sindicatos. Na Alemanha, a partir de 1880, foram aprovadas leis que garanti- riam a proteção social dos trabalhadores, como os seguros contra acidentes e doenças profissionais, aposentadoria, etc. O dia do trabalho
No final do século XIX, a classe operária também se
organizava nos Estados Unidos. No dia 1º de maio de 1886, os trabalhadores iniciaram uma greve que reivindicava “oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas para fazer o que der vontade”. Mais de 350 mil pessoas paralisaram suas atividades em todo o país. Os protestos se estenderam durante os dias seguintes, e no dia 4º de maio houve um confronto entre os trabalhadores e a polícia que deixou doze pessoas mortas e um grande número de feridos. Oito líderes anarquistas foram presos e quatro deles, enforcados. Em homenagem a essas pessoas, o dia 1o de maio passou a ser lembrado todos os anos, no mundo inteiro, como um marco da luta dos trabalhadores. No Brasil, em 1º de maio de 1890 ocorreram manifestações operárias em diversos pontos do país e, em 1925, a data foi transformada em feriado nacional.