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Paris foi a cidade que teve o maior aumento populacional, embora a industrialização na
França não tenha sido tão intensa quanto na Inglaterra. Os operários cansados do
excesso de trabalho e de uma vida miserável, aglomeravam-se nos bairros dos principais
centros industriais.
A Organização Sindical
Nos primeiros anos do século XIX os trabalhadores começaram a se organizar em
sindicatos, apesar de não serem admitidos pela legislação. Na segunda metade do
século, vários direitos trabalhistas já haviam sido conquistados graças à força dos
movimentos sindicais e a adesão de alguns segmentos da sociedade.
O Socialismo
Uma das primeiras experiências para buscar melhorias para as condições de vida e de
trabalho para seus empregados se deu na Escócia, onde o
industrial Robert Owem (1771-1868) criou em sua fábrica em New Lamarck, uma
colônia que fornecia moradia, educação e alimentos para os trabalhadores, além de
limitar em dez horas e meia a jornada de trabalho.
Owem elaborou um projeto que organizava a sociedade em vilas, para oferecer melhores
condições aos mais pobres. Aplicou as mesmas ideias em sua fazenda em Indiana nos
Estados Unidos. Suas experiências, todavia, fracassaram, pois a
sociedade capitalista não se ajustou espontaneamente para eliminar as injustiças sociais.
O Anarquismo
O sistema capitalista foi alvo dos anarquistas, que defendiam o fim da propriedade
privada e de qualquer forma de governo.
As tendências anarquistas, por fim, foram vencidas pelas correntes marxista e social
democrata no cenário internacional de luta da classe trabalhadora.
O Marxismo
Vários projetos surgiram na Europa para transformar a sociedade industrializada, entre
eles, o Marxismo. O filósofo e revolucionário alemão, Karl Marx (1818-1883), junto
com o filósofo alemão Fredrich Engels (1820-1895) criaram o socialismo marxista,
chamado de científico, que idealizava acabar com as desigualdades sociais rompendo
com a ordem capitalista.
Para Marx e Engels a história era regida por leis que deviam ser entendidas e explicadas
racionalmente. Para eles, a forma como cada sociedade organiza a produção e
distribuição de riquezas definiria a ordem social, a estrutura política e valores culturais.
O fator econômico seria a última instância; para que se estabelecesse uma sociedade
igualitária era necessário transformar a produção através de uma revolução radical.
Os Reformadores Cristãos
As injustiças criadas pela sociedade industrial levaram preocupações também para a
Igreja Católica, que tentou buscar soluções para o problema.
O papa Leão XIII, em 1891, na Encíclica Rerum Novarum, deu impulso ao movimento
reformista da Igreja. Nela, rejeitava as propostas socialistas e defendia a propriedade
privada, bem como exigia que o tratamento dado ao operário obedecesse a princípios do
cristianismo. Para o papa Leão XIII, o trabalhador tinha direito à proteção no trabalho, à
limitação da jornada laboral e à organização sindical, porém negava o direito de greve e
as mudanças estruturais preconizadas pelo socialismo revolucionário.