As Lutas e Organizações do Trabalhador

1.O movimento do Ludismo

O movimento do ludismo aconteceu entre 1811 e 1816, no final do século
XVIII, na Inglaterra. A modernização, que a revolução industrial trouxe,
tornava a mão de obra humana obsoleta e, além disso, fez com que
muitos trabalhadores questionassem o desenvolvimento do capitalismo,
tais questionamentos formaram o movimento do ludismo, o qual consistia
em ações organizadas por trabalhadores que promoviam a invasão de
indústrias e a destruição das máquinas.
Diante da crise econômica britânica, que causou a diminuição dos salários,
a falta de emprego, fome, miséria e aumento da taxa de mortalidade, os
trabalhadores se uniram contra as máquinas, que consideravam ser a
fonte de todos os seus problemas, demonstrando suas insatisfações com a
automação industrial e as péssimas condições que, os que ainda tinham
emprego, tinham de trabalhar.
O movimento se dissolveu quando leis foram decretadas, essas leis
puniam aqueles que destruíssem um, ou mais, maquinários indústrias com
enforcamento.
As ações dos ludistas geraram grandes mudanças no planeta, provando,
também, a grande força da classe operaria.

2. O movimento cartista
O movimento cartista aconteceu entre 1838 e 1848, no século XIX, na
Inglaterra, que estava passando pelo ápice da revolução industrial que,
além de fortalecer o avanço mundial em vários quesitos, trouxe a pobreza
e desigualdade, fazendo com que a população de classe operaria se
juntasse, em massa, para reivindicar direitos de participação política da
população geral, que não possuía, por completo, direitos políticos na
época, tais direitos foram reivindicados por meio de uma carta, chamada
de A Carta do Povo, que deu início no movimento cartista.
Esse movimento defendeu a instituição do voto secreto e a remuneração
parlamentar. Em 1848, uma marcha foi realizada para exigir as mudanças
reivindicadas na carta e, mesmo sem ter muitos participantes, com a
marcha, conseguiram o apoio parlamentar. Ao protestar, o operário se
colocava como uma classe socioeconômica com interesses específicos,
desta forma o movimento se configurou como uma luta de trabalhadores
que buscavam o fim dos contratempos sociais.
O movimento serviu de exemplo para as gerações seguinte,
impulsionando diversos outros movimentos que se sucederam.

3. As ligas operarias e surgimento dos sindicatos no Brasil

A Constituição Federal de 1891 não buscava solucionar os problemas
sociais da época, suas leis eram pouco abrangentes em prol da classe
operaria. As relações trabalhistas nas indústrias eram estabelecidas pela
burguesia e eram extremamente abusivas, logo os trabalhadores, em sua
maioria imigrantes estrangeiros, tornaram a reivindicar melhores
condições de trabalho e vida, tanto em manifestações quanto em greves.
As ligas operarias no Brasil foram influenciadas por pensamentos
socialistas, de origem marxista, vindos da Europa.
As organizações sindicais começaram a se formar no fim do século XIX, de
início elas tinham o intuito de ajudar os trabalhadores em questões
ligadas a problemas de saúde, em ocorrência de acidentes, e em casos de
moradias precárias sendo ofertadas aos trabalhadores. Os primeiros
sindicatos oficiais surgiram no século XX, buscando melhorar as condições
de trabalho gerais, com o tempo os representantes de sindicatos
começaram a conquistar direitos que estão presentes em nossa legislação
até hoje, como proibição de trabalho infantil, indenizações por acidentes
de trabalho, o direito de organização dos sindicatos, entre outras.

4.O Socialismo Utópico

O socialismo utópico é um pensamento que pregava que seria possível
criar uma sociedade ideal, conquistada, de forma pacífica, através da boa
vontade da burguesia. Esse raciocínio foi desenvolvido no século XIX por
Conde Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen, é considerado a
primeira fase do socialismo.
Dos três fundadores do socialismo utópico, apenas Robert Owen chegou a
colocar em prática suas ideias, já que ele era administrador de uma
empresa de algodão, estabeleceu um regime de trabalho de dez horas
com instrução escolar aos seus empregados, um tempo depois, a empresa
faliu e ele criou as primeiras associações de trabalhadores, conhecidas
como trade-unions.
A teoria não teve boa aplicação, contudo serviram de base para muitos
outros pensamentos que se sucederam nas décadas seguintes.

5. As internacionais
Em 1864 aconteceu uma grande reunião pública internacional de
operários, em Londres, nesta reunião foi criada a Associação Internacional
dos Trabalhadores, a primeira, ela contava com a participação de grandes
nomes, como Karl Marx e foi a primeira organização de trabalhadores
mundial. A AIT (Associação Internacional de Trabalhadores) contava com
outras diversas organizações de trabalhadores, como partidos, sindicatos,
cooperativas, entre outros.
A AIT realizava diversas reinvindicações e propostas de melhorias, dentre
essas estavam:
• Solidariedade entre todos os trabalhadores e suas lutas;
• A promoção do trabalho cooperativo;
• Redução da jornada de trabalho de mulheres e crianças;
• Redução da jornada de trabalho para 10 horas em todos os
países;
• Entre outros.
A entrada dos anarquistas bakuninistas causou uma espécie de separação
de grupos dentro da AIT, onde um grupo, os marxistas, queria manter uma
espécie de hierarquia dentro da associação enquanto o outro, composto
pelos bakuninistas, queria formar uma espécie de organização secreta.
Diante de uma divergência tão grande de opiniões, o Conselho Geral da
AIT expulsou os bakuninistas da Associação, sob a acusação de que
queriam organizar uma sociedade secreta dentro da Internacional.
 As Ideologias Políticas
6. O Liberalismo
O Liberalismo surgiu na Europa, durante o século XVIII, como um conjunto
de pensamentos políticos e sociais que formaram uma doutrina
econômica que visa a liberdade individual como um direito básico. Tal
ideologia marcou a história de duas formas, separada em dois setores,
economia e na política, que, naturalmente se correlacionaram.
O Liberalismo político consistiu em questionar a origem do poder divino e
atuou fortemente na reinvindicação de mais poder político aos cidadãos,
como a escolha de seus representantes.
Enquanto o Liberalismo econômico adotava a ideia de que o Estado não
deveria intervir na economia do país, defendendo a capacidade do
mercado de se alto manter.
Todo o movimento liberalista ia contra o antigo regime em que viviam no
século XVIII, onde o rei detinha um acúmulo de riquezas, o mercantilismo.

7. O Comunismo
A ideologia comunista se desenvolveu paralela as grandes lutas que os
trabalhadores do século XIX enfrentavam diante das transformações que a
Revolução Industrial forneceu. Os fundadores do modelo comunista foram
Karl Marx e Friedrich Engels, que sugeriram um esboço de sociedade ideal
onde a igualdade seria o alicerce do protótipo, ou seja, quando
estabelecida, não haveria divisão de classes sociais, Estado nem
propriedade privada, desta forma todos poderiam trabalhar e usufruir da
riqueza.
A estratégia para substituir o modelo capitalista pelo comunista foi
debatida dentro de um “socialismo científico”, onde o plano seria
introduzir o socialismo e fazê-lo encaminhar a população ao modelo
comunista, fazendo com que a população se adaptasse ao comunismo por
meio do socialismo. Entretanto a estratégia só funcionaria se os
trabalhadores fossem adeptos a ideia e começassem uma revolução que
levasse os cidadãos a aderir o modelo socialista.
8. O Anarquismo
O anarquismo surgiu no século XIX, em contraposição ao capitalismo que
a Revolução Industrial fortaleceu, a ideologia anarquista foi fundada
baseada em pensamentos iluministas, de Rousseau, e socialistas, de Marx
e Engels, muitos dizem que Pierre Joseph Proudhon foi o primeiro
anarquista. O anarquismo sugeria que uma sociedade poderia existir sem
leis e restrições de um governo e instituições gerais, como também as
religiosas, onde ninguém precisaria de uma administração para saber o
que se pode ou não fazer e, ainda assim, não viver em absoluto caos. Este
sistema político e econômico também pregava a igualdade como um de
seus pilares, pois nele não haveria divisão de classe social ou propriedade
privada. A sociedade ideal anarquista seria harmoniosa, solidaria,
responsável, todos teriam acesso a uma educação libertaria, cada
indivíduo teria sua autonomia, autodisciplina e autogoverno, formando
uma sociedade sem forças maiores.
A ideologia anarquista teve grande repercussão no século XX, momento
em que conseguiu mais seguidores, alcançando até o Brasil, mas a visão
equivocada do movimento, promovida por movimentos religiosos e de
oposição, fez com que ele entrasse em declínio antes de qualquer chance
de se provar algo possível.

9. A Social-Democracia
A ideologia Social-democrática é uma divisão interna do socialismo
marxista, criada na Europa no século XIX que se opõe ao modelo liberal,
defendendo o pleno emprego, os direitos trabalhistas e garantindo uma
vida melhor para a população, sem acabar com o capitalismo, mantendo o
Estado, sendo considerada, por muito tempo, uma ideologia
revolucionária.
Não se pode definir com exatidão o que este modelo defende atualmente,
já que com o passar dos anos os sociais-democratas, tanto em grupo
quanto individualmente, contribuíram para a teoria alterando-a. A
ideologia muda dependendo da interpretação do grupo que aderi-la.
10. A Democracia Cristã
A ideologia democrática cristã foi fundada pela Igreja católica na Europa,
durante o século XIX, mostrando oposição ao liberalismo, que tinha como
objetivo tornar o Estado laico enquanto a Igreja defendia fielmente a
Monarquia Absolutista, que lhe era favorável. A Igreja não entendeu que o
movimento liberal não era contra ela e sim ao absolutismo, então
começou a apoiar grupos e fundar partidos para defender seus benefícios,
com o tempo, reconheceu como algo benéfico para si adotar o sistema
representativo liberalista, o que resultou na criação da ideologia
democrática cristã, a qual defendia os valores cristãos, que a Igreja só
aceitou pois representava mais benefícios e privilégios para a mesma. A
ideologia não se espalhou para muito além de onde surgiu, contudo foi
totalmente aceita em locais da Europa onde o cristianismo era praticado
com total devoção. A democracia cristã também foi opositora a ideologia
comunista mas perdeu a força com o passar do tempo.