Você está na página 1de 15

A formação da classe operária

Processo dinâmico, longo e desigual

 Operariado se confundia com outros grupos sociais populares e pequenos


burgueses
 Três ondas revolucionárias neste período: 1820-1824, 1829-34 (derrota
definitiva da aristocracia pelo poder burguês), 1848.
 A revolução francesa havia criado novos padrões de luta e sublevação
política e estavam ligados a 3 principais tendências políticas da época:
 Liberais moderados (classe média alta e aristocracia) monarquia
constitucional
 Democratas radicais (baixa classe média, novos industriais,
intelectuais, peq. nobreza) girondinos, república democrática.
 Socialistas (nova classe operária, trabalhadores pobres) o
jacobinismo, a conspiração de Babeuf.
 O período de formação da classe operária corresponde ao processo de
separação da frente única que havia antes contra as monarquias
absolutistas
Da multidão popular à classe

Ao elementos comuns dos levantes pré-industriais


Formas mais tradicionais pré-industriais de ação das
massas
A dinâmica dos motins
As organizações pré-motins
Os líderes e dirigentes
A inconstância da multidão?
Os utopistas sociais e o movimento operário

 Em todos os grandes movimentos burgueses surgiram


insurreições independentes das classes que
precederam a classe operária.
 Os três grandes utopistas desse período (Saint-Simon,
Charles Fourier e Owen não pretendiam emancipar
uma classe, mas a humanidade inteira.
 Nesse período o capitalismo e suas classes centrais
não estavam plenamente consolidados. As soluções
sugeridas não partiam da realidade, mas buscavam
inventar um sistema novo e perfeito desde fora da
sociedade.
Charles Fourier

 Desenvolveu sua obra política no período da França revolucionária e


na era napoleônica
 Contrário à revolução e aos judeus, admirador de Napoleão
 Sua obra mais conhecida 'A teoria dos quatro movimentos' (1808):
 Os instintos e as paixões são sempre bons, devem-se buscar boas
instituições sociais
 O comércio é prejudicial, moral e materialmente
 O casamento é uma hipocrisia que escraviza a mulher, defesa da união
livre
 A humanidade deve elevar-se a fase da harmonia e associação
Saint-Simon

 Economista liberal, da alta nobreza francesa, não participou


da revolução de 1789
 Suas ideias correspondiam àquelas da burguesia industrial
francesa rebelada contra a restauração absolutista pós-
napoleônica e em busca das simpatias populares
 A burguesia deve assumir os negócios do país, suas
propriedades são fruto do trabalho e não da violência como as
da nobreza
 “Aos operários que reclamavam de igualdade ele declara: O
poder dos ricos sobre os pobres não é, o resultado da riqueza,
mas da superioridade intelectual... Lembrai- vos quando
vossos camaradas estavam no poder: eles provocaram a
fome...”
O movimento operário
na Inglaterra
 A Sociedade de Correspondência de Londres (1791) em contato com
jacobinos, Thomas Hardy.
 Significava o surgimento de um novo tipo de organização, operária: temas
políticos e econômicos, cotização baixa, dirigentes operários, “a auto-
organização da gente simples...” ( Thompson, I, 19)
 Etapas iniciais do movimento inglês;
 1 – a luta pelo sufrágio universal, operário em aliança com a burguesia,
teve impacto das lutas na França em 1830, aprovada Lei de 1832 que amplia
direitos de voto aos operários
 2 – tendências antiparlamentaristas e sindicalistas – as derrotas no
parlamento fortaleceram as propostas de que a greve geral e as cooperativas
e comitês seriam os terrenos privilegiados da luta operários em defesa dos
seus direitos e a eliminação progressiva da propriedade. Grande hostilidade
da burguesia. (doc. p. 451)
 3 – O cartismo (a partir de 1836- 1852)
O pensamento radical

 Thomas Paine e os “Direitos do Homem”

 Metodistas – indiretamente foram responsáveis pelo aumento da


autoconfiança e capacidade de organização do operariado, apesar da
sua submissão e reacionarismo
 A tradição dissidente das seitas religiosas foi o viveiro das variantes da
cultura operária do século XIX

 Robert Owen
 trajetória de empreendedor bem sucedido
 tomou medidas reformistas em sua fábrica...
 * O grande problema estaria da distribuição e não na produção
 * há muito progresso e produção de riquezas mas elas são mal
distribuídas
 * não acreditava que os próprios trabalhadores pudessem lutar pelos
seus direitos (época em que o movimento operário dava seus primeiros
passos....)
 * defendia a educação e a evolução pacífica, pela construção de
colônias cooperativistas
Os owenistas

John Gray – 1825 – defesa de princípios


cooperativistas, defende produção privada e trocas
feitas por grandes cooperativas sem uso do papel
moeda.

William Thompson – 1827 (O trabalho


recompensado) só a produção de bens não torna os
homens felizes, é necessária e essencial a divisão dos
bens com base na justiça.
Os críticos individualistas

 Defesa da organização de uma sociedade de trabalhadores


agrícolas e industriais independentes e sem intervenção do
Estado
 Piercy Ravenstone: “o funcionamento das forças
fundamentais da sociedade está entravado pelas más
instituições que explicam a existência da miséria e da
opressão que afligem as classes produtoras”... O capital, a
renda e o lucro destroem o direito natural dos operários...
 Thomas Hodgskin (livro A defesa do Trabalho, 1825):
“Se as instituições humanas não viessem interromper o
curso natural das coisas, o progresso da humanidade, o
caminho da Justiça, seria contínuo.”
O nascimento do movimento operário na França
(ideias e ação)

 A situação da França de 1815 a 1827 – queda dos


Bourbons e ascensão de Luís Filipe de Orleans (a
retomada do controle burguês)

 1830 -1839 – diversas tentativas de insurreições


republicanas e socialistas.

 A separação do antigo bloco do “3º estado”: burguesia


separa-se das demandas populares por república e
democracia.
As sociedades secretas

 Os carbonários eram inspirados nas sociedades secretas


italianas
 Os Amigos da Verdade (Bazard e Buchez) têm influência
de Buonarroti
 Programas democrático-liberais até 1830
 Quatro grandes associações depois de 1830: Os amigos do
Povo, Sociedade dos Direitos do Homem, Sociedade das
Famílias, Sociedade das Estações
 Passagem das ideias democrático-burguesas para as ideias
propriamente proletárias progressivamente, sob influência
de Buonarroti (livro: A Conspiração dos Iguais) e das lutas
em curso.
Socialistas críticos e sociais

 Era uma ala distinta da ala comunista-proletária de Buonarroti


e Blanqui
 Teorias socialistas pacifistas e evolucionistas, de características
ético-religiosas
 Não incorporam a classe operária com um papel ativo, está
separada da luta socialista...
 Os saint-simonianos (Bazard – Constantino Pecqueur, obra
Economia Social de 1839)

 Augusto Blanqui
 P. J. Proudhon
 Luís Blanc

Você também pode gostar