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O que foi?

A Greve Geral de 1917 foi o primeiro movimento geral organizado pelos


trabalhadores fábricas têxtil a princípio. As revoltas se iniciaram no Brás em 9 de julho numa
fábrica de tecelagem chamada fábrica Mariângela. Nesse dia, devido a um protesto, uma carga
de cavalaria foi lançada ao jovem anarquista José Martinez causando uma série de revoltas.
Uma das mais importantes foi na fábrica Crespi, localizada no bairro Mooca, no leste de São
Paulo.

Quando ocorreu? Ocorreu entre o final de junho e o mês de julho de 1917, durante a Primeira
República no Brasil. Nesta época o mundo, especialmente a Europa passava por um período
difícil: acontecia a primeira guerra mundial, a Rússia passava pela revolução comunista e os
operários europeus reivindicavam melhores condições trabalhistas.

Por que ocorreu? Os motivos para acontecer a greve se concentravam no fato de as condições
de trabalho seres péssimas, sendo assim, os operários reivindicavam mais direitos. A
participação não regulamentada e pesada de crianças e mulheres (também em péssimas
condições) revoltou os trabalhadores. No Brasil já haviam sindicatos trabalhistas em nível
estadual, principalmente. Porém quando imigrantes europeus chegaram ao Brasil (vinham em
busca de trabalho), ideias anarquistas e socialistas passaram a ser divulgadas e um maior
levante começou. No Brasil, durante a primeira guerra, houve aumento no preço dos produtos
no mercado, além de aumento nas cargas horárias das fábricas, fazendo com que os
trabalhadores buscassem seus direitos.

Consequências: apesar da forte repressão policial, que causou a morte de José Martinez, um
dos manifestantes, num dos embates com a polícia. Os operários conseguiram alguns direitos,
entre eles o aumento de 20% de seu salário, o direito à associação e não demissão dos
grevistas. Porém isso não era suficiente, os trabalhadores necessitavam de mais direitos. As
greves continuaram até o final de mês de julho. Alguns manifestantes foram expulsos do país,
em especial os imigrantes italianos, mas isso não impediu os trabalhadores de organizarem
sindicatos e organizações que são importantes até os dias de hoje. Os italianos, grande parte
dos trabalhadores das fábricas, eram obrigados a dar seus salários devido à primeira guerra
mundial.

Como se relaciona ao Brasil república? Durante o início do século XX, o Brasil passava por um
projeto de urbanização e industrialização. A Industrialização era financiada pela elite
cafeicultora paulista. Desta forma, trabalhadores do campo saíram de suas residências para ir
à cidade em busca de melhores condições de vida. Escravizados libertos também iam à cidade
em busca de emprego, além da grande massa de imigrantes vinda da Europa, sobretudo da
Itália, fez com que o processo industrial crescesse, ao mesmo tempo que as condições de
trabalho humanizadas eram negligenciadas.

Participação das mulheres: a participação das mulheres foi crucial, elas eram muito
requisitadas por conta dos baixos salários. Maior parte das mulheres sofriam assédio sexual e
abusos por parte de seus patrões nas fábricas.

Como foi noticiada?

Os manifestantes: operários das manufaturas têxtil e diversas classes trabalhadoras, como os


pedreiros, que iniciaram seu levante ao final do mês de julho.

A relação com o anarquismo: A presença do anarquismo foi muito importante na greve, o


movimento anarquista é muito citado na história da paralisação. Foi a partir dele que surgiu o
anarco-sindicalismo que pregava a autogestão e a intervenção direta às fábricas. A presença
de líderes libertários: Edgard Leuenroth (jornalista), Luigi Damiani, Antonia Soares e Candeias
Duarte foi de crucial importância. Luigi Damiani foi expulso do país, junto com o socialista
Teodoro Monicelli, socialista italiano importante para o início das paralisações.

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