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Julia Coimbra Coelho – 3° MN

Anarquismo e Anarcossindicalismo

Nos primeiros anos do estabelecimento da


República, no Brasil, aconteceram uma série
de revoltas nas zonas predominante rurais,
sertanejas. Nesse caso, como por exemplo, a
Guerra de Canudos. Porém, no período da
chamada República Velha (que durou até o
ano de 1930, com ascensão do governo de
Getúlio Vargas), houve também vários movimentos urbanos, como o anarquismo.

O anarquismo é uma concepção político-filosófica que surgiu na Europa, no século XIX,


sendo o principal representante das ideias anarquistas, no século dezenove, um russo
chamado Mikhail Bakunin. Como o próprio nome indica, anarquia significa “sem
governo” ou “ausência de governo”, então o anarquismo propagava ideias contra o
Estado, ou seja, as organizações institucionais, de modo geral, e contra o empresariado
industrial e urbano, sobretudo.

Ao longo de sua história, o anarquismo articulou-se de várias maneiras. A vertente


conhecida como anarcossindicalismo foi o que contagiou a massa de trabalhadores
urbanos brasileiros no período da República Velha.

O anarcossindicalismo, também conhecido como Sindicalismo Revolucionário, chegou


ao Brasil principalmente por meio de imigrantes italianos, que já possuíam contato com
as formas de organização dos sindicatos anarquistas europeus, que tinham líderes como
o italiano Errico Malatesta.

A entrada das ideias anarcossindicalistas no Brasil coincidiu com a formação de centros


urbanos, como o de São Paulo, em que várias fábricas passavam a ser montadas,
recebendo assim uma quantidade considerável de trabalhadores. Desde o século XIX
havia partidos operários no Brasil, entretanto foi com a chegada do anarquismo que
começaram as grandes pressões contra o empresariado. A principal arma dos anarquistas
era a greve geral, uma delas foi a grande Greve Geral de 1917. Por meio desse
instrumento, os anarquistas tinham como meta uma transformação radical da sociedade,
em busca da eliminação da estrutura governamental.

Neste período a COB e suas seções estaduais como a FOSP, a FORJ, a FORGS
desenvolveram grandes atividades, mesmo com a perseguição do Estado e dos patrões.
No período denominado República Velha, as oligarquias cafeeiras controlaram a vida
política e econômica do país e combateram com leis contra greves e contra os
estrangeiros, deportando diversos. No ápice, foram criados campos de concentração,
como da Clevelândia, no meio da floresta amazônica.

Atualmente, diversas organizações em todo o mundo, como a CNTE-AIT espanhola,


CNTF-AIT francesa, a USI italiana, a ASI servia, KRAS russa, COB-AIT, SP-AIT, a
FAU-IAA, a FORA argentina desenvolve atividades e ações tendo o anarcossindicalismo
como base e organizam os trabalhadores, estudantes e desempregados para o processo
revolucionário e na construção do comunismo libertário através de práticas anarquistas.

Referências:

ANARCOSSINDICALISMO OU SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO –


VERTENTES DO ANARQUISMO. Anarquista.net, 2012. Disponível em:
<https://www.anarquista.net/anarcosindicalismo-ou-sindicalismo-revolucionario-
vertentes-do-anarquismo/> . Acesso em: 23 set. 2023.

FERNANDES, Cláudio. Anarquismo na República Velha. História do Mundo.


Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-
contemporanea/anarquismo-na-republica-velha.htm> . Acesso em: 23 set. 2023.

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