D de História O que desencadeou a greve geral de 1917
A Greve Geral de 1917 foi um movimento urbano de paralisações no
trabalho iniciadas por empregados de fábricas do setor têxtil na cidade de São Paulo, em julho de 1917. Desde o início do ano de 1917, houve paralisações nas fábricas da cidade, reivindicando melhores condições de trabalho e aumento salarial que ao longo daquele ano difundiram-se até constituírem uma Greve Geral no mês de julho. A carestia e o aumento da carga horária de trabalho foram os fatores materiais que levaram os trabalhadores a suspender dias de exercício das funções que realizavam. E a emergência dos ideais anarquistas e socialistas foram os fatores subjetivos necessários à expansão do movimento grevista. A conjuntura internacional da Primeira Guerra Mundial e do crescimento dos movimentos operários impactaram a política e a economia brasileiras, inclusive, influenciando o desencadeamento da Greve Geral. A ampliação da exportação de insumos básicos da alimentação aos países aliados na Primeira Guerra Mundial gerou aumento dos preços no mercado interno e acarretou na carestia que atingiu, sobretudo, os trabalhadores. A ampliação da exportação dos produtos nacionais também ocasionou o aumento da carga horária de trabalho para a ampliação da produção voltada ao mercado externo. Já o crescimento dos movimentos operários pelo mundo possibilitou aos trabalhadores o desenvolvimento teórico que os respaldou. No caso da Greve Geral, em São Paulo, destacou-se a interpretação do “anarcossindicalismo” dos pensadores Malatesta e Sorel.
O movimento grevista de 1917 foi composto, sobretudo, por imigrantes
italianos. Esses imigrantes trouxeram do país de origem os ideais anarquistas e socialistas que embasaram a greve. E não somente os operários eram majoritariamente italianos, também predominavam entre os proprietários das fábricas os imigrantes dessa nacionalidade que já haviam entrado em contato anteriormente com a forma de organização dos trabalhadores na Itália. A participação da Itália na Primeira Guerra Mundial era outro elemento que se somava ao conflito entre patrões e empregados, pois havia quem era favorável à entrada do país na guerra e aqueles que eram contrários. Havia, inclusive, a obrigatoriedade de doação de parcela do salário dos trabalhadores ao Comitê Italiano Pró- Pátria de São Paulo que enviava verbas para o empenho bélico da Itália na Grande Guerra. Entre as pautas da greve da fábrica Crespi estava a abolição dessa contribuição. (Cf. BIONDI) O cotonifício Crespi foi a primeira indústria na qual eclodiram paralisações. Os trabalhadores do cotonifício estavam insatisfeitos com a nova exigência do trabalho noturno e, por isso, entraram em greve para reivindicar, além da extinção da contribuição ao esforço bélico italiano, aumento salarial e a regulamentação do trabalho de mulheres e crianças. Esse movimento grevista influenciou o desencadeamento de paralisações em outras fábricas. E as greves disseminaram-se rapidamente entre as pequenas oficinas e fábricas de grande porte como Crespi, Antarctica, Fábrica Mariangela de Matarazzo, Estampería Matarazzo, Tecidos de Juta, Lanifício De Camillis. (Cf. Idem) Para coordenar as greves, foi criado o Comitê de Defesa Proletária, em 9 de julho, composto por lideranças sindicais anarquistas e socialistas. Além das paralisações, houve também em julho embates de rua com assaltos e com ataques à cavalaria da polícia. Nesses protestos de 11 e 13 de julho ocorreram as mortes de Nicola Salermo, José Gimenez Martinez e da menina Edoarda Bindo que causaram comoção popular e praticamente destituíram os poderes de governo na cidade. (Cf. Idem)
Possível fala: bom na verdade desencadeou por causa dos operários
pedirem aumento de salário, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e do trabalho feminino à noite. Esse movimento se espalha por outras fábricas do bairro provocando a adesão de mais operários.