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As greves que abalaram o

Brasil
Aula 4: Trabalhadores/as no espaço público: as greves de 1917-1920
Greve de 1917 em São Paulo
• Dia 8/6- operários/as do Cotonifício Crespi no bairro da Mooca entram em greve : Aumento salarial e abolição do
trabalho noturno para quem já trabalhava de dia.
• Fundação da Liga Operária da Mooca
• Greve se amplia, incluindo demandas contra autoritarismo nas fábricas e contra trabalho infantil
• Passeatas ao centro- apropriação do espaço público
• Alguns patrões começaram a ceder, o que estimulou ainda mais a expansão da greve
• Dia 9/7 – Formação do Comitê de Defesa Proletária (Anarquistas e socialistas) – coordenação da greve, plataforma
única de demandas
• Dia 10/7 – conflitos e protestos em frente às fábricas – morte do sapateiro José Gimenez Martinez
• 11 de julho – Cortejo Fúnebre transformasse numa imensa passeata pelo centro da cidade: presença pública
• Rebelião urbana – fúria popular com repressão violentíssima
• Mediação da Imprensa: 20% para todos os trabalhadores e readmissão de todos os demitidos.
• Entre 14 e 16/7 - várias empresas foram assinando acordos
O contexto da greve
• Primeira Guerra Mundial: carestia, principalmente de alimentos
• Crescimento industrial – setor têxtil
• Aumento da jornada, e da exploração/Crescimento de ressentimentos e tensões
• Forte presença de estrangeiros e seus filhos (italianos, principalmente)
• Greves e protestos no primeiro semestre de 17
• Ações de socialistas, associações mutualistas, anarquistas, sindicalismo revolucionário
• Movimento contra exploração de crianças
• Comícios nos bairros proletários seguidas de passeatas – ocupação do espaço público
• Retomada do movimento sindical – ligas operárias territoriais, imprensa operária
• Presença comunitária/bairros
Dinâmicas da greve
• Empresários e governo surpreendidos
• Maior centralização da direção
• Diálogo com as reivindicações dos “não-qualificados” das fábricas (questão das crianças e
das mulheres, por exemplo)
• Pressão para mudança do papel do Estado
• Lócus do dinamismo organizacional do movimento: ligas operárias territoriais
• Protagonismo feminino
• Reivindicações: jornada de trabalho de 8 horas, semana de 5 dias, fim do trabalho de
crianças, regulamentação do trabalho das mulheres – proibição do trabalho noturno,
Segurança no trabalho, fim do arbítrio gerencial, pagamento pontual dos salários, aumento de
salários, controle dos aluguéis
O ciclo de greves
• 1917- 1920- maior ciclo grevista e de organização do trabalho da Primeira República
• Fenômeno Internacional
• Saldo organizativo – Rede mais sólida de Federações, ligas, sindicatos, efervescência de linguagem de classe
e luta por direitos
• Greves em vários locais do país nesse período (Rio, Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Manaus,
Pelotas, Sorocaba, Santo André, Magé, etc)
• Processo de construção dos trabalhadores como sujeitos políticos da elaboração de uma cultura dos
direitos
• Ciclo de 17 – associações desenvolveram estrutura consistente, rede mais sólida
• Questão social como debate público, entra na agenda política institucional
• Afirmação pública da classe
• Impacto da Revolução russa: entusiasmo e divisões no movimento operário
• Partido Comunista do Brasil (PCB), fundado em março de 1922
• Contra-ofensisva dos empregadores e do governo
• Onda repressiva e o ”medo” anarquista
• Década de 1920 – vigilância e repressão, mas também iniciativas legislativas.
Debates historiográficos
• Imigração e o mito do “imigrante radical”?
• Movimento operário, etnia e raça?
• Anarquismo – condição produtiva dos artesãos qualificados?
• Relação entre mutualismo e sindicatos? Tradições organizativas?
• Quais as relações entre associativismo e organização de classe?
• Greve de 1917: espontânea, “anarquista”, étnica?

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