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As greves que abalaram o

Brasil
Paulo Fontes
Professor do Instituto de História da UFRJ
Coordenador do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho
lehmt.org
O nome
• “To Strike”: 1768 – marinheiros impedem navios de entregar mercadorias no porto
de Londres em apoio à luta de artesãos por melhores preços e salários. Strike adquire
sentido de contrapor-se à submissão.
• “Fazer greve” – Place de la Grève, local onde se procurava emprego (século XVII)
passa a reunir protestos de trabalhadores (final do século XVIII e XIX). Fazer greve
muda significado: de procurar emprego para protesto.
• Brasil: Segundo o Dicionário Houaiss a palavra em português data de 1875. Começa
a se popularizar, no entanto, no início do século XX. Em 1903 já há um jornal no Rio
intitulado A Greve. “Greve” vai prevalecendo cada vez mais sobre o termo parede,
usual até a década de 1930.
Por que estudar as greves?
• Formas de conflitos estruturantes da era contemporânea
• Capitalismo e desigualdades
• Para além do assalariamento
• Fenômeno histórico, global e resiliente.
• Presença dos/as trabalhadores/as no espaço público
Greves, história do trabalho e história do Brasil
• “Portas de entrada” para discussões sobre o papel dos trabalhadores/as na história
do Brasil
• Momentos disruptivos de alteração do cotidiano social
• Disputas com setores dominantes, Estado
• Mecanismos de controle e dominação
• Funcionamento da polícia e forças de repressão em geral
• Construção de solidariedades e identidades
• Formas de organização
• Lógicas de ação coletiva
• Ideologias políticas
• Heterogeneidades: hierarquias profissionais, “qualificação”, gênero, etnicidades, raça,
nacionalidades, origens regionais.
• Direitos e cidadania

Os aparentes paradoxos das greves
• Insurreições, tumulto, revolução X Conflito racionalizado, burocratizado, controlado
• Ação direta X negociação
• Espontaneidade X organização
• Economia X Política
• Solidariedades X Divisões
• “Bagunça” X Democracia
Como estudar as greves?
• Tradições marxistas e de outras correntes de esquerda
• Industrial relations (teorias pluralistas e unitaristas)
• Análises quantitativas e qualitativas
Como estudar as greves?
• Visões institucionalistas: “domesticação” das greves?
• Ondas e ciclos econômicos: ondas de Kondratieff
• Repertórios de ação coletivas (Charles Tilly)
• A linguagem e o “teatro” da greves (Michelle Perrot)
• Greves e direito do trabalho
• Tradições grevistas e a história social do trabalho
Nosso curso
• Aula 1: 13/9 – Apresentação do curso: Greves e história - definições e desafios
• Aula 2: 20/9– Greves e os mundos do trabalho da escravidão
• Aula 3: 27/9 - Greves e a formação da classe operária: etnicidades e gênero
• Aula 4: 4/10 - Trabalhadores/as no espaço público: as greves de 1917-1919
• Aula 5: 11/10 – Corporativismo e greves nos anos 1930 e 40
• Aula 6: 18/10 - Greves, lutas por direitos e nacional-desenvolvimentismo
• Aula 7: 25/10 - Greves, Reformas de Base e o Golpe de 1964
• Aula 8: 1/11 - “É proibido proibir”: as greves de 1968
• Aula 9: 8/11 A classe operária vai ao cinema: greves na redemocratização (aula gravada)
• Aula 10: 15/11- “Que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade de luta da classe
trabalhadora”: greves, democracia e o “novo sindicalismo” (aula gravada)
• Aula 11: 22/11- “Tudo parado!!”: greves e a “Nova República”
• Aula 12: 29/11 Greves, neoliberalismo e crise sindical nos anos 1990
• Aula 13: 6 /12- As lutas do “precariado”: as greves do século XXI (aula gravada)

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