O segundo episódio da série O Tempo dos Operários descreve as precárias condições de vida e trabalho da classe operária na Europa durante a Revolução Industrial. Os operários começam a se unir e reivindicar melhores direitos através de protestos, greves e revoltas, como as barricadas na França. Ao mesmo tempo, surgem iniciativas como cooperativas operárias que valorizam a identidade do trabalhador.
O segundo episódio da série O Tempo dos Operários descreve as precárias condições de vida e trabalho da classe operária na Europa durante a Revolução Industrial. Os operários começam a se unir e reivindicar melhores direitos através de protestos, greves e revoltas, como as barricadas na França. Ao mesmo tempo, surgem iniciativas como cooperativas operárias que valorizam a identidade do trabalhador.
O segundo episódio da série O Tempo dos Operários descreve as precárias condições de vida e trabalho da classe operária na Europa durante a Revolução Industrial. Os operários começam a se unir e reivindicar melhores direitos através de protestos, greves e revoltas, como as barricadas na França. Ao mesmo tempo, surgem iniciativas como cooperativas operárias que valorizam a identidade do trabalhador.
Ficha Técnica: Nome: O Tempo dos Operários Autor: Stan Neumann Episódio: 02
No segundo episódio da série O Tempo dos Operários, intitulado de O tempo das
barricadas, o autor foca nos operários em si, bem como nas suas lutas de emancipação pela Europa. A Revolução Industrial na Grã-Bretanha mudara todos os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos da sociedade inglesa. A nova forma de produzir exigia uma transformação que se adequasse aos novos ritmos das cidades industriais e dos interesses burgueses. Nesse contexto, nasce a classe operária, que, não obstante suas precárias condições de trabalho nas fábricas, começa a viver insalubremente em suas moradias, as quais serão feitas distantes dos olhos da elite. Além disso, as condições alimentares também eram carentes. As famílias operárias viviam a base de sopa, muitas vezes aguada, sem a presença de algum tipo de carne. As situações da classe trabalhadora chega a ser comparada a dos escravos nas colônias. A abolição da escravidão, em 1833, suscitou questionamentos quanto a isso, que pediam, antes de tudo, a libertação dos operários da metrópole. O descontentamento da classe trabalhadora cresce com o decorrer do século XVIII, não só na Inglaterra, como também em França, Alemanha e Bélgica. Um jornalista francês irá escrever: “Hoje, os bárbaros que nos ameaçam não estão no Cáucaso, nem nas estepes da Tartária, estão nos arredores das nossas cidades industriais.”. Reivindicações se fazem mais presentes, sendo os jornais um veículo poderoso para a propagação da questão social. Contudo, coloca-se pela classe dominante e é respaldada pela sociedade, a ideia de que a culpa de todos os malefícios da classe trabalhadora era deles mesmo. Para reverter isso deviam parar de beber tanto, ir mais na igreja e fazer menos filhos. Em contrapartida a esse pensamento sem perspectivas de mudança, em 1842 o Parlamento Inglês proíbe o trabalho de crianças menores de 10 anos nas galerias subterrâneas. Nesse contexto, surgirão ideias radicais que ganharão espaço no imaginário do trabalhador. Algumas sugeriam ações coletivas e revolucionárias e o fim da exploração do homem pelo homem, enquanto outras defendiam uma autonomia maior do trabalhador e o respeito da propriedade privada. Em contrapartida com alguns desses pensamentos, por vezes vistos como utópicos, a poesia operária que nasce na França em 1830 irá exprimir, realmente, o desejo dessa classe. Em muitas dessas criações literárias, pronomes que remetem ao coletivo, como “nós”, irão refletir a tomada de consciência dos trabalhadores enquanto classe unida. A bata, típica roupa dos operários franceses, será usada como forma de orgulho da identidade que representam. Entretanto, em outros países, os trabalhadores optarão por usar os ternos, a fim de ficar mais próximo à imagem do patronato. A junção das insatisfações populares com a tomada de consciência da classe operária acarretará as principais revoltas do século XIX. Na França, por exemplo, em que os movimentos aconteciam de forma mais espontânea, com o auxílio de barricadas, acontece três grandes revoltas entre 1830 e 1831. Operários e burgueses republicanos se juntam para derrubar o regime autoritário de Carlos X. Contudo, quando o primeiro grupo pede por melhores condições de trabalho e vida o segundo os ridiculariza e os trata como crianças. Essa é a situação em que os trabalhadores se encontram, assim como os plebeus exigiam seu reconhecimento, sua capacidade de pensamento, a classe trabalhadora manifesta que sabe pensar por conta própria e deve ter seus interesses levados em consideração. Passados 18 anos, burgueses e operários se juntam novamente para tirar o regime de Luís Filipe do poder e instaurar a República. Novamente, com o objetivo de defender seus interesses, os trabalhadores iniciam insurreições, por meio de barricadas, as quais serão brutalmente destruídas pelo exército. A espontaneidade se sobressai à estratégia e leva o movimento ao fracasso em menos de uma semana. Apesar da derrota, a experiência servirá de aprendizado para a Comuna de Paris, realizada em 1871. Motivados pela derrota da França contra a Prússia e o ordenamento de entrega dos canhões de Paris, os parisienses guardam-nos e expulsam o novo governo republicano, que foge para Versalhes. Dentre os diversos decretos criados nos 72 dias de existência do primeiro governo popular da história, estão ideias como: sufrágio universal, ensino gratuito, separação de Estado e Igreja, fomento à atividade cultural e criação de organizações sindicais. Entretanto, a volta dos soldados de Versalhes irá massacrar o movimento e deixar a marca de sete mil mortos na chamada “Semana Sangrenta”. O aniversário da Comuna será celebrado assim como 1º de maio de 1886, dia marcado por greves em Chicago, nos Estados Unidos. As movimentações da classe operária por toda a Europa será palco de estudo daquele que seria o maior nome desse luta, Karl Marx. Guiado pela luz do socialismo científico, a ciência da classe trabalhadora, contra as ideias utópicas, Marx irá dizer que a história daquele tempo, assim como de toda a humanidade, é marcada pela luta de classes. Para isso, a classe operária deveria se unir, a fim de defender seus interesses. Contudo, em complemento com toda a transgressão ao sistema vigente, os trabalhadores criam iniciativas que reafirmam seu valor em quanto indivíduos, os quais possuíam interesses, gostos e sonhos que vão muito além da fábrica e da luta contra o sistema. As Cooperativas operárias serão um reflexo dessa valorização do trabalhador. Quase como um mundo paralelo, elas serão regidas pelos próprios trabalhadores e disponibilizarão produtos essenciais a um preço acessível. Além disso, dentro da própria fábrica eram criados mecanismos de violação do percurso natural do trabalho, a fim de possibilitar ao trabalhador tempo livre em que ele poderia, por exemplo, usar das máquinas para criar algo do seu proveito. Em suma, o episódio expõe a luta dos operários enquanto classe, que irão reivindicar melhores condições de trabalho, vida e participação política. Entretanto, é reafirmado as subjetividades dos trabalhadores, que passam a se reconhecer em seu trabalho.
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