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Ascenção de Stalin

Lênin, o fundador do primeiro Estado socialista, morreu em janeiro de 1924.


Teve início, então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético.
Num primeiro momento, entre os principais envolvidos nesta disputa pelo poder
figuravam Trotski e Stalin

Trotski defendia a tese da revolução permanente, segundo a qual o socialismo


somente seria possível se fosse construído à escala internacional ou seja, a
revolução socialista deveria ser levada à Europa e ao mundo.

Opondo-se a tese trotskista, Stalin defendia a construção do socialismo num só


país pregava que os esforços por uma revolução permanente comprometeriam
a consolidação interna do socialismo na União Soviética.

A tese de Stalin tornou-se vitoriosa foi aceita e aclamada no XIV Congresso do


Partido Comunista.

Trotski foi destituído das suas funções como comissário de guerra, expulso do
Partido e, em 1929, deportado da União Soviética tempos depois, em 1940, foi
assassinado no México, a mando de Stalin, por um agente de segurança
soviético, que desferiu no antigo líder do Exército Vermelho golpes de picareta
na cabeça.

O governo de Stalin

A partir de dezembro de 1929, Stalin converteu-se no ditador absoluto da União


Soviética. O método que utilizou para a total conquista do poder político teve
como base a sua habilidade no controle da máquina burocrática do Partido e
do Estado, bem como a montagem de um implacável sistema de repressão
política de todos os opositores desse modo, Stalin conseguiu eliminar do
Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado todos os antigos
dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes companheiros
de Lénin, como Zinoviev, Bukharin, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.

Depois de presos e torturados, os opositores de Stalin eram forçados a


confessar crimes de espionagem que não haviam praticado. E, assim,
conhecidos patriotas eram executados como traidores da pátria. Era a farsa
jurídica que caracterizou as chamadas Josef Stalin#depurações.

Durante o período stalinista (1924 - 1953) calcula-se que o terror político


soviético foi responsável pela prisão de mais de cinco milhões de cidadãos e
pela morte de mais de 500 mil pessoas.

Houve êxito na reconstrução do país e na elevação do nível econômico e


cultural da população soviética tornando a URSS, juntamente com os Estados
Unidos da América, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) uma das
superpotências mundiais.
Com a vitória dos aliados sobre o eixo nazifascista formado por Alemanha,
Japão e Itália, a União Soviética, o principal oponente da Alemanha na Europa
passou a dispor de enorme prestígio internacional, mas teve enormes perdas
humanas e materiais. O governo de Stalin terminou com sua morte no ano de
1953.

A Crise de 29
A Crise de 1929, que ficou popularmente conhecida como A Grande
Depressão, foi uma grande crise econômica que persistiu até a Segunda
Guerra Mundial, sendo considerado como o pior e mais longo período de
recessão econômico que o século XX já passou. Entre todas as consequências
que a crise trouxe, podemos citar as elevadas taxas de desemprego, a
diminuição da produção industrial de diversos países, assim como as drásticas
quedas dos PIB’s, dos preços de ações, entre outros. Praticamente todo o
mundo se viu envolto a este momento difícil, que prejudicou as atividades
econômicas de dezenas de países.

Início
A partir de julho de 1929 a produção industrial americana começava a cair
dando início ao que seria conhecida como A Grande Depressão, essa recessão
econômica se arrastou até o dia 24 de outubro, quando a bolsa de valores de
Nova York e a New Stock Exchange viram os valores de suas ações
despencarem completamente, fazendo com que milhares de acionistas
perdessem tudo praticamente da noite pra o dia. A partir daí aconteceram os
fechamentos de centenas de empresas comerciais e industriais, o que
elevaram drasticamente as taxas de desemprego e pioraram ainda mais os
efeitos da recessão.

Causas da Crise de 1929


Quando a Primeira Guerra Mundial chegou ao fim, alguns países europeus
estavam com suas economias enfraquecidas, enquanto que os Estados Unidos
cresciam cada vez mais, lucrando com a exportação de alimentos e produtos
industrializados. Em decorrência disso a produção norte-americana se
acostumou com esse crescimento, o que aumentou dia após dia,
principalmente entre os anos de 1918 e 1928. Era um cenário com muitos
empregos, preço baixo, elevada produção na agricultura e a expansão do
crédito que incentivada o consumismo desenfreado.

O problema para os Estados Unidos foi que a Europa começou a se


reestabelecer, o que levou a importar cada vez menos dos Estados Unidos.
Agora a indústria norte-americana não tinha mais para quem vender a
quantidade exacerbada de mercadorias, havendo mais produtos do que
procura. Isso levou a diminuição do preço, queda da produção, e
consequentemente, aumento do desemprego. Esses fatores provocaram a
queda dos lucros e a paralisação do comércio, ocasionando a queda das ações
da bolsa de valores, quebrando-a em seguida. Em resumo, a crise de 1929 se
deu graças a superprodução, que não estava preparada para a falta de
procura, e acabou com todas as mercadorias encalhadas.
Muitos países sofreram com a grande recessão americana, resultando em
grandes efeitos bem parecidos com os Estados Unidos da América –
fechamento de estabelecimentos bancários, comerciais, financeiros e
industriais, que resultaram na demissão de milhares de trabalhadores.
No Brasil, a crise atingiu o setor cafeeiro. Os EUA eram os maiores
compradores do café brasileiro, que em meio a esta turbulência fez com que o
Brasil se visse em uma situação de diminuição de suas exportações. Para que
o produto não fosse desvalorizado, o governo brasileiro comprou e queimou
toneladas de café, diminuindo a oferta e mantendo o preço do principal produto
do país. Isto induziu os cafeicultores a investiram no setor industrial, o que de
certa forma foi positivo para a indústria brasileira.

Resumo sobre o fim da crise


Buscando uma solução para o grave problema, os eleitores americanos
decidiram eleger o democrata Franklin Delane Roosevelt à Presidência, na
esperança de que ele reerguesse a economia americana. No ano de 1933 ele
pôs em prática o New Deal, que fazia com que o governo passasse a controlar
os preços e a produção das industrias e fazendas. Assim foi possível controlar
a inflação e evitar que houvesse acúmulo de estoques. O Plano também inseria
investimentos em obras públicas, como a melhoria das estradas, ferrovias,
energia elétrica, entre outros. Desta forma começaram a aparecer os primeiros
resultados, havendo uma diminuição significativa do desemprego.
Com o desenvolvimento do programa, a economia norte-americana foi aos
poucos voltando a entrar no rumo, e no início da década de 1940 ela já
funcionava normalmente.

Nazifacismo

Nazismo e Fascismo constituíram-se uma forma de governo autoritária, cujo


auge deu-se na década de 1920-30 e que pretendia o estrito controle da vida
nacional e dos indivíduos de acordo com ideais nacionalistas e com freqüência
militaristas. Os interesses opostos seriam resolvidos mediante total
subordinação ao Estado, exigindo-se uma lealdade incondicional ao líder no
poder. O Nazi-Fascismo baseia suas idéias e formas num conservadorismo
extremado, constituindo-se uma ditadura capitalista de extrema-direita, produto
da crise pós-I Guerra Mundial, da crise do liberalismo e do crescimento do
comunismo. Em outras palavras, o nazi-Fascismo foi a resposta da burguesia
para a grave crise que atingia o capitalismo no início do século XX. Assim, não
se pode “personalizar” tais regimes: se Hitler e Mussolini não tivessem
implantado suas ditaduras, outros o fariam, pois era uma exigência do grande
capital.
Nazismo e Fascismo são, na verdade, o mesmo fenômeno. Suas diferenças se
devem, conforme veremos adiante, às diferenças históricas de cada país. O
Nazismo surgido na Alemanha foi apenas uma forma mais desenvolvida de
Fascismo, que se originou na Itália. A palavra Fascismo surgiu na Itália,
originando-se do termo latino fasces, nome dado a um feixe de varas amarrado
a um machado, que simbolizava a autoridade à época do Império Romano.
Mussolini se apropriou da palavra e deu o nome de Fascismo ao Estado forte
que pretendia criar. A partir daí, o termo passou a designar uma série de
estados e movimentos totalitários no período entre a I e a II Guerra Mundial
(1939-45), e cujo exemplo mais extremado foi o Nazismo alemão.
O Nazismo não seguiu uma idéia somente. Ele mesclou idéias de vários
pensadores, como a filosofia de Friedrich Nietzsche, embora não possamos
afirmar que Nietzsche fosse nazista (sequer foram contemporâneos). Suas
idéias é que foram interpretadas segundo os interesses dos estudiosos
nazistas. Também foram usadas idéias de Richard Wagner, quando exalta o
povo germânico, e as do geógrafo Karl Haushofer, que dizia ter a raça
dominante direito ao espaço vital (isto será pretexto para as invasões
expansionistas futuramente).
Enquanto a teoria nazista se fundamentava em fatos “científicos”, forjados
pelos cientistas alemães, Mussolini desandava a falar barbaridades. Primeiro,
dizia que o povo italiano era superior por pertencer à “Raça Romana”. De onde
Mussolini tirou essa idéia, desconhece-se. Afinal, o Império Romano era um
mosaico de raças, a capital Roma tinha escravos de origens diversas, desde
germânicos e egípcios até gregos, persas e núbios (Sudão e Etiópia). Portanto,
na pior das hipóteses, o povo romano moderno seria uma mistura entre
elementos germânicos, gregos e negros, esses visivelmente em bem menor
número, já que os italianos são brancos. Mussolini dizia também que Roma iria
ter todo o prestígio de outrora, recuperando todas as áreas dantes dominadas
pelo Império Romano. Para isso, ele só precisaria anexar à Itália França,
Inglaterra, Espanha, Portugal, Bélgica, Turquia, Líbia, Argélia, Iraque,
Romênia....

FASCISMO NA ITÁLIA

Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), a Itália foi ignorada nos
tratados que selaram o conflito. O desgaste social e econômico mal
recompensado mobilizou diferentes grupos políticos engajados na resolução
dos problemas da nação italiana. No ano de 1920, uma greve geral de mais de
dois milhões de trabalhadores demonstrava a situação caótica vivida no país.
No campo, os grupos camponeses sulistas exigiam a realização de uma
reforma agrária.
A mobilização dos grupos trabalhadores trouxe à tona o temor dos setores
médios, da burguesia industrial e dos conservadores em geral. A possibilidade
revolucionária em solo italiano refletiu-se na ascensão dos partidos socialista e
comunista. De um lado, os socialistas eram favoráveis a um processo
reformador que traria a mudança por vias estritamente partidárias. Do outro, os
integrantes das facções comunistas entendiam que reformas profundas deviam
ser estimuladas.
O processo de divisão ideológica das esquerdas acontecia enquanto os setores
conservadores e da alta burguesia pleitearam apoio ao Partido Nacional
Fascista. Os fascistas liderados por Benito Mussolini louvavam uma ação de
combate contra os focos de articulação comunista e socialista. Desse modo, o
“fasci di combattimento” (fascismo de combatimento) passou a atacar jornais,
sindicatos e comícios da esquerda italiana.
Criando uma força miliciana conhecida como “camisas negras”, os fascistas
ganharam bastante popularidade em meio às contendas da economia nacional.
A demonstração de poder do movimento se deu quando, em 27 de outubro de
1922, os fascistas realizaram a Marcha sobre Roma. A manifestação, que
tomou as ruas da capital italiana, exigia que o rei Vitor Emanuel III passasse o
poder para as mãos do Partido Nacional Fascista. Pressionado, a autoridade
real chamou Benito Mussolini para compor o governo.
Inserido nas esferas de poder político central, os fascistas teriam a
oportunidade de impor seu projeto político autoritário e centralizador. Já nas
eleições de 1924, os representantes políticos fascistas ganharam a maioria no
parlamento. Os socialistas, inconformados com as fraudes do processo
eleitoral, denunciaram a estratégia antidemocrática fascista. Em resposta, o
socialista Giacomo Matteotti foi brutalmente assassinado por partidários
fascistas.
Mussolini já tomava ações no sentido de minar as instituições representativas.
O poder legislativo foi completamente enfraquecido e o novo governo publicou
a Carta de Lavoro, que declarava as intenções da nova facção instalada no
poder. Explicitando os princípios fascistas, o documento defendia um Estado
corporativo onde a liderança soberana de Mussolini resolveria os problemas da
Itália. No ano de 1926, um atentado sofrido por Mussolini foi a brecha utilizada
para a fortificação do estado fascista.

Os órgãos de imprensa foram fechados, os partidos políticos (exceto o fascista)


foram colocados na ilegalidade, os camisas negras incorporaram as forças de
repressão oficial e a pena de morte foi legalizada. O Estado fascista, contando
com tantos poderes, aniquilou grande parte das vias de oposição política. Entre
os anos de 1927 e 1934, milhares de civis foram mortos, presos ou deportados.
O apelo aos jovens e à família instigou grande apoio popular ao regime do
“Duce”. Em 1929, os acordos firmados com a Igreja no Tratado de Latrão
aproximaram a população católica italiana ao regime totalitário. Ao mesmo
tempo, o crescimento demográfico e o incentivo às obras públicas começaram
a reverter os sinais da profunda crise que tomava conta da Itália. O setor
agrícola e industrial passou a ganhar considerável incremento, interrompendo o
processo inflacionário da economia.
Com a crise de 1929, a prosperidade econômica vivida nos primeiros anos do
regime sofreu uma séria ameaça. Tentando contornar a recessão econômica, o
governo de Benito Mussolini passou a entrar na corrida imperialista. No ano de
1935, os exércitos italianos realizaram a ocupação da Etiópia. A pressão das
demais potências capitalistas resultaria nas tensões que desaguaram na
deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), momento em que
Mussolini se aproxima do regime nazista alemão.

NAZISMO

Entre 1918 e 1938, o mundo viveu um período chamado “entreguerras”: vinte


anos que separaram as duas grandes guerras mundiais. Com o fim da Primeira
Guerra, em 1918, a Alemanha, derrotada, encontrava-se em uma profunda
crise. Para sair da guerra e manter o que restou de seu exército, assinou um
acordo de paz chamado “Tratado de Versalhes”. Esse tratado, além de
responsabilizar a Alemanha pela Primeira Guerra, proibia o país de fabricar
armas, tanques e aviões; obrigava a devolução de territórios conquistados e a
redução do exército alemão, além de exigir o pagamento de uma indenização
aos países vitoriosos, pelos danos de guerra. Essas imposições criaram na
Alemanha um clima de revanchismo, revolta, por parte da população que
estava se sentindo humilhada. No final da guerra, o regime monárquico do
Kaiser (imperador) caiu, dando início à “República de Weimar”.

Em 1917, a Rússia, comandada pelo socialista Lênin, derrubou o governo do


Czar Nicolau II e instaurou uma nova forma de governo democrático: o
comunismo. Os países que baseavam suas economias no capitalismo e na
exploração do trabalhador se viram ameaçados. Uma onda de movimentos
antidemocráticos surgiu no cenário mundial, com o intuito de conter o
crescimento do comunismo. Na Itália predominava o fascismo; em Portugal, o
salazarismo; na Espanha, o franquismo; e na Alemanha, o nazismo. A palavra
nazismo vem de Nazi, que é a abreviação de Partido Nacional-Socialista dos
Trabalhadores Alemães, que de socialista não tinha nada. Seu líder chamava-
se Adolf Hitler e o partido adotou como símbolo a “suástica”, uma cruz
encontrada em diversas tribos.

Hitler nasceu em 20 de abril de 1889. Em 1923, Hitler, indignado com as


péssimas condições que os alemães enfrentavam, oriundas da derrota na
guerra, tentou um golpe de Estado em uma cervejaria, na Alemanha. Sem
sucesso, foi preso. Na prisão, escreveu um livro que se tornaria a cartilha para
o nazismo: “Mein Kampf” (Minha luta). Nesse livro, Hitler defendia a hegemonia
da raça ariana, alegando que a Alemanha só se reergueria quando os povos se
unissem “num só povo, num só império, num só líder”. Outras etnias, como
judeus e negros, deveriam ser executadas. Hitler não gostava de judeus, pois
afirmava que a Primeira Guerra só fora desastrosa por conta da traição dos
judeus marxistas. Além do ódio contra outras etnias, Hitler também defendia o
extermínio de testemunhas de Jeová e homossexuais. E comunistas, é claro.
Para executar suas ordens, foram criadas as Seções de Assalto (S.A), as
Seções de Segurança (S.S.) e a Gestapo (polícia secreta).

Os alemães viam em Hitler uma salvação para a crise que o país enfrentava.
Rapidamente o partido cresceu. Agricultores, jovens, soldados, em todas as
classes, tornaram-se adeptos do novo partido. Com a crescente do partido, o
presidente alemão Hindenburg, amedrontado, ofereceu o cargo de chanceler a
Hitler, que instaurou uma política de repreensão contra seus opositores: os
líderes comunistas foram presos em campos de concentração e,
posteriormente, executados. Em agosto de 1934, o presidente Hindenburg
morreu e Hitler assumiu o cargo máximo, sem abrir mão do seu cargo antigo.
Criou o Terceiro Reich (império) e se proclamou Führer (líder, em alemão). Sua
primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus,
comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração.
Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.
Uma figura fundamental na difusão do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil
orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda
nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que
alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a
supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando
seus filmes e discursos panfletários em prol do nazismo.

Em 1939, teve início a Segunda Grande Guerra. Hitler, colérico, enviou toda a
tropa alemã. Depois de inúmeras derrotas, o exército alemão tentou a última
cartada: em junho de 1941 invadiu a União Soviética. Apesar das vitórias
iniciais, Hitler não contava com o rigoroso inverno e suas tropas foram
surpreendidas, ficando cercadas por tropas russas. Sem comida, sem água e
enfrentando um frio congelante, o exército alemão foi derrotado. Hitler, cercado
pelo exército vermelho, em seu bunker (esconderijo militar), suicidou-se com
um tiro na cabeça.

Guerra civil espanhola

A Guerra Civil Espanhola foi o acontecimento mais dramático antes


da Segunda Guerra Mundial, entre 1936 e 1939. Nela estavam contidos todos
os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX.

Nesse conflito de um lado estavam posicionadas as forças nacionalistas e


fascistas aliadas a instituições tradicionais da Espanha, dentre elas o Exército,
a Igreja e os Latifundiários (grandes proprietários de terra). Do outro lado da
estava a Frente Popular, que era a base do Governo Republicano Espanhol,
representados pelos sindicatos, partidos de esquerda e os partidários da
democracia.
Para o primeiro grupo mencionado o conflito serviria para livrar o país da
influência comunista restabelecendo assim os valores da Espanha tradicional,
ou seja, o autoritarismo e o catolicismo. Para isso acontecer era preciso acabar
com a República que havia sido proclamada em 1931 com a queda da
monarquia.

Já para o segundo grupo citado acima era preciso dar um basta em todo esse
avanço das forças fascistas que já havia conquistado toda a Itália (em 1922),
toda Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934).

Segundo as decisões da Internacional Comunista de 1935, elas deveriam se


aproximar de partidos democráticos de classe média para que sejam formados
uma Frente Popular que teria como função enfrentar todo esse sucesso nazi-
fascista. Assim, socialistas, comunistas, anarquistas e democratas liberais
deveriam se unir para tentar barrar o avanço nazi-fascista.

Com a grave crise econômica da década de 1930, que foi iniciada pela quebra
da bolsa de Nova Iorque em 1929, a ditadura do General Primo de Rivera foi
derrubada e em seguida caiu também a Monarquia. O Rei Afonso XIII foi
obrigado a exilar-se e proclamaram a República em 1931, que é conhecida
como República de Tabajadores. A partir disso a esperança era que a Espanha
seguisse o caminho das outras nações ocidentais fazendo uma reforma que
separasse o Estado da Igreja, que aceitassem o pluripartidarismo, além da
liberdade de expressão e organização sindical. Mas nada disso aconteceu, o
País conheceu um violento enfrentamento de classes seguida por uma grande
depressão econômica, gerando uma grande frustração generalizada na
sociedade espanhola.

O clima de turbulência foi motivado pela intensificação da luta de classes,


principalmente entre anarquistas e direitistas que provocou inúmeros
assassinatos políticos o que contribuiu para criar uma situação de instabilidade
que afetou o prestígio da frente popular.

Com isso direita estava entusiasmada com o sucesso de Hitler que se somou
ao golpe direitista de Dolfuss na Áustria em 1934. Apesar de terem perdido as
eleições, os direitistas começaram a conspirar contra o governo recebendo o
apoio de militares e dos regimes fascistas (de Portugal, Alemanha, e Itália).
Acreditavam que com esse apoio dos militares derrubariam facilmente a
República. No dia 18 de julho de 1936 o General Francisco Franco insurge o
exército contra o governo Republicano. Nas principais cidades, como Madri e
Barcelona, o povo saiu para as ruas e impediu o sucesso do golpe. Com isso
milícias anarquistas e socialistas foram até então formadas para resistir ao
golpe militar.

O país então em pouco tempo ficou completamente dividido em áreas


nacionalistas, dominados pelas forças do General Franco e em áreas
republicanas, controladas pelos esquerdistas. Nas áreas republicanas houve
uma revolução social, terras foram coletivizadas, as fábricas foram dominadas
pelos sindicatos, assim como os meios de comunicação.

Porém a superioridade militar do General Franco foi o fator decisivo na vitoria


dele sobre a República. Em 1938 suas forças cortaram a Espanha em duas
partes, isolando assim a Catalunha do resto do país.

As baixas da Guerra Civil Espanhola oscilam entre 330 e 405 mil mortos, meio
milhão de prédios foram destruídos, metade do gado Espanhol foi morto, além
disso a renda per capita reduziu em 30% e fez com que a Espanha afundasse
numa estagnação econômica que se prolongou por quase 30 anos.

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