Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MANGA
Produção
Aspectos Técnicos
CENAGRI
Esplanada dos Ministérios
Bloco D - Anexo B - Térreo
Caixa Postal: 02432
CEP 70849-970 - Brasília-DF
Fone: (61) 218-2615/2515/321-8360
Fax: (61) 225-2497
cenagri@agricultura.gov.br
1ª edição
1ª impressão (2000): 3.000 exemplares
CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia.
Inclui bibliografia.
ISBN 85-7383-080-8
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 9
2. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ..................................................................................................... 11
3. ASPECTOS BOTÂNICOS ....................................................................................................................... 15
4. EXIGÊNCIAS EDAFOCLIMÁTICAS ................................................................................................... 16
5. FENOLOGIA ............................................................................................................................................ 17
6. VARIEDADES (CULTIVARES) ............................................................................................................. 19
7. PROPAGAÇÃO E PADRÃO DA MUDA ............................................................................................. 21
8. INSTALAÇÃO DO MANGUEIRAL - PREPARO DO SOLO E
OPERAÇÕES DE PLANTIO ................................................................................................................. 29
9. TRATOS CULTURAIS ............................................................................................................................. 31
10. CALAGEM E ADUBAÇÕES .................................................................................................................. 35
11. PRAGAS E SEU CONTROLE ................................................................................................................ 45
12. DOENÇAS E SEU CONTROLE ............................................................................................................ 50
13. COLHEITA ................................................................................................................................................ 55
14. CUSTOS E RENTABILIDADE .............................................................................................................. 57
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 62
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 9
1 INTRODUÇÃO
Manoel Teixeira de Castro Neto
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
D
esde que os aspectos técni- cas, bem como o aumento do padrão de
cos da produção da cultura qualidade das frutas exigido pelos consumi-
da manga foram revisados dores, incentivam os produtores a oferece-
nesta série em 1994, novas tecnologias e rem um produto com melhor qualidade.
conceitos foram gerados, viabilizando me- Essa exigência na qualidade do produto
lhor manejo e desenvolvimento da cultura. sofre pouca mudança por parte da
Sendo assim, tornou-se necessária a revisão agroindústria para o processamento da
deste manual para melhor orientar o produ- manga em sucos, geléias, sorvetes, chutney e
tor e, conseqüentemente, aumentar a produ- compotas.
tividade da cultura e qualidade do produto. Devido à sua alta capacidade
Adicionalmente, devido à manga ocupar adaptativa, a mangueira pode ser cultivada
uma posição de destaque na pauta das expor- sob condições tropicais e subtropicais. Sob
tações brasileiras, é necessário conhecer bem condições subtropicais o manejo da cultura
a sua cultura para que se possam viabilizar torna-se relativamente fácil devido às bai-
altas produtividades e liderar as suas expor- xas temperaturas facilitarem a indução da
tações, participando mais efetivamente do floração, embora o crescimento e a qualidade
mercado internacional dessa fruta. do fruto possam ser comprometidos por
Dada a sua importância econômica, essas temperaturas. É necessário o controle
promovida pelo seu excelente sabor e boas do crescimento vegetativo para que se pos-
condições nutritivas, a manga é a sétima sa promover a indução floral, embora nes-
cultura mais plantada no mundo e a terceira sas condições o crescimento e teores de
mais cultivada nas regiões tropicais, em açúcares do fruto sejam favorecidos.
aproximadamente 94 países. No Brasil, Nos cultivos modernos, o total co-
ocupa uma área de 21,83 mil hectares, dos nhecimento de como a mangueira cresce e
quais apenas 3,1 mil hectares encontram-se se desenvolve é de fundamental importân-
em plena produção. Com a atual situação da cia na determinação de um manejo que
mangicultura nacional, o país ocupa a séti- possibilite altas produtividades e melhoria
ma posição na classificação mundial de da qualidade do produto. Atualmente, as
produtores de manga e a nona posição cultivares de maior aceitação no mercado
como exportador. internacional são provenientes de regiões
Consumida, preferencialmente, in subtropicais e, portanto, potencialmente
natura, a manga era produzida em pomares apresentam um comportamento diferente
domésticos ou em pequenos pomares sem quando cultivadas em condições tropicais.
o manejo adequado. Atualmente, a produ- Nas condições tropicais semi-áridas do
ção de manga vem sendo realizada com Nordeste brasileiro, únicas no mundo,
técnicas modernas de indução floral. Mes- encontrou condições para se desenvolver e
mo em pomares domésticos, a manga está alcançar boas produtividades, faltando ainda
sendo colhida mais cuidadosamente para atingir a sua estabilidade acima das 40 t/ha.
manter sua aparência e alcançar bons pre- Para que isso ocorra, um profundo conheci-
ços no mercado. De maneira geral, a recen- mento da interação entre os processos de
te mudança no hábito alimentar da humani- crescimento, desenvolvimento e fatores
dade para o maior consumo de frutas fres- ambientais será necessário.
10 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
2 ASPECTOS
SOCIOECONÔMICOS
Clóvis Oliveira de Almeida
José da Silva Souza
Luciene do Nascimento Mendes
Ritaumária de Jesus Pereira
A
manga brasileira tem a vanta- Entretanto, há características comuns
gem da oferta na entressafra, do mercado internacional de manga:
podendo ainda melhorar o seu • as mais bem aceitas são as colori-
desempenho. É uma das poucas frutas em das – as verdes ainda têm problema de
que as exportações conseguiram superar a mercado;
marca dos 10% da produção.
• os preços são estabelecidos no mer-
A produção brasileira de manga tipo cado importador;
exportação é concentrada em cinco esta-
dos: Bahia, Pernambuco, Rio Grande do • os consumidores precisam de infor-
Norte, São Paulo e Piauí. Além de contri- mações quanto às formas alternativas de
buir na geração de divisas, a mangicultura consumir a fruta;
nacional ainda desempenha importante • as frutas devem ser padronizadas
papel na geração de emprego e redução das quanto a forma, cor, tamanho, peso e qua-
desigualdades regionais. lidade;
PAUT
PAUTA
A DE EXPORTAÇÕES
EXPORTAÇÕES • o maior consumo é registrado no
verão e o menor no inverno;
Em 1998, a manga foi a fruta que mais
contribuiu com as exportações brasileiras • a renda do consumidor é uma vari-
de frutas frescas. O espaço conquistado ável importante na determinação da de-
pelo Brasil no mercado internacional de manda de manga.
manga nessa década evidencia o potencial VARIAÇÕES DA
DA RENDA
RENDA
da fruticultura tropical como geradora de
divisas. Essa oportunidade fica ainda mais A demanda de manga no mercado
patente se considerarmos o recente cresci- internacional é muito sensível às variações
mento da demanda mundial de frutas tropi- de preço da fruta e da renda dos consumi-
cais e suco de frutas. dores. No mercado japonês, a demanda é
mais sensível às variações da renda dos
O mercado internacional de manga
consumidores que nos mercados america-
não é único. Existem grandes diferenças
no e europeu. A quantidade de fruta de-
quanto aos gostos, preferências e exigênci-
mandada no mercado europeu depende
as dos consumidores. As variedades mais
fortemente do seu preço, o qual flutua
demandadas mudam de um país para outro.
quando a oferta é instável.
O preço é estabelecido pelo mercado im-
portador e a qualidade é padrão. É preciso O mercado internacional de manga é
manter um efetivo controle de qualidade abastecido por vários países e o Brasil está
para ter acesso ao mercado. A escolha do entre os maiores exportadores juntamente
mercado-alvo antecede o planejamento da com México, Filipinas, Índia, Paquistão e
produção. Conhecer bem o mercado antes África do Sul.
de planejar a produção é imprescindível A época de oferta varia conforme o
para o sucesso do empreendimento. país, concentrando-se no período de abril a
12 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
3 ASPECTOS
BOTÂNICOS
Manoel Teixeira de Castro Neto
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
A
mangueira é uma árvore flores produzidas é variável - 500 a mais de
frondosa, de porte médio a 4.000, podendo variar também de 400 a
grande, com a copa arredon- 17.000. As flores da mangueira, pequenas
dada, simétrica e de folhas sempre verdes, e rosadas, são hermafroditas ou unissexuais
variando de baixa e densa a ereta e aberta. A e, em geral, pentâmeras. Possuem
forma da copa pode variar de arredondada androceu composto de quatro a seis
baixa a piramidal alta. estames, dos quais apenas um ou dois são
férteis, ovário súpero, unilocular, antera
As folhas são lanceoladas, de textura fértil e estigma rudimentar. É comumente
coriácea; possuem a face superior plana e o aceito que o polinizador natural das flores
pecíolo curto. Medem de 15 cm a 40 cm de seja a mosca doméstica.
comprimento e apresentam coloração que
vai do verde-claro a uma tonalidade leve- O fruto da mangueira é uma drupa
mente amarronzada ou arroxeada, quando bastante variável em termos de tamanho,
jovens, e verde-normal a escuro, quando peso (poucos gramas a aproximadamente
maduras. Uma característica fundamental dois quilos), forma (reniforme, ovada,
oblonga, arredondada, cordiforme) e cor
para a diferenciação da idade da folha está
(diversas tonalidades de verde, amarelo e
na coloração da nervura central que se
vermelho). Em geral a cor do fruto está
apresenta amarelada quando a folha esta
associada à cor da raque. A casca é coriácea
madura, e arroxeada quando se encontra
e macia; envolve a polpa, de cor amarela
em crescimento.
(várias tonalidades), mais ou menos fibro-
A inflorescência gera flores perfeitas e sa (de acordo com a variedade) e de sabor
masculinas na mesma panícula (polígama). variado. No interior da polpa encontra-se
Esta é geralmente terminal, às vezes lateral, o caroço ou semente, que é fibroso e
ramificada e de contorno piramidal, tendo apresenta formas similares, mas tama-
a raque normalmente ereta. O número de nhos diferentes nas variedades cultivadas.
16 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
4 EXIGÊNCIAS
EDAFOCLIMÁTICAS
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
5 FENOLOGIA
Manoel Teixeira de Castro Neto
Getulio Augusto Pinto da Cunha
VEGETAÇÃO
VEGETAÇÃO E POLINIZAÇÃO E
FLORESCIMENT
FLORESCIMENTO
O FRUTIFICAÇÃO
A mangueira pode apresentar diferen- A polinização na mangueira é con-
tes tipos ou estádios de crescimento na siderada um dos principais fatores que limi-
mesma planta, embora tal fato não ocorra tam sua produtividade. Este fato é facil-
com freqüência. Esses estádios variam se- mente comprovado pelo grande número de
gundo as condições de clima, solo e manejo flores produzidas pelas panículas e o núme-
da cultura. No caso dessa fruteira, como se ro de frutos colhidos. Embora ocorra a
sabe, o crescimento vegetativo é muito abscisão de frutos, estudos com polinização
importante para a produção, pois é o res- manual confirmam que a mangueira é uma
ponsável pela frutificação, dado que o planta de baixa polinização.
florescimento ocorre em ramos com 4 a 18 O pólen da mangueira possui um
meses de idade sob condição tropical e, em formato oblongo quando seco e esférico,
menor freqüência, com 3 meses caso esses ao ser hidratado. Cada antera produz entre
se desenvolvam sob um regime de tempe- 250 a 650 grãos de pólen, tendo maior
ratura de 18oC dia/10oC noite. viabilidade logo após a abertura da antera.
A floração da mangueira é um fenô- Temperaturas altas favorecem a viabilidade
meno complexo que se estende por um do grão de pólen, porém temperaturas bai-
período de 18 a 28 dias, e embora a inicia- xas causam a produção de pólens anormais.
ção floral dure de 2 a 3 meses. O processo O estigma está receptivo a partir de 18
de florescimento pode ser adiantado ou horas antes da antese a, aproximadamente,
atrasado por meios naturais ou artificiais, e 72 horas após esta, apresentando maior
é significativamente influenciado pelas con- receptividade durante as três horas que a
dições climáticas prevalecentes, pela pro- seguem. Geralmente, o número de estig-
dutividade da safra anterior e por certas mas atingidos pelos grãos de pólen não vai
práticas culturais (uso de fitorreguladores, além de 45% do total, e a fertilização real é
poda, adubação nitroge-nada etc.). O ainda menor, em virtude da disposição dos
envolvimento dos fatores climáticos (tem- órgãos masculinos e femininos e da dife-
peratura, estiagem e fotoperíodo) e de fitorre- rença de altura entre o estilete e o filete.
guladores, mesmo já sendo estudado, ainda
merece ser razoavelmente compreendido. A mangueira é, preferencialmente,
polinizada por insetos. As panículas
A panícula desenvolve-se em um perí- ensacadas produzem menos frutos que
odo de 35 a 42 dias; as primeiras flores só se aquelas expostas ao ar sujeitas a polinização
abrem depois de 21 dias de iniciada a com insetos. Diversos tipos de insetos
inflorescência. As flores abrem-se durante polinizam a mangueira sendo os diferentes
a noite, nas mangueiras poliembriônicas, e tipos de moscas (Dípteras) os polinizadores
durante a noite e nas primeiras horas da preferenciais. Falhas no processo de
manhã, nas monoembriônicas. A deiscência polinização podem estar ligadas a diversos
das anteras ocorre durante a parte da fatores, dentre eles a baixa população de
manhã, com as anteras liberando pólen até insetos durante a floração, a presença de
as 16 horas, ou das 6 às 10 horas da manhã, outras espécies mais atrativas e as condi-
como se observa em algumas regiões. ções ambientais não favoráveis.
18 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
6 VARIEDADES
(CULTIVARES)
Carlos Alberto de Queiroz Pinto
Aristóteles Pires de Matos
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
L
evando em conta os grandes natural de meia-estação, ou seja, de outubro
investimentos necessários para a janeiro, apresentando resistência mediana
a instalação de um pomar de à antracnose sendo, no entanto, uma das
mangueiras e o fato de que só a partir do mais sensíveis ao colapso interno dos frutos.
terceiro ou quarto ano tem início a produ- Keitt - Seus frutos são grandes (até
ção econômica, cuidados especiais devem 15cm de comprimento, 600 g a 800 g),
ser tomados na escolha das variedades a ovalados, de casca amarelo-esverdeada, ge-
serem plantadas, a fim de evitar sérios pre- ralmente com laivos leves cor-de-rosa,
juízos. As variedades mais indicadas são as polpa de tom amarelo-intenso, sem fibras,
que apresentam alta produtividade, colora- firme, sucosa e doce. A semente é pequena
ção atraente do fruto (de preferência ver- (7% a 8,5% do peso do fruto) e
melha), polpa doce (Brix º 17%) e pouca ou monoembriônica. A planta é muito produ-
nenhuma fibra, além da resistência ao ma- tiva, medianamente resistente à antracnose,
nuseio e ao transporte para mercados dis- possuindo hábito de crescimento típico,
tantes (Figura 2). Outras qualidades tam- representado por ramos abertos e arcados,
bém desejáveis são a regularidade de pro- e folhas voltadas para a base dos ramos, o
dução e a resistência a doenças como que resulta num formato irregular da copa.
malformação floral, antracnose e Tem maturação tardia e os frutos mantêm-
botriodiplodia, além de baixa incidência de se na planta por longo período. Apresenta
colapso interno de polpa. boa resistência ao transporte.
Até pouco tempo atrás, a variedade Kent - A árvore é vigorosa, produtiva,
Haden era a de maior aceitação no mercado de porte médio e copa compacta e arredon-
e a mais difundida nos plantios comerciais dada. O fruto é grande (13 cm de compri-
do Brasil pela excelente qualidade de seu mento, 600 g a 750 g) e ovalado, de casca
fruto. Hoje, está sendo substituída por ou- entre verde-claro e amarelo, laivos carme-
tras variedades mais promissoras quanto à sim, adquirindo tom avermelhado com o
produtividade e resistência a doenças, cujas amadurecimento. A polpa é amarelo-
características são descritas a seguir. alaranjada, doce, sem fibra, aromática e
Tommy Atkins - Produz frutos mé- sucosa. A maturação é tardia. Produz se-
dios a grandes (até 13 cm de comprimento, mente pequena (em torno de 9% do peso
400 g a 600 g) resistentes ao manuseio e ao do fruto) e monoembriônica. É suscetível
transporte, de casca grossa, lisa e de colora- às principais doenças.
ção que vai do vermelho com laivos amare- Van Dyke - Produz frutos médios
los ao vermelho-brilhante. A polpa apre- (300 g a 400 g), de casca amarela com laivos
senta textura firme, coloração amarelo-es- vermelhos. A polpa é firme e resistente ao
cura, de sabor agradável, doce (17% de transporte, tem sabor agradável, muito doce.
açúcares), com poucas fibras. A semente é A semente é pequena, monoembriônica. A
pequena, cerca de 8% do peso do fruto, e planta é muito produtiva e de meia-estação
monoembriônica. A árvore é vigorosa, de quanto à maturação, mostrando uma certa
copa densa e arredondada. Tem produção irregularidade na produção.
20 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
Palmer - A planta apresenta porte mé- Carlota, Espada, Extrema, Maranhão, Rosa,
dio, vigor moderado e produção regular. Os Coité, Lira, Mamão, Ubá e Badhudaran (re-
frutos são grandes (15 cm de comprimento, sistente à malformação ), usadas também
até 900 g), de forma alongada, e de cor laranja- para o fabrico de suco. No momento o
amarelada com laivos vermelho-brilhante. A IAC-SP está recomendando a nova cultivar
polpa tem pouca fibra, é firme e com aroma IAC-100 Bourbon por sua resistência à
suave. A semente é monoembriônica e de seca-da-mangueira. Por essa razão a IAC-
tamanho médio (cerca de 10% do peso do 100 Bourbon poderá vir a constituir tam-
fruto). A maturação é tardia. Aceitação cres- bém excelente porta-enxertos. Outras cul-
cente no mercado consumidor. tivares, como Votupa do Instituto Agro-
nômico de Campinas, e Alfa (Embrapa-
Essas são as principais variedades-copa 142) e Roxa (Embrapa-141) da Embrapa
cultivadas para consumo in natura (fruto Cerrados, foram recentemente recomen-
para mesa), ao lado de outras, tais como a dadas para plantio no Brasil.
A B
C D
Figura 2. Principais variedades de manga recomendadas para plantio. A-Keitt, B-Van
Dyke, C-Tommy Atkins, D-Haden.
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 21
7 PROPAGAÇÃO E
PADRÃO DA MUDA
Manoel Teixeira de Castro Neto
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
P
ara a instalação de pomares de para a mangueira. A escolha varia de uma
grande potencial produtivo, região para outra e está condicionada à
torna-se imprescindível a uti- disponibilidade de sementes. Recomenda-
lização de mudas de qualidade, isentas de se dar preferência às variedades locais, que
pragas e doenças e de reconhecido potencial possuam pequeno porte. No Nordeste, as
genético. Esse procedimento viabilizará o cultivares Espada, Rosa, Carlota, Itamaracá
rápido crescimento da planta tornando a sua e Coité são as mais utilizadas, enquanto,
vida produtivas mais precoce e mais intensa. nos estados de Minas Gerais e São Paulo, a
O uso desse tipo de muda gera plantas com preferência recai nas variedades Ubá, Sapi-
arquitetura grande e crescimento vigoroso. nho, Coquinho, Rosinha, Espada e Cora-
A utilização de mudas de pé franco, mesmo ção-de-boi.
com reconhecida qualidade, produz uma
planta com fase produtiva mais tardia o que As cultivares poliembriônicas, isto é,
retarda o retorno do capital investido. que geram duas ou mais plantas de uma só
semente, são as mais indicadas, por impri-
O uso de mudas enxertadas garante às mirem maior vigor à muda e garantir a
novas plantas as mesmas qualidades da mesma qualidade da planta-mãe. A manga
planta-matriz. Pode-se, assim, ter um po- Espada tem grande aceitação entre os
mar formado com plantas de reconhecida viveiristas, devido ao seu vigor natural e à
capacidade produtiva.
sua tolerância à seca-da-mangueira, doença
O processo de enxertia, utilizado para a que afeta os pomares, principalmente no
produção de mudas de qualidade, constitui- estado de São Paulo. A Jasmim é outra
se na união de duas variedades diferentes, de variedade que pode ser usada, por ser
uma mesma espécie ou gênero, para que se igualmente tolerante a essa doença.
tenham as vantagens oferecidas por elas nas
suas diferentes aptidões. Sendo assim, po- SELEÇÃO DE PLANTAS
PLANTAS--
dem ser utilizadas variedades com boas MATRIZES
MATRIZES
características para porta-enxertos, ou cava-
los, e substituir sua copa por uma variedade As plantas-matrizes fornecedoras de
de reconhecida qualidade produtiva. O se- garfos e/ou borbulhas para enxertia devem
gredo do sucesso de uma boa enxertia está na ser pré-selecionadas, tendo em vista as suas
perfeita união dos tecidos cambiais do porta- qualidades superiores e o seu desempenho
enxerto e do cavaleiro. Estes tecidos se durante vários anos. São estas as caracterís-
encontram logo abaixo da casca dos caules e ticas essenciais para a boa aceitação comer-
ramos, e como são tecidos vivos, com capaci- cial de uma cultivar de manga: plantas de
dade regenerativa, são os verdadeiros respon- alta produtividade, com pouca ou nenhu-
sáveis pela união da enxertia. ma alternância de produção, resistência ou
pouco suscetibilidade ao ataque de pragas
ESCOLHA DO PORTA-
PORTA- e/ou doenças; frutos de coloração externa
ENXERTO
ENXERTO atraente (de preferência vermelha), aroma
agradável e sabor específico, polpa não
Ainda não foram definidos, experi- fibrosa e de boa consistência, tolerantes ao
mentalmente, os melhores porta-enxertos manuseio e ao transporte para mercados
22 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
8 INSTALAÇÃO DO
MANGUEIRAL –
PREPARO DO SOLO E
OPERAÇÕES DE PLANTIO
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
Manoel Teixeira de Castro Neto
PREPARO
PREPARO DO SOLO
SOLO
As operações de preparo do solo para
o plantio devem ser feitas com bastante
antecedência. Consistem na roçagem, quei-
ma do mato, encoivaramento e destoca.
Após a limpeza da área, procede-se à aração,
e 20 a 30 dias depois, faz-se a gradagem
(Figura 9), coletando-se então amostras do
solo para análise.
ESPAÇAMENT
ESPAÇAMENTO
O
O espaçamento depende da profundi-
dade e da fertilidade do solo. Tem-se utilizado,
geralmente com bons resultados, o de 10 m
entre ruas por 10 m entre plantas, que Figura 9. Preparo do solo: aração e gradagem.
corresponde a uma densidade de 100 plan-
tas/ha. Todavia, esse espaçamento está ce-
dendo lugar a tipos mais adensados como
de 6 m x 7 m. Dependendo do nível de
recursos do produtor, assim como do seu
conhecimento do manejo da cultura, o
espaçamento de 7 m x 4,5 m também tem sido
empregado com sucesso. Nos solos pobres
da Flórida, por exemplo, recomenda-se o
espaçamento de 9 m x 9 m, 9 m x 6 m e 6 m
x 6 m, ou ainda, 10 m x 8 m, 8 m x 8 m, 10 m
x 5 m e 8 m x 5 m (para futuro desbaste). A
poda do topo e dos lados das plantas permite
o uso de espaçamentos menores, além de
facilitar os tratos fitossanitários e a colheita.
ALINHAMENTO
ALINHAMENTO
Determinado o espaçamento, proce-
de-se ao alinhamento, em quadrado ou em Figura 10. Disposição das plantas: no plano e em curva
quincôncio, marcando-se com um piquete de nível.
30 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
COVEAMENT
COVEAMENTO
O
Após a marcação da área, as covas são
abertas nas dimensões de 50 cm x 50 cm x
50 cm. Deve-se ter o cuidado de separar a
camada de terra da superfície (A) da camada
do subsolo (B) e inverter a sua posição na
cova na hora do plantio (Figura 11).
ÉPOCA DE PLANTIO
A melhor época para o plantio é a que
coincide com o período das águas. Toda-
Figura 11. Separação da camada de terra da superfície via, quando se dispõe de um sistema de
(A) da camada do subsolo (B) e inversão na cova para irrigação, pode-se plantar em qualquer épo-
plantio. ca do ano.
ADUBAÇÃO INICIAL
Recomenda-se aplicar na cova, alguns
dias antes do plantio, 10 a 20 litros de
esterco de curral bem curtido, 1.000 g de
superfosfato simples e l00 g de cloreto de
potássio. A essa mistura, incorpora-se a
terra da camada superior da cova.
PLANTIO
Em primeiro lugar, mistura-se a terra
da superfície (A) (Figura 11) com os adubos
mencionados no item sobre adubação
inicial. Metade dessa mistura é colocada
dentro da cova, e sobre ela, a muda. A seguir
procede-se à remoção do saco plástico que
envolve o bloco de terra com a muda. Esta
deve ser colocada na cova de tal maneira que
seu colo fique um pouco acima do nível do
solo. Com a outra metade da mistura termi-
na-se de encher a cova. Por fim, faz-se uma
bacia em torno da muda, irrigando-a com 10
a 20 litros de água (Figura 12). A remoção do
saco plástico também pode ser feita após a
colocação da muda dentro da cova.
Figura 12. Plantio da muda: Remoção do saco plástico; Sempre que possível, é extremamente
colocação na cova; bacia em torno da muda e uso de útil a prática de colocar uma cobertura de
cobertura morta para manutenção de umidade. palha ou capim seco sobre a cova, bem
como a de proteger a muda nos dias seguin-
o local onde serão abertas as covas que
tes ao plantio com palhas de ouricuri ou
receberão o enxerto de manga. Quando a
outro material disponível na região. As
área de plantio possui declive acentuado,
mudas poderão ainda ser tutoradas, para
deve-se fazer o alinhamento em curva de sua melhor condução, desde que conside-
nível, para o controle da erosão (Figura 10). rada a economicidade dessa prática.
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 31
9 TRATOS
CULTURAIS
Manoel Teixeira de Castro Neto
Eugênio Ferreira Coelho
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
CONTROLE DE PLANTAS
PLANTAS A poda de abertura de copa deve ser
DANINHAS realizada para a retirada de ramos no centro
da copa que estejam aumentando muito o
No verão é importante manter o po- seu sombreamento interno. Esta poda deve
mar sempre livre de plantas daninhas, usan- ser realizada de maneira que a copa da
do-se grade, capina manual ou herbicidas, planta atinja o formato de taça.
bem como conservar as plantas coroadas.
A poda de frutificação é realizada para
No inverno deve-se utilizar a roçadeira para
a correção de um fluxo vegetativo não
manter a vegetação baixa.
desejado na época de indução floral das
PODA
PODA plantas. O corte dos ramos deve ser feito
sempre acima do internódio. Dessa manei-
A poda da mangueira, diferentemente ra, caso a planta esteja preparada para a
do que possa se imaginar, deve ser uma floração, haverá a brotação de várias gemas
prática realizada de uma a duas vezes ao ano. florais no mesmo ramo.
As primeiras podas, chamadas podas A poda de limpeza deve ser sempre
de formação, devem ser realizadas quando a realizada após a colheita para remoção dos
muda apresentar de 0,80 m a 1 m de altura, pedúnculos dos frutos colhidos. Essa é
reduzindo seu tamanho para 0,50 m a 0,60 m uma boa época para corrigir eventual des-
(em plantios adensados a abertura das primei- controle no tamanho da planta. É muito
ras pernadas poderá ser feita a 0,40 m do solo). importante porque ela dá a chance de se
Na primeira poda de formação, deve-se levar viabilizar um manejo sincronizado da man-
em conta a altura que se deseja que a copa gueira. Aqui também procede-se à retirada
da planta adulta fique do solo. Outro fator de ramos secos e malformados.
importante é que o ponto de corte na poda
de formação deve ser sempre 2 cm acima CONSORCIAÇÃO DE
do internódio (ou nó). Desta maneira, ha- CULTURAS
CULTURAS
verá a brotação de novos ramos mais ou
menos no mesmo ponto de inserção. As Em vista da pequena área explorada
podas de formação subseqüentes devem pelas plantas nos primeiros anos após o
ser realizadas sempre que houver um se- plantio, uma boa prática cultural consiste
gundo lançamento do ramo. Assim, assu- em consorciar o mangueiral com culturas
mindo-se três brotações por cada ramo temporárias, de preferência de porte médio
podado, a planta terá 243 ramos após a a baixo (feijões, amendoim, arroz de
quinta poda. Para plantios adensados o sequeiro, soja, milho, abóbora, melancia,
número de podas realizadas para formar a melão) ou mesmo com outras fruteiras
planta deve ser de apenas três, ficando a arbustivas ou não (mamão, goiaba, maracu-
critério do produtor uma quarta poda, com já, banana, abacaxi). Essa prática cria um
corte realizado abaixa do internódio, para a microclima favorável às mangueiras, prin-
formação de ramos produtivos ao longo do cipalmente nas zonas secas e quentes nas
ramo podado. quais se usa irrigação, e contribui para a
32 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
10 CALAGEM E
ADUBAÇÃO
Antonia Fonsêca de Jesus Magalhães
Ana Lúcia Borges
A
mangueira é uma planta culti- Considerando a exportação de nu-
vada em todo o mundo, em trientes pelos frutos (casca, polpa e semen-
solos e condições climáticas te), o nitrogênio (N) e o potássio (K) foram
diversos. Muitas vezes, o desconhecimento os mais encontrados; em média, são ex-
do solo e, principalmente, da exigência portados 1,23 kg de N; 0,15 kg de P; 1,57
nutricional da planta, leva à prática de adu- kg de K; 0,28 kg de Ca; 0,20 kg de Mg;
bação inadequada, que afetará de forma 0,15 kg de S; 1,22 g de B; 3,53 g de Cu;
significativa o desenvolvimento e a produ- 4,19 g de Fe; 2,71 g de Mn e 3,27 g de Zn
tividade da planta. por tonelada de frutos (Tabela 1).
A manga é capaz de extrair os nutrien- Quanto à marcha de absorção, estu-
tes dos mais variados tipos de solo, devido dos com N, P, K e Ca mostraram que, nos
ao grande desenvolvimento do seu sistema períodos anteriores à floração, os teores de
radicular. Suas necessidades nutricionais N, P e K foram máximos, havendo em
são determinadas pelas quantidades extraí- seguida uma redução nesses teores. Os
das dos nutrientes nas diversas fases do seu valores mais baixos foram encontrados na
desenvolvimento. E a extração dos nutri- fase de formação dos frutos. O inverso
entes pelas colheitas é menor que algumas ocorreu com o cálcio. Assim, os períodos
culturas tropicais, sendo o nitrogênio e o de floração e início da formação dos frutos
potássio os mais extraídos. A ordem de- são mais críticos dentro do ciclo de produ-
crescente de exportação do fruto é de N, K, ção. Pode-se considerar duas fases distin-
Ca, Mg e P para os macros e Fe, Mn, Cu, Zn tas: uma, de acúmulo de nutrientes, iniciada
e B para os micronutrientes. após a colheita até o início da floração, e
outra, de diminuição dos níveis, durante a
SOLO
SOLO formação dos frutos. Nessa fase, a maior
A mangueira é cultivada em diferentes absorção ocorre 52 dias após o aparecimen-
solos; no entanto, desenvolve-se melhor to dos frutos.
em solos profundos (> 2 m), bem drenados IMPORTÂNCIA DOS
e sem problemas de salinidade. Solos sujei-
tos a encharcamento não são recomenda- NUTRIENTES NA PLANTA
PLANTA
dos, pois podem favorecer o aparecimento O nitrogênio (N) é importante no
de podridão das raízes. O lençol freático desenvolvimento vegetativo, na produção
deve estar abaixo de 3 m. de gemas florais, na diminuição da
Os solos mais recomendados são os alternância de produção e no aumento da
areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, produção de frutos.
profundos e planos.
Os sintomas de deficiência são obser-
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS vados com o atraso no crescimento da
planta. Inicialmente, as folhas mais velhas
A mangueira é uma planta que ab- tornam-se menores e cloróticas e, posteri-
sorve os nutrientes na seguinte ordem de- ormente, as folhas mais novas. As plantas
crescente: N > K > P > Mg > Mn > S > Zn carentes em N apresentam teores foliares
> Cu. inferiores a 8,0 g/kg de N e esta deficiência
36 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
tretanto, alguns critérios devem ser obser- 2. Coletar quatro folhas por planta,
vados desde a amostragem do solo, etapa em todos os quadrantes, a uma altura medi-
crítica do processo de análise. ana da copa, em 20 plantas por acaso.
Em pomares a serem instalados, seis a 3. Proceder à amostragem em ramos
oito meses antes do plantio, devem-se agru- com flores, de preferência, e retirando as
par as áreas pela cor e textura do solo, tipo folhas da parte mediana do ramo. Se for
de vegetação e relevo, e retirar de 20 a 25 induzir ou adubar, coletar folhas antes des-
subamostras nas profundidades de zero a tas práticas.
20 cm e 20 cm a 40 cm. Em pomares já 4. Acondicionar as amostras em saco
instalados a concentração das raízes está de papel, se possível, e se for armazená-las,
entre a extremidade da projeção da copa e colocar na parte baixa do refrigerador.
1,50 m do tronco, sendo este o local ideal
para amostragem e adubação. 5. Amostrar anualmente, devido à re-
comendação de N basear-se nos teores
Recomenda-se coletar amostras 50% foliares.
na projeção da copa e 50% além do raio da
copa em cerca de 20 a 25 plantas, nas A Tabela 2 mostra a classificação dos
profundidades de zero a 20 cm e 20 cm a 40 teores dos diversos nutrientes em folhas de
cm, o que permitirá avaliar a fertilidade para manga.
efeito de adubação e identificar possíveis
barreiras químicas ao crescimento radicular CALAGEM
CALAGEM
como deficiências de cálcio e excesso de A prática da calagem eleva o pH do
alumínio. solo, neutraliza o Al e/ou Mn trocáveis,
Retiradas as subamostras e formada a fornece Ca e Mg às plantas, eleva a satura-
amostra composta, esta deve ser bem mis- ção por bases, equilibra a relação K:Ca:Mg,
turada, colocada em caixinha própria para contribui para o aumento da disponibilida-
amostra de solo e encaminhada ao labora- de de N, P, K, S e Mo e melhora a atividade
tório. Se a terra estiver muito molhada, microbiana do solo.
convém secá-la ao ar, antes de colocá-la na A manga é planta exigente em cálcio
embalagem para a remessa ao laboratório. cujos teores nas folhas excedem o dobro do
nitrogênio. Esse nutriente tem a função pri-
ANÁLISE FOLIAR mordial de promover maior resistência às
As folhas da manga permanecem na membranas e paredes celulares, retardando
planta pelo menos quatro anos segundo o ataque enzimático nos tecidos da polpa.
alguns autores. Por meio das análises das A Tabela 3 mostra as recomendações
folhas é possível avaliar o estado nutricional de calagem para a mangueira, em alguns
da planta, facilitando assim o balanceamento estados produtores do Brasil.
dos nutrientes. Como os teores destes são
afetados por vários fatores, como idade da MODO DE APLICAÇÃO DO
folha, a variedade, a posição da folha no CALCÁRIO
ramo, o tipo de ramo com ou sem frutos, a
No pomar a ser implantado, recomen-
altura da amostragem na planta, a posição
da-se a aplicação do calcário a lanço em
dos ramos em relação aos pontos cardeais e
toda a área, seguida de incorporação ao
o tipo de solo, faz-se necessário o estabele-
solo, de preferência antes da aração e
cimento de alguns critérios, ou seja, a pa-
gradagem, o que permitirá uma incorpora-
dronização da amostragem:
ção, a mais profunda possível, e com certa
1. Separar talhões de até 10 ha com a antecedência do plantio. Além disso, pode-
mesma idade, variedade, produtividade, em se fazer uma aplicação na cova de plantio ou
solo homogêneo. sulco, calculando-se a quantidade do calcário
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 39
Tabela 5. Recomendação de adubação para manga (Mangifera indica L.) em condição irrigada.
Teores no Implantação Teores na
Produção
Solo Plantio Crescimento folha
g/planta g/planta/cx. de 25 kg frutos
Nitrogênio (N) Nitrogênio (N)
g.kg de N
-1
Adubação de produção
Produt. N nas folhas, g.kg P resina, mg.dm -3 K+ trocável, mmolc.dm-3
esperada < 10 10-12 > 12 0-5 6-12 13-30 > 30 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 3,0>3,0
t/ha N, kg/ha P2O5, Kg/ha K2O, kg/ha
< 10 20 10 0 30 20 10 0 30 20 10 0
10-15 30 20 0 40 30 20 0 50 30 20 0
15-20 40 30 0 60 40 30 0 60 40 30 0
> 20 50 40 0 80 60 40 0 80 60 40 0
Fonte: Quaggio et al.,1996.
Adubação de produção
Estádios Quantidades (g/cova)
de 4º ano pós-plantio 5º ano pós-plantio 6º ano pós-plantio
desenv. N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O
A 20 - 20 30 - 30 50 - 50
B 80 160 80 100 160 100 150 160 150
C 100 - 100 100 - 100 150 - 150
A = antes da floração; B = após pegamento dos frutos e C = após a colheita
Fonte: Comissão Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais,1989.
Tabela 9. Distribuição dos fertilizantes (em % da dose recomendada) durante o ciclo de cultivo
da manga.
Período Fertilizantes Esterco Foliar
Fenológico Nitrogênio Fósforo Potássio
Depois da
50 25 33 100 -
colheita
Floração 25 50 33 100 -
Frutificação 25 25 33 - -
44 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
11 PRAGAS E
SEU CONTROLE
Antônio Souza do Nascimento
Romulo da Silva Carvalho
MOSCA-DAS
MOSCA-DAS-FRUT
-FRUTAS
AS açúcar a 10% , suco de frutas ou açúcar
mascavo em armadilha tipo McPhail e os
As moscas-das-frutas provocam da- paraferomônios trimedlure e metil-eugenol
nos diretos em campo e são responsáveis em armadilha tipo Jackson.
por barreiras quarentenárias impostas pe-
los países importadores da fruta in natura. A Densidade das armadilha - tipo
principal espécie que ataca a manga é a McPhail: em pomares de até 1 ha, utilizar 4
Anastrepha obliqua. Outras espécies como a armadilhas; de 2 ha a 5 ha, 2 armadilhas/ha;
acima de 5 ha, 1 armadilha/ha. As armadi-
A. fraterculus e a Ceratitis capitata causam
lhas com atrativo sexual são muitas vezes
danos menores.
mais eficientes do que aquelas com atrativo
a) Descrição e biologia - As larvas são alimentar, por isso a sua densidade deve ser
do tipo vermiforme e apresentam colora- reduzida a um quarto de vezes da McPhail.
ção amarela. São desprovidas de cabeça e a
Atrativo alimentar - o hidrolizado de
porção anterior é afilada, onde se localiza o
proteína é utilizado para atração de qual-
aparelho bucal, em forma de ganchos. Os
quer espécie de moscas-das-frutas.
adultos de C. capitata são menores do que os
de Anastrepha e possuem coloração geral Atrativo sexual - o trimedlure é um
preta. A descrição das larvas assemelha-se à paraferomônio específico e de grande efici-
de Anastrepha. As fêmeas dessas espécies, ência para C. capitata; e o methil eugenol
após 7 a 10 dias de emergidas estão aptas para a mosca da carambola, Bactrocera
para oviposição, que é feita no interior do carambolae.
fruto. Aproximadamente, dois dias após a Tipos de armadilha - McPhail, para
postura, eclode a larva que passa a se ali- atrativo alimentar (hidrolizado de proteína)
mentar da polpa do fruto por um período e Jackson, para atrativo sexual (trimedlure).
que varia de 12 a 15 dias, conforme a
espécie e a temperatura. Ao término desse Localização das armadilhas - instalar
período, a larva abandona o fruto e enterra- na periferia do pomar ou de cada talhão,
se no solo onde empupa durante 15 a 20 sob a copa da árvore, em local sombreado,
dias, para em seguida emergir o adulto, a uma altura entre 1,50 m e 1,80 m do solo.
recomeçando novo ciclo. Inspeção das armadilhas - inspecionar
b) Monitoramento do pomar - O moni- uma vez por semana a armadilha tipo
toramento da população das moscas-das- McPhail e, a cada 15 dias, a armadilha tipo
frutas é o passo inicial para o sucesso do Jackson.
controle. Essa técnica consiste na instalação c) Controle de moscas-das-frutas na
de armadilhas com atrativo alimentar ou pré-colheita
sexual em pontos estratégicos do pomar, Composição e aplicação da isca tóxica
visando conhecer o momento adequado - A isca tóxica é uma solução composta pelo
para iniciar o controle.
atrativo (hidrolizado de proteína ou melaço
Tipos de atrativos - os atrativos ali- de cana-de-açúcar ou suco de frutas) mais
mentares utilizados são a proteína inseticida e água (Tabela 10). A aplicação da
hidrolizada a 7%, o melaço de cana-de- isca tóxica é feita quando se coletam, em
46 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
Tabela 10. Princípios ativos de inseticidas registrados para manga. Adaptado do AGROFIT-98
Dose do
Volume
Produto
Terrestre Classificação
Pragas Nome Comercial Princípio Ativo Comercial
(litros de Toxicológica
(dose/100 ml
calda /ha)
água)
Moscas-das-frutas Lebaycid 500 100 ml 300-400 Med. Tóxico
Fenthion Fenthion
Lebaycid EC 100 ml 500-1000 Altamente Tóxico
Trichorfon
Dipterex 500 300 ml 700-800 Altamente Tóxico
Parathion Methyl
Bravik 600 CE 100 ml 400-600 Altamente Tóxico
Parathion Methyl
Folisuper 600 BR 100 ml 400-500 Extremamente Tóxico
Lagarta-de-fogo Folisuper 600 BR 130 ml 200-400 Extremamente Tóxico
Parathion Methyl
Megalopyge lanata Lebaycid EC 100 ml 500-1000 Altamente Tóxico
Fenthion Fenthion
Lebaycide 500 100 ml 300-400 Med. Tóxico
Trichorfon
Dipterex 500 0,3 litros 700-800 Altamente. Tóxico
Fenitrothion
Sumithion 500 CE 150 ml 700-1300 Med. Tóxico
Parathion Methyl
Bravik 600 CE 100 ml 400-600 Altamente Tóxico
Cigarrinha-dos-pomares
Sumithion 500 CE Fenitrothion 150 ml 700-1300 Med. tóxico
(Aethalion reticulatum)
Tripes Folisuper 600 BR Parathion Methyl 70 ml 400-500 Extremamente Tóxico
(Selenothrips Lebaycid EC Fenthion 100 ml 500-1000 Altamente Tóxico
rubrocinctus) Sumithion 500 CE Fenitrothion 150 ml 700-1300 Med. Tóxico
Bravik 600 CE Parathion Methyl 70 ml 400-600 Altamente Tóxico
Besouro-de-limeira Folisuper 600 BR Parathion Methyl 100 ml 400-500 Extremamente Tóxico
(Sternocolaspis Sumithion 500 CE Fenitrothion 100 ml 700-1300 Med. Tóxico
quatuordecimcortata) Bravik 600 CE Parathion Methyl 100 ml 400-600 Altamente Tóxico
Ácaro da mal-formação
das gemas Morestan BR Quinomethionate 75g 1000-2000 Pouco tóxico
(Aceria mangifera)
Ácaro da mal-formação
Praticamente Não
das gemas Sulficamp Enxofre 700g 200-1000
Tóxico
(Eriophyes mangifera)
Cochonilhas
(Aulacaspis tubercularis Sem Sem
Sem Indicação Sem Indicação Sem Indicação
Pseudaonidia Indicação Indicação
trilobitiformes
Besouros
Sem Sem
(Hypocriphalus mangifera Sem Indicação Sem Indicação Sem Indicação
Indicação Indicação
Chlorida festiva)
Mosca-da panícula Sem Sem
Sem Indicação Sem Indicação Sem Indicação
(Erosomyia mangiferae) Indicação Indicação
média, sete moscas por armadilha por sema- A aplicação deve ser feita em toda a periferia
na. A aspersão da isca é feita com pulveriza- do pomar e em ruas alternadas. Na região
dor costal com bico em leque (para herbicida) semi-árida do Nordeste brasileiro, o pico
ou pulverizador motorizado adaptado de populacional de adultos ocorre no início da
forma que sejam aplicados de 150 ml a 200 estação das chuvas (janeiro a fevereiro), quan-
ml da calda em cada m2 da copa das árvores. do deve ser iniciada a aplicação da isca tóxica.
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 47
Controle cultural - Considerando que frutos com pesos até 425 g e de 426 g a 650 g,
as frutas tropicais como goiaba, pitanga, respectivamente. É alto o grau de exigência
cajá, carambola, acerola e outras são as imposto ao exportador que é obrigado a
hospedeiras preferidas das moscas-das-frutas, embalar os frutos em caixa de papelão, as
sempre que essas frutíferas estiverem próxi- quais são acondicionadas em pallets revestidos
mas da área de exploração comercial de por telas de nylon. A carga viaja para o porto ou
manga, não deixar que aquelas frutas apo- aeroporto e daí para o destino final em ambi-
dreçam sob a copa das árvores. Os frutos ente refrigerado. Esta tecnologia vem sendo
caídos, incluindo os de manga, devem ser praticada pela agroindústria nacional desde a
recolhidos e enterrados. Esta medida contri- sua aprovação pelo USDA - United States
buirá para a redução dos prejuízos provoca- Department of Agriculture, em 1989.
dos pelas moscas-das-frutas.
PRAGAS
PRAGAS SECUNDÁRIAS
d) Controle biológico de moscas-das-
frutas - Dentre os agentes de controle bioló- Cochonilha Aulacaspis tubercularis
gico de moscas-das-frutas (predadores, (Hemiptera: Diaspididae)
patógenos, nematóides, bactérias e
parasitóides), os parasitóides da família Essa espécie de cochonilha, ampla-
Braconidae são os mais eficientes e por isso mente distribuída, ocorre em altas popula-
mais utilizados em programas de controle ções em regiões de baixa umidade relativa
biológico em todo o mundo. Os parasitóides do ar como no cerrado e no semi-árido. A
são pequenas vespas de coloração geral cas- fêmea apresenta carapaça protetora circu-
tanha, asas transparentes e abdômen separa- lar convexa de coloração branco-
do do tórax. A eficiência do parasitismo em acinzentada, com cerca de dois milímetros
moscas-das-frutas varia em função do tama- de diâmetro. A escama do macho é alongada,
nho do fruto. Tem sido observado que em com as margens laterais paralelas, medindo
frutos menores, com polpa e casca fina, o cerca de um milímetro de comprimento.
índice de parasitismo é maior pela facilidade Essa praga suga a seiva da planta em
que o parasitóide encontra para localizar as todas as partes verdes, provocando queda
larvas da praga no interior do fruto. Apesar de folhas, secamento de ramos, deforma-
da ocorrência natural de um elevado número ções no fruto e o aparecimento de fumagina.
de espécies nativas de parasitóides em con- Faz-se necessário o controle das cochonilhas
dições de campo, na prática sua eficiência é especialmente em plantios novos (1 a 3
pequena. O uso de parasitóides em um pro- anos de idade), quando o ataque é severo.
grama de manejo integrado de moscas-das- Apesar de não existirem princípios ativos
frutas se faz por meio da liberação inundativa registrados para as cochonilhas em manga,
de parasitóides, que pode ser implementada recomenda-se o uso de óleo mineral associ-
com a participação de cooperativas ou asso- ado a um inseticida.
ciação de produtores.
Broca-da-mangueira
e) Controle pós-colheita de moscas-
Hypocryphalus mangiferae
das-frutas - A exportação de manga in natura
para os mercados norte-americano e japonês (Coleoptera: Scolitidae)
tem como pré-requisito, além do moni- É um besouro que mede cerca de um
toramento da população da mosca-das-fru- milímetro de comprimento, tem coloração
tas, o tratamento pós-colheita. Esse tratamen- marrom e está associado à seca da mangueira,
to visa a dar garantia quarentenária quanto à como agente transmissor do fungo Ceratocystis
introdução de espécies exóticas de moscas- fimbriata, daí a sua importância econômica.
das-frutas aos países importadores da fruta. É O inseto inicia o ataque pelos ramos
denominado de tratamento hidrotérmico e mais finos no topo da copa onde aparecem
consiste em submergir as mangas em água a os ramos secos, quando ocorre o fungo C.
46oC, por um tempo de 75 e 90 minutos para fimbriata. O H. mangiferae não é o principal
48 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
ferrugínea com as nervuras das asas salien- as panículas, no estágio de abertura dos
tes e esverdeadas. Sugere-se como medida botões florais. São recomendados o
alternativa de controle a eliminação das fenitrothion 50% (100ml/100 l d’água),
partes atacadas das plantas. dimethoato 40% CE (90ml/100 l d’água)
ou diazinon 60% (150 ml/ 100 l de água).
Trips Selenotrips rubrocinctus
Como controle cultural é aconselhável a
(Thysanoptera: Thripidae)
remoção e destruição da panícula que, quan-
Ataca as folhas e frutos da mangueira do atacada, apresenta-se encurvada.
e utiliza um grande número de hospedeiros:
abacateiro, cajueiro, goiabeira, videira e PRAGAS
PRAGAS QUARENTENÁRIAS
QUARENTENÁRIAS
outros. O inseto adulto mede cerca de 1,4
Define-se como espécie quaren-
mm de comprimento, apresenta o corpo
tenária “todo organismo de natureza animal
reticulado, com pernas pretas e asas
ou vegetal que, estando presente em outros
enfumaçadas. A forma jovem possui colo-
países ou regiões, mesmo sob controle per-
ração amarelo-pálida a alaranjada, com uma
manente, constitua ameaça à economia agrí-
faixa vermelha nos primeiros segmentos
cola do país exposto”. Tal organismo é geral-
abdominais. O ataque ocorre, principal-
mente, na superfície inferior das folhas, mente exótico para esse país ou região po-
próximo à nervura central. Em grandes dendo ser introduzido e disseminado, pelo
infestações, os frutos danificados apresen- trânsito de plantas ou parte delas. As seguin-
tam inicialmente coloração prateada que tes espécies de moscas-das-frutas são consi-
pode evoluir do amarelo-pálido ao marrom deradas pragas quarentenárias desta cultura
deixando a superfície áspera. para o Brasil: mosca-mexicana, moscas-das-
frutas Anastrepha ludens; mosca-das-frutas de
Mosca-da-panícula Erosomyia Natal Ceratitis rosa; mosca-oriental-das-fru-
mangiferae. (Dip.: Cecidomyiidae).
mangiferae. tas Bactrocera carambolae.
Esta mosca é originária da Índia e foi Além das espécies de moscas-das-frutas
introduzida nas Américas por meio da im- acima citadas, o bicudo-da-semente da manga
portação de mudas. Atualmente vem pro- (Sternochetus mangifera) (Coleoptera) está tam-
vocando danos elevados em pomares co- bém relacionado como praga quarentenária
merciais, especialmente na região semi-ári- para a cultura da manga no Brasil.
da. A larva desse inseto ataca os tecidos
tenros da planta: brotações e folhas novas, O bicudo-da-semente é uma praga
panícula floral e os frutos no estádio de quarentenária para o Brasil, Estados Unidos,
chumbinho. As larvas constroem galerias Japão e Oriente Médio. Os países onde esta
nas brotações e no eixo das inflorescências praga já foi constatada são: Índia, Filipinas,
que, posteriormente, tornam-se necrosadas. Austrália, Quênia, Nigéria, Moçambique,
Em seguida, aparecem exsudações de goma África do Sul, Havaí, Suriname, Guianas,
na superfície desses órgãos. Nas folhas Barbados, Honduras, Martinica e Venezuela.
novas ocorrem numerosas pontuações O S. mangiferae ataca frutos novos, causando
esbranquiçadas, com as larvas em seu inte- queda prematura. No interior do fruto, esta
rior. Essas pontuações, após a saída das praga danifica a semente, destruindo os
larvas, tornam-se escuras e necrosadas, cotilédones. As galerias abertas não são visí-
podendo ser facilmente confundidas com veis nos frutos maduros. O adulto mede em
manchas fúngicas. torno de 1 cm, com coloração variando do
Trata-se de uma praga de ocorrência castanho ao cinza-escuro. É um inseto de
recente, não havendo informações sobre hábito noturno e univoltino. A oviposição
seu comportamento e biologia. As reco- inicia-se quando os frutos da manga medem
mendações para o seu controle restringem- em torno de 3 cm. Os ovos possuem colora-
se ao controle químico, direcionadas para ção branca e forma tubular.
50 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
12 DOENÇAS E
SEU CONTROLE
Hermes Peixoto dos Santos Filho
Aristóteles Pires de Matos
ANTRACNOSE
ANTRACNOSE - Colletotrichum A antracnose é uma doença extrema-
gloeosporioides (Penz) mente danosa, chegando mesmo a
inviabilizar a cultura da manga em regiões
Esta doença assume importância eco- onde a estação chuvosa coincide com o
nômica em quase todas as regiões onde a florescimento. As medidas recomendadas
mangueira é cultivada, devido aos danos para o seu controle são:
que causa aos ramos novos, folhas, flores e a) Práticas culturais - maior
frutos. Folhas velhas a doença se expressa espaçamento, podas leves de limpeza e de
como manchas marrons, arredondadas, de abertura da copa; associação da poda com
tamanho e contorno irregulares, que po- controle químico; indução da floração em
dem se juntar e ocasionar deformação e épocas não favoráveis ao fungo; plantio em
necrose. Folhas novas, mais severamente regiões com baixa umidade relativa do ar.
atacadas, expressam lesões circulares, aquo-
sas com descoloração do tecido que fica b) Controle químico - pulverizações
translúcido nos bordos da lesão. A preventivas, iniciadas logo após o
coalescência das lesões próximas da borda surgimento das gemas florais, em pomares
ou das nervuras provoca distorção da folha. de elevado potencial de inóculo, ou a partir
Nos ramos jovens, observam-se numero- do florescimento em pomares sobre con-
sas áreas enegrecidas e necróticas, enquan- trole, e mantidas até que os frutos estejam
to os mais grossos mostram-se resistentes. formados. Os produtos utilizados, com suas
A infecção ocorre nos brotos mais novos, respectivas concentrações, são: benomyl
causando seca dos ramos do ápice para a (quinzenais a 0,03%) e mancozeb (sema-
base. Na raque da inflorescência e suas nais a 0,16%); a partir da formação dos
ramificações ocorrem manchas inicialmen- frutinhos podem ser usados fungicidas
te salientes, marrom-escuras, tornando-se cúpricos ou orgânicos.
deprimidas, negras, secas e alongadas à c) Controle genético - plantio de vari-
medida que a doença evolui. Nas flores edades medianamente resistentes, como a
aparecem manchas pequenas, escuras, con- Tommy Atkins e a Keitt, por exemplo.
ferindo-lhes uma coloração enegrecida
como se estivessem queimadas pelo fogo, OÍDIO - Oidium mangiferae
que podem se juntar entre si, provocando (Bert)
sua queda. Frutos em desenvolvimento É uma doença que pode causar graves
podem apresentar infecções latentes ex- danos às folhas, ramos novos, inflorescência,
pressando sintomas na maturação ou em flores e frutos. Apresenta-se sob a forma de
pós-colheita, sob a forma de lesões escuras, um pó branco-acinzentado, constituído
irregulares e deprimidas, conhecidas como pelas estruturas do patógeno, que se depo-
pinta e mancha-de-lágrima, medindo cerca sita sobre a superfície dos órgãos atacados.
de 5 mm. Essas lesões podem coalescer e Nas folhas novas, causa deformações,
atingir grande superfície do fruto, causan- crestamento e queda, e nas mais velhas,
do podridão da polpa.
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 51
13 COLHEITA
Getúlio Augusto Pinto da Cunha
José Maria Magalhães Sampaio
O
fruto da mangueira é classi- também aplicável aos frutos de manga.
ficado como climatérico, isto Estes geralmente são colhidos quando sua
é, completa a maturação cor começa a mudar ou os primeiros frutos
mesmo depois de colhido, num processo maduros caem, em geral 90 a 120 dias após
que geralmente leva de três a oito dias. o florescimento, dependendo da cultivar e
Todavia, quando ele é colhido muito jovem da região.
não amadurece adequadamente. Os melho- Além da mudança de cor, outros crité-
res níveis de temperatura para o seu amadu- rios têm sido usados para estabelecer o
recimento situam-se entre 21ºC e 24ºC. ponto ótimo de colheita: densidade especí-
Quando a mangueira é enxertada e fica de 1,01 a 1,02; resistência da polpa à
conduzida de acordo com os requisitos pressão de 1,75 kg/cm2 a 2,0 kg/cm2, sóli-
técnicos exigidos pela cultura, sua dos solúveis totais de 12ºBrix e acidez
frutificação tem início no terceiro ano após titulável de 4,0 meq/100ml, resultando em
o plantio, embora a produção econômica uma relação SST/acidez igual a 3,0,
só comece a partir do quarto ano. carotenóides totais de 3 a 4 mg/ 100g de
No Brasil, o florescimento inicia-se no polpa e transparência do látex que exsuda
mês de maio e a colheita ocorre cinco a seis do pedúnculo. Neste último caso, se o látex
meses depois. Esta, entretanto, pode variar estiver leitoso (e a polpa amarelo-
de acordo com as cultivares e de uma região esbranquiçada), o fruto está verde; já se o
para outra, antecipando-se nas regiões se- látex estiver claro/transparente (e a polpa
cas e quentes e retardando nas úmidas e amarelada), o fruto está amadurecendo e
frias. No Nordeste a colheita ocorre de pode ser colhido. Deve-se evitar o contato
outubro a fevereiro (em condições natu- do látex com a casca do fruto.
rais) e de agosto a outubro (com indução Nenhum dos parâmetros acima indi-
artificial da floração), e no Centro-Sul, de cados é, isoladamente, bastante seguro para
novembro a dezembro. determinar o grau de maturação ideal para
Os frutos devem ser colhidos quando a colheita. Por essa razão, devem ser usa-
o seu desenvolvimento se completa, ou dos conjuntamente e aliados à experiência
seja, de vez, para que possam chegar ao prática com a cultura.
mercado consumidor em bom estado de Uma vez estabelecido o grau de
conservação e maturação. O grau de maturação ideal, procede-se à colheita, de
maturação ideal para a colheita dependerá preferência manual, torcendo-se o fruto até
do tempo que o fruto leva para ser consu- a ruptura do pedúnculo ou cortando-o com
mido ou industrializado. Para o consumo tesoura de poda. Esta modalidade de co-
imediato, colhem-se os frutos completa- lheita, entretanto, só é possível quando as
mente maduros; já os que vão ser transpor- plantas ainda têm pequeno porte.
tados ou armazenados por períodos longos Para plantas de grande porte, utiliza-se
devem ser colhidos de vez. a vara de colheita, que é feita de bambu ou
O critério mais usado para determinar madeira flexível e tem na sua extremidade
o ponto de colheita dos frutos é a mudança um aro de ferro cilíndrico de 1/4", ao qual
de cor da casca e da polpa, um parâmetro é preso um saco. No lado do aro, oposto ao
56 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
que se prende à vara, é afixada uma faca - Evitar a ocorrência de choques das
para cortar o pedúnculo do fruto. mangas com os galhos das plantas ou com
Opcionalmente, o aro de ferro pode ser o solo, independentemente do grau de
substituído por uma chapa de 1/16" dotada maturação dos frutos e do tipo de colheita.
de saliências na borda superior. Para facili- - Evitar movimentos bruscos da vara
tar a colheita e não prejudicar o rendimento de colher, para que não ocorram abrasões
do operário, o saco é dimensionado para entre os frutos que se encontram dentro do
comportar de quatro a sete frutos, depen- saco coletor.
dendo do tamanho destes. Nas grandes - Cortar a porção do pedúnculo ainda
plantações, pode-se usar uma colhedeira aderida ao fruto para evitar ferimentos na
motorizada (triciclo hidráulico), dotada de casca por onde possam penetrar
alta versatilidade de manobra, também microorganismos patogênicos.
elevatória, dirigida pelo próprio colhedor - Evitar o contato da região peduncular
(Figura 19). com o solo.
Quanto à deterioração dos frutos, os - Acondicionar cuidadosamente os
agentes mais óbvios são meramente físicos. frutos nas caixas, evitando-se choques e
Os danos mecânicos, de múltiplas formas abrasões.
(cortes, abrasões e choques), devem ser Durante a operação de colheita, as
evitados, pois os frutos mecanicamente caixas coletoras devem ser mantidas à som-
danificados se deterioram muito depressa. bra, para impedir o aquecimento dos frutos
Por isso, durante a colheita dos frutos nos e o conseqüente aumento da sua
mangueirais alguns cuidados devem ser to- transpiração e respiração, bem como as
mados, com vistas ao seguinte: queimaduras pela radiação solar.
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 57
14 CUSTOS E
RENTABILIDADE
Clóvis Oliveira de Almeida
José da Silva Souza
N
esta seção são apresentadas A composição dos custos das atividades
as estimativa de custo de pro- relacionadas também pode ser observada
dução e rentabilidade de um nas Tabelas 11, 12 e 13.
hectare de manga irrigada, conduzido con- No segundo ano, a participação
forme orientação técnica. percentual da irrigação nos custos de pro-
A produção econômica de qualquer dução aumenta para 71,26%, decrescendo
cultura depende de uma série de fatores que sucessivamente a partir do terceiro ano até
afetam o seu desempenho e o seu retorno atingir o mínimo de 51,83% no oitavo ano.
financeiro. A variedade plantada, o No cálculo dos gastos com a irrigação1 ,
espaçamento, o clima, o solo, os tratos foram considerados os custos de aquisição
culturais, o grau de incidência de pragas e do equipamento, da energia elétrica, da
doenças, o preço do produto e os preços água e da mão-de-obra.
dos fatores de produção merecem especial Os gastos com insumos decrescem no
atenção no planejamento da produção. segundo ano e posteriormente voltam a
Enfim, é preciso conhecer bem o custo crescer, atingindo uma participação máxi-
de produção e o preço do produto para que ma de 17,79% no sexto ano, somente infe-
se possam fazer projeções acerca da rentabi- rior à observada no primeiro ano. Os gastos
lidade esperada do empreendimento. com tratos culturais e fitossanitários res-
pondem com, aproximadamente, 15% do
CUSTOS
CUSTOS DE INSTALAÇÃO
INSTALAÇÃO E custo de produção no segundo, terceiro,
MANUTENÇÃO quarto e sexto ano. No quinto ano, a parti-
cipação fica em torno de 16%. Do sétimo
Quando a manga é cultivada a partir de ao oitavo ano, a participação volta ao pata-
plantas enxertadas e a sua condução é rea- mar de 17%.
lizada conforme as recomendações técni-
cas, a produção tem início no terceiro ano Devido ao ciclo da manga, nos dois
após o plantio e o retorno econômico so- primeiros anos de vida da cultura não há
mente começa após o quarto ano. produção, não existindo, portanto, gastos
com colheita. Os gastos com colheita têm
Nas Tabelas 1, 2 e 3 são apresentados início no terceiro ano, época em que parti-
os custos de implantação no 1º, 2º e 3º ano, cipam com 3,19% do custo efetivo. A partir
e de manutenção do 4º ao 8º ano para um do quarto ano, a participação dos gastos
hectare de manga irrigada. com colheita nos custos é crescente, che-
No primeiro ano, os gastos com gando a um máximo de 10,36% no oitavo
insumos são os que mais pesam sobre os ano, época em que a produção atinge a
custos de produção, representando 38,02% estabilização.
do custo efetivo, sendo seguido dos gastos Em função da implantação da cultura,
com irrigação, preparo do solo e plantio, o maior custo anual total ocorre no primei-
tratos culturais e fitossanitários e outros ro ano, quando são necessários investimen-
custos, com participações de 37,51%, tos de US$ 1.905,76. Do segundo ano em
12,09%, 7,87% e 4,50%, respectivamente. diante os custos são menores, situando-se
58 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
entre US$1.003,22 (no segundo ano) e US$ O preço médio no âmbito do produ-
1.379,21 (no oitavo ano). A participação tor é estimado em US $200,00 por tonelada
dos gastos com a irrigação nos custos de da fruta. Esse preço reflete uma média
produção da manga, embora expressiva, é anual, mas em função da sazonalidade da
compensada pelo rendimento por ela pro- oferta, ele pode oscilar para valores acima
porcionado. (na entressafra) ou para valores abaixo (no
período de safra).
RENTABILID
RENTABILIDADE
ADE ESPERADA
ESPERADA Na análise de fluxo descontado a uma
No sistema de produção em considera- taxa anual de 6% para o período de 20 anos,
ção, utilizando o espaçamento de 8,00 m x a relação benefício/custo (B/C) sugere a
5,00 m, com 250 plantadas/ha, a produção viabilidade financeira do investimento. Os
tem início no terceiro ano, com cinco tone- custos efetivos utilizados para efeito de
cálculo podem ser observados na Tabela 3.
ladas/ha, estabilizando-se a partir do oitavo
A relação B/C estimada em 2,35, indica
ano com 20 toneladas/ha. Esse rendimento
que, em todo o período, para cada dólar
é um valor médio estimado, considerando-
investido retornam US$ 2,35 brutos, ou
se as prováveis variações na produção. US$ 1,35 líquidos.
Frutas do Brasil, 4 Manga Produção 59
Tabela 11. Custo de instalação (1º, 2º e 3º ano) de um hectare de manga irrigada, no espaçamento
de 8,00 m x 5,00 m (250 plantas/ha), valores expressos em dólares (agosto/99).
Preço por Ano 1 Ano 2 Ano 3
Especificação Unidade
Unidade Quant. Valor Quant Valor. Quant Valor
1 . INSUMOS
Mudas + replante uma 1,60 275 440,00 0 0,00 0 0,00
Uréia* kg 0,16 56 8,96 83 13,28 111 17,76
Superfosfato simples* kg 0,18 139 25,02 167 30,06 194 34,92
Cloreto de potássio* kg 0,24 43 10,32 65 15,60 129 30,96
Calcário t 33,51 1,5 50,27 0 0,00 0 0,00
Formicida kg 2,49 10 24,90 10 24,90 5 12,45
Inseticida l 7,71 1 7,71 1 7,71 3 23,13
Fungicida l 9,04 0 0,00 0 0,00 2 18,08
Cal hidratada kg 0,13 0 0,00 0 0,00 1 0,13
Subtotal 646,98 91,55 137,43
Participação percentual 38,02 10,22 13,73
2 . PREPARO DO SOLO E PLANTIO
Roçagem e destoca h/tr 9,57 12 114,84 0 0,00 0 0,00
Aração h/tr 9,57 4 38,28 0 0,00 0 0,00
Calagem h/tr 9,57 1 9,57 0 0,00 0 0,00
Gradagem h/tr 9,57 2 19,14 0 0,00 0 0,00
Marcação D/H 3,19 2 6,38 0 0,00 0 0,00
Coveamento D/H 3,19 3 9,57 0 0,00 0 0,00
Adubação na cova de plantio D/H 3,19 0,5 1,60 0 0,00 0 0,00
Plantio D/H 3,19 2 6,38 0 0,00 0 0,00
Subtotal 205,76 0,00 0,00
Participação percentual 12,09 0,00 0,00
3 . TRAT. CULTURAIS E FITOSSANITÁRIOS
Gradagem h/tr 9,57 6 57,42 6 57,42 6 57,42
Coroamento D/H 3,19 10 31,90 10 31,90 10 31,90
Aplicação de fertilizantes D/H 3,19 1 3,19 2 6,38 2,5 7,98
Caiação de troncos D/H 3,19 0 0,00 0 0,00 1 3,19
Poda de limpeza D/H 3,19 0 0,00 0 0,00 1 3,19
Pulverização manual D/H 3,19 3 9,57 3 9,57 5 15,95
Pulverização mecânica h/tr 9,57 0,5 4,79 0,5 4,79 1 9,57
Aplicação de formicidas D/H 3,19 8,5 27,12 8,5 27,12 5 15,95
Subtotal 133,98 137,17 145,15
Participação percentual 7,87 15,31 14,51
4 . IRRIGAÇÃO
Irrigação** ano 638,30 1 638,30 1 638,30 1 638,30
Subtotal 638,30 638,30 638,30
Participação percentual 37,51 71,26 63,79
5 . COLHEITA
Colheita manual D/H 3,19 0 0,00 0 0,00 10 31,90
Subtotal 0,00 0,00 31,90
Participação percentual 0,00 0,00 3,19
6 . OUTROS
Transporte h/tr 9,57 8 76,56 3 28,71 5 47,85
Subtotal 76,56 28,71 47,85
Participação percentual 4,50 3,21 4,78
CUSTO OPERACIONAL EFETIVO 1.701,57 895,73 1.000,63
PERCENTUAL TOTAL 100,00 100,00 100,00
ENCARGOS FINANCEIROS 204,19 107,49 120,08
CUSTO OPERACIONAL TOTAL 1.905,76 1.003,22 1.120,70
* Refere-se à recomendação média, podendo ser reduzida conforme os resultados da análise do solo.
** Considerando o custo de aquisição do equipamento (com vida útil de 10 anos) e os custos variáveis com energia elétrica, água
e mão-de-obra.
60 Manga Produção Frutas do Brasil, 4
1 . INSUMOS
15 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
HIROCE, R.; CARVALHO, A.M.; BATAGLIA, O.C.; PRAKASH, O.M.; RAOOF, M.A. Die back disease of
FURLANI, P.R.; FURLANI, A.M.C.; SANTOS, R.R. mango (Mangifera indica) its distribution, incidence,
dos; GALLO, J.R. Composição mineral de frutos cause and management. Fitopatologia Brasileira,
tropicais na colheita. In: CONGRESSO Brasília, v. 14, n. 3, p. 207-215, 1989.
BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 4., Salvador,
BA, 1978. Anais... Salvador, BA, 1978. p.357-364. QUAGGIO, J.A. Adubação e calagem para mangueira e
qualidade dos frutos. In: SÃO JOSÉ, A.R.; SOUZA,
JANSE VAN VUUREN, B.P.H.; STASSEN, P.J.C. I.V.B.; MARTINS FILHO, J.; MORAIS, O.M., ed.
Seasonal uptake of macro elements by young bearing Manga – tecnologia de produção e mercado. Vitória
“sensation” mango trees. In: INTERNATIONAL da Conquista: DFZ/UESB, p.106-135, 1996.
MANGO SYNMPOSIUM, 5., Telaviv, Israel, 1996.
Proceedings... Telaviv, Israel, Acta Horticulturae, QUAGGIO, J. A.; SOARES, N.B.; FURLANI, P.R.; RAIJ,
n.455, p.167-174, 1996. B. Van; PIZZA JÚNIOR, C. de T.; KAATI, R.;
PINTO, A. C. de R. Manga. In: RAIJ, B. van;
JEFFRIES, P.; DOO, J.C.; JEGER, M.J.; PLUMBLEY,
CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI,
R.A. The biology and control of Colletotrichum spp.
on tropical fruit crops. Plant Pathology, London, A. M.C., ed. Recomendações de adubação e
v. 39, p. 343-366, 1990. calagem para o estado de São Paulo. Recife,
Campinas: IAC/Fundação IAC, 1996. p. 146-147.
KUMAR, J.; BENIWAL, S.P.S. Vegetative and floral
malformation: two symptoms of the same disease RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.;
on mango. Plant Protection Bulletin, Taiwan, v. 35, FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação
n. 1, p. 21-23, 1987. e calagem para o estado de São Paulo, 2.ed.
Campinas, SP: Instituto Agronômico & Fundação
MALAVASI, A. Problemas fitossanitários envolvidos na IAC, 1996. 285p. (Boletim Técnico, 100).
exportação de mangas. In: DONADIO, L.C.;
FERREIRA, F.R., org. SIMPÓSIO SOBRE RIBEIRO, I.J.A. Seca-da-mangueira, agentes causais e
MANGICULTURA, 2., 1989, Jaboticabal. Anais... estudo da moléstia. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO
Jaboticabal: FUNEP, 1989. p.185-190. SOBRE A CULTURA DA MANGUEIRA. 1., 1980,
Jaboticabal, SP. Anais... Jaboticabal, SP. FCAV,Uesp.
MENDONÇA, M. da C. Transferência de calor em
SBF, 1980. p. 123-130.
frutos de manga, Mangifera indica L., e suas
implicações no tratamento hidrotérmico para o RIBEIRO, I.J.A. Seleção de porta-enxertos de
controle de moscas-das-frutas. Cruz das Almas, mangueira (Mangifera indica L.) resistentes ao fungo
BA: UFBA. Escola de Agronomia, 1997. 61p. Ceratocystis fimbriata Ell. & Halst. Jaboticabal, SP:
Dissertação de mestrado. FCAV. Unesp, 1993. 98 p. Tese doutorado.
MORGANTE, J. S. Moscas-das-frutas (Tephritidae): RIBEIRO, I.S.A.; LOURENÇÃO, A.L.; PARADELA
características biológicas, descrição e controle. FILHO, O.; SOARES, N.B. Seca da Mangueira. VII.
Brasília: SENIR, 1991. (Recomendações para os Resistência de cultivares de mangueira ao fungo
Perímetros Irrigados do Vale São Francisco, 2). Ceraocystis fimbriata Ell. & Halst. Fitopatologia
NASCIMENTO, A.S.; HAJI, F.N.P.; CARVALHO, R. da Brasileira, Brasília, v. 8, n. 3, p. 556, 1983.
S.; COUTINHO, C.C. Monitoramento e RODRIGUEZ, A.P.M.; GUILHERME, M.R.;
caracterização das espécies de moscas-das-frutas
KLIEMANN, H.J.; GENÚ, P.J. de C.; QUEIROZ,
presentes na região do submédio São Francisco. In:
E.F. de. Nutrição mineral e adubação da mangueira
CONGRESSO BRASILEIRO DE
FRUTICULTURA, 13., Salvador. Resumos... In: HAAG, H.P., ed. Nutrição mineral e adubação
Salvador: SBF. p.1169-1170. v.3. de frutíferas tropicais no Brasil. Campinas,
Fundação Cargill, 1986. p. 205-245.
NASCIMENTO, A. S.; MENDONÇA, M da C.
Tratamento hidrotérmico de manga visando ao ROSSETTO, C.J.; RIBEIRO, I.J.A. Seca-da-mangueira:
controle de moscas-das-frutas. Cruz das Almas: XII. Recomendações de controle. Revista de
Embrapa-CNPMF, 1998. 17p. (Embrapa-CNPMF. Agricultura, Piracicaba, v.65, n.2, 1990.
Boletim de Pesquisa,13). SANCHES, P. La fertilización del mango. In: EL
NASCIMENTO, A.S.; HAJI, F.N.P.; CARVALHO, R. da MANGO, y su manejo integrado em Michoacan.
S.; MENDONÇA, M. da C. The fruit fly species of México: Institución de Enseñanza e Investigación en
economic importance at the fruit production region Ciencias Agrícolas, 1998. p. 11-12.
of submedio São Francisco –State. In:
SANTOS FILHO, H. P. Doenças da mangueira. In: SÃO
INTERNATIONAL MANGO SYMPOSIUM,
6.,1999, Thailand. Abstract... Thailand: National JOSÉ, A. R.; SOUZA, I. V. B. Manga: produção e
comercialização. Vitória da Conquista, BA: DFZ/
Research Council of Thailand, 1999. p. 137.
UESB, 1982, p. 71-82.
PIZA, S.M. de T.; PIZA JUNIOR, C. de T.; RIBEIRO,
SANTOS FILHO, H. P.; RODRIGUES, M. I. S. Podridão
I.J.A. A mal formação da mangueira: uma revisão
de esclerócio em sementes e plantas de mangueira.
bibliográfica. O Agronômico, v.39, n.3, p. 251-267,
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 17, n.2, p. 225,
1987.
1992.
PLOETZ, R.C. Mango disease caused by fungi. In:
TAVARES, S.C.C. de H.; MENEZES, M.;
PLOETZ, R.C.; ZENTMEYER, G.A.; NISHIJIMA,
CHOUDHURY, M.M. Infecção da mangueira por
N.T.; ROHRBASCH, K.G.; OHR, H.D. ed.
Botryodiplodia theobromae Pat. na região semi-árida de
Compendium of tropical fruit disease. St. Paul:
Pernambuco. Revista Brasileira de Fruticultura,
American Phytopathological Society, 1994. p. 35-36.
Cruz das Almas BA, v. 13, n. 4, p. 163-166. 1991.
República Federativa do Brasil
Presidente
Fernando Henrique Cardoso
Ministro Ministro
Marcus Vinicius Pratini de Moraes Martus Tavares
Diretor-Presidente
Alberto Duque Portugal
Diretores-Executivos
Elza Angela Battagia Brito da Cunha
Dante Daniel Giacomelli Scolari
José Roberto Rodrigues Peres
Chefe-Geral
Sizernando Luiz de Oliveira
Chefe-Adjunto de Administração
Alberto Duarte Vilarinhos