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Bíblia do Braga

Oriente Médio + 5 Primeiras aulas para a 3ª TP

2046 PERRETT
Os EUA e o Oriente Médio
O Oriente médio é umas das principais regiões de interesse da agenda politica americana,
principalmente a partir da 2ª guerra.
Para compreender os eventos que ocorrem na região, é importante refletir sobre os objetivos da
politica estratégica americana.
Segundo Luiz Alberto Nunes Bandeira, a politica externa americana determina, em grande medida,
a agenda internacional, influenciando eventos em todo o globo, estando, portanto, influenciando
tambem o Oriente Médio. Nenhum outro país teria tal poder.
O principal aspecto economico presente nos embates que ocorrem na região é a luta pela ampla
area produtora de petróleo e gás (Bacia do Mediterrâneo, golfo pérsico, Irã, Iraque e Ásia Central.
Outro ponto importante é a politica de Israel, e sua relação de cúmplice com os EUA, em relação
ao conflito árabe-israelense.
Os estados árabes laicos buscaram modernizar suas sociedades, levando a menores antagônicas
seitas, como os Xiitas e Alawitas. Esses regimes laicos, diante do sucesso das politicas e
modernização econômica, e sua incapacidade de se opor militarmente a israel, passaram a ser alvo
de organizações religiosas fundamentalistas.
Os EUA e o Oriente Médio

O Oriente Médio a partir da logica do conflito
Há muitas criticas a forma como a região é representada pela midia, geralmente limitada a
um espaço de conflitos. Isso resume o debate sobre a região e sua diversidade regional a um
conjunto de ingredientes que gera muitos conflitos no mundo contemporâneo.
Não ha um consenso sobre o que é exatamente o oriente médio, onde ele começa e termina,
e quais são os seus países.
Orientalismo: conjunto de ideias sistematizadas que avançaram a partir do sec XVII, que é
como o ocidente representa o oriente. Um espaço fixo no tempo, atrasado, ao contrario do
ocidente, dinâmico.
Os EUA e o Oriente Médio
Segundo Said, o Oriente é uma invenção do Ocidente, uma homogeneização dos povos que
vivem num grande espaço geografico.
Os EUA e o Oriente Médio

Possibilidades de leituras geograficas

Nessa, o petróleo seria visto como um recurso de disputas entre grandes potencias e grupos
locais. Principalmente a partir dos anos 20 e 30

Essa contrapõe a visão do oriente como apenas um palco de conflitos, mostra as


possibilidades da região para a economia mundial (Catar, Bahrein, Emirados Árabes...)
Os EUA e o Oriente Médio
Esse grafico ilustra como o oriente médio é a maior região de reserva de petróleo e gás no
mundo. O sec XXI marca uma nova corrida imperial sobre o espaço mundial, com grandes
empresas e potencias disputam essas regiões
Os EUA e o Oriente Médio
Esses mapas ilustram como é diverso e complexo o Oriente médio, com diversas
possibilidades de representação, por exemplo, a diferença entre Oriente Médio e Mundo
Árabe
Os EUA e o Oriente Médio
Esses gráficos mostram que, apesar das riquezas da região, o IDH da região, em regral, é
muito baixo, ou sexa, apresentam condições socioeconômicas muito precárias, alem de
apresentarem muitas morte decorrentes do terrorismo.
Os EUA e o Oriente Médio

Contexto: fim do sec. XX e inicio do sec. XXI
-A luta entre desenvolvimento globalizado e empobrecimento regional. A luta entre a
inserção da região no espaço global e a contradição com seu empobrecimento. Mesmo com
o desenvolvimento da região, as condições sociais pouco se alteraram.
-A luta entre proliferação nuclear e controle de armas de destruição em massa, já que a
região é uma das maiores importadoras de armas do mundo, principalmente dos EUA.
-A luta entre democracia e islamização. Como consolidar a democracia numa região com
forte presença de estados autocraticos, com influencia religiosa e fundamentalista. “O
islamismo não é violento, mas parte dele não sente remorso em adiquirir armas letais”.
Os EUA e o Oriente Médio
Esse mapa mostra a expansão territorial do islã pelo mundo.
Os EUA e o Oriente Médio

11 de setembro
Segundo Demant, quando os EUA invadiram o Iraque e o Afeganistão, ainda acreditava-se
na possibilidade de implantar valores ocidentais na sociedade oreintal, fazendo com que eles
abraçassem a democracia ocidental, abrindo espaço para o desenvolvimento capitalista,
integrando a região com a economia mundial.
Entretanto, essas invasões acabaram gerando mais caos e instabilidade na região, junto ao
terrorismo.
Os EUA e o Oriente Médio

Como a derrubada do governo da


Líbia e a interferencia dos EUA na
Ásia Central, area de interesse
russa
Irã é governado por xiitas, mas
Saddam Husseim era sunita

Isso mostra como ações erradas


acabaram levando perdas aos
EUA, dando poder, inclusive
nuclear, ao Irã, seu rival, e
fortalecendo Russia e China,
indiretamente, com esses países
fazendo acordos com os estados da
região
Os EUA e o Oriente Médio

Breves Considerações

Mostrando que nem essas ditaduras, nem o


petróleo mudaram a realidade regional.

Que limitam a ideia de estado nacional.

Essas organizações cumprem o papel do


estado e arrumando jovens para lutaremn
por eles
Os EUA e o Oriente Médio

Em muitos estados, o governo é, além de


autocrático, controlado pelas forças armadas
São governos engessados, autocraticos, que
produzem esses conflitos. De um lado ha
pressões modernizantes, que buscam afastar
esses governos, e do outro, forças
fundamentalistas que tambem se opõem a esses
governos
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Introdução
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Os principais fatores que ajudam a compreender o contexto atual:

Esses regimes (como da arabia saudita, ou de Saddam Hussein), não foram capazes de
melhorar a qualidade de vida da população, mesmo em momentos de alta do preço do
petróleo, com captação de capital que acabou em mãos de uma oligarquia.
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Importante lembrar que os EUA eram aliados do Irã até os anos 70, quando o lider iraniano
é derrubado, na revolução dos Aiatolás, que transformou o país em uma teocracia,
conduzida pela lei Sharia.
Por outro lado, a Arábia Saudita é uma aliada incondicional dos EUA, que tem no poder
uma linha tradicional de Wahabitas, mas é financiadora de diversos grupos
fundamemtalistas pelo oriente médio
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Israel é o principal aliado americano na região, e foi fundado principalmente pela ONU, em 1948, como
um estado judeu numa região dominada por muçulmanos. Isso gerou uma demonização de judeus e
americanos na região.

Esses grupos são transnacionais, e associam o discurso religioso ao projeto político, pondo os EUA e
israel como grandes inimigos, se aproveitando da miséria da população para suas causas

Erdogan adota uma politica de afastamento do discurso liberal, promovendo um modelo secular, baseado
nas glorias do império otomano.
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Os EUA vão derrubar Saddam, afirmando que haviam armas de destruição em massa,
abrindo espaço para a ascensão do Irã

Movimento surgido em 2011, criado por jovens sem perspectiva de trabalho e sem
condições socio-econômicas, que protestavam contra os governos autoritários em seus
países, levando a queda de vários governos e permitindo o surgimento de grupos como o
ISIS (Estado Islamico do Iraque e da Siria).
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Esse mapa mostra os palcos de guerra na região (Invasão do Afeganistão em 2001 e invasão do
Iraque em 2003). Com essas invasões, ocorre a ascensão de governos aliados ao Irã, que vai
fortalecer grupos radicais em toda a região, ampliando sua ação na região.

Observa-se também a presença de bases aereas americanas em toda a região, e destaca-se as da Asia
central (Usbequistão, Quirguistão,…), que existem mesmo sendo países altamente influenciados
pela Russia
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Os EUA, a partir da derrubada de Saddam, e todo o fortalecimento iraniano, busca
fortalecer suas bases no oriente médio, isolando seu rival. Em busca dos recursos da região,
e usando o terrorismo como desculpa, ha a ampliação dessas bases
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Esses mapas mostram que a intenção dos EUA é isolar o Irã no espaço regional,
principalmente o seu suporte a grupos em diversos paises
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Há tambem interesses de potencias externas:

A russia tende a fortalecer o dialogo com países do oriente medio (Irã, Síria..)

Anexação da Crimeia possibilita a Russia se fortalecer e projetar seu poder em regiões como
o Oriente Medio

Os EUA não podem negligenciar o papel da Russia na região.


Os EUA e o Oriente Médio (2)
Essa charge mostra a contradição na politica americana. Eles criticam grupos
fundamentalistas e governos inimigos, mas são aliados de países que cometem os mesmos
atos
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Esse mapa reforça a importância estratégica do Oriente Médio, com torres de petroleo e gas
e os dutos que conectam as regiões, transformando o oriente médio em um grande ponto de
encontro, acarretando uma corrida imperialista na região
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Essas fotos mostram as atrocidades cometidas pelos americanos na prisão de Abu Ghraib.
Muitos dos culpados pela tortura regressaram aos EUA e não foram julgados.
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Esse mapa mostra o Iraque depois da intervenção americana. Ocorreu uma fragmentação,
com 3 grupos etnicos separados (Curdos, Xiitas e Sunitas)
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Desde o 11 de setembro, os EUA passaram a executar o codigo da prevenção, intervindo em diversos
países.

Quando os EUA interviram no Iraque, eles esperavam implementar a teoria do “Dominó democratico”
(Democratizar o Iraque faria com que a democracia se espalhasse pela região). Entretanto, ocorrearam
vários efeitos colaterais, como a tomada de poder no Iraque por xiitas

Ao tirar os sunitas do poder, os EUA favoreceram a criação de vários conflitos internos.


Os EUA e o Oriente Médio (2)
A primavera arabe se expalha por toda a região. Em alguns países, consegue-se derrubar o
poder, entretanto, ha lugares que se afundaram em guerras civis, que não obtiveram êxito.
Esse mapa mostra a situação siria, dividida entre os EUA, Russia (apoiadora do regime),
Turquia e os Terroristas do ISIS.
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Observa-se como a instabilidade na Siria e no Iraque promoveu o controle de territorios por
outros grupos, como o ISIS e Curdos
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Esse mapa mostra os resultados dos levantes da primavera árabe, iniciada na Tunísia,
mostrando quais mudanças levaram esses movimentos. (Azul = democracia, Verde =
democracia restrita, Amarelo = Autocracia, Vermelho = Estado Falido)
Os EUA e o Oriente Médio (2)
Esse mapa mostra a proposta de reordenamento espacial proposta pelo Pentágono na região,
fragmentando diversos países, e resolvendo diversas questões geradoras de conflitos
(Antes/Depois)
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Reflexões finais

Com a ascensão do interesse de outras potencias na região, e as alianças construidas, os


EUA vão continuar sendo a potencia mais presente, mas de forma diferente

(Questionamento dos motivos da invasão do Iraque) Os EUA não tem mais o apoio
incondicional dos outros países

(Isso se deve ao efeito do Blowback.)

É o estado mais moderno, com maior capacidade bélica, e aliado dos EUA.
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Enquanto o preço do petróleo estava alto, os países exportadores se beneficiavam,


entretanto, com a queda, de 2010 até os dias de hoje, esses países serão muito afetados pela
pobreza e por conflitos.
Os EUA e o Oriente Médio (2)

Efeito contrario do esperado, ao invés da pacificação, ocorre cada vez mais a militarização
da região

A religião vai continuar muito presente na condução social, economica e politica da região.
Os países não conseguem estabelecer uma unidade entre eles, como um país arabe, e ao
mesmo tempo a democracia continua distante
Os EUA e o Oriente Médio (2)

As instituições regionais são fragilizadas demais para estabelecer qualquer unidade entre os
estados.
A formação do Oriente Médio
*adianto que essa aula tá bem estranha, ele pula muita coisa que tá escrita, e corta do nada muitas
vezes tambem


Algumas Definições

Há muitas confusões acerca da terminologia de árabes, oriente médio, mundo muçulmano… Islã =
religião, Oriente Médio = Região, Árabe = Povo (nem todo árabe é muçulmano, nem todo
muçulmano é árabe. Há povos Muçulmanos ao redor de todo o mundo, como na Indonésia, Índia…)
A formação do Oriente Médio

O Islã

Conduz o comportamento e as relações


sociais entre os muçulmanos

Islã é uma referencia indentitária


coletiva, a religião que articula
diferentes povos

Fundamentalismo está ligado a visão


radical do islã, como um instrumento
politico.
A formação do Oriente Médio
Esse mapa mostra a expansão do Islã por diferentes partes do mundo.
A formação do Oriente Médio

Cinco pilares do Islã
Religião monoteísta

A prece é sempre voltada à cidade de


Meca
A formação do Oriente Médio
O corão (alcorão): Livro sagrado
Caaba: uma pedra negra que representa a identidade coletiva do islã. Todos da religião,
excetuando os que não tem condições economicas ou de saúde, devem ir ao menos uma vez
na vida às cidades sagradas do islã e circular no sentido horário ao redor da Caaba (prática
suspensa no período da pandemia)
A formação do Oriente Médio
A partir do séc. VII, haverá uma expansão da fé islamica sobre diferentes espaços geográficos. Essa
expansão será dividida em ondas:

Avanço da ciência (astronomia,geografia…)


A formação do Oriente Médio

O esplendor do império Turco-Otomano
Turcos se tornam os administradores do
estreito de Bósforo-Dardanelos, com
grande posição estrategica comercial.
Ao dominarem regioes com grupos de
diferentes estruturas, os turcos garantem
autonomia, até religiosa
A formação do Oriente Médio
Nesse mapa, a linha verde marca os limites do Império Otomano no fim do século XIX.
Com a expansão imperialista, as potencias europeias vão procurar fragilizar os otomanos, se
apossando de seus territórios. Nota-se também a presença russa no leste do império
A formação do Oriente Médio
De acordo com Linhares: Alem dos interesses das potencias
europeias, teremos também povos
que eram subjulgados internamente,
principalmente árabes, criando
movimentos nacionalistas,
enfraquecendo o dominio otomano
A formação do Oriente Médio

O oriente médio aós a 1ª Guerra Mundial
Nota-se que o Império Otomano lutou ao lado da Alemanha durante a Guerra, sendo
derrotados, e tendo seu territorio dividido, principalmente, entre Inglaterra e França

Até que ponto a identidade cultural árabe podia resistir aos preceitos modernos introduzidos
pelas potencias modernas?

(não se concretizou)
A formação do Oriente Médio
O mapa da esquerdamostra a descolonização do Oriente Médio e o domínio das potencias
europeias.
Os mapas da direita mostra as regiões onde habita o povo curdo, que hoje em dia é a maior
etnia sem estado nacional no mundo, lembrando que nenhuma das propostas de criação
desses estado foi levada a diante. Essa questão tem gerado diversos conflitos armados,
principalmente com a Turquia
A formação do Oriente Médio

Formação do estado de Israel
A formação do estado de Israel esta relacionada aos preceitos religiosos da terra prometida,
que iam desde o Egito até o rio Eufrates, na Síria.
A formação do Oriente Médio

A Palestina e os filisteus
A região sofreu diversas influencias das diversas nações que dominaram o espaço.
A formação do Oriente Médio

A diáspora judaica

A diaspora judaica só acabaria quando houvesse o retorno dos judeus a sua terra prometida.
A formação do Oriente Médio
Houveram varias diásporas:


A formação do Oriente Médio

Movimento Sionista
O desejo de criar um estado judeu foi chamado de sionismo, e ganhará força na segunda
metade do sec. XIX, em função das perseguições sofridas pelos judeus na Europa. O nome
deriva do Monte Sião, que fica nos arredores de Jerusalém.
O anti-semitismo crônico é muito visivel na Europa Ocidental, principalmente na segunda
metade do sec XIX e sec. XX, com movimentos de perseguição direta às comunidades
judaicas, nos momentos que antecedem a 2ª Guerra Munidal. Essas comunidades vão se
segregar em guetos, com funções de ajudar uns aos outros, criando instituições filantrópicas,
buscando receber e apoiar os imigrantes Judeus, na Europa e na América do Norte
A formação do Oriente Médio

A grande questão do sionismo seria onde criar esse estado Judeu. Muitos lugares foram
considerados (desde Chipre, uma ilha no mediterrâneo, à Argentina), mas os Judeus
defendem que o seu lar seria a terra prometida.

O movimento ganha força após a segunda guerra, ao pressionar os estados vencedores da


segunda guerra, exigindo a criação do estado de israel na palestina
A formação do Oriente Médio

Declaração de Balfour
Materializa o desejo dos Judeus terem seu estado nacional.
A formação do Oriente Médio
O mapa mostra a imigração judaica para o Estado de Israel, principalmente a partir da
Europa, em grandes ondas migratórias, no periodo antes e durante a segunda guerra.
Nota-se que o estado de Israel somente foi criado em 1948, e a segunda guerra acabou em
45, isso mostra que milhões de pessoas migraram sem ter certeza da criação do estado,
levando a vários conflitos com a população local, até então predominantemente muçulmana
A formação da Palestina

Der Yassin
Com a chegada de uma grande quantidade de imigrantes judeus na palestina, as tensões dos
conflitos entre judeus e arabes se intensificaram, com ataques de ambos os lados.
Para se defender de possíveis ataques arabes, Israel monta braços armados nos Kibutz
(espaços ocupados pelas colonias judias), e respondiam esses ataques massacrando aldeias
na região
A formação da Palestina
Esses braços armados mostraram que Israel investia maciçamente em segurança, para se
estabelecer no espaço palestino diante das ameaças arabes. Isso vai se intensificar com a
entrada dos EUA na região, principalmente com a política de Franklin D. Roosevelt,
favorável ao estado sionista e interessado no petróleo da arábia, fazendo com que os
interesses dos EUA se tornem presentes na região, com Israel e Arabia Saudita como seus
principais aliados no Oriente Médio, que favoreceu as petroliferas americanas.

Ou seja, a ONU interveio a favor dos direitos dos palestinos prejudicados, mas Israel nunca
cumpriu as determinações da ONU, muito em função do apoio dos EUA
A formação da Palestina

“Lar nacional”
A Inglaterra, grande impulsionadora da criação do estado de Israel, se retira em 1947 da
região, entregando à ONU, recém criada, a responsabilidade de conduzir a partilha da
palestina.
Israel não reconhece o direito palestino a terra, toda a palestina deveria ser de posse judaica.
A formação da Palestina
Esses mapas mostram a evolução da distribuição das terras palestinas, e a progressão da
conquista de território pelos Judeus.
A formação da Palestina

As guerras Árabe-Israelenses
A partir de 1949, ocorrerão varias guerras entre arabes e israelenses
Na primeira guerra, países como Síria, Jordânia e Egito se unem contra Israel, avançando
sobre a palestina (deve-se perceber que os países arabes, muitas vezes, usavam a causa
palestina como uma desculpa contra Israel), ocupando muitos territórios
Os segundo e terceiro mapas mostram a reação de israel, com um poder bélico muito maior,
que vai rechaçar seus oponentes. O terceiro mapa mostra a invasão da peninsula do Sinai, na
Guerra do Suez, em 1956
A formação da Palestina

Na guerra do Yom Kippur (Yom Kippur = Dia do Perdão, o dia mais importante para os
judeus), os países arabes tentam pegar israel de surpresa, num dia religioso. Israel reverte as
perdas e ganha.
Intifada = desobediência civil, os palestinos vão jogar pedras e granadas contra as forças
israelenses que tentava controlá-los
A formação da Palestina

Refugiados palestinos
Os palestinos vão sair como os mais prejudicados, pois vão acabar perdendo seu território e
sem seu estado-nação, levando a uma enorme quantidade de refugiados palestinos
A formação da Palestina

Acordos de Oslo 1993
A causa palestina teve visibilidade na comunidade internacional, fazendo com que em 1993
a Noruega conduza os Acordos de Oslo, que seria um acordo de paz entre palestinos e
judeus.
O reconhecimento do estado palestino nunca aconteceu.
Lembrar que Jerusalém é a cidade mais importante para as 3 principais religiões do mundo.
A formação da Palestina
As 2 imagens mostram o que aconteceu a partir do acordo de Oslo, com um aperto de mão
entre autoridades Israelenses e Palestinas, mediadas por Bill Clinton, presidente americano.
E com os lideres dos 2 estados recebendo o Nobel da Paz.
A formação da Palestina
Esses acordos não ocorreram como o pensado, pois israel não desocupou todos os territorios
combinados (saiu apenas da faixa de Gaza).
Há uma resistencia por parte de israel na desocupação da Cisjordânia, pois alegam a
existencia de assentamentos importantes de Israel nesse território.
O muro tira toda a mobilidade da população palestina dentro de seu próprio territorio. Israel
usa como justificativa a segurança
A formação da Palestina
Esse mapa mostram os 2 territorios que seriam do estado palestino, a Faixa de Gaza e a
Cisjordania.
A faixa de Gaza foi totalmente devolvida aos palestinos em 2005
A formação da Palestina

O HAMAS - “Movimento de resistência islâmica”
Contra os acordos entre palestinos e israel, surgirão vários grupos em territórios árabes de
resistencia contra a atuação de Israel na região.
Israel passa a sofrer ataques de misseis vindos da Faixa de Gaza, lançados pelo Hamas, que
passa a controlar Gaza, ganhando eleições palestinas.
A formação da Palestina

FATAH – “movimento de libertação nacional dos
escravos liderados pelo povo da Palestina”
É outro grupo que surge da dissidencia palestina. É menos radical que o HAMAS, e acaba
sendo reconhecido como o único interlocutor do povo palestino pela comunidade
internacional
O FATAH e o HAMAS dividiram o movimento palestino, com o FATAH controlando a
Cisjordania, e o HAMAS, a faixa de Gaza, enfraquecendo o movimento.
A formação da Palestina

HAMAS x FATAH

Os territorios palestinos, que deveriam dar


origem ao estado palestino, com
reconhecimento internacional, não
conseguem manter sua unidade,
dificultando possíveis acordos de paz
A formação da Palestina

O discurso ideológioco do Choque de Civilizações
Qual o embate que pode-se levantar na discussão das questões eticas, culturais, politicas…?
É esse discurso ideologico de “Choque de Civilizações”, criado por Samuel Huntington,
sociologo americano conservador.
Segundo ele, no século XXI, os choques não se dariam por questões ideológicas, como na
guerra fria, mas sim por conflitos civilizacionais. Esse discurso é polemico pois se mostra
uma visão preconceituosa em relação ao não-ocidente, como se existisse uma eterna guerra
entre oriente e ocidente (*como vimos no inicio do ano, civilização x barbárie)
O discurso ocidental nega a possibilidade de haver outras praticas que sejam copiadas, por
exemplo, da democracia liberal norte americana.
Oriente Médio: outras temáticas

Primavera Árabe

O termo “primavera” está ligado a um contexto de mudanças, não está voltado
especificamente ao oriente médio (e não tem nada a ver com estação do ano).

Ela tem inspirado diversas analises sobre os efeitos das redes sociais em movimentos anti-
ditatoriais, especialmente marcados pelas novas gerações de pessoas ligadas a tecnologia.


Esse movimento foi motivado por:
Oriente Médio: outras temáticas

Essas imagens mostram a região onde aconteceram os eventos, ilustram como se
desencadeou, a partir da Tunísia, e mostram a importância das redes sociais.

Muitos desses países fazem parte dos “Black Holes”, lugares onde o governo controla o
sinal de internet. Muitas vezes eles derrubam o sinal de internet, fazendo que noticias de
massacres e atos antidemocraticos não sejam divulgados
Oriente Médio: outras temáticas

Essa figura mostra os lideres afetados pela primavera arabe, tanto os derrubados, quanto os
que apenas cederam a algumas pressões.

Deve-se lembrar que esse movimento terá forte apoio dos EUA, que esses países tem muitos
recursos petrolíferos, e que com a derubada do poder na Líbia, o país vive uma guerra civil,
com vários grupos disputando o poder.
Oriente Médio: outras temáticas

Esse mapa mostra a dimensão espacial que o movimento ocupou, levando alguns governos a
serem depostos, e outros a abrirem mão de seus interesses para se manterem no poder,
cedendo as exigências dos movimentos populares. Entretanto, ainda percebe-se forte
autoritarismo na região
Oriente Médio: outras temáticas

As disputas pelos recursos hídricos

Deve-se lembrar também da “hidropolitica”, ou seja, a importância que os recursos hidricos
tem na região, onde há baixa pluviosidade.
Oriente Médio: outras temáticas

Introdução

Ou seja, se não houver um projeto entre os


países da região, buscando usar de maneira
sustentavel os recursos hidricos, o problema
tenderá a se intensificar
Oriente Médio: outras temáticas

Nesse mapa, quanto mais escura for a cor, menos metros cubicos de agua por pessoa há.

Percebe-se que muitas nascentes de rios famosos da região estão em outros lugares (como
no caso do Nilo), afetando o potencial hídrico desses países.

No caso da palestina, 55% da agua que atravessa Israel vem de outros territorios. Alem
disso há uma distribuição desigual de agua entre Palestinos, com 60 litros, e israelenses,
com 350 litros. Observe como a água é usada como uma arma de guerra.
Oriente Médio: outras temáticas

Há tambem a disputa na bacia dos rios Tigres e Eufrates. As nascentes dos rios estão na
Turquia, que constroi barragens que causam diversas consequencias nos territorios da Síria e
Iraque.

Os países tentam utilizar esses recursos para beneficio próprio.

Essa posição do governo turco em relação ao seu plano hidrico gera conflitos com os
governos do Iraque e Síria, já que os rios descem ao territorio desses países, que tambem
dependem desses recursos
Oriente Médio: outras temáticas
Esse mapa mostra como o iraque depende da agua desses rios
Oriente Médio: outras temáticas
● Abundancia de Petróleo, escassez de água

Na região, há poucos rios perenes, como o Tigres e o Eufrates, gerando uma crescente
demanda de agua, decorrente do aumento demográfico da região.
Mais de ¾ dos recursos hidricos são utilizados na irrigação.
Os países mais ricos, com abundancia de petróleo, usam seus recursos para desalinizar a
água (ou seja, tirar o sal da agua do mar)
Oriente Médio: outras temáticas
● O retorno às mil e uma noites?
Existem vários “orientes médios” dentro do Oriente Médio, ou seja, deve-se pensar na região além
da imagem de conflito e instabilidade.

(Poderemos ver esses ajustes espaciais na copa de 2022, que será no Catar, que atrairão
investimentos internacionais, e quebra a imagem de atraso)

● Pode-se citar a cidade de Dubai, como exemplo de exuberância na região, para pessoas de alto
padrão financeito
Oriente Médio: outras temáticas
Essas imagens mostram como as cidades futuristas, com altos investimentos, vem se
propagando no deserto. Como governos promovem a região como dignas de grandes
investimentos com eventos esportivos e universidades de mais alto padrão mundial
Oriente Médio: outras temáticas
● Outro oriente medio, dentro do oriente médio

Principalmente tecnologia de
ponta, turismo de alto padrão,
atividades esportivas… tudo
para atrair capital

Além de investirem na
modernização do Golfo
Pérsico, esse capital tambem é
investido fora da região
Oriente Médio: outras temáticas
Essas imagens mostram obras faraônicas, que exemplificam o alto padrão financeiro da
região, e como as cidades futuristas surgem sobre o deserto.
As imagens da direita mostram lugares onde ocorrem massivos eventos esportivos, que tem
sido alvo de massivos investimentos.
Oriente Médio: outras temáticas
Esses projetos, mostram ao mesmo tempo, altos investimentos financeiros na região como
polo de entretenimento, e polo de eventos esportivos, com arquitetura arrojada e futurista,
para turismo de alto padrão, em busca de uma nova imagem para a região.
Oriente Médio: outras temáticas
● Contradições
Essas imagens mostram o outro lado da cidade, dos trabalhadores pobres, que são
explorados para que se construam os luxuosos edificios
Oriente Médio: outras temáticas
● Reflexões Finais
América Latina: da formação à integração


Cartografias do poder
Consistem na divisão espacial produtiva arbitraria dos territórios descobertos (no caso, a
América Latina). Essas divisões visavam estabelecer monoculturas, com o objetivo de
abastecer a metrópole.
Essas divisões, por desconsiderar a organização original dos povos que ali habitavam
(consideravam todo o continente como um “vazio demográfico”), separando e escravizando
diversos povos, gerou fome por todo o continente, pois a pouca variedade que era cultivada
era destinada à metrópole. Delas surgiu a organização dos estados atuais da região
América Latina: da formação à integração


A questão identitária
As identidades nacionais da América Latina não são naturais, ou seja, há vários elementos
que a forjaram (história, símbolos, heróis nacionais…). Ao mesmo tempo, ela se sobrepõe
às ideias de tribo ou etnia.

Essa identidade se torna aceita pela sociedade graças a à ação de agentes como a mídia e,
principalmente, o sistema educacional.
Para compreender esse fenômeno, deve-se compreender os conceitos de europeidade e
colonialidade, aprendidos no inicio do ano.
América Latina: da formação à integração

Os habitantes de todo o continente, não importando se descendem de europeus, africanos ou


indígenas, passam a ser vistos apenas como “latinos”. Sua identidade é homogeneizada
América Latina: da formação à integração


Rompimento da ordem colonial

Os estados que emergem passam a ser subalternizados diante do resto do mundo. Além
disso, ocorre a “Balcanização” (Fragmentação) desses países recém-formados, graças às
divergências de interesses dos líderes regionais, formando “Republiquetas”
A América Latina se subordina ao capital inglês. Na DIT, faz parte da periferia, exportadora
de commodities, mantendo a Matriz Colonial do Poder, como “periferia do capitalismo”, e
reforçando a centralidade da Europa nas relações comerciais mundiais.
América Latina: da formação à integração


Propostas de Regionalização
Simon Bolívar, ainda no inicio do século XIX, tinha a ideia, vista como utópica, de manter os territórios
latino-americanos unidos.
Tal ideia foi resgatada após a Segunda Guerra Mundial, com diversas políticas de integração regional:
1969 – Pacto Andino (Colômbia, Bolívia, Chile, Equador, Peru e posteriormente a Venezuela). Foi um
projeto ambicioso, que previa inclusive a divisão da alocação espacial de industrias e de investimentos
vindos de fora.
1980 – A redemocratização do continente trouxe ideias mais flexíveis e bilaterais, como a ALADI
(Associação Latino-Americana de Integração), mas a crise econômica que aconteceria nesse momento
fez com que a região sucumbisse a dívida externa.
1990 – Duas propostas emergem:

MERCOSUL: Regime de intercambio livre e união aduaneira entre os países do cone sul (Brasil,
Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai). As assimetrias e diferenças de interesse dos países, somado ao
fato de que o sentimento nacionalista era mais forte que o regionalista ou globalistas, fez com que a
união perdesse folego no inicio.


ALCA (Associação de Livre Comércio das Américas): Lançado na Cúpula das Américas, em Miami,
pelo presidente americano George W. Bush. Defendia a abertura dos mercados de todo o continente para
diversos tipos de produtos, incluindo propriedades intelectuais. O projeto visava, principalmente,
a livre circulação de mercadorias, mas as medidas unilaterais dos EUA paralisou a ALCA.
América Latina: da formação à integração

Em resposta, Hugo Chávez, presidente venezuelano, defendeu a criação da ALBA


(Alternativa Bolivariana das Américas), mais um projeto de integração, com financiamento
pautado no dinheiro vindo do petróleo, dessa vez entre a “Tríade Sul-Americana”
(Argentina, Brasil e Venezuela).
Essa aproximação venezuelana resultou em sua inserção no MERCOSUL, e mais tarde de
toda a Comunidade Andina de Nações, gerando o projeto da CASA (Comunidade Sul-
Americana de Nações) em 2004.
América Latina: da formação à integração


UNASUL e PROSUL (BOI)
Entretanto, o foco do Brasil se voltou para o UNASUL, uma tentativa de estabelecer um
modelo semelhante ao europeu, com defesa mútua (CDSA – Conselho de Defesa Sul-
Americano) e uma comunidade econômica.
Esse bloco apresentava forte influencia de ideias de esquerda, com apoio aos governos
venezuelano e boliviano, ajudando esses países em seus conflitos regionais.
Entretanto, com a volta dos governos de direita por todo o continente, a partir de 2015, o
bloco foi se desfazendo e esvaziando, dando espaço ao PROSUL
América Latina: da formação à integração


Aliança do Pacífico (BOI)
Com a articulação do Oceano Pacífico como eixo economico entre Ásia e as Américas, a região
passou a ficar cada vez mais inportantes, até que os países latino-americanos com territorios
nesse oceano (Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala,
Honduras, México, Nicarágua, Panamá e Peru), visando promover ações que permitam a
cooperação entre os países do Pacífico latino-americano, criam a “Iniciativa do Arco do
Pacífico Latino-americano”, que deu origem a recem-formada Aliança do Pacifico.
Esses países vem firmando TLC’s (Tratados de Livre Comercio) com os EUA, os países
asiáticos e europeus de forma unilateral, fazendo com que a venezuela saísse da Comunidade
Andina de Nações (CAN), desviando o foco para a Aliança.
O bloco é formado a partir da iniciativa de economias neo-liberais, promovendo a
fragmentação da integração.
Também se mostra apenas parte do projeto maior de influencia americana no eixo do Oceano
Pacifico. Faz parte da projeção de poder americano na america latina, visando conter a
economia chinesa e mostrar um contraponto ao Brasil e ao MERCOSUL no continente
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

Cepal

Precedentes:
Mesmo após 1 século de independência das potências europeias, o atraso econômico e
problemas sociais ainda não foram superados no continente latino-americano. As condições
se mantiveram marginalizadas.

A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) foi criada em 1948, pela ONU.
Tinha Raúl Prebish como seu 1° presidente. Fazia estudos a fim de compreender os
problemas que dificultam o avanço do continente.
América Latina: inserção periférica na
economia mundial
Os estudos concluíam que:

A estrutura desses países era herdada de um sistema colonial exportador, arcaico e exploratório.

Seu quadro de inserção internacional era periférico, e era vulnerável a crises que ocorriam em outros
países.

Deterioração dos termos de trocas (exportava produtos primarios, por preços baixos, e importava
produtos processados, a preços altos) .

“Efeito Gangorra” (Se o preço das commodities sobe, o mesmo ocorre com as economias. Se o preço
cai, o mesmo ocorre) .

Excedente de mão de obra, que diminui o salario dos trabalhadores, junto com seu poder de compra.

Lentidão do progresso técnico.

Desequilibrio da balança de pagamentos (inflação)

Insuficiencia de poupança (estimular a entrada de capital externo). Ao contrair emprestimos à juros,
pelo FMI ou Banco Mundial, a economia pode crescer a curto prazo, mas é prejudicada no futuro
Para avançar, seriam necessários investimentos no setor tecnológico, diversificando a pauta
de exportações
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

As economias do continente crescem durante os 30 anos gloriosos, graças à Bretton Woods


e seu dólar fixo. Entretanto, com a crise desse sistema nos anos 70-80, o dólar passa a ser
flexivel, principalmente devido aos juros.
Com isso, a dívida externa passa a guiar as economias da América Latina, o FMI passa a ter
grande influência nesses países, fazendo com que os governos se tornem seus reféns, se
encontrando em um “beco sem saída”.
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

CEPAL: Anos 50
A industria passa a ser vista como salvadora, pois a industrialização agrega valor à matéria-
prima.
Agora, os países buscam produzir internamente o que antes importavam. (PSI – Política de
substituição de importações)
Esses países se beneficiam da retomada da economia mundial no pós-segunda guerra
exportando commodities para todo o globo.
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

CEPAL: Anos 60
ALALC (Associação Latino Americana de Livre Comércio):
-Livre comércio
-Redução de tarifas
-Reduzir rivalidades regionais
Fatores que impedem tal integração:
-Divergência de interesses e ideologias
-Concorrência
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

CEPAL: Anos 70
Com a chegada da crise, as economias latino-americanas buscam manter seu crescimento
contraindo dividas. Após o aprofundamento da crise, esses países tambem entram em graves
crises econômicas.
Ocorre uma rápida urbanização. A população, que chega às grandes cidades sem dinheiro,
acelera o processo de favelização dos grandes centros urbanos.
Com o avanço da Revolução Cubana, os EUA põem em pratica o código da contenção no
continente americano, principalmente por meio do projeto “Aliança para o Progresso”, que
dava apoio financeiro aos países da região. Com o fracasso desse projeto, os EUA passam a
intervir diretamente em outros países, gerando diversas ditaduras.
Além disso, a industrialização não incorpora a maior parte da população, devido à falta de
qualificação da mão de obra disponível.
América Latina: inserção periférica na
economia mundial
Ocorre a crise da economia capitalista. Os EUA entram em crise e perdem poder, gerando
uma crise da potência hegemonica. O modelo fordista e o keynesianismo colapsam.
Ocorrem as crises do Petróleo, em 73 e 79, resultando na criação da OPEP (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo), que vai aumentar os preços devido as crises do Oriente
Médio (Yom Kippur), prejudicando as economias latinas.
Em 79, os preços voltam a subir, graças a Revolução Iraniana, que tirou um governo a favor
dos EUA e pôs um governo de caráter religioso, anti-americano.
Os árabes, agora cheios de petrodólares, depositam esse dinheiro em instituições
financeiras, que vão realizar empréstimos a países sul-americanos.
Com o fim de Bretton Woods, o dólar passa a ser volátil, aumentando as dividas.
O setor financeiro cresce, em detrimento do setor produtivo, que gera empregos e impostos.
Ocorre um crescimento com tendencia de estagnação.
Com isso, ocorre o fim do nacional-desenvolvimentismo
América Latina: inserção periférica na
economia mundial
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

CEPAL: Anos 80
Década Perdida.
Fuga de capital do continente e perda de poder de compra da população.
Retorno da inflação
Os regimes autoritários influenciados pelos EUA chegam ao fim, e ocorre o avanço do
neoliberalismo.
Em 82, o México declara Moratória (suspensão do pagamento de suas dividas com o FMI e
BM). Com isso, essas instituições passam a negociar suas dividas individualmente com cada
país, ao invés de aplicar os mesmos termos em toda uma região.
As economias percebem a necessidade de se flexibilizar mais.
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

CEPAL: Anos 90
Consenso de Washington: estabelece metas para a América Latina, no modelo neoliberal, para que
os países saiam da crise.
CHICAGO BOYS: economistas jovens, graduados nos EUA, que ao voltar para seus países de
origem, recebem altos cargos. Eles tem forte influencia no Consenso. (EX: Paulo Guedes)
Estabilidade de preços, controle da inflação e redução de gastos faziam parte da pauta.
Além disso, também seria necessário o controle das taxas de câmbio, comprando e vendendo
dólares à medida que valorizam ou desvalorizam.
É um período de intensas privatizações, embora não ocorressem igualmente em todos os países.
As exportações são priorizadas, para que possa ocorrer o pagamento das dividas.
Com a redução das importações, as novas tecnologias sentem dificuldade para chegar ao continente.
Com isso, os governos abrem mão das antigas politicas protecionistas em favor do neoliberalismo.
Blocos como o MERCOSUL são consolidados, defendendo a cooperação econômica, unificando
alfândegas, e criando taxas comuns.
América Latina: inserção periférica na
economia mundial

Anos 2000
Ascensão de governos de esquerda por todo o continente, devido, principalmente, ao fim da guerra
fria (pois agora a esquerda não é vista como uma ameaça aos EUA), ao fracasso do consenso de
Washington e a exaltação de questões sociais.
O neoliberalismo dos anos 90 gerou graves crises fiscais, estagnação e endividamento
Emerge o Novo-Desenvolvimentismo, inspirado no Nacional-Desenvolvimentismo, que fracassou
nos anos 70. Com isso, o estado volta a ter força, por meio de projetos sociais e impulsionando a
economia.
Boom das commodities, impulsionado pela alta demanda da economia chinesa, em ascensão
meteórica no momento.
Regionalismo aberto – conjunto de integração regional com flexibilização
América Latina: inserção periférica na
economia mundial
Entretanto, o neoliberalismo não sai totalmente da pauta, as politicas que haviam sido
implantadas continuam sendo conduzidas mesmo pelos governos de esquerda, como as poucas
privatizações do governo Lula.
Ocorrem crises em 2008 (Crise do subprime nos EUA) e 2010 (Divida publica na Europa), que
afetaram também as economias periféricas, pois ocorre uma queda da demanda por commodities
(o efeito “Gangorra”). Isso gera um freio na economia mundial.
*BOI: O periodo de euforia vai se encerrar em 2012/2013, pois as economias latino-americanas
mantém a “inércia” de seu crescimento.
Nos anos que se seguem, ocorre o retorno dos governos de direita, principalmente em 2015 e
2016, com a eleição de Donald Trump nos EUA. A esquerda perde espaço em todo o continente.
Ocorre um periodo de grande instabilidade politica e social.
Nesse periodo também ocorrem varias alianças entre países emergentes do hemisfério sul, como o
BRICS e IBAS (Índia, Brasil e Africa do Sul)
.

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