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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CINTIA RAQUEL DE MORAES

ALEXANDRE DUMAS PÈRE


LES TROIS MOUSQUETAIRES

CURITIBA
2023
CINTIA RAQUEL DE MORAES

ALEXANDRE DUMAS PÈRE


LES TROIS MOUSQUETAIRES

Trabalho apresentado à disciplina Literatura


Francesa I - Teatro do Curso de Graduação em
Letras - Português e Francês da Universidade
Federal do Paraná.

Professor: Walter Lima Torres Neto

CURITIBA
2023
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BIOGRAFIA DE ALEXANDRE DUMAS PÈRE

Alexandre Dumas foi um dramaturgo e romancista francês, e um dos principais


nomes do Romantismo francês. As características das suas são repletas do estilo do
Romantismo, como o exagero sentimental, elementos nacionalistas e heroísmo, que
são vistos na obra Os Três Mosqueteiros, um de seus romances mais conhecidos. Há
646 títulos identificados sob sua autoria, suas obras foram traduzidas para vários
idiomas, além de terem sido adaptadas diversas vezes para o teatro e posteriormente
para o cinema.
Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas, conhecido como Alexandre Dumas pai,
nasceu em 24 de julho de 1802. Filho do General Thomas Alexandre Dumas Davy de
la Pailleterie, e neto de Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de Marie-Césette
Dumas, uma mulher negra que foi escravizada. Em 1806 ficou órfão de pai.
Dumas estudou no Colégio do Padre Gregório, e lá adquiriu uma excelente
caligrafia, o que mais tarde lhe proporcionaria um trabalho de escriturário.
Em 1821, faz uma parceria com Leuven, aristocrata sueco refugiado na França, e
escreve a peça "O Major de Strasburgo". No ano seguinte, Dumas viaja à Paris, onde
conhece o escritor Auguste Lafarge, e tem a certeza de que sua vocação era escrever
para o teatro, onde reafirma seu desejo quando assistiu a representação de Hamlet,
de Shakespeare; tendo assim a certeza de que poderia criar algo igual, ou ainda
melhor.
Em 1823 ele se muda para Paris em busca de trabalho, sendo recebido pelo
General Foy, um antigo amigo de seu pai; e graças a sua bela caligrafia o indica para
secretariar o Duque de Orléans, o futuro rei Luís Filipe. Trabalho que garante o seu
sustento e abre as portas para a "Comédie Française".
Em Paris, Dumas conhece Catarina Labay, uma costureira com ele teve um filho,
que se chamaria Alexandre Dumas (1824-1895) que ficou célebre com "A Dama das
Camélias".
Com o objetivo de estrear no mundo do teatro um funcionário o orienta a procurar
o Barão Taylor, inglês nascido na Bélgica, naturalizado francês; amigo de Victor Hugo,
comissário real junto à Comédie. A peça "Cristina" criada por Dumas foi rejeitada pela
atriz permanente do teatro, pois ela se negava representar gritos e choros, então a
peça foi guardada sem ir ao palco.
Então, Alexandre escreve "Henrique III e sua Corte", uma peça cheia de emoção,
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que teve o mérito de iniciar o teatro romântico na França, levado à cena pela primeira
vez na Comédie Française, em 11 de fevereiro de 1829. Além do sucesso teve a honra
de ver presentes ao espetáculo o Duque de Orléans e sua comitiva.
Em 1830, explode a revolução liberal, que leva ao trono o Duque de Orléans, com
o nome de Luís Filipe. Quando se retornar a paz, Dumas volta a escrever e leva à
cena o drama "Antony", não mais baseado em temas históricos, mas toda a obra versa
sobre o amor de um bastardo por uma aristocrática.
Alexandre Dumas e Catarina Labay viviam separados, e ele tinha diversas
amantes. E, em 1840, ele se casa com uma de suas amantes, a atriz Ida Ferrier.
Porém, depois de quatro anos o casamento se desfaz, e nesse mesmo ano Dumas
inicia as publicações no folhetim do jornal Le Siècle, com o título "Os Três
Mosqueteiros", que depois é lançado em livro.
A história conta as aventuras do cavaleiro D'Artagnan e os três amigos, Athos,
Porthos e Aramis, a serviço do rei Luís XIII e da rainha Ana da Áustria, enfrentado as
ciladas do Cardeal Richelieu.
Em 1850, declarado o Segundo Império, Dumas exila-se na Bélgica. De volta a
Paris, em 1853, funda o jornal "Os Mosqueteiros". Em 1860, na Itália, participa da
campanha de unificação de Garibaldi. Em 1861, em Nápoles, assume a direção do
Museu.
Alexandre Dumas morre em Puys, França, no dia 5 de dezembro de 1870. Em
2002, seus restos mortais foram levados para o Panthéon, em Paris.
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LES TROIS MOUSQUETAIRES

Os Três Mosqueteiros é um clássico histórico do romancista Alexandre


Dumas. A obra ocorre na França do século XVII e conta a aventura do jovem gascão
D'Artagnan e seus três amigos mosqueteiros: Athos, Porthos e Aramis.
O jovem D'Artagnan viaja a Paris para realizar o sonho de se tornar um
mosqueteiro do rei da França, Luís XIII, assim como foi seu pai foi também.
Ele leva uma carta para conseguir o posto de mosqueteiro, mas durante uma
briga, ele perde a carta de recomendação que deveria entregar ao comandante dos
mosqueteiros. Porém, mesmo diante desse obstáculo, ele não desiste de seus
desejos e promete vingança ao seu agressor.
Ao decorrer do caminho D'Artagnan se envolve em mais confusões, só que agora com
os três mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. Por um desentendimento, ele é
desafiado para duelar com cada um deles. Porém, quando iria a iniciar os duelos,
todos são surpreendidos por guardas do Cardeal Richelieu, o inimigo dos
mosqueteiros do rei.
Mesmo com a desvantagem de estarem em menor número, os três mosqueteiros
acabam contando com a brava ajuda de D'Artagnan, e juntos conseguem vencer e a
partir daí começa uma grande amizade forte e leal, entre os quatro.
E como a carta de recomendação do jovem foi roubada ele não consegue
entrar para a ordem dos mosqueteiros, mas é encaminhado para realizar um
treinamento de guarda com a promessa de um dia se tornar um mosqueteiro. E assim,
os quatro amigos se tornaram inseparáveis e daí juntos lutam em defesa ao Rei e a
Rainha da França, vivendo constantes aventuras.
O romance é narrado em terceira pessoa com narrador onisciente, assim
sendo, o narrador tem conhecimento de tudo. Também tem a necessidade de relatar
opiniões, pensamentos e impressões de vários personagens, podendo influenciando
o leitor a tomar uma posição contra ou a favor. E toda a ação ocorre em no século
XVII, em 1648, ano em que terminou a Guerra dos Trinta Anos.
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PERSONAGENS PRINCIPAIS

D’artagnan: é o protagonista e o herói da história, o jovem tem grandes sonhos de


provar sua bravura. Ele é um excelente esgrimista, preza pelo cavalheirismo e um
conquistador. O personagem vai amadurecendo ao decorrer da história e se torna
inteligente e astuto.

Aramis: é o mais jovem dos três mosqueteiros, gosta de desafios e é fiel ao serviço
da realeza francesa. Porém, Aramis deseja virar padre, e quando não está lutando,
ele estuda teologia em segredo.

Athos: Vem de berço nobre, é o mais velho do grupo. O personagem é um homem


nobre no espírito, mas é alcoólatra, jogador e, ao mesmo tempo. Porém, ele
representa uma figura paterna para d’Artagnan., e como mosqueteiro tem senso de
justiça.

Porthos: Este personagem é leal, porém dá mais valor aos confortos e luxos
oferecidos pela riqueza do que seus amigos esgrimistas.

Cardeal de Richelieu: é um personagem ambíguo, pois ao mesmo tempo que ele é


tirando, ele coloca o reino em bom funcionamento. É frio e calculista, criando
armadilhas terríveis aos mosqueteiros e ao mesmo tempo os admirando.

Rei Luís XIII: é o rei da França, o personagem representa um marido fraco e


ciumento, uma pessoa influenciada pelas intrigas do Cardeal Richelieu.

Rainha Ana d’Aústria: vítima de um casamento arranjado com objetivos políticos, é


presa pelas perseguições do cardeal Richelieu. A personagem tem a sua beleza
idealizada.

Milady: ex-mulher de Athos, tem um caráter ruim, mas possui grande beleza e apelo
sexual seduzindo assim os personagens masculinos. Esconde os segredos do seu
passado.
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REFERÊNCIAS HISTÓRICAS QUE INFLUENCIARAM A OBRA

Movimento de 1844: Movimento histórico que acreditava em uma profecia no retorno


de Cristo entre 1843 e 1844, e este deu origem a Igreja Adventista do Sétimo Dia que
ainda aguarda a vinda de Jesus.

Revolução Maria do Fonte ou Revolução do Minho: revolta popular na primavera


de 1846 contra o governo, resultado das tensões sociais das guerras liberais que
geraram novas leis de recrutamento militar com alterações fiscais e proibições de
enterros dentro da igreja.

Guerra dos Trinta Anos: ocorreu entre os anos de 1618 a 1648, conflito que marcou
na Europa a transição do feudalismo para a Idade Moderna. Essa guerra envolveu
vários países, em torno de uma região onde hoje é a Alemanha, causada por disputas
religiosas decorrentes das reformas protestantes do século XVI. E contribuindo para
o conflito a luta pela afirmação do poder de monarquias europeias, com disputas
territoriais e conflitos pela hegemonia.

Cerco de La Rochelle: ocorre entre 1627 a 168. ordenado por Luís XIII de França e
comandado pelo Cardeal de Richelieu, começa em 10 de Setembro de1627 e acaba
com a capitulação da cidade, em 28 de Outubro de 1628.

Guerra dos Cem Anos: evento que marcou o processo de formação das monarquias
nacionais inglesa e francesa. O conflito girou em torno dos territórios e impostos que
eram tão necessários ao fortalecimento de qualquer monarquia daquela época. Sendo
assim, vemos que tal evento manifesta significativamente a centralização política que
se desenvolveu nos fins da Idade Média.
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ADAPTAÇÕES

Adaptar significa transpor de um meio para o outro. A adaptação é definida como a


habilidade de “fazer corresponder ou adequar por mudanças ou ajuste” - modificando
alguma coisa para criar uma mudança de estrutura, função e forma, que produz uma
melhor adequação. Romance é romance, peça de teatro é peça e roteiro é roteiro.
Syd Field – Manual do Roteiro p. 174

Os Três Mosqueteiros, romance de Alexandre Dumas publicado inicialmente em


folhetim no jornal Le Siècle em 1844, depois publicado em volume como romance a
partir de 1844, tem sido alvo de inúmeras adaptações em vários suportes: teatro,
cinema, televisão, quadrinho, etc.

O próprio Alexandre Dumas adaptou seu romance para o teatro em 1845 :

1845 : Os Mosqueteiros de Vinte Anos Depois

1849 : A Juventude dos Mosqueteiros após Os Três Mosqueteiros

1861 : O Prisioneiro da Bastilha, fim dos mosqueteiros após o episódio da Máscara


de Ferro em Le Vicomte de Bragelonne .

Então, entre as muitas adaptações que se seguiram:

1959 : Os Três Mosqueteiros de Roger Planchon , Teatro Ambigu -Comique

1971 : Os Três Mosqueteiros de Michel Berto , Festival de la Cité Carcassonne ,


Festival de Collioure

1977 : Die drei Musketiere de Jérôme Savary , na Alemanha


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1978 : Esgrima não compensa por Francis Perrin

1982 : Os Três Mosqueteiros de Marcel Maréchal

1999 : Os Três Mosqueteiros (capa de Marcel Maréchal )

2006 : Os Três Mosqueteiros de Marianne Serra e Thomas Condemine

2008 : A História dos Três Mosqueteiros contada para dois em meia hora por Grégory
Bron, pelo Cie AFAG Théâtre [ arquivo ]

Os Três Mosqueteiros (reprise por Marianne Serra e Thomas Condemine )

2011 : D'Artagnan Hors-la-Loi, de Grégory Bron, de Cie AFAG Théâtre [ arquivo ]

Mosqueteiro de Richelieu , Puy du Fou

2012 : Os Três Mosqueteiros (a série) de Clara Hédouin, Jade Herbulot, Romain de


Becdelièvre e o coletivo 49701

2016 : Os Três Mosqueteiros , musical de29 de setembro de 2016em Paris.

Os Três Mosqueteiros , de Carlo Boso, Montfavet,22 de julho.


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ADAPTAÇÃO D'ARTAGNAN ET LES TROIS MOUSQUETAIRES

Adaptação livre de Frédéric Bélanger, um prólogo com 5 atos apresentado no Théâtre


Denise-Pelletier. Bélanger em sua adaptação mantem tudo o que torna esta história
uma obra-prima imortal: essa mistura de ação, aventura, mistério, suspense, amor e
humor com o pano de fundo e como se ligasse esta amizade infalível que une estes
quatro mosqueteiros. Mas com toque de modernidade onde a música, a cenografia,
a coreografia das lutas se complementam a peça.

Titre de l’œuvre : D’Artagnan et les Trois mousquetaires

Auteur : Alexandre Dumas

Adaptation au théâtre : Frédéric Bélanger

Genre : historique, cape et épée, tragi-comédie

Année de parution du roman : 1844


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5 CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS

CHARNET, R.; FREIRE, C.; CHARNET, E.; BONVINO, H. Análise de modelos


de regressão linear: com aplicações. Campinas: Editora da Unicamp, 2.ed., 2008.
356 p.

CALLET-BIANCO, Anne-Marie (dir.) ; LEDDA, Sylvain (dir.). Le théâtre de Dumas


père, entre héritage et renouvellement. Nouvelle édition [en ligne]. Rennes: Presses
universitaires de Rennes, 2018 (généré le 08 décembre 2022). Disponible sur Internet:
. ISBN: 9782753577497. DOI: https://doi.org/10.4000/books.pur.87820.

Bélanger, Frédéric. D'Artagnan et les trois mousquetaires [manuscrit] / d'Alexandre


Dumas; librement adapté par Frédéric Bélanger ; musique originale Andrey
Thériault, 2007.Disponível em: < https://thalia.ent-
nts.ca/in/faces/details.xhtml?id=p%3A%3Ausmarcdef_0000063320&highlight=Auteur
%3A+%26quot%3BB%C3%A9langer%2C+Fr%C3%A9d%C3%A9ric%26quot%3B&p
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295494df81a6&queryid=f0d389c9-849a-4b8f-8658-4e2cc60bd7e9>

Girard, Marie-Claire. D'Artagnan et les trois mousquetaires: immortels. 2018.


Disponível em: < https://www.huffpost.com/archive/qc/entry/em-
immortels_b_6178250 >

MAUROIS, ANDRÉ. Os três Dumas. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1959.

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