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Os 3 Mosqueteiros

A obra “Os 3 Mosqueteiros” é um romance histórico escrito por Alexandre Dumas, lançado em 1944, sendo o primeiro de
uma trilogia (“Os 3 Mosqueteiros”, “20 Anos Depois” e “Visconde de Bragellone”). Esta trilogia aborda o reinado de D.
Luís XIII e D. Luís XIV, período conturbado em França devido à sociedade absolutista que promovia a discriminação das
classes mais baixas e a guerra entre a França e a Inglaterra, e entre os católicos e hugenotes (protestantes calvinistas). Este
livro é um clássico, sendo a obra literária com mais adaptações para o cinema.
Alexandre Dumas nasceu em 1802 e foi um romancista e dramaturgo francês, considerado um dos mais grandiosos
escritores franceses que alguma vez existiu. Entre as suas obras, destacam-se a trilogia dos 3 mosqueteiros e o Conde de
Monte Cristo. A maioria das suas obras são de um estilo semelhante, que ficou conhecido como romances de capa e
espada, além de ser considerado o pai do estilo conhecido como romance histórico. A maioria das suas obras são
inspiradas no seu pai, importante general na revolução francesa. Infelizmente Dumas viria a falecer em 1870, com 68
anos vítima de um ataque cardíaco, com provável causa na sua obesidade.

Os 4 protagonistas desta obra são os mosqueteiros D’Artagnan (que é o que mais se destaca entre os quatro), Porthos,
Aramis e Athos. O livro narra a história de D’Artagnan, um jovem gascão que deixa a sua terra natal e parte para Paris
para realizar o seu sonho de ser mosqueteiro em 1648, no fim da guerra de 30 Anos. Os mosqueteiros era o nome dado
aos guardas reais do rei. Quando chega a Paris, ele conhece outros 3 mosqueteiros, Porthos, Aramis e Athos e tornam-se
grandes amigos vivendo as diversas aventuras que são contadas nesta trilogia de Alexandre Dumas. Estes têm
características que os diferenciam bastante. D’Artagnan é um jovem que está sempre em buscas de novas aventuras e
honra, e também alguém que está sempre apaixonado e faz tudo para conseguir a mulher da sua vida. Apesar de ele ser o
mais jovem, ele é quem tem o maior espírito de liderança. Aramis gosta de participar em intrigas e em lutas, responsável
por estas várias vezes. Contudo o sonho dele é de ser padre, o que cria um grande contraste. Já Porthos é uma personagem
forte a nível físico, tendo um corpo entroncado, mas a nível mental é fraco, sendo extremamente ingénuo e pouco
inteligente. Por fim Athos, contrasta completamente com os outros, sendo alguém com uma alma pura e que não gosta de
entrar em brigas.

Nesta obra, Dumas mistura personagens reais como o rei Luís XIII, a rainha Ana de Áustria, o cardeal Richelieu com
personagens fictícias como como Milady e os próprios 4 mosqueteiros no desenvolvimento da história, atribuindo um tom
romântico e até “fantástico” ao livro. Alexandre Dumas critica, principalmente ao longo da obra, a sociedade absolutista
francesa, através do exagero entre os factos narrados e a realidade. São abordados vários temas e acontecimentos
históricos como a Guerra dos 30 Anos, além das várias crises familiares na nobreza, principalmente as que envolvem o rei
e da rainha, desde casos extraconjugais até conspirações. Uma das principais críticas feitas por Dumas é feita subtilmente
ao facto de, na altura em que escreveu a obra, os franceses não se importavam com a sua honra como antigamente, mas
apenas com os seus bens além de que estes já não tinham boas maneiras nem se respeitavam uns aos outros. Para
construir esta critica, ao longo da sua obra, todas as personagens iniciam um duelo com um adversário que fizesse um
insulto por mais pequeno que fosse, (característica de personagens de romances portugueses como Simão em o Amor de
Perdição) contudo, preservam sempre as boas maneiras, havendo respeito mútuo sempre e muito cavalheirismo. De facto,
este cavalheirismo e este respeito, são muito importantes e são algo que acontece ao longo de toda a obra, principalmente
entre os 4 protagonistas, sendo assim valorizada a amizade e a importância desta, pois juntos eles passavam por todas as
dificuldades, estando esta amizade na origem da frase “todos por todos e todos por um”.

Ainda nesta obra, Dumas realça a fraqueza emocional dos membros da sociedade, principalmente dos homens que são
submetidos com sucesso a todo o tipo de manipulações feitas, principalmente por mulheres. Para exemplificar esta
situação, o autor criou a personagem Milady. Esta personagem tem as características de uma mulher perfeita, seguindo o
ideal de beleza feminino da sociedade francesa desta época que eram os olhos azuis, os cabelos louros, a pele muito
branca e lábios vermelhos. Este ideal de beleza é baseado no ideal petrarquista que também é usado nas cantigas de
amigo.

Eu achei este livro extremamente interessante, devido a vários fatores. Admirei bastante o género literário de romance
histórico que é um estilo visível em várias obras como “O Nome da Rosa”, mas gostei particularmente deste pois Dumas
Os 3 Mosqueteiros

conseguiu, na minha opinião juntar a parte fictícia, à parte real de uma maneira muito interessante, o que confere alguma
imersão do leitor relativamente à obra, ou seja, conseguimos imaginar muito bem na nossa mente as ações que estão a
ocorrer. Isto também é possível devido à narração bem feita por parte de um narrador não participante, que confere
alguma humanidade às personagens, onde conseguimos perceber as suas emoções. Pode dizer-se o mesmo dos diálogos
que têm o mesmo efeito. Estes são por vezes bastante grandes. Há por vezes 4 a 5 páginas seguidas, só de diálogos. Este
livro tem uma leitura muito fácil, apesar do número de páginas, recomendo-o a todos os que gostam ou que gostariam de
ler livros deste género literário e também a quem gostaria de saber mais sobre a sociedade francesa da época, e sobre a
história.

João Santos

11ºA N.9

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