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Estado Islâmico

O Estado Islâmico, antes denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante ou


Estado Islâmico do Iraque e da Síria, é uma organização jihadista islamita de orientação
salafista (sunita ortodoxa) e wahabita criada após a invasão do Iraque em 2003. O
grupo opera principalmente no Oriente Médio e também é conhecido pelos acrônimos
em língua inglesa ISIS (Islamic State of Iraq and Syria) ou ISIL (Islamic State of Iraq and
the Levant),sendo muitas vezes designado, por seus oponentes árabes (que não
reconhecem a organização como ‘Estado’, nem como ‘islâmico’, pelo acrônimo ‫داعش‬,
transl. Dāʿiš (de ad-Dawlat al- ‘Irāq wa sh-Shām; em português: ‘Estado do Iraque e do
Levante’), frequentemente grafado Da’ish ou, por influência do inglês, Daesh, de onde
provém a forma aportuguesada Daexe.
Origem : Iraque e Síria

Em 29 de junho de 2014, o EIIL passou a se autodenominar simplesmente “Estado


Islâmico” (EI) (em árabe: ‫الدولة اإلسالمية‬, ad-Dawlat al-Islāmiyah), autoproclamando-se
um califado sob a liderança de Abu Bakr al-Baghdadi. Tal Estado nunca foi reconhecido
pela comunidade internacional. O EIIL afirma autoridade religiosa sobre todos os
muçulmanos do mundo e aspira tomar o controle de muitas outras regiões de maioria
islâmica, a começar pela região do Levante, que inclui Jordânia, Israel, Palestina,
Líbano, Chipre e Hatay, uma área no sul da Turquia.
O grupo, em seu formato original, era composto e apoiado por várias organizações
terroristas sunitas insurgentes, incluindo suas organizações antecessoras, como a Al-
Qaeda no Iraque, o Conselho Shura Mujahideen (2006-2006) e o Estado Islâmico do
Iraque (ISI) (2006-2013), além de outros grupos insurgentes, como Jeish al-Taiifa al-
Mansoura, Jaysh al-Fatiheen, Jund al-Sahaba, Katbiyan Ansar al-Tawhid wal Sunnah e
vários grupos tribais iraquianos que professam o islamismo sunita. O objetivo original
do EIIL era estabelecer um califado nas regiões de maioria sunita do Iraque. Após o seu
envolvimento na guerra civil síria, este objetivo se expandiu para incluir o controle de
áreas de maioria sunita da Síria. O grupo é oficialmente considerado uma organização
terrorista estrangeira por países como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Austrália,
Canadá, Indonésia e Arábia Saudita, além de também ter sido classificado pela
Organização das Nações Unidas (ONU), pela União Europeia e pelas mídias do
Ocidente e do Oriente Médio como grupo terrorista.
O Estado Islâmico cresceu significativamente devido à sua participação na Guerra Civil
Síria e ao seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi. Denúncias de discriminação econômica e
política contra árabes sunitas iraquianos desde a queda do regime secular de Saddam
Hussein também ajudaram a dar impulso ao grupo. No auge da Guerra do Iraque, seus
antecessores tinham uma presença significativa nas províncias iraquianas de Alambar,
Ninaua, Quircuque, maior parte de Saladino e regiões de Babil, Diala e Bagdá, além de
terem declarado Bacuba como sua capital. No decorrer da guerra civil síria, o EIIL teve
uma grande presença nas províncias de Raca, Idlibe, Alepo e Deir Zor. Contudo, a partir
de 2016, o grupo começou a perder força considerável, cedendo grandes porções de
territórios no leste da Síria e no norte e oeste do Iraque. Em 2017, o Estado Islâmico,
sob o peso de uma intervenção armada estrangeira e ações mais organizadas de
grupos opostos e governos locais, foi forçado a se reorganizar, enquanto perdia
cidades chave como Ramadi, Faluja, Mossul e Raca, sofrendo também com privações e
deserções em suas fileiras. No começo de 2019, os últimos redutos do Estado Islâmico
no leste Síria foram sobrepujados e o Califado, proclamado quase cinco anos antes, é
considerado “formalmente” como destruído. Em outubro de 2019, seu líder, fundador
e principal figura de autoridade, Abu Bakr al-Baghdadi, foi morto durante uma
operação militar dos Estados Unidos no noroeste da Síria.
O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se
converterem ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da
religião e sob a lei charia (o código de leis islâmico). Aqueles que se recusam podem
sofrer torturas e mutilações, ou serem condenados a pena de morte. O grupo é
particularmente violento contra muçulmanos xiitas, assírios, cristãos armênios, iazidis,
drusos, shabaks e mandeanos. Segundo a Agência Central de Inteligência (CIA), em
meados de 2014 o EI tinha pelo menos entre 20 000 e 31 500 combatentes na Síria e
no Iraque que, além de ataques a alvos militares e do governo, já assumiram a
responsabilidade por ataques que mataram milhares de civis. O Estado Islâmico tinha
ligações estreitas com a Alcaida até 2014, mas em fevereiro daquele ano, depois de
uma luta de poder de oito meses, a Alcaida cortou todos os laços com o grupo,
supostamente por sua brutalidade e “notória intratabilidade”.

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