Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Irã
Irã
Revolução Islâmica
Em 1978, a crise econômica, a corrupção e as reformas pró-Ocidente
aumentam a insatisfação com o xá. As correntes oposicionistas (esquerdistas, liberais
e muçulmanas tradicionalistas) unem-se sob a liderança do aiatolá Ruhollah
Khomeini, exilado na França. O governo não consegue controlar a insurreição, e, em
janeiro de 1979, Reza Pahlevi foge do país. Khomeini regressa ao Irã, em fevereiro,
e assume o poder. O movimento fica conhecido como Revolução Islâmica. Em 1º de
abril, o Irã é declarado uma república islâmica – Khomeini torna-se o líder religioso
supremo (aiatolá).
Ahmadinejad
A eleição de Mahmoud Ahmadinejad, em 2005, assinala a volta dos
conservadores à Presidência. Seu governo é marcado pela defesa do programa
nuclear do país, o que leva a ONU e as potências ocidentais a decretarem uma série
de sanções contra o Irã, a partir de 2006. Outra marca da sua gestão é a retórica
anti-israelense. O Irã é acusado de patrocinar o Hezbollah no Líbano e o Hamas na
Faixa de Gaza, que mantêm a luta armada contra Israel. Os conservadores vencem
as eleições parlamentares de 2008.
Fatos recentes
No início de 2011, o governo dispersa os protestos de apoio às revoltas
democráticas da Primavera Árabe e coloca Mousavi e outros líderes do Movimento
Verde em prisão domiciliar. Em março, o Irã condena na ONU a repressão contra as
manifestações xiitas em Barein.
Ahmadinejad tenta concentrar o poder na Presidência, criando atrito com
Khamenei. A queda de braço se torna pública em 2011, com disputas na escolha de
ministros, vencidas pelo aiatolá, e a prisão de aliados de Ahmadinejad. Em março
de 2012, Ahmadinejad responde no Parlamento a acusações de má gestão e
insubordinação. Nas eleições legislativas, boicotadas pelos reformistas, os
partidários de Khamenei derrotam as facções leais ao presidente.
O embargo ocidental ao petróleo iraniano leva à queda expressiva nas
exportações, comprometendo a obtenção de divisa externa. A moeda nacional, o
rial, perde 80% do valor ante o dólar em 2012. A queda mais abrupta ocorre em
outubro, gerando protestos em Teerã contra a alta nos preços causada pela
desvalorização cambial, mas também pela política de redução dos subsídios lançada
por Ahmadinejad. Enfraquecido no governo, o presidente também perde
popularidade entre os iranianos, que o culpam pela crise.
O Irã amplia em 2012 o suporte ao ditador sírio Bashar al-Assad. Em
setembro, o país admite que tropas de elite da Guarda Revolucionária, a Força
Quds, estão na Síria treinando as Forças Armadas e coordenando a ofensiva contra
a insurgência sunita. Ao mesmo tempo, os EUA alegam que aviões iranianos
transportam armas e munições para a Síria pelo espaço aéreo iraquiano. Os
carregamentos se intensificam no início de 2013, para conter o avanço dos
rebeldes. Em fevereiro, o envolvimento do Irã na guerra civil síria vem à público
com a morte de um comandante sênior da Força Quds, o general Hassan Shateri,
perto de Aleppo. Em maio, o banco central iraniano libera uma ajuda de 4 bilhões
de dólares à Síria.
Estado Islâmico
O avanço do grupo extremista sunita Estado Islâmico (EI) sobre vasta área da
Síria e do Iraque coloca o Irã em alerta. Em junho de 2014, depois que o EI conquista
Mosul, a segunda maior cidade iraquiana, a força Quds oferece treinamento e armas
para a contraofensiva de três milícias xiitas contra o EI. Em outubro, Obama envia
uma carta pessoal a Khamenei, discutindo a possibilidade de cooperação na luta
contra o EI se os dois países fecharem um acordo nuclear definitivo. Em dezembro,
o Departamento de Defesa dos EUA afirma que caças iranianos bombardearam bases
do EI em Diyala, no Iraque. O governo do Irã não confirma as informações.
Irã e P5+1
Em 2015 avançam as negociações acordo para reduzir o seu programa nuclear
e consequentemente cessar as sanções impostas pela ONU. Vejamos os pontos
principais, segundo a proposta aceita pelo governo iraniano:
o O país irá reduzir de 19 mil para 5.060 o número de centrífugas para
enriquecimento de urânio;
o Nos próximos dez anos, o nível de enriquecimento de urânio não irá
ultrapassar 3,67%,
o Até 2030, o Irã deverá reduzir seu estoque de urânio levemente
enriquecido de 10 toneladas para 300 quilos;
o A usina de enriquecimento de plutônio em Arak, que também poderia
ser utilizada para a produção da bomba, terá suas atividades reduzidas;
o A usina subterrânea de Fordo, encravada no meio das montanhas, será
convertida em um centro de pesquisas para fins médicos;
o A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ficará responsável
por monitorar as atividades e verificar se o Irã está cumprindo
devidamente o acordo até 2035.
Bem, é óbvio que as alas conservadoras de ambos os lados veem com certa
desconfiança essa reaproximação, sendo Israel o país mais descrente sobre as reais
intenções iranianas. Acompanhemos as cenas dos próximos capítulos sobre o
desfecho dessas negociações.
Um forte abraço e até nosso próximo encontro.